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Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campi<strong>na</strong>s – UNICAMP<br />

Instituto de Física Glew Wataghin – IFGW<br />

Departamento de Eletrônica Quântica – DEQ<br />

Medi<strong>da</strong>s de proprie<strong>da</strong>des não lineares<br />

resolvi<strong>da</strong>s no t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> vidros dopados<br />

com pontos quânticos s<strong>em</strong>icondutores<br />

Gastón Esteban Tudury<br />

Orientador: Prof. Dr. Carlos Lenz Cesar<br />

M<strong>em</strong>bros <strong>da</strong> Banca exami<strong>na</strong>dora<br />

Prof. Dr. Carlos Lenz Cesar<br />

Prof. Dr. Josué Mendes Filho<br />

Prof. Dr. Gilmar Marques<br />

Prof. Dr. Newton Frateschi<br />

Prof. Dr. Luis Carlos Barbosa<br />

Julho de 2001


FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA<br />

BIBLIOTECA DO IFGW - UNICAMP<br />

T812m<br />

Tudury, Gastón Esteban<br />

Medi<strong>da</strong>s de proprie<strong>da</strong>des não lineares resolvi<strong>da</strong>s<br />

no t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> vidros dopados com pontos quânticos<br />

s<strong>em</strong>icondutores / Gastón Esteban Tudury. --<br />

Campi<strong>na</strong>s, SP : [s.n.], 2001.<br />

Orientador: Carlos Lenz Cesar.<br />

Tese (doutorado) - Universi<strong>da</strong>de Estadual de<br />

Campi<strong>na</strong>s, Instituto de Física “Gleb Wataghin”.<br />

1. Vidros ópticos. 2. Análise espectral. 3. Espectroscopia<br />

de alta resolução. I. Cesar, Carlos Lenz. II. Universi<strong>da</strong>de<br />

Estadual de Campi<strong>na</strong>s. Instituto de Física “Gleb Wataghin”.<br />

III. Título.


Agradecimentos<br />

Ao Professor Carlos Lenz Cesar, meu orientador, que nestes anos que passaram me<br />

ajudou a fazer um trabalho de boa quali<strong>da</strong>de. Especialmente <strong>na</strong> re<strong>da</strong>ção desta <strong>tese</strong>, que foi a<br />

parte mais difícil para mim.<br />

Ao todos os Pos-Doc que passaram pelo laboratório (mesmo eu tendo chegado depois<br />

deles <strong>em</strong> alguns casos), A<strong>na</strong> Maria de Paula, Maria Valeria Marquezini e, ain<strong>da</strong> aí,<br />

Sanclayton Moreira, já que ca<strong>da</strong> um aportou sua parte para me aju<strong>da</strong>r no trabalho de todos os<br />

dias.<br />

A Antonio Álvaro Ranha Neves (que vai her<strong>da</strong>r o laboratório <strong>na</strong>s condições <strong>em</strong> que<br />

ele se encontra, depois de reformas, paredes derruba<strong>da</strong>s e outros desastres <strong>na</strong>turais) que me<br />

ajudou a fazer funcio<strong>na</strong>r os computadores quando eles se negavam a trabalhar.<br />

Aos funcionários e secretárias, entre eles Simone, a secretária dedica<strong>da</strong> do grupo;<br />

Raymundo que antes de chegar o Antonio era minha aju<strong>da</strong> com os computadores; Claud<strong>em</strong>ir,<br />

com qu<strong>em</strong> consertamos infinitos equipamentos por <strong>em</strong>ail com os técnicos de fora; Jorge, <strong>da</strong><br />

ofici<strong>na</strong> mecânica central que s<strong>em</strong>pre fez as minhas peças para os experimentos do laboratório<br />

a partir de meus esboços muito ruins e fazia com uma pressa que dá inveja <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as outras<br />

pessoas que enviam coisas para fazer lá, e todos os outros funcionários que tiveram que li<strong>da</strong>r<br />

com minha pressa para fazer tudo.<br />

Numa outra dimensão, gostaria agradecer o apoio dos amigos <strong>da</strong> pós-graduação, todos<br />

aqueles que conheci desde que cheguei neste país, mesmo os que não falam cristiano.<br />

E por último (e n<strong>em</strong> por isso menos importante), a minha <strong>na</strong>mora<strong>da</strong>-esposa, Heloisa,<br />

por tudo.<br />

iii


Resumo<br />

Esta <strong>tese</strong> é dedica<strong>da</strong> ao estudo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des ópticas lineares e não-lineares de<br />

vidros dopados com Pontos Quânticos (PQ) de PbTe. O interesse nesse tipo de vidro ocorre<br />

devido às altas e ultra-rápi<strong>da</strong>s, não-lineari<strong>da</strong>des obti<strong>da</strong>s com o confi<strong>na</strong>mento quântico. O uso<br />

do PbTe é importante para que o pico de absorção ocorra <strong>na</strong> região de 1300nm a 1500nm<br />

utiliza<strong>da</strong> <strong>em</strong> comunicações ópticas. As técnicas espectroscópicas lineares utiliza<strong>da</strong>s nesse<br />

trabalho foram: absorção óptica, fotoluminescência (PL), fotoluminescência de excitação<br />

(PLE), estreitamento <strong>da</strong> linha de fluorescência (FLN) e absorção com pressão uniaxial.<br />

Também usamos uma técnica não linear, estudos de bombeio&prova, para obter a variação<br />

<strong>da</strong> absorção com resolução de f<strong>em</strong>tossegundos.<br />

Dos estudos lineares obtiv<strong>em</strong>os o comportamento do confi<strong>na</strong>mento quântico <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>da</strong> pressão, uma estimativa dos alargamentos homogêneo e<br />

inomogêneo e observamos uma quebra <strong>da</strong> linha de absorção do estado fun<strong>da</strong>mental. Essa<br />

quebra foi atribuí<strong>da</strong> à presença de “stress-strain” devido ao descasamento dos coeficientes de<br />

dilatação térmica PQ/matriz vítrea. Ao contrário dos s<strong>em</strong>icondutores II-VI <strong>da</strong> família CdX<br />

que têm o “band gap” no ponto Γ <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin, a família PbX t<strong>em</strong> o “band gap” no<br />

ponto L e é 4 vezes degenerado, degenerescência conheci<strong>da</strong> como ‘estrela’. Efeitos de<br />

“stress-strain” pod<strong>em</strong> levantar essa degenerescência estrela e quebrar as linhas de absorção.<br />

