Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As atividades desta seção foram estruturadas<br />
para estimular mulheres jovens a refletirem<br />
sobre as diferentes manifestações de violência<br />
em suas vidas pessoais e <strong>com</strong>unidades,<br />
e a desenvolver as habilidades necessárias<br />
para buscar apoio para si mesmas e outras<br />
mulheres que são vítimas de violência em<br />
suas <strong>com</strong>unidades. Parte deste processo<br />
inclui refletir sobre normas sociais de gênero<br />
que reforçam certos tipos de violência,<br />
particularmente violência contra a mulher,<br />
tratando-a <strong>com</strong>o normal e natural, e encoraja<br />
a mulher jovem a reconhecer seu<br />
potencial de proteger a si mesma.<br />
O que é violência?<br />
A Organização das Nações Unidas (ONU) define violência<br />
de gênero <strong>com</strong>o qualquer ato que resulta ou possa<br />
resultar em danos físicos, sexuais ou psicológicos ou outras<br />
formas de sofrimento, incluindo ameaças, coerção ou<br />
privação arbitrária da liberdade, seja no espaço público<br />
ou na vida privada. Em todo o mundo, as mulheres estão<br />
mais propensas a sofrer algum tipo de violência por parte<br />
de um parceiro íntimo (WHO 2005). Geralmente, são<br />
os homens que elas conhecem, amam e confiam que as<br />
colocam em situação de maior risco. Na América Latina<br />
e no Caribe, cerca de 30 a 75% das mulheres adultas já<br />
sofreram violência psicológica por um parceiro íntimo<br />
e cerca de 10 a 30% sofreram violência física (Morrison<br />
et al. 1999). Freqüentemente, estes diferentes tipos de<br />
violência coexistem num relacionamento. Por exemplo,<br />
a violência física é freqüentemente a<strong>com</strong>panhada pela<br />
psicológica e, em alguns casos, pela violência sexual<br />
(WHO 2005). Enquanto a maior parte dos atos de violência<br />
contra a mulher ocorre em contextos privados, é<br />
importante reconhecer que as mulheres também podem<br />
sofrer violência nos espaços públicos tais <strong>com</strong>o escolas<br />
e locais de trabalho.<br />
O que é violência de gênero?<br />
Na América Latina, a maioria das leis usa o<br />
termo “violência familiar” ou “violência doméstica”<br />
para indicar atos de violência contra as<br />
mulheres e crianças por um parceiro íntimo. Entretanto,<br />
tem aumentado o uso do termo “violência<br />
de gênero” ou “violência contra a mulher” para<br />
incorporar a grande gama dos atos de violência<br />
que as mulheres sofrem de seus parceiros íntimos,<br />
membros da família e outras pessoas fora da família.<br />
Estes termos estão relacionados ao fato de que as<br />
dinâmicas e normas de gênero estão diretamente<br />
relacionadas ao uso de violência contra mulher<br />
(Velzeboer 2003). No entanto, é importante mencionar<br />
que o termo “violência de gênero” também<br />
se refere à violência praticada contra homossexuais<br />
ou entre homens, ou seja, qualquer tipo de<br />
violência em que dinâmicas ou papéis de gênero<br />
contribuem para que seja exercida.<br />
Na última década ocorreu um maior reconhecimento da violência contra a mulher <strong>com</strong>o um<br />
problema de saúde pública e de direitos humanos:<br />
a. Em 1993, a Assembléia Geral da ONU aprovou<br />
a Declaração da Eliminação da Violência contra<br />
a Mulher.<br />
b. Em 1994, a Conferência Internacional sobre População<br />
e Desenvolvimento (CIPD), realizada no<br />
Cairo, e Conferência Mundial sobre <strong>Mulheres</strong> em<br />
Beijing (1995) reconheceram que o fim da violência<br />
contra as mulheres é fundamental para garantir<br />
os direitos sexuais e reprodutivos.<br />
c. Em 1994, chefes de estado dos países da América<br />
Latina declararam que a violência contra a mulher é<br />
uma violação dos direitos humanos na Convenção<br />
Inter-Americana de Prevenção, Punição e Erradicação<br />
da Violência contra a Mulher, conhecida <strong>com</strong>o “Convenção<br />
de Belém do Pará”, o único tratado internacional<br />
específico sobre violência contra as mulheres.<br />
d. Em 1996, a Assembléia Mundial da OMS declarou a<br />
violência <strong>com</strong>o uma prioridade para a saúde pública.<br />
36<br />
<strong>Trabalhando</strong> <strong>com</strong> <strong>Mulheres</strong> <strong>Jovens</strong>:<br />
<strong>Empoderamento</strong>, Cidadania e Saúde