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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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sem alterar o valor <strong>da</strong> tarifa <strong>de</strong> pedágio. A a<strong>de</strong>quação dá-se principalmente por meio <strong>da</strong><br />

postergação ou <strong>da</strong> antecipação <strong>de</strong> investimento no fluxo <strong>de</strong> caixa, apesar <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r<br />

também utilizar a combinação <strong>de</strong>stes mecanismos com os <strong>de</strong> supressão e alocação <strong>de</strong><br />

investimentos.<br />

Por fim, no Capítulo 4, buscou-se fazer uma crítica ao mo<strong>de</strong>lo atual <strong>de</strong> aferição<br />

do equilíbrio econômico-financeiro em contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais, bem<br />

como propor uma alternativa para esse mo<strong>de</strong>lo. Para tanto, inicialmente, enten<strong>de</strong>u-se<br />

pertinente <strong>de</strong>stacar os principais aspectos <strong>da</strong> regulação econômica advindos <strong>da</strong> experiência<br />

internacional em rodovia pe<strong>da</strong>gia<strong>da</strong>s, pois a experiência advin<strong>da</strong> dos acertos e erros <strong>de</strong><br />

outros países <strong>de</strong>ve ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por nossos operadores <strong>da</strong> regulação.<br />

Posteriormente, justificou porque o mo<strong>de</strong>lo atual <strong>de</strong> equilíbrio econômico-financeiro<br />

utilizado no setor <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais é tido como estático ou tradicional, em que as<br />

rubricas que compõem o fluxo <strong>de</strong> contábil (Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)<br />

e o fluxo financeiro (fluxo <strong>de</strong> caixa, propriamente dito) estão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e fixa<strong>da</strong>s em valores<br />

calculados ou orçados e apresentados à época do processo <strong>de</strong> licitação, não se alterando,<br />

assim, durante a execução contratual.<br />

Em segui<strong>da</strong>, analisou-se e <strong>de</strong>screveu-se <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente as conseqüências <strong>da</strong><br />

adoção do mo<strong>de</strong>lo estático ou tradicional para o equilíbrio econômico-financeiro<br />

em contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais. Constatou-se que esse mo<strong>de</strong>lo vem<br />

acarretando em to<strong>da</strong>s as rubricas analisa<strong>da</strong>s – receita operacional, custos e <strong>de</strong>spesas<br />

operacionais, programa <strong>de</strong> investimentos, financiamentos –, exceto no imposto <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>,<br />

e na taxa <strong>de</strong> remuneração (TIR) elevação injustifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do acionista, a<br />

qual é exclusivamente apropria<strong>da</strong> por ele. No caso do imposto <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> ocorrer<br />

<strong>de</strong>sequilíbrio no contrato <strong>de</strong> concessão para qualquer uma <strong>da</strong>s partes (concessionária ou<br />

usuários) aleatoriamente.<br />

261<br />

Após essa análise minuciosa <strong>de</strong> como a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do acionista é alavanca<strong>da</strong><br />

pela adoção do atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> equilíbrio econômico-financeiro, elaborou-se uma<br />

proposta alternativa para aferição <strong>de</strong>sse parâmetro em contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias<br />

fe<strong>de</strong>rais.<br />

Em resumo, foi proposta a alteração do atual mo<strong>de</strong>lo estático, ou tradicional, <strong>de</strong><br />

aferição do equilíbrio econômico-financeiro por um mo<strong>de</strong>lo dinâmico, ou mo<strong>de</strong>rno, em<br />

que o termo “condições inicialmente fixa<strong>da</strong>s” possui significado mais completo, ou seja,<br />

consi<strong>de</strong>ra-se, entre outras, a variação <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ofereci<strong>da</strong> pelo setor concedido<br />

(custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio). Portanto, <strong>de</strong>termina-se o custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do negócio quando <strong>da</strong> elaboração <strong>da</strong> proposta <strong>de</strong> licitação e em outros momentos <strong>da</strong><br />

execução contratual, previamente acor<strong>da</strong>dos.<br />

A mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> metodologia inicia-se pela substituição <strong>da</strong> TIR tradicional pela TIRM<br />

como parâmetro <strong>de</strong> aferição e recomposição do equilíbrio econômico-financeiro <strong>de</strong><br />

contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais. A adoção <strong>de</strong>sse novo procedimento corrige<br />

a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o fluxo <strong>de</strong> caixa apresentar TIRs múltiplas, possibilita a remuneração<br />

do investidor pelo custo <strong>de</strong> capital investido e permite melhor distribuição do programa<br />

<strong>de</strong> investimentos durante a execução do contrato, sem que sejam implementados novos<br />

ajustes no mo<strong>de</strong>lo.<br />

Operacionalmente, as aplicações <strong>de</strong> recursos (saí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa) são trazi<strong>da</strong>s a valor<br />

presente pela taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto (custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio), calcula<strong>da</strong> pelo método<br />

<strong>de</strong> Custo Médio Pon<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> Capital (WACC), e as entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa são leva<strong>da</strong>s para<br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

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