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corporeidade e turismo - Revistas.uea.edu.br - uea

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Revista Eletrônica Aboré Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo - Edição 03/2007<<strong>br</strong> />

ISSN 1980-6930<<strong>br</strong> />

CORPOREIDADE E TURISMO: COMO PENSAR E<<strong>br</strong> />

VIVER ESTE DIÁLOGO POSSÍVEL?<<strong>br</strong> />

João Luiz da Costa Barros 1<<strong>br</strong> />

Carlossandro Carvalho de Albuquerque 2<<strong>br</strong> />

RESUMO<<strong>br</strong> />

O propósito deste estudo é analisar como o sentido de corpo está sendo tratado na<<strong>br</strong> />

dentro do campo da atividade turística. À medida que aprofundamos os conhecimentos e<<strong>br</strong> />

experiências na área do <strong>turismo</strong>, percebemos contradições, principalmente no que se refere à<<strong>br</strong> />

concepção de corpo. As reflexões indicaram-nos que, a totalidade do ser humano precisa ser<<strong>br</strong> />

vivenciada, apresentando, assim, uma concepção de corpo de forma prazerosa, considerando<<strong>br</strong> />

os desejos e a sensibilidade deste ser corpóreo em todo lugar social neste mundo-vida. E<<strong>br</strong> />

finalmente, apresentamos as considerações finais que podem possibilitar novos horizontes<<strong>br</strong> />

para o <strong>turismo</strong> numa concepção dialética do ser humano, em que a linguagem da constituição<<strong>br</strong> />

do sujeito reflete profundamente nas suas relações humanas e sociais.<<strong>br</strong> />

Palavras-Chave: Corpo e Turismo.<<strong>br</strong> />

ABSTRACT<<strong>br</strong> />

BODY LANGUAGE AND TOURISM: HOW TO THINK AND LIVE<<strong>br</strong> />

THIS POSSIBLE DIALOGUE?<<strong>br</strong> />

The main objective of this study is to analyze how the body meaning in handled inside<<strong>br</strong> />

the tourism activity. As we deepen the knowledge and experiences in the tourism area, we<<strong>br</strong> />

notice contradictions, mainly about the body knowledge. The reflections indicate that, the<<strong>br</strong> />

human totality needs to be lived, showing a body conception in a pleasing way, considering<<strong>br</strong> />

the desires and the sensibility of this human being in every social place in its world. Finally,<<strong>br</strong> />

we show the conclusion that may allow new horizons for the tourism in a dialectic<<strong>br</strong> />

conception, in that the body language reflects profoundly in its human and social relations.<<strong>br</strong> />

Key words: Body and Tourism<<strong>br</strong> />

1 Graduado em Educação Física e Mestre pela UNIMEP-SP. Docente da Universidade do Estado do Amazonas<<strong>br</strong> />

UEA - jbarros@<strong>uea</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Licenciado e Bacharel em Geografia, Mestre em Ciências do Ambiente - UFAM. Docente da Universidade do<<strong>br</strong> />

Estado do Amazonas - UEA. Contato: cscarvalho@<strong>uea</strong>.<strong>edu</strong>.<strong>br</strong>


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ISSN 1980-6930<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

O início do século XXI está sendo marcado como o século das mudanças. Praticamente<<strong>br</strong> />

todos os setores da sociedade sofrem mudanças radicais cotidianamente. Vivemos num tempo<<strong>br</strong> />

histórico onde os valores referenciais que funcionam como parâmetros das estruturas de<<strong>br</strong> />

equilí<strong>br</strong>io sócio-cultural estão sendo questionados fortemente. Parece que estamos vivendo no<<strong>br</strong> />

mundo das incertezas, das mudanças de paradigmas, em que, o poder do conhecimento<<strong>br</strong> />

científico ainda pensa em produzir verdades absolutas so<strong>br</strong>e a vida. As instituições de ensino<<strong>br</strong> />

superior, escolas, clubes e a própria estruturação familiar passam por profundos processos de<<strong>br</strong> />

transformação. Muitos dos paradigmas que vigoram ou vigoravam como referenciais de<<strong>br</strong> />

número expressivo de processos relacionais não encontram mais sustentação. Nesse sentido,<<strong>br</strong> />

para abordarmos está nova instância que é o sentido de corpo numa perspectiva turística e<<strong>br</strong> />

entendendo o lazer como componente cultural historicamente situado no tempo e espaço,<<strong>br</strong> />

precisamos considerar o movimento humano como expressão maior e estar atentos para o<<strong>br</strong> />

complexo e para as possibilidades de uma ordem que também é desordem, onde a visão do ser<<strong>br</strong> />

humano se revela como possibilidades num jogo dialético de necessidades e limites de uma<<strong>br</strong> />