O máximo <strong>da</strong> absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura segue uma reta com incli<strong>na</strong>ção negativa. A<br />

incli<strong>na</strong>ção dessa reta é b<strong>em</strong> menor do que a prevista pelos modelos de confi<strong>na</strong>mento<br />

utilizados com a inclusão <strong>da</strong> dependência dos parâmetros do “gap” <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura.<br />

O “Stokes Shift” observado entre o “band edge” nos experimentos de absorção e<br />

luminescência pode ser explicado pelos efeitos de renormalização do “band gap” (BGR –<br />

“Band Gap Renormalization”) devidos à alta concentração de portadores no PQ<br />

(representa<strong>da</strong> por ape<strong>na</strong>s um par elétron-buraco). Os experimentos de PLE e FLN mostraram<br />

uma estrutura separa<strong>da</strong> do comprimento de on<strong>da</strong> de bombeio de 15meV, que pode ser<br />

atribuí<strong>da</strong> a uma réplica do fônon LO.<br />

v


No experimento de bombeio&prova conseguimos observar, além dos aspectos usuais<br />

de uma variação <strong>da</strong> absorção que se recupera <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 100ps, o<br />

aparecimento de uma modulação oscilatória. Essa modulação é devi<strong>da</strong> à geração de fônons<br />

acústicos coletivos coerentes que oscilam <strong>em</strong> um modo denomi<strong>na</strong>do ‘modos de respiração’<br />

ou “breathing modes”. Estes modos de oscilação já haviam sido observados por<br />

espectroscopia Raman, mas não <strong>em</strong> experimentos de bombeio&prova.<br />

Os “breathing modes” são excitados pela ‘pressão de confi<strong>na</strong>mento’ dos portadores<br />

fotocriados e só são observados <strong>em</strong> materiais que apresentam degenerescência dos níveis de<br />

energia, pois do contrário a transição estaria bloquea<strong>da</strong> pela presença dos portadores. A<br />

excitação destes modos faz oscilar o tamanho dos PQ mu<strong>da</strong>ndo o confi<strong>na</strong>mento. Essa<br />

variação <strong>da</strong> energia dos níveis faz com que o feixe de prova entre e saia de ressonância,<br />

modulando a transmissão.<br />

A freqüência dos “breathing modes” depende do tamanho dos PQ. Os <strong>da</strong>dos<br />

experimentais mostram uma boa concordância com o modelo teórico de modos normais de<br />

oscilação de uma inclusão esférica <strong>em</strong> um meio elástico infinito. Nossa análise foi capaz de<br />

explicar a freqüência, a fase, o amortecimento e a amplitude <strong>da</strong>s oscilações assim como a<br />

forma de excitação e observação <strong>da</strong> oscilação <strong>em</strong> função do tamanho dos PQ.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, desenvolv<strong>em</strong>os um cálculo teórico para descrever os níveis de energia de<br />

PQ de PbTe incorporando efeitos de anisotropia de ban<strong>da</strong>. Para isto retiramos a aproximação<br />

esférica de um modelo de Kang&Wise para os níveis de energia e resolv<strong>em</strong>os o probl<strong>em</strong>a<br />

diretamente. Nossos resultados mostraram o papel <strong>da</strong> anisotropia nos níveis confi<strong>na</strong>dos e<br />

como ela mistura os estados excitados. As correções obti<strong>da</strong>s são peque<strong>na</strong>s para PQ de PbS e<br />

PbSe, que têm um fator de anisotropia de 3:1, mas apreciáveis para PbTe, cujo fator é de<br />

&<br />

&<br />

10:1. Com esse cálculo, o mais completo que pode ser feito dentro de um formalismo k ⋅ p ,<br />

pod<strong>em</strong>os também resolver o probl<strong>em</strong>a de pontos quânticos elipsoi<strong>da</strong>is. Os resultados do<br />

modelo foram utilizados <strong>em</strong> nossas interpretações dos resultados experimentais.<br />

vi


Abstract<br />

This thesis is dedicated to the study of linear and non-linear properties of PbTe<br />

quantum dot (QD) doped glasses. These glasses attract interest because of the high, ultra fast<br />

non-linearity obtained with quantum confin<strong>em</strong>ent. The choice of PbTe is because of its<br />

absorption peak occurs in the 1300nm to 1500nm region used in optic communications. The<br />

linear spectroscopic techniques used in this work were optical absorption, photoluminescence<br />

(PL), photoluminescence of excitation (PLE), fluorescence line <strong>na</strong>rrowing (FLN) and<br />

absorption under uniaxial pressure. We have also used pump&probe, a non-linear technique,<br />

in order to obtain the absorption change with f<strong>em</strong>toseconds resolution.<br />

From the linear studies we have obtained the quantum confin<strong>em</strong>ent behavior<br />

dependence on the t<strong>em</strong>perature and pressure, an estimative of the homogeneous and<br />

inhomogeneous widths and observed a line shape break in the ground state. This break was<br />

attributed to the presence of stress-strain due to the mismatch of the thermal dilatation<br />

coefficient between the QD and glass.<br />

Differently from the CdX family II-VI s<strong>em</strong>iconductors, which have the band gap on<br />

the Γ point of the Brillouin zone, the PbX family has the band gap located in the L point with<br />

four-folded degeneracy, also known as star degeneracy. Stress-strain effects can break this<br />

star degenerescency and break up the absorption line. The absorption maximum in function<br />

of the t<strong>em</strong>perature follows a negative sloped straight line. This slope is much smaller than<br />

predicted by the confin<strong>em</strong>ent models used with the inclusion of the t<strong>em</strong>perature dependency<br />

of the gap parameters.<br />

The observed Stokes shift between the band edge of the absorption and luminescence<br />

experiments can be explained by band gap renormalization (BGR) effects, due to the high<br />

carrier concentration on the QD (represented by one electron-hole pair). The PLE and FLN<br />

experiments have showed a structure separated from the pump wavelength by 15meV which<br />

can be attributed to a LO phonon replica.<br />

In the pump and probe experiment we could observe, besides of the common aspects<br />

of an absorption change recovering in about 100ps, the occurrence of an oscillatory<br />

modulation. This modulation is due to the generation of coherent acoustical collective<br />

vii


phonons that oscillate in the so called ‘breathing modes’. These modes had been observed by<br />

