pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

21.02.2014 Views

188 grupos da mesma espécie, que podem ser reflexo do ambiente em que vivem ou por isolamento reprodutivo. Já a merística, consiste em contar o número de estruturas fixas (espinhos, dentes) e comparar o padrão encontrado em diferentes subgrupos da mesma espécie. Desta forma, também se pode inferir o grau de isolamento de cada um dos e criar medidas de manejo compatíveis com cada um deles. No que diz respeito à amostragem biológica, outra questão importante é a obtenção de informações reprodutivas. O primeiro passo para se estudar a reprodução de um crustáceo, é identificar o estágio de desenvolvimento da gônada do indivíduo. Para isto, coleta-se o ovário ou testículo ainda fresco fixando-os normalmente em formalina 10%. Uma referência cromática do ovário é normalmente tomada por comparação com uma tabela de cores padrão (Pantone) para que se possa estabelecer uma relação entre o observado macroscopicamente e a condição de maturação histológica do tecido ovariano (Fig. 18). O tecido fixado é então submetido a um processo histológico tradicional, sendo corado com Hematoxilina e Eosina e posteriormente montado em lâmina permanente. Desta forma, se cria uma relação entre a caracterização macroscópica e a microscópica dos ovários e testículos, resultando em um método prático de classificação das gônadas em laboratório (Fig. 19). Adicionalmente, pode-se estabelecer uma razão entre o peso da gônada e o peso total do indivíduo, o que é chamado de Índice Gonadossomático (IGS). A variação sazonal deste índice pode indicar a época reprodutiva para uma determinada espécie, já que a importância relativa do peso da gônada desenvolvida é maior durante este período. Figura 18. Classificação macroscópica do ovário de camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis).

189 Uma vez que se pode identificar o grau de maturação das gônadas, é possível determinar quais as épocas e áreas reprodutivas, assim como determinar o tamanho médio de primeira maturação para a população estudada, fornecendo uma valiosa informação para o manejo eficiente dos estoques pesqueiros. Normalmente são identificados quatro estágios histológicos de desenvolvimento da gônada feminina de camarões, de acordo com características das células nos ovários estes estágios são: Estágio I (pré-vitelogênese ou imaturo): Neste estágio as células mais abundantes são as oogônias (og), que fazem parte do epitélio germinativo. As oogônias são as células menores, ovaladas ou arredondadas. Seu núcleo é esférico, ocupando quase toda a célula. Apresenta um núcleo excêntrico e o citoplasma com intensa basilifilia. Essas células ocupam a porção central do ovário, formando a zona de proliferação. Os ovócitos imaturos (ovI) ocupam a porção mais periférica da gônada e são caracterizados por um citoplasma basófilo e um maior tamanho (Fig. 18) que as oogônias. O diâmetro médio destas células durante esse estágio é 56,9 µm. Os ovócitos do estágio I possuem forma arredondada ou angulada, com núcleo esférico, apresentando nucléolos na região periférica do núcleo. Estágio II (vitelogênese inicial ou maturação inicial) Essa fase é marcada pelo início da vitelogênese, já que começam a aparecer vesículas pouco coradas no citoplasma. O diâmetro médio da célula aumenta para 127 µm. O núcleo é grande e possui forma esférica. O citoplasma torna-se acidófilo, adquirindo a cor rosa quando corado por HE. Ovócitos característicos do estágio I também estão presentes. Estágio III (vitelogênese final ou maduro): Os ovócitos continuam a aumentar de tamanho e o diâmetro médio nesse estágio é 183 µm. Nesta fase as vesículas aumentam de tamanho e são chamadas de grânulos, que agora são acidófilos (maior afinidade pela eosina) e concentram-se na região cortical. Durante este estágio foram encontrados ovócitos I e II simultaneamente com os ovócitos III. Estágio IV (desovado): Neste estágio o ovário perde a organização celular, restando lacunas geradas pela liberação dos ovócitos maduros, células foliculares e grânulos de vitelo. Alguns ovócitos em estágio III permanecem no ovário.

189<br />

Uma vez que se po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o grau <strong>de</strong> maturação das gônadas, é possível<br />

<strong>de</strong>terminar quais as épocas e áreas reprodutivas, assim como <strong>de</strong>terminar o tamanho<br />

médio <strong>de</strong> primeira maturação para a população estudada, fornecen<strong>do</strong> uma valiosa<br />

informação para o manejo eficiente <strong>do</strong>s estoques pesqueiros.<br />

Normalmente são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s quatro estágios histológicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

gônada feminina <strong>de</strong> camarões, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com características das células nos ovários<br />

estes estágios são:<br />

Estágio I (pré-vitelogênese ou imaturo):<br />

Neste estágio as células mais abundantes são as oogônias (og), que fazem parte <strong>do</strong><br />

epitélio germinativo. As oogônias são as células menores, ovaladas ou arre<strong>do</strong>ndadas.<br />

Seu núcleo é esférico, ocupan<strong>do</strong> quase toda a célula. Apresenta um núcleo<br />

excêntrico e o citoplasma com intensa basilifilia. Essas células ocupam a porção<br />

central <strong>do</strong> ovário, forman<strong>do</strong> a zona <strong>de</strong> proliferação.<br />

Os ovócitos imaturos (ovI) ocupam a porção mais periférica da gônada e são<br />

caracteriza<strong>do</strong>s por um citoplasma basófilo e um maior tamanho (Fig. 18) que as<br />

oogônias. O diâmetro médio <strong>de</strong>stas células durante esse estágio é 56,9 µm. Os<br />

ovócitos <strong>do</strong> estágio I possuem forma arre<strong>do</strong>ndada ou angulada, com núcleo esférico,<br />

apresentan<strong>do</strong> nucléolos na região periférica <strong>do</strong> núcleo.<br />

Estágio II (vitelogênese inicial ou maturação inicial)<br />

Essa fase é marcada pelo início da vitelogênese, já que começam a aparecer<br />

vesículas pouco coradas no citoplasma. O diâmetro médio da célula aumenta para<br />

127 µm. O núcleo é gran<strong>de</strong> e possui forma esférica. O citoplasma torna-se acidófilo,<br />

adquirin<strong>do</strong> a cor rosa quan<strong>do</strong> cora<strong>do</strong> por HE. Ovócitos característicos <strong>do</strong> estágio I<br />

também estão presentes.<br />

Estágio III (vitelogênese final ou maduro):<br />

Os ovócitos continuam a aumentar <strong>de</strong> tamanho e o diâmetro médio nesse estágio é<br />

183 µm. Nesta fase as vesículas aumentam <strong>de</strong> tamanho e são chamadas <strong>de</strong><br />

grânulos, que agora são acidófilos (maior afinida<strong>de</strong> pela eosina) e concentram-se na<br />

região cortical. Durante este estágio foram encontra<strong>do</strong>s ovócitos I e II<br />

simultaneamente com os ovócitos III.<br />

Estágio IV (<strong>de</strong>sova<strong>do</strong>):<br />

Neste estágio o ovário per<strong>de</strong> a organização celular, restan<strong>do</strong> lacunas geradas pela<br />

liberação <strong>do</strong>s ovócitos maduros, células foliculares e grânulos <strong>de</strong> vitelo. Alguns<br />

ovócitos em estágio III permanecem no ovário.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!