realidade, na qual estamos inseridos. Assumir, o sujeito como ser social histórico corpóreo em<<strong>br</strong> />

permanente mobilização, substituindo o saber fechado por um saber aberto, dinâmico e<<strong>br</strong> />

participativo, a<strong>br</strong>e um campo possível de entendimento da evolução humana, através de<<strong>br</strong> />

buscas coletivas, dialogadas e lúdicas. Sendo assim, o papel fundamental das práticas<<strong>br</strong> />

profissionais neste novo século.<<strong>br</strong> />

É importante lem<strong>br</strong>ar que o grande desafio do século XXI é assumir a realidade de que<<strong>br</strong> />

o corpo não precisa r<strong>edu</strong>zir-se como objeto, mas identificá-lo como uma realidade humana<<strong>br</strong> />

vivida. Ser corpo em uma totalidade, é afirmar o ser humano por inteiro, em que, o corpo não<<strong>br</strong> />

pode ser comparado a uma máquina, e sim a um corpo que se perceba e expresse<<strong>br</strong> />

sensibilidade, emoção e inteligência. Assim, a afirmação da <strong>corporeidade</strong> como condição<<strong>br</strong> />

humana, o corpo precisa ser compreendido e vivido de modo diferente.<<strong>br</strong> />

A visão de corpo no <strong>turismo</strong> deve evidenciar o ser humano como unidade, que trabalha<<strong>br</strong> />

o movimento corporal em sua totalidade, garantindo assim, uma vida plena ao ser humano,<<strong>br</strong> />

possibilitando fundamentalmente, a criação de condições para experiências de aprendizagens<<strong>br</strong> />

significativas para a vida através do processo corporal.


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O profissional do <strong>turismo</strong> deve se colocar como um eterno aprendiz , ficando<<strong>br</strong> />

evidente que o sentido do corpo dependente do próprio sujeito que vivencia sua<<strong>br</strong> />

existencialidade num determinado tempo e espaço, comunicando-se com outros sujeitos e<<strong>br</strong> />

objetos através da inter-subjetividade.<<strong>br</strong> />

Se a preocupação é com o corpo, devemos, então, ir até ele, desejá-lo e vivenciá-lo.<<strong>br</strong> />

Só assim, poderemos buscar uma aspiração de vida entre nós. O ser humano está em jogo<<strong>br</strong> />

para viver com plenitude o seu ser corpóreo, através da experiência corporal, afirmando o<<strong>br</strong> />

humano como uma unidade em si mesmo e em relação dialógica com o mundo. A prática<<strong>br</strong> />

corporal através do lazer numa perspectiva turística, não tem diante de si um corpo apenas<<strong>br</strong> />

biológico, que seria um instrumento da alma, nem apenas um feixe de relações a estímulos<<strong>br</strong> />

externos ou internos, mas a exterioridade visível de uma unidade que se esconde e se revela<<strong>br</strong> />

no gesto e nas palavras. Conceber a <strong>corporeidade</strong> integrada na unidade do humano significa<<strong>br</strong> />

resgatar o sentido do sensível e do corpóreo na vida humana.<<strong>br</strong> />

Na verdade, essa visão de corpo no <strong>turismo</strong> deve ser concebida como uma teia<<strong>br</strong> />

dinâmica de padrões de inter-relação, em que qualquer linha dessa teia se reveste de<<strong>br</strong> />

importância, uma vez que, se ocorrerem alterações de qualquer ordem, certamente a<<strong>br</strong> />

sociedade, como um todo, sofrerá as conseqüências. Em outras palavras, CAPRA (1999) faz<<strong>br</strong> />

referências a esse respeito, afirmando que a teia da vida é uma idéia que transmite um sentido<<strong>br</strong> />

de entrelaçamento e de interdependência de todos os fenômenos psicológicos, biológicos,<<strong>br</strong> />

físicos, sociais e culturais em nossas vidas.<<strong>br</strong> />

Hoje, estamos vivendo numa era sem precedentes na história da humanidade, uma<<strong>br</strong> />

crise mundial de valores e valoração, em que, segundo MORIN (2000, p.45):<<strong>br</strong> />

o século XX produziu avanços gigantescos em todas as áreas do<<strong>br</strong> />

conhecimento científico, assim como em todos os campos da técnica. Ao mesmo<<strong>br</strong> />

tempo, produziu nova cegueira para os problemas globais , fundamentais e<<strong>br</strong> />

complexos, e esta cegueira gerou inúmeros erros e ilusões, a começar por parte dos<<strong>br</strong> />

cientistas, técnicos e especialistas.<<strong>br</strong> />

Na vida cotidiana, a configuração total não é mais precisa, certa e determinada.<<strong>br</strong> />

Pois, tudo está se interpenetrando e se complementando. Nesse sentido, é importante<<strong>br</strong> />

investigar e compreender os fenômenos de transcendência permanente da natureza humana,<<strong>br</strong> />

em que o sujeito consciente deve ter uma tarefa de construção de um mundo novo e de um<<strong>br</strong> />

novo sentido para a vida, principalmente numa concepção de lazer que trate as questões sócioambientais<<strong>br</strong> />

de forma holística e complexa.


