Trabalhando com Mulheres Jovens: Empoderamento ... - Promundo
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Folha de apoio 27 B<br />
Redução de danos<br />
Aredução de danos pode ser definida <strong>com</strong>o uma<br />
estratégia pragmática do campo da saúde pública,<br />
que visa reduzir os danos associados ao consumo<br />
de drogas psicotrópicas. Mais ainda, constitui um<br />
conjunto de medidas voltadas a minimizar as conseqüências<br />
adversas do uso indevido de drogas.<br />
O princípio fundamental que a orienta é o respeito<br />
à liberdade de escolha, pois os estudos e as pesquisas,<br />
além da experiência dos serviços vinculados ao uso<br />
de drogas, têm demonstrado que muitos usuários não<br />
conseguem ou não querem deixar de usar drogas.<br />
Nesta medida, a redução de danos destaca-se<br />
<strong>com</strong>o uma importante estratégia de prevenção e tem<br />
se mostrado <strong>com</strong>o um instrumento eficaz para minimizar<br />
o risco de infecção pelo HIV e hepatite entre<br />
os usuários de drogas. Sua implementação consiste<br />
em um rol de ações desenvolvidas em campo por<br />
agentes <strong>com</strong>unitários conhecidos <strong>com</strong>o redutores(as)<br />
de danos, que são capacitados(as) para distribuição<br />
de insumos para o uso seguro de drogas e prevenção<br />
ao HIV/AIDS (seringas, cachimbos para crack,<br />
preservativos), desenvolvendo, sobretudo, ações de<br />
informação, educação, <strong>com</strong>unicação, aconselhamento<br />
e encaminhamento dos usuários de drogas<br />
para serviços de saúde, se necessário.<br />
O modelo da redução de danos parte de uma visão<br />
realista de que muitas pessoas fazem uso de drogas,<br />
algumas vezes de maneira prejudicial a si mesmo e a<br />
outras pessoas. Nesta forma estratégica, as situações<br />
punitivas são evitadas e os usuários não são rotulados<br />
ou vistos preconceituosamente. No caso específico<br />
da redução de danos, a pessoa que faz uso de droga<br />
– lícita ou ilícita – é<br />
vista antes e primeiramente<br />
<strong>com</strong>o ser<br />
humano e cidadão,<br />
portador dos mesmos<br />
direitos de um cidadão que não usa drogas.<br />
Assim sendo, a redução de danos busca minimizar<br />
possíveis conseqüências adversas ao consumo de<br />
psicoativos, sem necessariamente cessar o uso, e<br />
busca a inclusão social e cidadania para os usuários<br />
de drogas.<br />
Embora o uso de drogas seja um fenômeno que envolve<br />
inúmeros fatores sociais e pessoais, os usuários<br />
são percebidos <strong>com</strong>o responsáveis por suas próprias<br />
escolhas e podem ser estimulados a obter pouco a<br />
pouco níveis mais elevados de cuidados consigo<br />
mesmo, <strong>com</strong> sua saúde e bem-estar.<br />
Veja abaixo alguns exemplos de estratégias de redução<br />
de danos:<br />
Tabaco - reduzir o número de cigarros; não usar<br />
“baixos teores” que levam ao consumo de maior número<br />
de cigarros; aumentar a ingestão de alimentos<br />
<strong>com</strong> Vitamina C; usar outras fontes de nicotina <strong>com</strong>o<br />
adesivos, gomas de mascar, etc.<br />
Álcool - alimentar-se adequadamente; ingerir<br />
água e líquidos não alcoólicos; evitar atividades não<br />
<strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> a embriaguez <strong>com</strong>o dirigir carro e<br />
moto, operar máquinas, etc.<br />
Cocaína - beber muito líquido; se injetável, usar<br />
insumo próprio (canudo, seringas e agulhas); fracionar<br />
as doses; usar água destilada; lavar as mãos antes<br />
de preparar as doses injetáveis, etc.<br />
Desde 1994, no Brasil, a troca e o fornecimento de<br />
material de prevenção para usuários de drogas injetáveis<br />
é política de saúde pública. Sabe-se também que<br />
os programas de redução de danos não incentivam<br />
o uso nem distribuem drogas. Antes de tudo, a distribuição<br />
de material preventivo visa à proteção da<br />
saúde e a contenção da epidemia da AIDS, hepatite<br />
ou outras doenças de transmissão sangüínea.<br />
Também no Brasil, a Política de Atenção Integral<br />
à Saúde de Usuários de álcool e outras drogas<br />
(2003), preconiza a abordagem da redução de<br />
danos na saúde mental e em toda rede de atendimento<br />
à saúde de pessoas que<br />
fazem uso de drogas.<br />
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