Raman spectroscopy before, but never by pump&probe experiments.<br />

The breathing modes are excited by the confin<strong>em</strong>ent pressure of the photo created<br />

carriers and are only observed in materials with degenerate energy levels, because otherwise<br />

the transition would be blocked by the presence of the carriers. The excitation of these modes<br />

makes the probe beam go in and out of reso<strong>na</strong>nce, modulating the transition.<br />

The breathing modes frequency depends on the QD size. Experimental <strong>da</strong>ta show a<br />

good agre<strong>em</strong>ent with the theoretical model of normal modes of oscillation of a spherical<br />

inclusion in an infinite media.<br />

Our a<strong>na</strong>lysis could explain the frequency, phase, <strong>da</strong>mp and amplitude of oscillations<br />

as well as the excitation and observation mechanisms in function of the QD sizes.<br />

Fi<strong>na</strong>lly, we have developed a theoretical calculus to describe the energy levels of the<br />

PbTe QD including band anisotropy effects. To this we have taken the spherical<br />

approximation of Kang&Wise model and solved the probl<strong>em</strong> directly. Our results showed the<br />

role of anisotropy on the confined levels and how it mixes the excited states. The obtained<br />

corrections are small for PbS and PbSe QD, which have an anisotropy factor of 3:1, but are<br />

considerable for PbTe, whose factor is 10:1. With this calculus, the most complete that can<br />

be performed under<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p formalism, we can also solve the probl<strong>em</strong> of ellipsoi<strong>da</strong>l QD. The<br />

model results were used in the interpretation of our experimental <strong>da</strong>ta.<br />

viii


Índice<br />

Capítulo 1. Introdução. 0001<br />

Capítulo 2. Pontos quânticos: introdução. 0011<br />

Capítulo 3. Sist<strong>em</strong>as experimentais. 0033<br />

Capítulo 4. Experimentos de absorção, PL, FLN e PLE. 0061<br />

Capítulo 5. Bombeio&Prova, Fônons Coerentes. 0087<br />

Capítulo 6. Cálculo dos níveis de energia. 0117<br />

Capítulo 7. Conclusões e perspectivas. 0145<br />

Apêndice 1. Regressão não-linear. 0149<br />

Apêndice 2. Caracterização <strong>da</strong> resposta do sist<strong>em</strong>a de detecção. 0155<br />

Apêndice 3. Relação entre o raio do PQ e a energia de confi<strong>na</strong>mento. 0157<br />

Apêndice 4. Regras de seleção. 0159<br />

Apêndice 5. Cálculo do t<strong>em</strong>po de amortecimento. 0161<br />

Apêndice 6. Dispersão usando um modelo de oscilador harmônico 0163<br />

Apêndice 7. Integrais radiais e multiplicação de esféricos harmônicos 0167<br />

Apêndice 8. Artigos publicados 0171<br />

Apêndice 9. “Slides” <strong>da</strong> defesa de <strong>tese</strong> 0183<br />

Bibliografia. 0191<br />

ix


&DStWXOR ,QWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR,QWURGXomR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Importância dos Pontos quânticos. Cenário Econômico:<br />

Nestes últimos anos a d<strong>em</strong>an<strong>da</strong> por sist<strong>em</strong>as de comunicação e processamento de<br />

informação aumentou enorm<strong>em</strong>ente requerendo um sist<strong>em</strong>a de “Information Superhighway”<br />

capaz de suportar redes como a “Internet”, TV interativa e sist<strong>em</strong>as multimídia integrados.<br />

As “information superhighways” são ver<strong>da</strong>deiras auto-estra<strong>da</strong>s de fibras ópticas pelas quais a<br />

informação transita a taxas de cente<strong>na</strong>s de Gbit/s (gigabits por segundo), interligando<br />

ci<strong>da</strong>des, estados, países e continentes. Calcula-se que para 2002 as super-redes inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

como a “Internet” estarão ligando mais de um bilhão de usuários <strong>em</strong> todo mundo com<br />

interfaces gráficas de alta resolução e interativas. As grandes companhias de<br />

telecomunicações estão realizando no momento “testbeds” de sist<strong>em</strong>as de altas taxas “fiber to<br />

the desktop” e “fiber to the home” interligando escritórios nos centros de alta densi<strong>da</strong>de de<br />

transações comerciais, casas de famílias <strong>em</strong> ci<strong>da</strong>des inteiras, e universi<strong>da</strong>des com centros de<br />

pesquisa & desenvolvimento.<br />

Cenário Tecnológico<br />

A fronteira tecnológica nessa área está se desenvolvendo <strong>em</strong> duas grandes vertentes.<br />

Uma relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de de transmissão de altas taxas utilizando sist<strong>em</strong>as WDM<br />

(“wavelength division multiplexing” - múltiplos ca<strong>na</strong>is com diferentes comprimentos de<br />

1


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

on<strong>da</strong>) com a taxa de transmissão de ca<strong>da</strong> ca<strong>na</strong>l de 40Gbit/s e outra <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as de altas taxas,<br />

com horizontes acima de 200Gbit/s baseados <strong>em</strong> fibras ópticas especiais e/ou sist<strong>em</strong>as<br />

solitônicos. Esses sist<strong>em</strong>as têm colocado desafios relativos tanto à tecnologia de fabricação<br />

de fibras ópticas quanto a novos materiais ópticos. Dentre esses pod<strong>em</strong>os destacar os desafios<br />

relativos a novos materiais para o desenvolvimento de chaves fotônicas. A idéia desses<br />

dispositivos é substituir os dispositivos eletrônicos por ópticos para, com isto, aumentar a<br />

taxa de transmissão por ordens de grandeza <strong>em</strong> relação às que hoje exist<strong>em</strong>. Em geral, um<br />

<strong>da</strong>do material será um bom candi<strong>da</strong>to para a fabricação de dispositivos fotônicos se ele<br />

apresentar uma alta não lineari<strong>da</strong>de óptica e um t<strong>em</strong>po de resposta ultra-rápido. Para se ter<br />

uma idéia de ordens de grandeza, suponha uma fibra óptica transportando informações <strong>na</strong><br />

taxa de 100Gbit/segundo. Nesse sist<strong>em</strong>a o intervalo de t<strong>em</strong>po entre dois pulsos ópticos é de<br />

ape<strong>na</strong>s 10ps (10x10 -12 s). Para o chaveamento óptico, um material deve sofrer uma alteração<br />