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Superando os estreitos limites da dualidade corpo e mente, torna-se necessário buscar<<strong>br</strong> />

a identidade do <strong>turismo</strong>, pela formação crítico-reflexiva e criativa, entendo o ser humano<<strong>br</strong> />

enquanto unidade, realidade vivida que a si mesmo se constrói. Assim, como ser corpóreo, o<<strong>br</strong> />

homem representa movimento, gesto e expressão.<<strong>br</strong> />

O importante é que o profissional do <strong>turismo</strong> leve os indivíduos a viverem<<strong>br</strong> />

plenamente sua <strong>corporeidade</strong>, com equilí<strong>br</strong>io e criatividade contemplando o belo. Reforçando<<strong>br</strong> />

esta idéia, SANTIN 3 , quando em seus escritos so<strong>br</strong>e a <strong>corporeidade</strong>, afirma que<<strong>br</strong> />

<strong>corporeidade</strong> deve mais do que uma coisa a ser apreendida significar um desafio para a<<strong>br</strong> />

imaginação e a criatividade . Mais do que ter um corpo que se usa como objeto, o homem<<strong>br</strong> />

precisa ser corpo, realizando a autoconstrução corporal da consciência de si e da<<strong>br</strong> />

expressividade relacional, vivendo o corpo como trabalho e lazer, como gesto, harmonia, arte<<strong>br</strong> />

e espetáculo. O gesto corporal é intencional, psíquico, espiritual, da mesma forma como a<<strong>br</strong> />

inteligência, o pensamento e a vontade não são fenômenos desencarnados, necessitam do<<strong>br</strong> />

corpo e efetivam-se em movimentos do sistema nervoso e do cére<strong>br</strong>o. Os movimentos<<strong>br</strong> />

corporais visam às coisas do mundo por meio do próprio corpo, em que, esse movimento é<<strong>br</strong> />

derivado de uma intenção natural em busca do reino da liberdade.<<strong>br</strong> />

Estamos, na verdade, adentrando no século XXI com um novo paradigma voltado<<strong>br</strong> />

epistemologicamente para o resgate dos direitos da vida a partir da natureza humana.<<strong>br</strong> />

Melhorar o mundo, a sua comunidade e a si próprio, para que o ser humano seja digno de<<strong>br</strong> />

morar num espaço comum, é uma inusitada audácia humana.<<strong>br</strong> />

A produção epistemológica so<strong>br</strong>e o corpo defende a existência de uma nova ciência, a<<strong>br</strong> />

ciência do ser humano autônomo, significando que nela a investigação passará a ser<<strong>br</strong> />

intencional, simultaneamente física, biológica e antropossociológica. Abandonando<<strong>br</strong> />

rigorosamente o modelo clássico de racionalidade com a superação de uma aprendizagem<<strong>br</strong> />

dogmática e mecânica para promover a necessária busca de alternativas e propiciar o avanço<<strong>br</strong> />

do conhecimento.<<strong>br</strong> />

Estamos caminhando para o que parece ser realmente o caminho da unidade, da<<strong>br</strong> />

reconciliação com a natureza e conosco mesmo. Este novo paradigma traz um desafio para o<<strong>br</strong> />

<strong>turismo</strong>, fazendo com que as pessoas se percebam como corpos, como seres humanos capazes<<strong>br</strong> />

de uma condição de vida humana solidária e digna de ser.<<strong>br</strong> />

Percebemos que, a auto-imagem preponderante do ser humano vem recebendo<<strong>br</strong> />

diversas pancadas na sociedade, possibilitando assim, novas chances para recolocar<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Ver Perspectivas na visão da Corporeidade In MOREIRA, W, ()org), Educação Física & Esportes:<<strong>br</strong> />

Perspectivas para o século XXI, Campinas, SP: Papirus, 1993, p. 67.<<strong>br</strong> />

a


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positivamente o apreço à condição humana. Não basta termos conhecimento so<strong>br</strong>e o mundo e<<strong>br</strong> />

o universo. É preciso algo mais. É preciso teorizar a prática, fundir exterior com interior. O<<strong>br</strong> />

auto-conhecimento é o acesso à capacidade básica de qualquer ser humano. Esta capacidade<<strong>br</strong> />

que descrevo é o amor, entendido como um diálogo com a própria interioridade. Implicando<<strong>br</strong> />

que precisamos uns dos outros. Como disse RIBEIRO (1998, p.17),<<strong>br</strong> />

a humanidade há de<<strong>br</strong> />

respeitar-se a si mesma. Conservar e cultivar o espaço comum. Assegurar a paz e a<<strong>br</strong> />

solidariedade. O ser humano deve criar seu presente e seu futuro .<<strong>br</strong> />

