Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
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Folhas de apoio: Informação <strong>com</strong>plementar ou adicional<br />
sobre o tópico de atividade. A facilitadora deve<br />
sempre revisar <strong>com</strong> os participantes a informação contida<br />
nesses folhetos. Se possível, a facilitadora deve fazer<br />
cópias para distribuir. Outra possibilidade é copiar as<br />
informações desses folhetos numa cartolina para as participantes<br />
usarem <strong>com</strong>o referência durante a atividade,<br />
bem <strong>com</strong>o em futuras atividades.<br />
Papel da facilitadora<br />
O papel da facilitadora é criar um ambiente aberto e<br />
respeitoso no qual as mulheres jovens possam se sentir à<br />
vontade para <strong>com</strong>partilhar e aprender <strong>com</strong> suas próprias<br />
experiências. Como exposto acima, as atividades foram<br />
desenhadas para gerar um processo de reflexão e de<br />
aprendizagem participativa, cujo conteúdo não pode ser<br />
ensinado. Muitos dos temas – violência, sexualidade, paternidade,<br />
HIV/AIDS são <strong>com</strong>plexos e delicados. Muitas<br />
participantes podem abrir seus sentimentos durante o<br />
processo, enquanto outras simplesmente não desejem<br />
falar. O elemento-chave nesse processo é a facilitadora.<br />
Uma jovem jamais deve ser forçada a participar das atividades<br />
seja <strong>com</strong>o for, mas é papel da facilitadora buscar<br />
criar um ambiente em que as participantes se sintam à<br />
vontade para <strong>com</strong>partilhar suas opiniões e dúvidas. As<br />
experiências das mulheres jovens são a maior riqueza das<br />
atividades. Elas devem, portanto, ser sempre utilizadas<br />
de modo positivo. Por exemplo, se uma participante é<br />
mãe ou está grávida, a facilitadora deve convidá-la a<br />
<strong>com</strong>partilhar suas experiências para ajudar a desenvolver<br />
as reflexões e a <strong>com</strong>preensão do grupo sobre gravidez e<br />
maternidade. Isso não deve de modo algum ser usado<br />
<strong>com</strong>o oportunidade para condenar ou criticar a gravidez<br />
na adolescência. Do mesmo modo, cabe à facilitadora<br />
prestar atenção no grau de relaxamento das jovens e<br />
perceber quando alguma delas estiver precisando de<br />
atenção individual, e em alguns casos, fazer encaminhamento<br />
a serviços ou aconselhamento profissional.<br />
A facilitadora deve também ter em mente que a mudança<br />
de atitudes e <strong>com</strong>portamentos pode ser um longo<br />
processo, e a participação das mulheres jovens nestas<br />
atividades não levará necessariamente a uma súbita transformação<br />
de suas vidas e relacionamentos. O objetivo<br />
das oficinas é dar início a um processo de pensamento<br />
crítico sobre gênero, direitos e possibilidades de promoção<br />
de relacionamentos mais eqüitativos entre mulheres<br />
e homens. No entanto, esse processo em si mesmo, não<br />
é suficiente, a menos que seja a<strong>com</strong>panhado por mudanças<br />
mais abrangentes nas oportunidades das mulheres<br />
jovens em acessar recursos e serviços. No nível individual,<br />
é importante que a facilitadora seja sensível às realidades<br />
práticas das vidas das jovens e às limitações ou perigos<br />
que elas podem enfrentar ao tentar assumir uma maior<br />
autonomia em diferentes esferas de suas vidas. Em alguns<br />
casos, as jovens precisarão ser prudentes a respeito dos<br />
tipos de ‘mudanças’ que irão tentar promover em suas<br />
vidas e relacionamentos. Por exemplo, uma mulher<br />
jovem pode chegar à <strong>com</strong>preensão da importância de<br />
pedir que seu parceiro faça um exame de HIV, mas temer<br />
que ele fique irritado ou violento caso ela sugira isso. A<br />
facilitadora deve estar atenta a essas questões e ajudar<br />
as participantes a pensar cuidadosa e pragmaticamente<br />
sobre <strong>com</strong>o elas podem realizar e/ou negociar mudanças<br />
em suas vidas, inclusive em seus relacionamentos íntimos<br />
e familiares. Como mencionado acima, as atividades em<br />
Participação Comunitária promovem uma oportunidade<br />
para refletir em profundidade a respeito de possíveis<br />
ações individuais e coletivas relacionadas aos direitos e<br />
à saúde das mulheres jovens.<br />
Re<strong>com</strong>enda-se que, antes de ler ou trabalhar <strong>com</strong> o<br />
manual, a facilitadora tenha adquirido noções básicas<br />
acerca de conceitos <strong>com</strong>o ‘gênero’ e ‘sexualidade’, e<br />
tenha atravessado um certo nível de auto-reflexão a<br />
respeito de suas próprias experiências e lutas envolvendo<br />
os temas do manual. As facilitadoras se tornam, freqüentemente,<br />
importantes modelos e fontes de informação e<br />
apoio para as mulheres jovens. Por essa razão, é importante<br />
que elas tenham recebido treinamento suficiente<br />
em trabalhar <strong>com</strong> mulheres nos temas em questão, e<br />
tenham uma estrutura de apoio e recursos de organizações<br />
e/ou outros educadores e facilitadores.<br />
No anexo, incluímos uma folha de apoio <strong>com</strong> dicas<br />
para as facilitadoras. Esta folha não deve ser utilizada<br />
<strong>com</strong>o substituta do treinamento, e sim <strong>com</strong>o uma revisão<br />
de pontos importantes que se deve ter em mente<br />
ao trabalhar <strong>com</strong> mulheres jovens em atividades educativas<br />
de grupo.<br />
12 <strong>Trabalhando</strong> <strong>com</strong> <strong>Mulheres</strong> <strong>Jovens</strong>:<br />
<strong>Empoderamento</strong>, Cidadania e Saúde