Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
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e quais sentimentos isto poderia gerar nas “pessoas” e nas<br />
“coisas”. Além disso, é importante estar preparada para fazer<br />
referências a serviços de aconselhamento ou outros serviços<br />
de apoio, para as participantes que se sintam afetadas <strong>com</strong><br />
esta atividade.<br />
Procedimento<br />
1. Divida as participantes em três grupos. Cada grupo<br />
deve ter o mesmo número de participantes. NOTA: Se o<br />
número de participantes não corresponder a uma divisão<br />
exata, coloque participantes extras para o terceiro grupo<br />
que, <strong>com</strong>o descrito abaixo, serão observadoras.<br />
2. Informe que o nome da atividade é: Pessoas e Coisas.<br />
Escolha, aleatoriamente, um grupo para ser “coisas,” outro<br />
para ser “pessoas,” e o último para ser “observadoras”.<br />
3. Leia as regras para cada grupo:<br />
COISAS: As coisas não podem pensar, não sentem,<br />
não podem tomar decisões, têm que fazer aquilo que as<br />
pessoas ordenam. Se uma coisa quer se mover ou fazer<br />
algo, tem que pedir permissão à pessoa.<br />
PESSOAS: As pessoas pensam, podem tomar decisões,<br />
sentem e, além disso, podem pegar as coisas que querem.<br />
OBSERVADORAS: Observam em silêncio.<br />
4. Peça para o grupo de “pessoas” pegar as “coisas” e<br />
fazer <strong>com</strong> elas o que quiser.<br />
5. Dê ao grupo cinco minutos para que cumpram seus<br />
papéis de pessoas ou coisas.<br />
6. Peça ao grupo que volte ao seu lugar e use as palavras<br />
abaixo para facilitar a discussão.<br />
PASSO OPCIONAL: A facilitadora pode pedir que as<br />
participantes troquem de papel, isto é, quem foi coisa<br />
pode ser pessoa e vice-versa. Apenas é importante tomar<br />
cuidado para que a troca de papéis não seja vista <strong>com</strong>o<br />
possibilidade de vingança de quem passou a ocupar o<br />
papel de pessoa.<br />
Perguntas para discussão<br />
• Para as “coisas”<br />
Como foi tratada por sua “pessoa”? Como se sentiu<br />
sendo tratada <strong>com</strong>o coisa? Você se sentiu impotente?<br />
Por que sim ou por que não?<br />
• Para as “pessoas”<br />
Como tratou sua “coisa”? Como se sentiu tratando<br />
alguém <strong>com</strong>o coisa? Você se sentiu poderosa? Por que<br />
sim ou por que não?<br />
Por que as “coisas” obedeceram às ordens das “pessoas”?<br />
Houve pessoas do grupo de “coisas” ou “pessoas” que<br />
resistiram ao exercício?<br />
Em nossa vida cotidiana, nós somos tratadas <strong>com</strong>o coisas?<br />
Quem nos trata assim? Por quê?<br />
Nós tratamos outras pessoas <strong>com</strong>o coisas? Quem?<br />
Por quê?<br />
• Para os observadores<br />
Como se sentiu observando sem dizer nada? Você gostaria<br />
de ter interferido? Se sim, o que você poderia ter<br />
feito?<br />
• Na vida cotidiana, nós somos “observadores” de situações<br />
em que algumas pessoas tratam outras <strong>com</strong>o<br />
coisas? Nós interferimos? Por que sim? Por que não?<br />
• Se você tivesse a chance de escolher entre os três<br />
grupos, o que você teria escolhido ser? Por quê?<br />
• Por que as pessoas tratam os outros dessa maneira?<br />
• Quais são as conseqüências de um relacionamento<br />
em que uma pessoa trata a outra <strong>com</strong>o coisa?<br />
• Na sua <strong>com</strong>unidade, as mulheres costumam pertencer<br />
a um desses três grupos? A qual? Por quê? E os homens,<br />
costumam pertencer a um desses três grupos? Qual?<br />
(Veja Folha de Apoio1, sobre diferentes formas de<br />
poder e maneiras de usá-lo).<br />
• Como uma sociedade/ cultura perpetua ou apóia esse<br />
tipo de relacionamento?<br />
• O que você aprendeu <strong>com</strong> esta atividade? Você<br />
aprendeu alguma coisa que poderia ser aplicada na<br />
sua própria vida ou em seus relacionamentos?<br />
Fechamento<br />
Existem muitos tipos diferentes de relacionamentos<br />
em que uma pessoa pode exercer poder sobre outra, por<br />
exemplo, nas relações entre homens e mulheres, jovens<br />
e adultos, pais e filhos, alunos e professores, chefes e<br />
empregados. Algumas vezes, o desequilíbrio de poder<br />
nesses relacionamentos pode levar uma pessoa a tratar<br />
a outra <strong>com</strong>o objeto. Como discutiremos ao longo de<br />
várias dessas atividades, o poder desigual entre homens<br />
e mulheres em relacionamentos íntimos pode ter uma<br />
séria repercussão para a vulnerabilidade em relação às<br />
DSTs, HIV/Aids e gravidez não-planejada. Por exemplo,<br />
muitas vezes a mulher não tem poder para dizer quando<br />
e <strong>com</strong>o o sexo deve ocorrer, ou mesmo se a camisinha<br />
deve ser usada, devido às crenças enraizadas de que o<br />
homem deve se encarregar das decisões sobre sexo e de<br />
que as mulheres devem ser passivas. Em outros casos, a<br />
mulher que é financeiramente dependente do parceiro<br />
masculino pode achar que ela não tem poder de dizer<br />
não ao sexo.<br />
É importante lembrar que o poder por si só não é ruim.<br />
O modo <strong>com</strong>o esse poder é usado é que faz a diferença.<br />
Por meio dessas atividades, teremos a oportunidade de<br />
discutir <strong>com</strong>o as mulheres jovens podem usar seu poder<br />
individual e coletivamente para promover mudanças<br />
positivas em suas vidas e <strong>com</strong>unidades.<br />
<strong>Trabalhando</strong> <strong>com</strong> <strong>Mulheres</strong> <strong>Jovens</strong>:<br />
<strong>Empoderamento</strong>, Cidadania e Saúde<br />
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