Neste paradigma da totalidade, FREIRE (1997,p.13) alicerça dizendo:<<strong>br</strong> />

Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um<<strong>br</strong> />

único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para<<strong>br</strong> />

aprender e outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emanciparem.<<strong>br</strong> />

Portanto, a liberdade de ação desse corpo e a sua integração com a natureza são<<strong>br</strong> />

fatores preponderantes na formação humana no <strong>turismo</strong>. Pois, como unidade corporal, o<<strong>br</strong> />

fenômeno corporal tem seu sentido na totalidade da experiência humana, favorecendo uma<<strong>br</strong> />

visão do corpo e do movimento integrados em busca de sua auto-superação. Na verdade,<<strong>br</strong> />

FREIRE (1997), no seu livro Educação de Corpo Inteiro comenta que: quando matriculamos<<strong>br</strong> />

nossos filhos na escola, não matriculamos somente a cabeça, mais sim, o corpo inteiro . Esta<<strong>br</strong> />

dimensão humana, social e cultural do corpo convalida um pensamento global em relação a<<strong>br</strong> />

tudo que nos cerca, neste mundo-vida.<<strong>br</strong> />

Há necessidade que tenhamos entre nós uma constante relação existencial dialética<<strong>br</strong> />

com a estrutura global do homem, conduzindo uma busca constante so<strong>br</strong>e a compreensão da<<strong>br</strong> />

existência humana, de esclarecimento do enigma do homem e do ser. Esta busca nunca se<<strong>br</strong> />

acabará, mas sempre estará aberta a novas interrogações.<<strong>br</strong> />

O real significado das relações homem-mundo é estabelecido em contato imediato do<<strong>br</strong> />

corpo com as coisas do mundo. É o toque, o olhar, é o cheiro, é o gosto... enfim, nossos<<strong>br</strong> />

sentidos, que nos revelam o mundo e as pessoas.<<strong>br</strong> />

Acreditamos que o corpo-sujeito seja a instância mais decisiva da existencialidade do<<strong>br</strong> />

ser humano neste planeta, no qual, observamos no dia a dia, a falta de sensibilidade, de<<strong>br</strong> />

diálogo, de desejo e de prazer nas relações humanas, favorecendo uma desumanização do ser<<strong>br</strong> />

humano.<<strong>br</strong> />

Hoje, em nossos dias, os seres humanos possuem nas mãos condições de destruir o<<strong>br</strong> />

mundo, num apertar de botões, no qual, a viabilidade de destruição bioquímica de


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determinadas pessoas através de drogas é tão real quanto a manipulação do código genético<<strong>br</strong> />

para que se produzam nos laboratórios indivíduos, dando assim margem para o aparecimento<<strong>br</strong> />

de posturas e condutas que beiram ao terrorismo vivido em alguns lugares do mundo.<<strong>br</strong> />

Somos diariamente bombardeados por centenas de informações que denunciam ou<<strong>br</strong> />

simplesmente reportam tal fato: Destruição de milhares de em<strong>br</strong>iões humanos ; a<<strong>br</strong> />

mortandade por infecções hospitalares ; Estados Unidos invadem o Iraque e matam mais de<<strong>br</strong> />

30 mil pessoas ; Aumenta o consumo de drogas em crianças e adolescentes . Milhares de<<strong>br</strong> />

crianças, adolescentes e jovens encontram-se sem escolas e sem família ; A desigualdade<<strong>br</strong> />

social cresce no País de forma alarmante ; A inatividade física favorece o aumento do<<strong>br</strong> />

número de doenças ; A prática esportiva sendo utilizada como aparelho ideológico do<<strong>br</strong> />

estado em prol de interesses políticos e religiosos ; Alunos da rede pública de ensino não<<strong>br</strong> />

sentem o gosto pelas aulas de Educação Física ; Violência Doméstica: Pais já mataram 456<<strong>br</strong> />

filhos desde 2000 ; O desequilí<strong>br</strong>io da natureza leva ao aquecimento global e,<<strong>br</strong> />

conseqüentemente conduz uma das aflições antropológicas do ser humano . Assim,<<strong>br</strong> />

lem<strong>br</strong>amos alguns fatos marcantes que só fazem aumentar esse triste cenário relacional entre<<strong>br</strong> />

o ser humano e o mundo em que vivemos, principalmente, quando trabalhamos com pessoas<<strong>br</strong> />

que vivenciaram algumas experiências expostas acima.<<strong>br</strong> />

Existem vários estudiosos que estão incomodados com este retrato preocupante em<<strong>br</strong> />

nossa sociedade, nos quais adentram com rigor no núcleo da valorização do corpo-sujeito, do<<strong>br</strong> />

corpo-sensível, interpretando e propondo novas formas de definições desse corpo para nossas<<strong>br</strong> />

vidas relacionais. Justificando, assim, a preocupação do corpo-sujeito neste mundo-vida.<<strong>br</strong> />

