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Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo

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heres, indo ao encontro de maior eqüidade nas relações<br />

sexuais. Uma vez que é colocada no corpo da mulher,<br />

a camisinha feminina é capaz de aumentar seu poder<br />

na negociação do uso do preservativo. Existe menor resistência<br />

masculina ao uso deste preservativo por poder<br />

ser inserido na vagina até 8 horas antes da relação. Assim,<br />

as mulheres podem colocá-lo momentos antes do<br />

encontro e não é necessário pedir que seu parceiro o<br />

coloque. O preservativo feminino tem uma única medida<br />

de diâmetro, mas seu anel é bem largo, não aperta<br />

o pênis, e adere bem ao tecido das paredes da vagina.<br />

Com o preservativo feminino, as mulheres tornam-se<br />

mais ativas na utilização de métodos que preservam sua<br />

saúde sexual e reprodutiva. Porém, precisamos apenas<br />

ficar atentas para que a camisinha feminina não resulte<br />

em uma maior responsabilização da mulher em relação<br />

à saúde sexual e reprodutiva.<br />

A testagem do HIV é também um instrumento importante<br />

na prevenção do HIV/AIDS. É importante detectar<br />

a presença do HIV no organismo, para adotar o quanto<br />

antes o tratamento do HIV e medidas de prevenção a<br />

novas infecções. Um casal em que as duas partes sejam<br />

portadoras do vírus da AIDS deve usar preservativo também,<br />

para evitar a entrada de novos vírus e não aumentar<br />

a carga viral de ambos. O teste do HIV não deve ser visto<br />

de maneira negativa, nem ser fonte de ansiedade. Para<br />

isto, precisamos destacar a necessidade do teste, <strong>com</strong>o<br />

um meio de cuidado conosco e <strong>com</strong> o outro.<br />

Na prevenção do HIV/AIDS, promover o uso do preservativo<br />

é importante, porém não basta. É preciso ativar<br />

outros mecanismos de proteção e promoção à saúde,<br />

bem <strong>com</strong>o os de construção de redes <strong>com</strong>unitárias de<br />

apoio, questionamento de estereótipos sexuais e estímulo<br />

à autonomia e o fortalecimento de mulheres jovens.<br />

A inclusão de homens nas ações de prevenção também<br />

é fundamental para o cuidado <strong>com</strong> a saúde, visto que<br />

a prevenção do HIV/AIDS é relacional, isto é, envolve<br />

medidas que tratem da relação entre parceiros(as).<br />

Cuidado e prevenção do HIV<br />

O papel das mulheres tem sido fundamental no cuidado<br />

<strong>com</strong> as pessoas que são portadoras do vírus. Em<br />

muitos países, existe o caso dos “órfãos da AIDS” em que,<br />

muitas vezes, as avós se encarregam dos cuidados <strong>com</strong><br />

as crianças. As mulheres jovens costumam assumir os<br />

cuidados <strong>com</strong> os membros da família que estão doentes<br />

(Ministério da Saúde 2007). Assim sendo, é sobre as mulheres<br />

que recai a maior carga social <strong>com</strong> a epidemia de<br />

AIDS, principalmente das famílias que vivem em situação<br />

de pobreza. Neste caso, torna-se fundamental o estímulo<br />

ao cuidado masculino e o fortalecimento da mulher que<br />

se encontra em situação de pobreza, através de ações<br />

de geração de renda e da participação nas instâncias<br />

de controle social e mobilização política. Homens são<br />

claramente capazes de cuidar de crianças e membros da<br />

família vivendo <strong>com</strong> AIDS. É necessário abrir espaço para<br />

uma discussão de <strong>com</strong>o envolvê-los neste cuidado.<br />

O cuidado feminino, se a<strong>com</strong>panhado de reflexão<br />

e um estímulo ao engajamento <strong>com</strong>unitário na causa<br />

da AIDS, pode ter um efeito empoderador. No Rio de<br />

Janeiro- Brasil, os casos de pessoas que vivem <strong>com</strong> HIV<br />

na <strong>com</strong>unidade têm mobilizado os cuidados também de<br />

algumas mulheres, principalmente lideranças locais, que<br />

são reconhecidas por seu papel de luta pela saúde da <strong>com</strong>unidade<br />

(Fonseca 2004). Seguindo este exemplo, mulheres<br />

envolvidas nos cuidados <strong>com</strong> a saúde de pessoas de<br />

sua <strong>com</strong>unidade, devem ser reconhecidas e valorizadas<br />

e suas experiências utilizadas em respostas locais para a<br />

epidemia de AIDS. As agentes ou lideranças locais são<br />

conhecedoras e tem uma boa relação <strong>com</strong> a <strong>com</strong>unidade;<br />

conseguem criar estratégias de prevenção mais adequadas<br />

ou reconhecem dificuldades que nenhum profissional de<br />

saúde, que não pertence ao local, poderia reconhecer<br />

(Fonseca 2004). As mulheres jovens devem ser estimuladas<br />

a conhecer lideranças que desenvolvem ações de<br />

prevenção e fazer parte de atividades locais.<br />

94<br />

<strong>Trabalhando</strong> <strong>com</strong> <strong>Mulheres</strong> <strong>Jovens</strong>:<br />

<strong>Empoderamento</strong>, Cidadania e Saúde

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