<strong>em</strong> suas proprie<strong>da</strong>des devido à incidência de um pulso de luz, e para operar <strong>na</strong> taxa de<br />

100Gbit/s, ele deve se recuperar <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po menor do que os 10ps de intervalo entre um<br />

pulso e outro. Além dessas proprie<strong>da</strong>des é necessário que se obtenha o novo material <strong>na</strong><br />

forma de fibra óptica ou guias de on<strong>da</strong>s pla<strong>na</strong>res, pois a luz confi<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong> longas distâncias<br />

aumenta enorm<strong>em</strong>ente a interação luz/matéria responsável pelo chaveamento óptico.<br />

A grande importância tecnológica dos pontos quânticos advém do fato de<br />

apresentar<strong>em</strong> altíssimas não lineari<strong>da</strong>des com t<strong>em</strong>pos de resposta ultra-rápido, o que os<br />

tor<strong>na</strong>m fortes candi<strong>da</strong>tos para aplicações <strong>em</strong> dispositivos ópticos. Pontos quânticos são<br />

microcristais de s<strong>em</strong>icondutores menores do que o raio de Bohr a B do s<strong>em</strong>icondutor “bulk”,<br />

geralmente <strong>na</strong> escala de 10d a 100d. Por ser tão pequeno, elétrons e buracos, sofr<strong>em</strong> um<br />

forte confi<strong>na</strong>mento quântico o qual mu<strong>da</strong> <strong>completa</strong>mente o “gap” óptico desses materiais. As<br />

não lineari<strong>da</strong>des ópticas aumentam <strong>na</strong> razão (a B /R) 3 [Bányai et al (1988)], onde R = raio do<br />

ponto quântico. Por isto esses vidros apresentam imensas não lineari<strong>da</strong>des resso<strong>na</strong>ntes.<br />

Apesar de resso<strong>na</strong>nte, o t<strong>em</strong>po de recuperação ocorre <strong>na</strong> escala de f<strong>em</strong>to-picossegundos. Esta<br />

recuperação tão rápi<strong>da</strong> para uma transição real só é possível porque o confi<strong>na</strong>mento quântico<br />

mantém elétrons e buracos juntos, aumentando enorm<strong>em</strong>ente a taxa de recombi<strong>na</strong>ção.<br />

Tesunetomo [Tesunetomo et al (1995)], utilizando vidros com pontos quânticos de CdTe,<br />

d<strong>em</strong>onstrou um dispositivo totalmente óptico operando <strong>em</strong> 250Gbit/segundo.<br />

2


&DStWXOR ,QWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Histórico do trabalho com Pontos quânticos<br />

Uma retrospectiva histórica <strong>na</strong> área de Pontos quânticos mostra que os primeiros<br />

trabalhos com vidros dopados com pontos quânticos <strong>da</strong>tam de 1982, utilizando CdSe e CdS<br />

[Efros e Efros (1982)]. Houve uma controvérsia inicial sobre a existência do confi<strong>na</strong>mento<br />

quântico que só foi resolvi<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1987 [Borrelli et al (1987)]. Em 1989 inicia-se o trabalho<br />

com pontos quânticos <strong>na</strong> UNICAMP, fabricando vidros dopados com pontos quânticos de<br />

CdTe, <strong>em</strong> lugar de CdSe e CdS comuns <strong>na</strong> época. Apontou-se para o fato de que o raio de<br />

Bohr do CdTe é b<strong>em</strong> maior do que o do CdSe, o que implicaria <strong>em</strong> maiores não lineari<strong>da</strong>des<br />

[Medeiros Neto et al (1991)]. Logo a seguir se modificaram as condições de fabricação e<br />

tratamento térmico dos pontos quânticos para controlar melhor os tamanhos, diminuir sua<br />

dispersão, a quanti<strong>da</strong>de de defeitos <strong>na</strong> superfície e produzir pontos quânticos de PbTe com<br />

picos de absorção <strong>na</strong> região do infravermelho próximo.<br />

Fabricação dos vidros com pontos quânticos de CdTe<br />

Para fabricar esses vidros, fund<strong>em</strong>-se os compostos formadores <strong>da</strong> matriz vítrea junto<br />

com os precursores s<strong>em</strong>icondutores (Cd e Te). Os pontos quânticos não são formados <strong>na</strong><br />

fusão, mas <strong>em</strong> um tratamento térmico posterior <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas b<strong>em</strong> mais baixas, por um<br />

processo de nucleação e crescimento de uma solução sóli<strong>da</strong> supersatura<strong>da</strong>. A cinética de<br />

crescimento determi<strong>na</strong> o tamanho e a dispersão de tamanhos dos pontos quânticos, os quais,<br />

por sua vez, defin<strong>em</strong> os valores do “gap” óptico e <strong>da</strong>s não lineari<strong>da</strong>des, o que tor<strong>na</strong> o<br />

entendimento <strong>da</strong> cinética de crescimento tão importante.<br />

O grupo estudou essa cinética por várias técnicas, incluindo medi<strong>da</strong>s de espalhamento<br />

de luz síncrotron. Os primeiros estudos foram realizados utilizando ape<strong>na</strong>s os resultados de<br />

absorção óptica [Medeiros Neto et al (1992)]. Neste primeiro trabalho reconheceu-se que o<br />

processo de crescimento é o de crescimento homogêneo <strong>em</strong> uma solução sóli<strong>da</strong><br />

supersatura<strong>da</strong> que passa por várias fases, <strong>da</strong> nucleação, quando núcleos de s<strong>em</strong>icondutores se<br />

formam a partir dos el<strong>em</strong>entos dissolvidos <strong>na</strong> matriz vítrea, até a coalescência, quando pontos<br />

quânticos pequenos se redissolv<strong>em</strong> <strong>na</strong> matriz alimentando, com seus el<strong>em</strong>entos, os pontos<br />

quânticos maiores.<br />

3


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

A continuação desse estudo foi feita por espalhamento de luz síncrotron, realiza<strong>da</strong>s no<br />

síncrotron de Lure, <strong>na</strong> França. Nesse estudo acompanhou-se o espalhamento de raio X de<br />

baixo ângulo in situ (SAXS – medi<strong>da</strong> que fornece informações sobre o tamanho médio e a<br />

dispersão de tamanhos) numa amostra coloca<strong>da</strong> <strong>em</strong> um forno <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po de<br />

tratamento térmico. Com esses resultados percebeu-se que, no processo utilizado, a<br />

nucleação e a coalescência estavam ocorrendo ao mesmo t<strong>em</strong>po [Craievich et al (1993,<br />

