sumário - Instituto Politécnico de Viseu
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SUMÁRIO<br />
em FOCO<br />
O futuro da re<strong>de</strong> do ensino superior esteve<br />
em <strong>de</strong>bate no passado dia 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro na<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tomar. Pela atualida<strong>de</strong> e pertinência<br />
do tema, publicamos nesta edição o discurso<br />
do Presi<strong>de</strong>nte do <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong>,<br />
eng.º Fernando Sebastião, que participou<br />
nesta conferência, sob o tema “Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ensino<br />
Superior: o Futuro”, como representante do<br />
CCISP – Conselho Coor<strong>de</strong>nador dos <strong>Instituto</strong>s<br />
Superiores Politécnicos.<br />
O auditório do <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Tomar<br />
acolheu o evento organizado pelo Sindicato<br />
Nacional do Ensino Superior (SNESUP), que<br />
contou também com as comunicações do<br />
secretário <strong>de</strong> Estado do Ensino Superior, dr.<br />
José Ferreira Gomes, e do dr. Pedro Lynce,<br />
antigo ministro da Ciência e Ensino Superior<br />
Discurso do Presi<strong>de</strong>nte<br />
do <strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> <strong>Viseu</strong><br />
Numa altura em que está na or<strong>de</strong>m do dia a discussão<br />
da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino superior, começo esta abordagem com<br />
uma rápida retrospetiva sobre a sua evolução nas últimas<br />
décadas.<br />
Em Portugal, foi nos anos 70, com a Reforma <strong>de</strong> Veiga<br />
Simão, que se iniciaram alterações significativas do<br />
ensino superior, nomeadamente no que se refere à sua<br />
expansão e diversificação. Veiga Simão lançou, em 1973,<br />
uma nova reforma, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que, em especial, nas<br />
áreas da ciência e tecnologia, este nível <strong>de</strong> ensino era<br />
importante para o <strong>de</strong>senvolvimento do país.<br />
Esteve na base <strong>de</strong>sta reforma o relatório “Projeto<br />
Regional do Mediterrâneo” da OCDE, que apresentava<br />
preocupações com o <strong>de</strong>senvolvimento, essencialmente a<br />
nível económico, no qual o ensino superior <strong>de</strong>veria ter um<br />
papel <strong>de</strong>terminante sendo, no entanto, as universida<strong>de</strong>s<br />
tradicionais tidas, neste espeto, como um obstáculo.<br />
Dizia então Miller Guerra que as universida<strong>de</strong>s não se<br />
autorreformam.<br />
Nessa altura, Portugal encontrava-se muito afastado<br />
dos países <strong>de</strong>senvolvidos da Europa. As universida<strong>de</strong>s<br />
portuguesas estavam localizadas nas três principais<br />
cida<strong>de</strong>s do país - Lisboa, Porto e Coimbra - e, <strong>de</strong> uma<br />
maneira geral, alheadas da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar resposta<br />
à criação <strong>de</strong> novas formações, necessida<strong>de</strong> essa<br />
resultante da evolução científica e tecnológica entretanto<br />
verificada.<br />
As assimetrias regionais eram profundas, a taxa <strong>de</strong><br />
alfabetização extremamente reduzida. Havia falta <strong>de</strong><br />
professores, <strong>de</strong> engenheiros e <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
entre outros. As péssimas acessibilida<strong>de</strong>s e as más<br />
condições <strong>de</strong> vida no interior do país dificultavam a<br />
fixação <strong>de</strong> quadros superiores inviabilizando a localização<br />
das empresas longe das gran<strong>de</strong>s áreas urbanas.<br />
Foi neste contexto que Veiga Simão criou, em Portugal, o<br />
sistema binário, universitário e politécnico, tendo iniciado<br />
a expansão do ensino superior a nível geográfico e a nível<br />
institucional.<br />
Entre 1974 e 1976 este processo foi interrompido pelo<br />
período revolucionário que se seguiu ao 25 <strong>de</strong> Abril e<br />
que se caracterizou pela abertura do sistema <strong>de</strong> ensino<br />
superior a todos os cidadãos que o <strong>de</strong>sejassem. A partir<br />
<strong>de</strong> 1976, foi retomado, tomando-se <strong>de</strong>finitivamente<br />
consciência da importância da expansão e diversificação<br />
do ensino superior para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> Portugal.<br />
20<br />
Chegámos aos dias <strong>de</strong> hoje com uma re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />
ensino superior distribuída por todo o país, constituída por<br />
14 universida<strong>de</strong>s (ou 13, com a fusão da UL com a UTL),<br />
15 institutos politécnicos e 5 escolas politécnicas não<br />
integradas.<br />
Julgo que esta aposta foi, duma maneira geral, bem<br />
conseguida. Segundo <strong>de</strong>clarações recentes do presi<strong>de</strong>nte<br />
da AICEP, um dos maiores ativos na atração <strong>de</strong><br />
investimento estrangeiro é o facto <strong>de</strong> o país possuir a<br />
geração mais qualificada <strong>de</strong> sempre.<br />
Referiu ainda que os nossos engenheiros são<br />
reconhecidamente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e reconheceu que<br />
estão a acontecer gran<strong>de</strong>s investimentos no interior do<br />
País.<br />
Destaco aqui o caso do Data Center da Covilhã ou a<br />
Unida<strong>de</strong> da IBM em Tomar, o que nos leva a questionar<br />
se isso teria acontecido se não houvesse, nestas cida<strong>de</strong>s,<br />
Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior (IES).