pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

21.02.2014 Views

146 2.2. Classificação quanto ao tipo de relação com o substrato Considerando o tipo de relação com o substrato pode-se fazer a seguinte classificação funcional da macrofauna bentônica (guildas): organismos epifaunais sésseis, sedentários e de grande mobilidade; e os infaunais cavadores, perfurantes e construtores de tubos. 2.2.1. Epifauna Sésseis Organismos sésseis são aqueles que vivem fixos em substratos consolidados (fundos duros). Para os organismos sésseis é fundamental encontrar e garantir um local em substratos duros. Talvez, devido à escassez de espaço disponível em fundos consolidados, a maioria das formas sésseis não resolveu o problema da fixação através de uma ampla base de aderência no substrato. Espécies de esponjas, briozoários e cnidários que se fixam através de formas achatadas possuem mecanismos para impedir a epibiose. A fase larval é de extrema importância para os organismos sésseis, pois esta fase é a responsável pela dispersão das populações. As larvas, além de encontrar um local para assentar, devem também garantir uma posição favorável para a obtenção do alimento. Como a maioria dos organismos sésseis adota uma alimentação suspensívora, que determina uma condição bastante passiva para a obtenção do alimento, um posicionamento favorável no momento do assentamento é fundamental. Também a vida agregada em bancos parece uma estratégia adotada por estas espécies a fim de obter um maior êxito durante a reprodução e proteção contra predadores. Nessas condições é mais provável o encontro dos produtos sexuais dos machos e das fêmeas ou até a fecundação direta por cópula, ex. cirripédios (cracas). O assentamento em bancos aumenta também a resistência dos organismos sésseis ao batimento das ondas, até um ponto em que a aglomeração e a formação de estratos tornam os organismos mais suscetíveis ao arrancamento pelo efeito da hidrodinâmica. Alguns exemplos de organismos sésseis: ostras, cirripédios, esponjas, ascídias, briozoários, poliquetas Serpullidae, anêmonas, mexilhões (os dois últimos podem realizar certos movimentos no substrato, sendo as vezes denominados de semisésseis) (Fig 1A, 1B, 1C, 1D).

147 Sedentários Os organismos sedentários são aqueles capazes de realizar pequenos deslocamentos (escala de metros), tanto em fundos consolidados como nos inconsolidados. Existe uma estreita relação entre o tipo de movimentação, estrutura geral e ecologia dos organismos. Com a possibilidade de locomoção o espectro alimentar é maior pela capacidade de buscar ativamente o alimento, os organismos podem evitar melhor os predadores e existe maior capacidade de variar o tipo de fecundação (maior possibilidade de encontro entre os machos e as fêmeas, os estímulos visuais se ampliam e o comportamento se altera). A B C D E F G H Figura 1. Exemplos de organismos sésseis. A, Cirripedia; B, Bivalvia- Ostrea, C, Cnidaria; D, Bivalvia-Perna perna. Exemplos de organismos sedentários: E, Gastropoda; F, Platelmintea. Exemplos de organismos bentônicos de grande mobilidade: G, Neohelice granulata; H, Ocypode quadrata.(Fonte: Leonir André Colling)

146<br />

2.2. Classificação quanto ao tipo <strong>de</strong> relação com o substrato<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> relação com o substrato po<strong>de</strong>-se fazer a seguinte classificação<br />

funcional da macrofauna bentônica (guildas): organismos epifaunais sésseis,<br />

se<strong>de</strong>ntários e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>; e os infaunais cava<strong>do</strong>res, perfurantes e<br />

construtores <strong>de</strong> tubos.<br />

2.2.1. Epifauna<br />

Sésseis<br />

Organismos sésseis são aqueles que vivem fixos em substratos consolida<strong>do</strong>s (fun<strong>do</strong>s<br />

duros). Para os organismos sésseis é fundamental encontrar e garantir um local em<br />

substratos duros. Talvez, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à escassez <strong>de</strong> espaço disponível em fun<strong>do</strong>s<br />

consolida<strong>do</strong>s, a maioria das formas sésseis não resolveu o problema da fixação<br />

através <strong>de</strong> uma ampla base <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência no substrato. Espécies <strong>de</strong> esponjas,<br />

briozoários e cnidários que se fixam através <strong>de</strong> formas achatadas possuem<br />

mecanismos para impedir a epibiose.<br />

A fase larval é <strong>de</strong> extrema importância para os organismos sésseis, pois esta fase é a<br />

responsável pela dispersão das populações. As larvas, além <strong>de</strong> encontrar um local<br />

para assentar, <strong>de</strong>vem também garantir uma posição favorável para a obtenção <strong>do</strong><br />

alimento. Como a maioria <strong>do</strong>s organismos sésseis a<strong>do</strong>ta uma alimentação<br />

suspensívora, que <strong>de</strong>termina uma condição bastante passiva para a obtenção <strong>do</strong><br />

alimento, um posicionamento favorável no momento <strong>do</strong> assentamento é fundamental.<br />

Também a vida agregada em bancos parece uma estratégia a<strong>do</strong>tada por estas<br />

espécies a fim <strong>de</strong> obter um maior êxito durante a reprodução e proteção contra<br />

preda<strong>do</strong>res. Nessas condições é mais provável o encontro <strong>do</strong>s produtos sexuais <strong>do</strong>s<br />

machos e das fêmeas ou até a fecundação direta por cópula, ex. cirripédios (cracas).<br />

O assentamento em bancos aumenta também a resistência <strong>do</strong>s organismos sésseis<br />

ao batimento das ondas, até um ponto em que a aglomeração e a formação <strong>de</strong><br />

estratos tornam os organismos mais suscetíveis ao arrancamento pelo efeito da<br />

hidrodinâmica.<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong> organismos sésseis: ostras, cirripédios, esponjas, ascídias,<br />

briozoários, poliquetas Serpullidae, anêmonas, mexilhões (os <strong>do</strong>is últimos po<strong>de</strong>m<br />

realizar certos movimentos no substrato, sen<strong>do</strong> as vezes <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> semisésseis)<br />

(Fig 1A, 1B, 1C, 1D).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!