Citamos apenas ASSMANN (1993), por exemplo, quando afirma a necessidade da criação e<<strong>br</strong> />

estruturação de uma teoria da <strong>corporeidade</strong>, a qual forneceria bases eficientes para uma teoria<<strong>br</strong> />

pedagógica, em que às ações ético-políticas e opções solidárias estariam contempladas em<<strong>br</strong> />

qualquer área do conhecimento, principalmente no <strong>turismo</strong>.<<strong>br</strong> />

Esta necessidade de uma reflexão teórica so<strong>br</strong>e o sentido de corpo no <strong>turismo</strong><<strong>br</strong> />

possibilitará mudanças de atitudes importantes nas práticas corporais de lazer em nossos dias<<strong>br</strong> />

atuais. A própria caminhada acadêmica no <strong>turismo</strong> justifica uma investigação que ligue o<<strong>br</strong> />

empírico com a teoria, numa práxis que direcione enormes possibilidades de transformação no<<strong>br</strong> />

momento historicamente situado, em que é postulada uma nova maneira de valorizar o<<strong>br</strong> />

<strong>edu</strong>cador e o <strong>edu</strong>cando. Portanto, evidenciando-se assim, a geração de um novo<<strong>br</strong> />

conhecimento.


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Vários fatores desse novo conhecimento nos levam a parar e pensar so<strong>br</strong>e nossas<<strong>br</strong> />

práticas corporais e profissionais, onde os profissionais do <strong>turismo</strong> precisam estar atentos ao<<strong>br</strong> />

malogro que rodeia sua ação no dia a dia, posicionando-se de maneira crítica e criativa em<<strong>br</strong> />

relação ao meio social. Constituindo assim, ponto de partida para um posicionamento<<strong>br</strong> />

reflexivo so<strong>br</strong>e as concepções predominantes na própria área.<<strong>br</strong> />

Valores humanos como respeito, humildade, dignidade, que há muito tempo caíram<<strong>br</strong> />

em desuso, voltam a ser comentados e valorizados pelas pessoas e instituições, dando início a<<strong>br</strong> />

um movimento em busca de um novo denominador comum para o ser humano, tomara, mais<<strong>br</strong> />

humano.<<strong>br</strong> />

Desta forma, parece-nos que teremos que buscar e construir um saber-fazer<<strong>br</strong> />

consciente e a<strong>br</strong>angente, oportunizando uma prática mais ampla, onde os aspectos<<strong>br</strong> />

psicológicos, sociológicos, filosóficos e pedagógicos precisam ser considerados nas ações<<strong>br</strong> />

profissionais de intervenção no campo do <strong>turismo</strong>.<<strong>br</strong> />

O trabalho exercido na linha de ação deste profissional considerará o ser humano em<<strong>br</strong> />

sua <strong>corporeidade</strong>, numa condição humana básica de participação, presença significante e<<strong>br</strong> />

solidária neste mundo planetário existencial. Só assim atingiremos a meta ética e social da<<strong>br</strong> />

dignidade humana, na qual observamos que, em grande parte dos humanos, ainda não há<<strong>br</strong> />

sensibilidade para o que está acontecendo com seus semelhantes.<<strong>br</strong> />

Assim, um dos objetivos alcançar no <strong>turismo</strong> deverá ser a compreensão do corposujeito<<strong>br</strong> />

com a dimensão ontológica do ser humano como ser no mundo, tornando-se fonte de<<strong>br</strong> />

desejos e de aspirações.<<strong>br</strong> />

Portanto, ao afirmar que tudo passa pelo corpo-sujeito, a possibilidade de<<strong>br</strong> />

compreensão do mundo e das coisas, torna-se um fator irreversível para o entendimento da<<strong>br</strong> />

cultura da humanidade com a cultura científica.<<strong>br</strong> />

A humanidade e o mundo planetário passam por uma fase de mudanças,<<strong>br</strong> />

mudanças essas advindas de tomadas de decisões em que os valores e as atitudes prevalecem<<strong>br</strong> />

como uma nova mudança de paradigma. Esta compreensão e esta transformação da realidade<<strong>br</strong> />

baseada no corpo, torna-se um fantástico desafio em direção às mudanças necessárias ao<<strong>br</strong> />

desenvolvimento humano no <strong>turismo</strong> na sua relação consigo, com os outros, com a natureza e<<strong>br</strong> />

