Rastros Freudianos em Mário de Andrade - Universidade Federal ...
Rastros Freudianos em Mário de Andrade - Universidade Federal ...
Rastros Freudianos em Mário de Andrade - Universidade Federal ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Brosses, s’est é-panou ie dans ces <strong>de</strong>rnières années avec Tylor, Lang, Smith, Frazer,<br />
S., Reinach etc., et régne encore sous le nom d’anth pologisme. La doctrine <strong>de</strong> Freud<br />
introduit cette théorie philosophique générale dans la psychologie: elle voit dans<br />
l’homme ce que l’autre a vu dans les peuples. A l’anthropologisme manquait um<br />
appendice psychologique: Freud le lui donne.”(Jean Bodin. Contre Freud. – 1926. II).<br />
E o próprio Freud confirma essa sua posição relativamente secundária na<br />
história da psicologia religiosa.<br />
“Eu nada disse que outros, mais vigorosos, mais competentes e mais<br />
expressivos não tivess<strong>em</strong> dito antes <strong>de</strong> mim... Só há <strong>de</strong> novo <strong>em</strong> minha exposição, ter<br />
acrescentado à crítica dos meus pre<strong>de</strong>cessores, um fundamento psicológico” (Ob. cit.<br />
p. 57).<br />
E isso mesmo é bastante contestável. Pois as duas gran<strong>de</strong>s correntes <strong>em</strong> que se<br />
dividiu, até hoje, a consi<strong>de</strong>ração anti-metafísica dos fenômenos religiosos, são<br />
justamente – a escola sociológica e a escola psicológica. E se pod<strong>em</strong>os apresentar<br />
como dois extr<strong>em</strong>os <strong>de</strong>ssas tendências, figuras como Durckheim e como Sabatier, há<br />
entre eles todas as varieda<strong>de</strong>s individuais. E o psicologismo <strong>de</strong> Freud não difere <strong>em</strong><br />
muito do <strong>de</strong> Vacherot, que <strong>em</strong> 1869 acentuava o caráter infantil <strong>de</strong>sses fenômenos, e<br />
<strong>de</strong> Spencer, que pren<strong>de</strong> a religião a uma interpretação do sonho.<br />
Seja como for, a concepção religiosa <strong>de</strong> Freud se pren<strong>de</strong> um pouco a todas as<br />
escolas <strong>de</strong> seus pre<strong>de</strong>cessores. Aceita por um lado o fenômeno religioso como sendo<br />
um produto da cultura, do ciclo cultural, o que parecerá incliná-lo à escola sociológica<br />
(“é importante <strong>de</strong>clarar que a cultura é que fornece aos indivíduos essas<br />
representações religiosas, porquanto ele já as encontra formadas, elas lhe são<br />
fornecidas e ele não está <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> encontrá-las sozinho”, ib. p. 32). – Mas por<br />
outro lado encontra a orig<strong>em</strong> dos sentimentos religiosos na própria psicologia<br />
individual e acentua que a sua contribuição foi essencialmente psicológica. Foi no<br />
livro “Tot<strong>em</strong> e Tabu” que ele primeiro expôs as suas idéias sobre religião. E há pouco<br />
acaba <strong>de</strong> completá-las no seu Die Zukunft einer Illusion, <strong>de</strong> 1927, que é o seu vad<strong>em</strong>ecum<br />
materialista.<br />
Historicamente, portanto, Freud se pren<strong>de</strong> à escola <strong>de</strong> etnologia religiosa que o<br />
evolucionismo do século XIX espalhou consi<strong>de</strong>ravelmente. Como se viu, das palavras<br />
<strong>de</strong> Jean Bodin, po<strong>de</strong>-se r<strong>em</strong>ontar até Fontenelle e mais além, para procurar as origens<br />
<strong>de</strong>sse antropologismo religioso, mas foi Comte, nas suas duas primeiras lições do<br />
“Curso <strong>de</strong> Filosofia Positiva”, <strong>de</strong> 1926, que lançou realmente as bases do etnologismo<br />
religioso. (...) das origens religiosas entre os povos primitivos e como conseqüência<br />
propriamente da mentalida<strong>de</strong> primitiva. Em vez <strong>de</strong> ser a elevação do pensamento, a<br />
religião não seria mais do que a sua imperfeição.<br />
Mas só <strong>de</strong>pois que Comte lançou as bases teóricas do sist<strong>em</strong>a, é que os<br />
pesquisadores <strong>de</strong> fatos, os etnólogos propriamente procuraram investigar os povos<br />
primitivos <strong>em</strong> procura da confirmação. Lubbock, Spencer e Taylor é que precisaram<br />
os fundamentos etnológicos dos fenômenos religiosos a partir <strong>de</strong> 1870; mas como<br />
b<strong>em</strong> acentua W. Schmidt, <strong>em</strong> seu tratado magistral sobre “A Orig<strong>em</strong> da Idéia <strong>de</strong><br />
Deus”, - foi o animismo <strong>de</strong> Taylor que <strong>de</strong> fato inspirou toda a teoria evolucionista da<br />
religião que encheu o século XIX e hoje <strong>em</strong> dia ainda encontra partidários como<br />
Freud.<br />
xxxiii