1995)]. A radiação síncrotron também permite estu<strong>da</strong>r o ambiente químico <strong>em</strong> torno dos<br />

átomos de cádmio, telúrio e enxofre através <strong>da</strong> técnica de EXAFS. Isso permitiu afirmar que<br />

a estrutura de nossos pontos quânticos é cúbica e não “wurtzite”, uma dúvi<strong>da</strong> que apareceu<br />

desde o início e permaneceu não resolvi<strong>da</strong> por muito t<strong>em</strong>po [Alves et al (1997)]. Além de<br />

observar a estrutura, percebeu-se que, <strong>na</strong>s ligas ternárias CdTeS, a nucleação se iniciava com<br />

pontos quânticos do tipo CdS evoluindo, com o t<strong>em</strong>po, para uma estequiometria CdTe x S 1-x .<br />

A maior difusivi<strong>da</strong>de do S, compara<strong>da</strong> com a do Te, <strong>na</strong> matriz vítrea pode explicar esse fato.<br />

Isso levou ao desenvolvimento de um método para fabricar estruturas contendo casca e<br />

núcleo com diferentes composições [Liu et al (1996a)], através de um tratamento térmico<br />

duplo. Em baixas t<strong>em</strong>peraturas obtêm-se pontos quânticos com maior concentração de CdS,<br />

que forma o núcleo do ponto quântico, seguido por um tratamento a t<strong>em</strong>peratura mais<br />

eleva<strong>da</strong>, aumentando a concentração de Te. Esse método permitiu fabricar pontos quânticos<br />

com núcleo de CdTe x S 1-x e casca de CdTe y S 1-y , com y > x.<br />

Uma conseqüência desses estudos <strong>na</strong>s ligas binárias foi o desenvolvimento do método<br />

de tratamento térmico duplo, um a baixa t<strong>em</strong>peratura por t<strong>em</strong>pos longos, quando só a<br />

nucleação acontece, seguido de um tratamento a t<strong>em</strong>peratura mais eleva<strong>da</strong>, para crescer os<br />

pontos quânticos até o tamanho desejado [Liu et al (1996b)]. Além disso, o método também<br />

permite aumentar a concentração de pontos quânticos <strong>na</strong> matriz vítrea. A continuação desses<br />

estudos levou ao desenvolvimento de métodos de fabricação para elimi<strong>na</strong>r armadilhas<br />

profun<strong>da</strong>s <strong>na</strong> superfície dos pontos quânticos [Liu et al (1995) Reynoso et al (1996a)]<br />

variando a concentração dos el<strong>em</strong>entos e o t<strong>em</strong>po e t<strong>em</strong>peratura no tratamento térmico duplo.<br />

Foi d<strong>em</strong>onstrado também que é possível incorporar íons terras-raras, tanto Er 3+<br />

[Reynoso et al (1996b)], quanto Pr 3+ [Liu et al (1996c)] nos vidros dopados com pontos<br />

quânticos. Isso pode permitir a fabricação de um dispositivo não linear e amplificador ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po.<br />

4


&DStWXOR ,QWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, um estudo teórico <strong>da</strong> cinética de crescimento dos pontos quânticos<br />

mostrou a importância de parâmetros como a concentração inicial dos el<strong>em</strong>entos <strong>na</strong> matriz<br />

vítrea, grau de supersaturação e t<strong>em</strong>peraturas dos vários tratamentos térmicos [Barbosa et al<br />

(1997)].<br />

Fabricação de vidros dopados com pontos quânticos de PbTe<br />

Apesar dos estudos com os pontos quânticos de CdTe mostrar<strong>em</strong>, <strong>em</strong> princípio, um<br />

excelente material para dispositivos ópticos, o “gap” óptico dos mesmos, a região de 600nm<br />

está fora <strong>da</strong> região utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong>s comunicações ópticas, entre 1300nm e 1500nm. Por isso<br />

decidiu-se trabalhar com PbTe, já que com este material é possível obter pontos quânticos<br />

com “gap” óptico <strong>na</strong>s regiões de 1300nm a 1500nm [Reynoso et al (1995)]. Partindo do<br />

princípio de que o “gap” do PbTe “bulk” ocorre <strong>na</strong> região de 4000nm, o confi<strong>na</strong>mento<br />

quântico poderia trazer o “gap” óptico para a região deseja<strong>da</strong>. Esse trabalho d<strong>em</strong>onstrou que<br />

é possível controlar o “gap” óptico desses pontos quânticos <strong>em</strong> qualquer ponto entre 1000nm<br />

e 2500nm.<br />

Estudos de espalhamento de luz síncrotron mostraram que os pontos quânticos de<br />

PbTe segu<strong>em</strong>, ao contrário do CdTe, uma lei de crescimento clássica, iniciando por<br />

nucleação com posterior coalescência, com dispersão de tamanhos muito estreita, menor do<br />

que 10%, s<strong>em</strong> a necessi<strong>da</strong>de de tratamentos térmicos duplos [Craievch et al (1997)]. As<br />

medi<strong>da</strong>s de SAXS forneceram o raio médio dos pontos quânticos e mostraram a necessi<strong>da</strong>de<br />

de modelos mais sofisticados para o cálculo do confi<strong>na</strong>mento quântico nos mesmos. Vale<br />

l<strong>em</strong>brar que o confi<strong>na</strong>mento quântico no PbTe é gigantesco, raio de Bohr <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 300Å<br />

comparado com 70Å do CdTe, o “gap” óptico, apesar de direto, não ocorre no ponto Γ, e sim<br />

no ponto L, que as não parabolici<strong>da</strong>des são muito grandes (devido ao valor baixo do “gap” e<br />

<strong>da</strong> energia de confi<strong>na</strong>mento) e que existe uma diferença por um fator de 10 entre as massas<br />

efetivas longitudi<strong>na</strong>is e transversais.<br />

Proprie<strong>da</strong>des ópticas de pontos quânticos de CdTe e PbTe<br />

Em relação ao confi<strong>na</strong>mento quântico de elétrons e buracos <strong>em</strong> pontos quânticos de<br />

CdTe, foi mostrado que a física envolvi<strong>da</strong> era b<strong>em</strong> mais complica<strong>da</strong> do que o modelo simples<br />

