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Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo

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de trabalho em grupo e vem a<strong>com</strong>panhado de um vídeo<br />

chamado “Minha vida de João” que apresenta a história<br />

de um rapaz desde a primeira infância, atravessando a<br />

adolescência, até o início da vida adulta.<br />

Especificamente, o programa H busca encorajar os<br />

homens jovens a se <strong>com</strong>portar da seguinte maneira:<br />

São aqueles que:<br />

• Mostram respeito em suas relações íntimas e buscam<br />

relações baseadas na eqüidade e intimidade, em vez<br />

de conquistas sexuais. Isto inclui acreditar que homens<br />

e mulheres têm os mesmos direitos de decidir sobre<br />

seu corpo e atividade sexual.<br />

• Buscam participar de atividades <strong>com</strong>o pais, não só<br />

<strong>com</strong>o provedores econômicos, mas cuidando de<br />

seus filhos.<br />

• Assumem a responsabilidade por temas de saúde sexual<br />

e reprodutiva, incluindo a iniciativa para discutir estes<br />

temas <strong>com</strong> suas parceiras, usando o preservativo e/ ou<br />

a<strong>com</strong>panhando suas parceiras na escolha ou <strong>com</strong>pra<br />

de um outro método contraceptivo.<br />

• Opõem-se a violência contra a mulher, incluindo os<br />

que foram violentos <strong>com</strong> suas parceiras no passado, e<br />

também os que acreditam que a violência não é um<br />

<strong>com</strong>portamento aceitável (Barker 2000).<br />

Um dos elementos chave dessas atividades educativas<br />

em grupo é o questionamento dos estereótipos masculinos<br />

rígidos e promotores da falta de eqüidade e<br />

<strong>com</strong>o estes afetam as vidas e relacionamentos tanto de<br />

homens quanto de mulheres. É dito freqüentemente<br />

que as responsáveis por ainda existirem homens machistas<br />

são as mães que os educam ou as esposas ou<br />

namoradas que os toleram e obedecem. Entretanto,<br />

é importante reconhecer que normas de gênero são<br />

construídas e reforçadas tanto por homens quanto por<br />

mulheres, que têm recursos limitados para transformar<br />

de forma eqüitativa a vida social, econômica e cultural,<br />

pois suas decisões são fundadas numa cultura secular<br />

patriarcal e discriminadora. Mas, por meio de processos<br />

educativos e de reflexão, tanto mulheres quanto<br />

homens podem contribuir para deixar de reproduzir<br />

crenças e expectativas opressivas <strong>com</strong> relação aos<br />

homens e mulheres <strong>com</strong> quem se relacionam.<br />

Juntos, os currículos dos Programas M e H, além<br />

dos vídeos, constituem um conjunto de ferramentas<br />

que, através de uma noção relacional, estimula<br />

a reflexão dos jovens, buscando empoderá-los <strong>com</strong><br />

eqüidade de gênero.<br />

O direito das mulheres e equidade de gênero<br />

Ao longo da história houve mulheres que questionaram<br />

a desigualdade de direitos entre mulheres e<br />

homens. Na Revolução Francesa, Olimpia de Gouges<br />

foi guilhotinada por seus <strong>com</strong>panheiros de luta por ter<br />

sido redatora da Declaração dos Direitos da Mulher e<br />

da Cidadã, na qual reivindicava a igualdade de direitos<br />

das mulheres frente aos homens. Já faz mais de 100<br />

anos que aconteceram em diferentes partes do mundo<br />

as lutas das mulheres pelo direto ao voto, à cidadania e<br />

a melhores condições de vida e de trabalho.<br />

A Convenção para Eliminação de todas as Formas<br />

de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), adotada<br />

em 1979 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, é<br />

geralmente descrita <strong>com</strong>o uma proposta de lei internacional<br />

pelos direitos das mulheres. Ela consiste em um<br />

preâmbulo de 30 artigos, que define o que constitui<br />

discriminação contra mulher e propõe um plano de<br />

ação nacional para eliminar a discriminação. A Convenção<br />

define discriminação contra a mulher <strong>com</strong>o:<br />

“toda distinção, exclusão ou restrição fundada no sexo<br />

e que tenha por objetivo ou conseqüência prejudicar<br />

ou destruir o reconhecimento, gozo ou exercício pelas<br />

mulheres, independentemente do seu estado civil,<br />

<strong>com</strong> base na igualdade dos homens e das mulheres,<br />

dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos<br />

campos político, econômico, social, cultural e civil ou<br />

em qualquer outro campo”.<br />

As conferências internacionais da ONU sobre<br />

População e Desenvolvimento de l994 e a Quarta<br />

Conferência Internacional sobre a Mulher em Beijing<br />

de l995 são um divisor de águas no movimento em<br />

prol da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos<br />

das mulheres. Nas agendas da ONU, de Cairo e de<br />

Pequim, a saúde sexual e reprodutiva, a igualdade<br />

de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos, entre<br />

outros conceitos, ocupam um lugar central. Um dos<br />

objetivos estratégicos na reunião de Pequim foi o de<br />

fortalecer programas de prevenção que promovam a<br />

saúde da mulher, dando prioridade a programas de<br />

educação formal e informal que apóiem a mulher e<br />

lhe permitam adquirir conhecimentos, tomar decisões<br />

e assumir responsabilidades quanto à própria saúde.<br />

As conferências do Cairo e de Pequim foram<br />

também parte de uma série de reuniões-marco e<br />

<strong>Trabalhando</strong> <strong>com</strong> <strong>Mulheres</strong> <strong>Jovens</strong>:<br />

<strong>Empoderamento</strong>, Cidadania e Saúde<br />

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