com o mundo.<<strong>br</strong> />

GONÇALVES (1994. p.102), posiciona-se afirmando que <strong>corporeidade</strong><<strong>br</strong> />

forma de o homem ser no mundo (...) sendo impossível a existência do homem no mundo sem<<strong>br</strong> />

um corpo .<<strong>br</strong> />

é a


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Para SANTIN (1993) a <strong>corporeidade</strong> deveria dar uma idéia da ação de cultivar e<<strong>br</strong> />

cultuar o corpo. As idéias de cultivo e culto são para ajudar a imaginar não propriamente o<<strong>br</strong> />

significado de <strong>corporeidade</strong>, mas para inspirar a traçar atividades específicas de seu<<strong>br</strong> />

desenvolvimento. Saber vivenciar a <strong>corporeidade</strong> é mais importante que saber o sentido da<<strong>br</strong> />

mesma. Por isso, a <strong>corporeidade</strong> humana deve transcender a esfera do físico, do corporal e<<strong>br</strong> />

considerar a sensibilidade afetiva, as emoções, os sentimentos, os impulsos sensíveis, o senso<<strong>br</strong> />

estético, entre outros.<<strong>br</strong> />

Ainda SANTIN (1993) enfatiza que é uma tarefa difícil, do ponto de vista<<strong>br</strong> />

conceitual, definir <strong>corporeidade</strong>. Segundo a filosofia e as ciências, a <strong>corporeidade</strong> é uma visão<<strong>br</strong> />

do conhecimento racional e científico do corpo, e que, nem sempre, é a <strong>corporeidade</strong> do<<strong>br</strong> />

cotidiano dos indivíduos, pois o importante é a <strong>corporeidade</strong> socializada.<<strong>br</strong> />

Assim sendo, o sentido de corpo com as crianças, no campo do <strong>turismo</strong>, deve<<strong>br</strong> />

aparecer de maneira espontânea e expressiva observando os seus movimentos com muita<<strong>br</strong> />

simplicidade, como por exemplo: saltar, correr, pular, sorrir torna-se a síntese de todo um<<strong>br</strong> />

processo corporal, em que concepções dualísticas perdem suas forças. Essa síntese não<<strong>br</strong> />

determina se é a razão, a emoção ou o espírito que comanda os movimentos, simplesmente a<<strong>br</strong> />

criança flui com o movimento. Segundo FREIRE (1991), essa síntese não separa o corpo da<<strong>br</strong> />

mente, o inteligível do sensível, ambos estão de forma harmônica presentes nos movimentos<<strong>br</strong> />

corporais.<<strong>br</strong> />

Nesta perspectiva de valorar o fenômeno do corpo de forma holística e sistêmica,<<strong>br</strong> />

com o passar do tempo, parece que esta sendo esquecida, principalmente na visão da ciência.<<strong>br</strong> />

É por tais razões que este conceito, que parece ser tão simples tem tamanha densidade no<<strong>br</strong> />

campo do <strong>turismo</strong> neste mundo contemporâneo.<<strong>br</strong> />

PINTO (1997, p. 254) menciona que ... a <strong>corporeidade</strong> é uma característica<<strong>br</strong> />

humana básica, um corpo, que é humano, pensa, por isso movimenta-se conscientemente e,<<strong>br</strong> />

como tal, torna-se plenamente ser .<<strong>br</strong> />

Ainda SÉRGIO (1987, p.15) afirma que:<<strong>br</strong> />

Há assim, a garantia de que a motricidade sugere aspectos essenciais da<<strong>br</strong> />

existência e é, com certeza, a sua expressão mais imediata, pois a <strong>corporeidade</strong> e<<strong>br</strong> />

motricidade têm o mesmo significado e a motricidade é uma decorrência natural da<<strong>br</strong> />

<strong>corporeidade</strong>.


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Portanto, sendo a motricidade uma decorrência natural da <strong>corporeidade</strong>, o autor<<strong>br</strong> />

acima define o humano a partir da realidade corporal - sou meu corpo - desta forma, o ser, a<<strong>br</strong> />

realidade ontológica coincide com a realidade corpórea. Ou seja, o ser humano define-se<<strong>br</strong> />

como tal pelo seu corpo, pela motricidade e não pelo pensamento, e sim, de uma perspectiva<<strong>br</strong> />

sensível expressa no corpo e na motricidade.<<strong>br</strong> />

Assim, segundo MERLEAU-PONTY (1999, p.159), a motricidade diz respeito à<<strong>br</strong> />

intencionalidade motora, isto é, todo movimento tem um fundo que o acompanha:<<strong>br</strong> />