5


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

de partícula <strong>em</strong> uma caixa, sendo preciso recalcular os níveis de energia e regras de seleção<br />

usando um modelo<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p esférico [Oliveira et al (1995)].<br />

O papel <strong>da</strong>s armadilhas de superfície nos pontos quânticos foi primeiro estu<strong>da</strong>do por<br />

fotoluminescência a baixa t<strong>em</strong>peratura [Liu et al (1996d)]. Estu<strong>da</strong>ndo uma amostra <strong>na</strong> qual<br />

não havia a luminescência característica <strong>da</strong>s armadilhas de superfície e que, ain<strong>da</strong> assim,<br />

apresentava uma mu<strong>da</strong>nça <strong>na</strong> luminescência após exposição à luz de um laser (efeito<br />

denomi<strong>na</strong>do “Photo<strong>da</strong>rkening”, <strong>em</strong> a<strong>na</strong>logia ao mesmo efeito <strong>em</strong> s<strong>em</strong>icondutores “bulk”), se<br />

concluiu que esse efeito é devido à presença de impurezas móveis, provavelmente Te 2- , <strong>em</strong><br />

torno dos pontos quânticos.<br />

Foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> também a evolução dos espectros de absorção e luminescência desses<br />

pontos quânticos <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura, obtendo assim as larguras de linha homogêneas<br />

e inomogêneas. Com a largura inomogênea foi calculado, usando o modelo<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p descrito<br />

acima, a dispersão de tamanhos dos pontos quânticos [Redígolo et al (1999) e Espinosa<br />

(1996)]. Uma outra informação obti<strong>da</strong> desse trabalho foi a diferença de energia entre os picos<br />

de absorção e de <strong>em</strong>issão <strong>em</strong> função do tamanho dos pontos quânticos <strong>em</strong> amostras com<br />

ausência/presença de armadilhas de superfície. Notou-se que essa diferença não podia ser<br />

explica<strong>da</strong> simplesmente pelas armadilhas, mas que era necessário considerar a<br />

renormalização do “band gap” <strong>na</strong> presença dos portadores. A excitação de ape<strong>na</strong>s um par<br />

elétron-buraco <strong>em</strong> um ponto quântico de 4nm significa uma concentração <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de<br />

10 18 portadores/cm 3 , alta o suficiente para o efeito de renormalização [Espinosa et al (1997)].<br />

O confi<strong>na</strong>mento quântico de fônons foi b<strong>em</strong> descrito por um modelo de dielétrico<br />

contínuo de Ruppin e Englman [Ruppin e Englman (1970)], que explicou a existência dos<br />

fônons de superfície observa<strong>da</strong> experimentalmente. Esse tipo de estudo permite inferir a<br />

forma pela qual qualquer excesso de energia no ponto quântico será dissipado para a matriz<br />

vítrea. Isso só pode ser feito através do acoplamento de seus fônons, acústicos e ópticos, com<br />

os fônons <strong>da</strong> matriz vítrea. Para isso é importante entender como se dá o acoplamento dos<br />

elétrons com os fônons e entre os fônons acústicos e ópticos tanto do ponto quântico entre si<br />

quanto entre os fônons do ponto quântico e <strong>da</strong> matriz [de Paula et al (1996)].<br />

6


&DStWXOR ,QWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Motivação e resultados do estudo de pontos quânticos de PbTe<br />

Como foi mencio<strong>na</strong>do anteriormente, os pontos quânticos de PbTe poderiam ser<br />

utilizados para construir componentes ópticos já que apresenta o “gap” óptico <strong>na</strong> região de<br />

interesse de telecomunicações. Como todo dispositivo óptico se baseia <strong>na</strong> variação de dois<br />

parâmetros − absorção e índice de refração − o conhecimento dessas proprie<strong>da</strong>des é<br />

fun<strong>da</strong>mental para que um material seja candi<strong>da</strong>to para um dispositivo. Exist<strong>em</strong> muitas idéias<br />

de dispositivos baseados nessas mu<strong>da</strong>nças, de grade de difração e interferômetros de fibra<br />

óptica. Aqui ex<strong>em</strong>plificamos dois deles:<br />

Dispositivo 1: Utilizou-se uma cavi<strong>da</strong>de Fabry Perot com pontos quânticos de CdTe<br />

no seu interior (ver figura 1), para d<strong>em</strong>onstrar [Tsunetomo et al (1995)] uma chave óptica<br />

funcio<strong>na</strong>ndo a 250Gbit/seg. O dispositivo funcio<strong>na</strong> por absorção, isto é, o feixe atravessa o<br />

dispositivo ou não <strong>em</strong> função <strong>da</strong> potência do próprio feixe. Si<strong>na</strong>is de alta potência saturam a<br />

absorção óptica dos pontos quânticos e são transmitidos. Já si<strong>na</strong>is de baixa potência são<br />

<strong>completa</strong>mente absorvidos.<br />

Figura 1: Dispositivo<br />

para construir<br />

uma chave óptica usando<br />

pontos quânticos de<br />

CdTe.<br />

Dispositivo 2: A figura 2 mostra um esqu<strong>em</strong>a do segundo dispositivo, que consiste<br />

<strong>em</strong> dois guias de on<strong>da</strong> (tipo ca<strong>na</strong>l) acoplados, fabricados com um material de alta não<br />

lineari<strong>da</strong>de óptica. O comprimento dos ca<strong>na</strong>is é tal que, para baixas potências, um pulso de<br />

luz injetado <strong>na</strong> porta 1 (devido ao acoplamento entre ca<strong>na</strong>is) sai pela porta 4. Por outro lado,<br />

um pulso de luz de alta potência injetado <strong>na</strong> porta 1 sai pela porta 3 (a alta potência do pulso<br />

modifica o índice de refração, aumentando o valor do mesmo e, <strong>em</strong> conseqüência, o<br />

confi<strong>na</strong>mento no ca<strong>na</strong>l superior, impedindo o acoplamento com o ca<strong>na</strong>l inferior).<br />

