09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ou seja, ao capital <strong>de</strong> terceiros – rubrica “Juros Empréstimos” no Resultado Contábil<br />

(obras civis e equipamentos) e rubricas “Empréstimos” e “Amortização <strong>de</strong> Empréstimos”<br />

no Resultado Financeiro – no fluxo <strong>de</strong> caixa do projeto. O fluxo <strong>de</strong> caixa sem consi<strong>de</strong>rar<br />

as cita<strong>da</strong>s rubricas (Juros Empréstimos, Empréstimos e Amortização <strong>de</strong> Empréstimos) é tido<br />

como não-alavancado.<br />

Conforme foi abor<strong>da</strong>do no Capítulo 6, o procedimento <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong>s rubricas <strong>de</strong><br />

financiamento é dito incorreto porque não encontra respaldo técnico. A<strong>de</strong>mais, a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> como financiar os investimentos cabe à empresa priva<strong>da</strong> incumbi<strong>da</strong> <strong>da</strong> administração<br />

<strong>da</strong> concessão e não ao po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, existem dois fluxos <strong>de</strong> caixa<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: fluxo <strong>de</strong> caixa do projeto e fluxo <strong>de</strong> caixa do financiamento. O primeiro<br />

é <strong>de</strong>scontado à TIR do projeto, ou seja, pela rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> concessão, e o segundo é<br />

<strong>de</strong>scontado pela taxa <strong>de</strong> juros contrata<strong>da</strong> para o financiamento. Quando se coloca o fluxo<br />

<strong>de</strong> caixa do financiamento <strong>de</strong>ntro do fluxo <strong>de</strong> caixa <strong>da</strong> concessão obtém-se um outro fluxo<br />

<strong>de</strong> caixa que não tem respaldo técnico e nem econômico, por conseqüência, a TIR <strong>de</strong>ste<br />

fluxo não tem sentido.<br />

Constatou-se que a escolha por um dos fluxos <strong>de</strong> caixa – alavancado ou nãoalavancado<br />

– altera o modo como o po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve acompanhar a execução<br />

contratual no que alu<strong>de</strong> à forma <strong>de</strong> financiamento dos investimentos. Assim, numa hipótese<br />

esdrúxula <strong>de</strong>ntro do atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aferição e <strong>de</strong> recomposição do equilíbrio econômicofinanceiro<br />

<strong>da</strong> concessão, caso se faça uma opção equivoca<strong>da</strong> pela TIR alavanca<strong>da</strong>,<br />

a Agência Reguladora <strong>de</strong>ve acompanhar pari passu o cumprimento <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong><br />

financiamento: valores <strong>de</strong> empréstimos, valores amortizados, taxas <strong>de</strong> juros contrata<strong>da</strong>s e<br />

composição do capital.<br />

Concluiu-se, assim, que o parâmetro a ser utilizado para reequilibrar os atuais<br />

contratos <strong>de</strong> concessões <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong>ve ser a TIR <strong>de</strong>corrente do fluxo <strong>de</strong> caixa<br />

não-alavancado, ou seja, a TIR não-alavanca<strong>da</strong>.<br />

259<br />

Em segui<strong>da</strong>, abordou-se a TIR nos contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovia fe<strong>de</strong>ral,<br />

inclusive apresentado a fórmula utiliza<strong>da</strong> para seu cálculo. Constatou-se que a TIR<br />

pressupõe premissa irreal, quando assume a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reinvestir os fluxos <strong>de</strong> caixa<br />

<strong>da</strong> concessão à taxa do projeto e não ao custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio; acarreta<br />

problemas, entre eles, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong> TIRs múltiplas; e majora o valor do<br />

pedágio, ao concentrar os investimentos nos primeiros anos <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> rodovia.<br />

Discorreu-se e <strong>de</strong>talhou-se também sobre outros parâmetros aventados para aferir<br />

o equilíbrio econômico-financeiro em contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias. Entre eles,<br />

a TIRM, que veio evitar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> TIRs múltiplas e supor que os<br />

fluxos <strong>de</strong> caixa <strong>da</strong> concessão são reinvestidos ao custo <strong>de</strong> capital, e não à TIR do projeto<br />

(concessão).<br />

Verificou-se que o VPL, apesar <strong>de</strong> ser largamente utilizado para se tomar <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong> investimentos em ativos, não é o parâmetro indicado para aferição do equilíbrio<br />

econômico-financeiro em contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> rodovias, pois a sua utilização<br />

implicaria apropriação, por parte exclusiva <strong>da</strong> concessionária, <strong>de</strong> todo o exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

receita gera<strong>da</strong> pela concessão. Esse método po<strong>de</strong>ria ser utilizado em caso <strong>de</strong> concessão<br />

com valor <strong>de</strong> outorga, que seria o próprio valor do VPL. No entanto, esse procedimento<br />

acarretaria majoração do valor do pedágio.<br />

Realizou-se uma abor<strong>da</strong>gem <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, a qual, ao contrário<br />

<strong>da</strong> TIR, possui uma metodologia <strong>de</strong> cálculo que busca refletir o custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Regulação <strong>de</strong> serviços públicos e controle externo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!