O fundo do movimento não é uma representação associada ou ligada<<strong>br</strong> />

exteriormente ao próprio movimento, ele é imanente ao movimento, ele o anima e o<<strong>br</strong> />

mantém a cada momento; a iniciação cinética é para o sujeito uma maneira original<<strong>br</strong> />

de referir-se a um objeto, assim como a percepção.<<strong>br</strong> />

O movimento corporal não é um meio intermediário entre o mundo exterior e a<<strong>br</strong> />

consciência, mas possui uma intenção de totalidade que se manifesta no próprio movimento.<<strong>br</strong> />

Nesse processo, a intencionalidade da consciência é o que garante a relação entre o sujeito e o<<strong>br</strong> />

objeto, o que confere a originalidade do ser no mundo, rompendo com o dualismo entre o<<strong>br</strong> />

nível psíquico e o nível biológico e a motricidade é que efetiva essa possibilidade. A<<strong>br</strong> />

motricidade no <strong>turismo</strong>, portanto, é a característica primeira do corpo-próprio, fazendo-o ser<<strong>br</strong> />

um corpo vivo, dotado de significação.<<strong>br</strong> />

Enfim, o sentido de corpo no <strong>turismo</strong> deverá formar uma unidade que se torne<<strong>br</strong> />

visível nos movimentos, sejam eles referentes às ações cotidianas ou aos hábitos motores mais<<strong>br</strong> />

complexos no lazer. Para Merleau-Ponty, o mundo já existe e é o campo de todos os<<strong>br</strong> />

pensamentos e percepções. Não há, pois, uma verdade que habite a consciência, a verdade<<strong>br</strong> />

está no mundo e é no mundo que o homem conhece. Nesse processo de conhecimento, a<<strong>br</strong> />

<strong>corporeidade</strong> constitui um campo no <strong>turismo</strong> que permite compreender todos os níveis<<strong>br</strong> />

constituintes do sujeito em sua totalidade.<<strong>br</strong> />

UM NOVO OLHAR DESAFIADOR NAS AULAS DE TURISMO<<strong>br</strong> />

Um novo olhar desafiador nas aulas de Turismo é sentir o aluno como um ser<<strong>br</strong> />

humano capaz de enfrentar as dificuldades do dia a dia, e de conhecer as possibilidades reais<<strong>br</strong> />

de elucidação de uma determinada situação conflitante que o incomoda. Assim, devemos


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desenvolver o ser humano como um todo, de modo a fortalecer a força de vontade, a<<strong>br</strong> />

solidariedade, o respeito, a participação e a conscientização.<<strong>br</strong> />

É necessário que o professor em sua prática pedagógica, busque a atualização<<strong>br</strong> />

constante com intencionalidade, perspicácia, inventividade, afetividade e inteligência. Os<<strong>br</strong> />

saberes vivenciados fazem parte de uma <strong>edu</strong>cação contextualizada, em que os fatores de<<strong>br</strong> />

ordem política, econômica, material, familiar e pessoal estarão interferindo de várias maneiras<<strong>br</strong> />

na ação e reflexão de sua práxis.<<strong>br</strong> />

É importante essa visão cultural na construção histórica do seu mundo de relações<<strong>br</strong> />

corporais, na busca do ser livre e criativo. Precisamos entender que a ação profissional no<<strong>br</strong> />

<strong>turismo</strong> está estritamente ligada a uma forma de construção dialógica do individual e do<<strong>br</strong> />

coletivo.<<strong>br</strong> />

Enquanto trabalhamos enquanto <strong>edu</strong>cadores, é imperativo estudarmos não só suas<<strong>br</strong> />

dimensões físicas e psicológicas, mas também suas manifestações sociais e culturais.<<strong>br</strong> />

Para MORIN (2000, p. 30), Hoje, há que insistir fortemente na utilidade de um<<strong>br</strong> />

conhecimento que possa servir à reflexão, meditação, discussão, incorporação por todos, cada<<strong>br</strong> />

um no seu saber, na sua experiência, na sua vida... .<<strong>br</strong> />

Na sociedade, ainda imperam os valores da elite dominante, tais como as formas<<strong>br</strong> />

de discriminação econômica, política e social, de sexo e de raça, estando essas formas<<strong>br</strong> />

presentes na prática profissional em <strong>turismo</strong>; havendo necessidade de caminhar rumo a uma<<strong>br</strong> />

postura mais crítica frente a todo poder econômico e social, que impera na sociedade.<<strong>br</strong> />

Deve-se buscar uma prática profissional consciente, transformadora no <strong>turismo</strong>,<<strong>br</strong> />

com enfoque de liberdade e responsabilidade para os <strong>edu</strong>candos. Todas essas inferências<<strong>br</strong> />

conduzem a uma tomada de decisão capaz de conceber uma nova postura deste professional,<<strong>br</strong> />

vinculado ao contexto sócio-<strong>edu</strong>cacional em que se faz inserido.<<strong>br</strong> />

