09.03.2014 Views

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

REGULAÇÃO - Tribunal de Contas da União

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> <strong>da</strong> União<br />

No que tange às <strong>de</strong>cisões discricionárias, Aragão (2003, p. 353) enten<strong>de</strong> que<br />

o Po<strong>de</strong>r Judiciário po<strong>de</strong> suprir, em caso <strong>de</strong> omissão, ou substituir, no caso <strong>de</strong><br />

anulação, o exercício <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> discricionária <strong>da</strong> Administração Pública “nos<br />

casos concretos em que existirem elementos objetivos suficientes para que, do<br />

conjunto dos <strong>da</strong>dos normativos e fáticos disponíveis, se possa extrair uma – e<br />

apenas uma – solução legítima”.<br />

Especificamente no que concerne ao controle <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>-fim <strong>da</strong>s agências<br />

reguladoras, Vanessa Vieira <strong>de</strong> Mello, lembra<strong>da</strong> por Aragão (2003, p. 353), assim se<br />

manifesta acerca <strong>da</strong> competência do Po<strong>de</strong>r Judiciário e <strong>da</strong> fixação do valor <strong>da</strong>s tarifas:<br />

As agências, partes integrantes <strong>da</strong> Administração Pública, <strong>de</strong>vem ser controla<strong>da</strong>s<br />

pelo Po<strong>de</strong>r Judiciário em seus atos. Um <strong>de</strong>les é a instituição <strong>de</strong> preços ou taxas<br />

para os usuários <strong>de</strong> seus serviços. Caberá, portanto, ao órgão jurisdicional <strong>de</strong>finir<br />

a natureza <strong>da</strong> quantia a ser paga pelos usuários. Haverá, certamente, inúmeras<br />

dúvi<strong>da</strong>s quanto à modici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes valores, bem como sobre a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> exigência cita<strong>da</strong>, que não advém <strong>da</strong> lei, mas que constitui condição para<br />

a utilização do serviço. Observamos que ao Po<strong>de</strong>r Judiciário não compete,<br />

<strong>de</strong> modo nenhum, a <strong>de</strong>finição do valor a ser pago. Mas o reconhecimento<br />

<strong>da</strong> natureza jurídica <strong>de</strong>sta exigência é essencial, para que se possa aferir sua<br />

vali<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação ao or<strong>de</strong>namento jurídico e o cumprimento do princípio do<br />

<strong>de</strong>vido processo legal substantivo.<br />

O CONTROLE EXTERNO A CARGO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO<br />

112<br />

Rui Barbosa, nos idos <strong>de</strong> 1890, em texto reproduzido por Santos (1997, p. 19-<br />

20), lançou as primeiras luzes sobre a instituição <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, nos termos que se<br />

seguem:<br />

Não basta julgar a administração, <strong>de</strong>nunciar os excessos cometidos, colher a<br />

exorbitância ou a prevaricação, para as punir. Circunscrita a esses limites, essa<br />

função tutelar dos dinheiros públicos será muitas vezes inútil, por omissa, tardia,<br />

ou impotente. Convém levantar entre o po<strong>de</strong>r que autoriza periodicamente a<br />

<strong>de</strong>spesa e o po<strong>de</strong>r que cotidianamente a executa, um mediador in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

auxiliar <strong>de</strong> um e <strong>de</strong> outro que, comunicando com a legislatura e intervindo na<br />

administração, seja não só o vigia, como a mão forte <strong>da</strong> primeira sobre a segun<strong>da</strong>,<br />

obstando a perpetuação <strong>da</strong>s infrações orçamentárias, por um veto oportuno<br />

aos atos do Executivo, que direta ou indiretamente, próxima ou remotamente,<br />

discrepem <strong>da</strong> linha rigorosa <strong>da</strong>s leis <strong>de</strong> finanças.<br />

Hodiernamente, mantêm-se os Tribunais <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> como guardiões <strong>da</strong>s contas<br />

públicas, enquanto órgãos técnicos <strong>de</strong> fiscalização e controle. Consoante lição <strong>de</strong> Ferraz<br />

(2002, p. 4), a Constituição Fe<strong>de</strong>ral, nos termos dos artigos 71 a 75, elevou os Tribunais<br />

<strong>de</strong> <strong>Contas</strong> “à condição <strong>de</strong> principal controlador <strong>da</strong>s finanças públicas”.<br />

O TCU, em particular, presta colaboração, no controle externo, ao Congresso<br />

Nacional e a suas Casas, sem vínculo <strong>de</strong> subordinação. Nessa linha, Affonso (1997, p.<br />

112) assinala que os Tribunais <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, além <strong>de</strong> auxiliarem o respectivo Po<strong>de</strong>r Legislativo,<br />

“exercem funções <strong>de</strong>les próprias e privativas, a configurar uma <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> ‘jurisdição<br />

especial’, reconheci<strong>da</strong> na Constituição (caput do art. 73), conquanto administrativa”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!