7


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

Outra opção para este dispositivo é usar um pulso de controle <strong>na</strong> porta 2, geralmente<br />

com polarização cruza<strong>da</strong> com o pulso do si<strong>na</strong>l, para evitar a mistura do si<strong>na</strong>l do ca<strong>na</strong>l inferior<br />

com o superior. Na presença do controle o si<strong>na</strong>l que entra <strong>na</strong> porta 1 sai pela 3 já que o<br />

controle aumenta o índice de refração do ca<strong>na</strong>l inferior impedindo o acoplamento com o<br />

superior. Na ausência do controle, o si<strong>na</strong>l sai pela porta 4, como no modo de operação<br />

explicado no parágrafo acima.<br />

Figura 2: Dispositivo<br />

para construir<br />

uma chave óptica usando<br />

acoplamento entre dois<br />

guias de on<strong>da</strong> ca<strong>na</strong>l (<strong>em</strong><br />

vermelho).<br />

Este comportamento pode ser entendido se comparado com um sist<strong>em</strong>a de dois poços<br />

quânticos acoplados. A figura 3 mostra os modos normais desse sist<strong>em</strong>a, com um modo<br />

simétrico e outro anti-simétrico, com diferentes níveis de energias (o anti-simétrico t<strong>em</strong><br />

energia mais alta). Excita-se o sist<strong>em</strong>a de forma que, <strong>em</strong> t = 0, a função de on<strong>da</strong> é localiza<strong>da</strong><br />

ape<strong>na</strong>s no poço 1. Isso corresponde a uma soma dos dois modos normais, <strong>na</strong> qual a função de<br />

on<strong>da</strong> no lado direito (poço 2) é cancela<strong>da</strong>. Como as energias são diferentes, decorrido um<br />

t<strong>em</strong>po ∆t múltiplo ímpar de π/∆ω, (Ε = ¬ω) os dois modos estarão 180 o fora de fase e são<br />

subtraídos <strong>em</strong> lugar de adicio<strong>na</strong>dos. A subtração dos dois modos significa que a função de<br />

on<strong>da</strong> está localiza<strong>da</strong>, no poço 2. Dessa forma, a luz inicialmente injeta<strong>da</strong> <strong>na</strong> porta 1 do ca<strong>na</strong>l<br />

superior acopla totalmente para o ca<strong>na</strong>l inferior (saindo pela porta 4) s<strong>em</strong>pre que o<br />

comprimento do guia de on<strong>da</strong> deixe os dois modos defasados por 180 o . O dispositivo é<br />

fabricado para que isso ocorra <strong>em</strong> baixas potências.<br />

Figura 3: Modo simétrico e antisimétrico<br />

<strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> num conjunto de<br />

dois poços acoplados.<br />

8


&DStWXOR ,QWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Assim como o acoplamento entre poços quânticos só é total para dois poços idênticos,<br />

o acoplamento dos guias só é total para dois guias idênticos. No entanto, essa s<strong>em</strong>elhança<br />

entre os dois guias é destruí<strong>da</strong> <strong>na</strong> presença de um pulso de luz de alta potência, pois o índice<br />

de refração do ca<strong>na</strong>l onde a luz é injeta<strong>da</strong> mu<strong>da</strong> devido a não lineari<strong>da</strong>de (n = n o + n 2 I). Para<br />

um <strong>da</strong>do comprimento, haverá uma intensi<strong>da</strong>de que destrói <strong>completa</strong>mente o acoplamento e<br />

to<strong>da</strong> a luz injeta<strong>da</strong> <strong>na</strong> porta 1 sai pela porta 3.<br />

Pod<strong>em</strong>os concluir destes ex<strong>em</strong>plos que, se encontramos um material com valores<br />

altos para a variação de absorção e/ou índice de refração e, além disso, com resposta ultrarápi<strong>da</strong>,<br />

a fabricação dos dispositivos não seria probl<strong>em</strong>a, já existindo um s<strong>em</strong> número de<br />

propostas aguar<strong>da</strong>ndo ape<strong>na</strong>s o material ideal para sua impl<strong>em</strong>entação. Isso tor<strong>na</strong> importante<br />

o entendimento e estudo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des ópticas lineares/não lineares resolvi<strong>da</strong>s no t<strong>em</strong>po<br />

dos materiais.<br />

Uma introdução geral sobre a história do grupo e os estudos realizados até hoje <strong>em</strong><br />

pontos quânticos foi apresenta<strong>da</strong> neste primeiro capítulo <strong>da</strong> <strong>tese</strong>.<br />

No capítulo 2, apresentamos uma introdução aos pontos quânticos, que inclui: o<br />

processo de crescimento <strong>da</strong>s amostras estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, o modelo mais simples para calcular os<br />

níveis de energia para pontos quânticos, e uma descrição <strong>da</strong> estrutura cristali<strong>na</strong> do material<br />

estu<strong>da</strong>do.<br />

A caracterização básica dos pontos quânticos de PbTe foi feita com os seguintes<br />

experimentos: absorção linear (α), absorção diferencial térmica (∆α(T)), fotoluminescência<br />

(PL), fotoluminescência de excitação (PLE) e “Fluorescence Line Narrowing” (FLN). A<br />

descrição do sist<strong>em</strong>a experimental corresponde ao capítulo 3 (onde mostramos as montagens<br />

usa<strong>da</strong>s para realizar ca<strong>da</strong> um dos experimentos). Os resultados dos experimentos serão<br />

mostrados no capítulo 4.<br />

Um estudo usando a técnica de bombeio e prova com resolução de f<strong>em</strong>tossegundos <strong>na</strong><br />

região de 1500nm mostrou a geração de fônons acústicos coerentes <strong>em</strong> pontos quânticos de<br />

PbTe [Thoen et al (1998)]. Nesse estudo excitamos um modo coletivo de fônons acústicos,<br />

chamado de “breathing modes”, no qual o ponto quântico como um todo aumenta e diminui<br />

de tamanho. Ao mu<strong>da</strong>r de tamanho, mu<strong>da</strong>m as energias de confi<strong>na</strong>mento quântico, fazendo<br />

com que o feixe de prova entre e saia de ressonância com os pontos quânticos excitados. Esse<br />

9


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

estudo nos permitiu observar tanto a freqüência de vibração desses modos como o t<strong>em</strong>po de<br />

amortecimento dos mesmos, <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 2 picossegundos, <strong>em</strong> função do comprimento de<br />

on<strong>da</strong> do feixe de bombeio. Uma descrição mais <strong>completa</strong> pode ser vista no capítulo 5.<br />

Para tentar explicar os espectros obtidos nos experimentos realizados, fiz<strong>em</strong>os um<br />

cálculo dos níveis de energia, levando <strong>em</strong> conta duas ban<strong>da</strong>s (valência e condução)<br />

degenera<strong>da</strong>s por spin. Como resultado do cálculo, pod<strong>em</strong>os mencio<strong>na</strong>r que os modelos de<br />

massa efetiva, utilizados amplamente para descrever estruturas quânticas, não são uma boa<br />

descrição para os nossos pontos quânticos, pelo efeito do alto confi<strong>na</strong>mento e grande<br />

anisotropia do material. No capítulo 6 se encontra o desenvolvimento completo do cálculo.<br />