Precisamos entender o mundo e a própria vida do ser humano, mudando<<strong>br</strong> />

radicalmente a forma de sentir, pensar e agir.<<strong>br</strong> />

Assim, o trabalho exercido no <strong>turismo</strong> deverá considerar o ser humano em sua<<strong>br</strong> />

<strong>corporeidade</strong> numa condição humana básica de participação, presença significante e solidária,<<strong>br</strong> />

ajudando as pessoas a viverem o movimento da transcendência e de uma realidade vivida: eis<<strong>br</strong> />

um dos sentidos nas aulas do curso de Turismo. Enfim, precisamos pensar um novo olhar<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a atuação do profissional em <strong>turismo</strong> de forma consciente, através das necessidades e<<strong>br</strong> />

dos limites da realidade em que irão atuar, compromissados com o desvelamento e a


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construção de alternativas criativas que possam desafiar o tempo presente e investir em novas<<strong>br</strong> />

formas de existência sócio-cultural, mais humanizadas e justas.<<strong>br</strong> />

Portanto, construir coletivamente um projeto na área do <strong>turismo</strong> é assumir a<<strong>br</strong> />

defesa da democracia, pois o que interessa é superar o corpo-problema vivido na área, com o<<strong>br</strong> />

acesso devido ao conhecimento científico e humano, aos recursos tecnológicos de ponta e ao<<strong>br</strong> />

pessoal altamente qualificado. A formação e a atuação profissional precisa estar carregada de<<strong>br</strong> />

sentidos, numa dinâmica, em que, o corpo-mistério situa-se como ponto central do encontro<<strong>br</strong> />

do ser humano, consigo mesmo e com o mundo. Assim, compreender criticamente a<<strong>br</strong> />

<strong>corporeidade</strong>, seria a primeira possibilidade para se estudar a presença do ser humano no<<strong>br</strong> />

<strong>turismo</strong> através de uma visão sistêmica.<<strong>br</strong> />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<<strong>br</strong> />

Concluímos este artigo so<strong>br</strong>e a valorização do corpo-sujeito no <strong>turismo</strong> considerando<<strong>br</strong> />

o fenômeno da <strong>corporeidade</strong>, dizendo que, só poderemos chegar a uma consciência do nosso<<strong>br</strong> />

mundo real se vivenciarmos experiências diversas em nossas vidas. Ou seja, a dimensão<<strong>br</strong> />

histórica do corpo vivido necessita ser considerada, por possuir diferentes sentidos e<<strong>br</strong> />

tatuagens. MERLEAU-PONTY (1999) posiciona-se dizendo que: Quer se trate do corpo do<<strong>br</strong> />

outro ou de meu próprio corpo, não tenho outro meio de conhecer o corpo humano senão<<strong>br</strong> />

vivê-lo . Pois, o espaço e o tempo no mundo em que vivemos são construídos<<strong>br</strong> />

cotidianamente por nós, através de uma perspectiva permanente de mudança em nossas ações<<strong>br</strong> />

e de compromisso com o valor humano. Precisamos estar conscientes que o corpo, a natureza<<strong>br</strong> />

e a sociedade constituem um processo vital para a nossa sabedoria. Significando assim, uma<<strong>br</strong> />

superação constante so<strong>br</strong>e nossos limites existenciais. A busca da moralidade, da<<strong>br</strong> />

solidariedade entre as pessoas, significará uma ponte que pode estabelecer uma condição<<strong>br</strong> />

verdadeiramente humana para todos nós. Hoje, buscam-se as possibilidades de diálogo com as<<strong>br</strong> />

possíveis verdades, originárias da ciência. O saber, na verdade, é experimentar, saborear o<<strong>br</strong> />

mundo humano, através da inteligência, da afetividade, da curiosidade e da paixão. Nós<<strong>br</strong> />

pensamos e agimos segundo os paradigmas inscritos culturalmente em nós. Precisamos<<strong>br</strong> />

enxergar um novo paradigma no <strong>turismo</strong>, para que se entenda a condição da vida humana. É<<strong>br</strong> />

preciso que se comece com a imaginação, pois ela consiste no pré-requisito do ato criativo.<<strong>br</strong> />

Segundo MORIN (2000, p.21) , a importância da fantasia e do imaginário no ser humano é<<strong>br</strong> />

inimaginável . As próprias teorias e as idéias têm que serem revistas frentes ao inesperado,


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que acontece todo momento. Tudo que é novo provoca um medo entre nós. Necessitamos ser<<strong>br</strong> />

ousados em nossas atitudes frente às doutrinas e as ideologias dominantes que impedem<<strong>br</strong> />

novas propostas de implementação de gestão por competência na área do <strong>turismo</strong>.<<strong>br</strong> />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />

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