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REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

O atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regulação econômico-financeira dos contratos <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong><br />

rodovias fe<strong>de</strong>rais – o fluxo <strong>de</strong> caixa e a TIR tradicional – não permite que haja distribuição<br />

dos investimentos ao longo <strong>da</strong> execução contratual, tendo em vista o aparecimento <strong>de</strong><br />

fluxos <strong>de</strong> caixa anuais negativos (alocação <strong>de</strong> investimentos em valor maior do que as<br />

entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa) durante o período <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> rodovia, sem a implementação<br />

<strong>de</strong> pertinentes ajustes e modificações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s. A alocação <strong>de</strong> investimentos sem tais<br />

alterações po<strong>de</strong>ria ocasionar o aparecimento <strong>de</strong> TIRs múltiplas, dificultando, ou até mesmo<br />

impossibilitando, a aferição e a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. Existem<br />

formas <strong>de</strong> corrigir esse problema no mo<strong>de</strong>lo atualmente utilizado (estático ou tradicional),<br />

entretanto, esse estudo está fora do objeto <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Com a utilização <strong>da</strong> TIRM, para as concessões <strong>de</strong> rodovias, po<strong>de</strong>-se haver uma<br />

melhor distribuição dos investimentos ao longo do período <strong>de</strong> execução contratual, pois<br />

as inversões <strong>de</strong> caixa não alterarão o valor <strong>da</strong> TIRM, portanto, não haverá modificação<br />

do parâmetro utilizado para aferição do equilíbrio econômico-financeiro <strong>da</strong> concessão,<br />

ao contrário do que hoje po<strong>de</strong> ocorrer com a TIR tradicional, caso haja distribuição <strong>de</strong><br />

significativos investimentos ao longo <strong>da</strong> execução contratual.<br />

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Essa melhor distribuição dos investimentos implicará tarifas <strong>de</strong> pedágio menores<br />

para os usuários. Nas concessões atuais, os investimentos são concentrados no período<br />

inicial <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> rodovia fazendo com que seus impactos, a valor presente, sejam<br />

bastante significativos, portanto, elevando o valor do pedágio. Com a implementação<br />

<strong>da</strong> TIRM, po<strong>de</strong>ria se realizar somente os investimentos necessários à prestação <strong>de</strong><br />

serviço a<strong>de</strong>quado, conforme <strong>de</strong>finido em lei, no início <strong>da</strong> execução contratual, <strong>de</strong>ixando<br />

gran<strong>de</strong> parte dos investimentos para os anos subseqüentes – distribuídos <strong>de</strong> forma que<br />

não prejudiquem a prestação do serviço em nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> contratado –, quando o<br />

próprio retorno do projeto po<strong>de</strong>ria auxiliar na amortização <strong>de</strong>ssas aplicações <strong>de</strong> recursos.<br />

Essa medi<strong>da</strong> traduziria em tarifas mais módicas para os usuários. Ressalte-se que esse<br />

ganho <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> melhor distribuição <strong>de</strong> investimentos também po<strong>de</strong>ria ocorrer no<br />

atual mo<strong>de</strong>lo tradicional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, conforme mencionado no penúltimo parágrafo,<br />

haja implementação <strong>de</strong> pertinentes ajustes e modificações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s nesse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

regulação.<br />

A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça do parâmetro utilizado para aferir e<br />

recompor o equilíbrio econômico-financeiro é remunerar o concessionário pelo custo <strong>de</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do capital investido, pois quando se utiliza a TIRM há o pressuposto que<br />

as entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa são reinvesti<strong>da</strong>s ao custo <strong>de</strong> capital ou custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

negócio.<br />

Operacionalmente se teria um fluxo <strong>de</strong> caixa com dois momentos: momento inicial,<br />

em que se concentrariam to<strong>da</strong>s as saí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa; e momento final, no qual to<strong>da</strong>s as<br />

entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa seriam aloca<strong>da</strong>s. Tanto para trazer as saí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa para o momento<br />

inicial quanto para levar as entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa para o momento final, utilizar-se-ia a taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto que refletisse o custo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio, nos termos tratados no<br />

Capítulo 6 (item 6.7.3), ou seja, calcula<strong>da</strong> pelo método do Custo Médio Pon<strong>de</strong>rado <strong>de</strong><br />

Capital (WACC). Em resumo, a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto reflete o retorno esperado quando se<br />

investe em um mercado seguro, o risco atinente ao setor a que o empreendimento pertence<br />

e o risco do país.<br />

Por fim, fixa-se a TIRM no valor <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto calcula<strong>da</strong> (custo <strong>de</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio). Dessa forma, a TIRM passa a ser o parâmetro <strong>de</strong> aferição e

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