No capítulo 7 apresentamos as conclusões gerais e perspectivas dessa <strong>tese</strong>. Nos<br />

apêndices apresentamos alguns detalhes de cálculos não explicitados no texto e anexamos os<br />

artigos publicados, um no Appl. Phys. Lett. com os resultados obtidos do estudo dos fônons<br />

coerentes e o outro no Phys. Rev. B onde apresentamos os resultado do cálculo dos níveis de<br />

energia para a família dos pontos quânticos de PbX (X = S, Se, Te) [Tudury et al (2000)]. Em<br />

relação aos trabalhos gostaria de mencio<strong>na</strong>r que os mesmos foram b<strong>em</strong> acolhidos pela<br />

comuni<strong>da</strong>de científica (utilizando como parâmetro o numero de citações). O APL já foi<br />

citado 14 vezes num período de 3 anos, um número expressivo. O PRB ain<strong>da</strong> é recente para<br />

tanto, mas foi selecio<strong>na</strong>do pela revista virtual ‘Virtual Jour<strong>na</strong>l of Nanoscale Science &<br />

Technology’, Vol. 2, (13) (http://www.ojps.org ou http://www.vj<strong>na</strong>no.org) para aparecer no<br />

seu “site”.<br />

10


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR3RQWRVTXkQWLRVLQWURGXomR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Neste capítulo apresentamos uma introdução geral sobre pontos quânticos.<br />

Apresentar<strong>em</strong>os a estrutura cristali<strong>na</strong> dos materiais PbX e a estrutura de ban<strong>da</strong>s do material<br />

“bulk”, um modelo simples de confi<strong>na</strong>mento quântico e a conexão do confi<strong>na</strong>mento com a<br />

estrutura de ban<strong>da</strong>s e tamanho. Por último, apresentamos a cinética de crescimento dos<br />

pontos quânticos <strong>em</strong> matrizes vítreas, que descreve como são cresci<strong>da</strong>s as nossas amostras.<br />

Estrutura cristali<strong>na</strong> do PbX<br />

O PbX apresenta uma estrutura do tipo NaCl [Landolt e Börstein (1982)], ou seja,<br />

uma rede do tipo fcc, “face center cubic”, com base de dois el<strong>em</strong>entos [Ashcroft e Mermin<br />

(1976), Kittel (1996)]. A fig. 1 mostra a estrutura, onde os círculos escuros e claros<br />

representam distintos tipos de átomos. A seta mostra a direção .<br />

Figura 1: Estrutura do tipo cloreto de<br />

sódio. Os pontos brancos e pretos formam redes<br />

do tipo fcc interpenetra<strong>da</strong>s. A seta aponta <strong>na</strong><br />

direção .<br />

11


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

O “gap” do PbTe está no extr<strong>em</strong>o <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin <strong>na</strong> direção , ou seja o<br />

ponto L, o que tor<strong>na</strong> necessário saber as proprie<strong>da</strong>des de simetrias desse ponto.O gráfico <strong>da</strong><br />

rede recíproca junto com as superfícies de Fermi está mostrado <strong>na</strong> fig. 2.<br />

( a ) ( b )<br />

Figura 2: a. Rede bcc (recíproca <strong>da</strong> fcc) e célula de Wigner-Seitz. b. Célula de Wigner-Seitz<br />

junto com a superfície de Fermi. Notar as oito metades nos pontos L [Singleton et al (1986)].<br />

O ponto L apresenta simetria do tipo D 3 , ou seja, é invariante [Hammermesh (1964)]<br />

ante as operações C 3 e C 2 . A figura polar correspondente está mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> fig. 3. O círculo<br />

pequeno mostra a simetria do tipo C 3 , sendo os pontos marcados com eles equivalentes. Os<br />

losangos representam os eixos de simetria do tipo C 2 e as cruzes, os pontos equivalentes dos<br />

círculos ao aplicar a operação C 2 .<br />

Figura 3: Figura polar do grupo D 3 . O<br />

significado dos símbolos está no texto<br />

12


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

O “band gap” se encontra no extr<strong>em</strong>o <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin <strong>na</strong> direção , que<br />

corresponde à representação L 6 . Por último, os resultados <strong>da</strong>s massas efetivas obti<strong>da</strong>s pelo<br />

método<br />

&<br />

&<br />

k. p indicam que o estado de simetria L + 6 t<strong>em</strong> que ser o estado do topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de<br />

valência e L - 6 o estado do fundo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de condução [Conklin et al (1965)].<br />

Um gráfico <strong>da</strong> estrutura de ban<strong>da</strong>s está apresentado <strong>na</strong> fig. 4. Cálculos de estruturas<br />

de ban<strong>da</strong>s como o apresentado são feitos desde a déca<strong>da</strong> de 70 [Martinez et al (1975)]. O<br />

valor do “gap” dos compostos PbX a 300K é 0.41eV, 0.28eV e 0.31eV e a 5K é 0.28eV,<br />

0.15eV e 0.19eV para X = S, Se e Te respectivamente. Também notar que os outros mínimos<br />

do material têm um “gap” de ≈ 2eV, e no mesmo ponto L, o “gap” entre L + 45 e L - 45 é quase<br />

4eV.<br />

Figura 4: Estrutura de ban<strong>da</strong>s calcula<strong>da</strong> para PbX “bulk”. O ponto Γ corresponde à direção<br />

(0, 0, 0) π / a e o ponto L a (1, 1, 1) π / a, sendo a o parâmetro de rede [Wei e Zunger (1997)].<br />

13


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Confi<strong>na</strong>mento quântico <strong>em</strong> 3 dimensões: Primeiro modelo<br />

O primeiro modelo de confi<strong>na</strong>mento quântico para estruturas s<strong>em</strong>icondutoras com<br />

confi<strong>na</strong>mento tridimensio<strong>na</strong>l (pontos quânticos, PQ) foi apresentado <strong>em</strong> 1982 [Efros e Efros<br />

(1982)]. Esse modelo supõe ban<strong>da</strong>s parabólicas com massas m i (i = e, b correspondendo a<br />

elétron ou buraco) e simetria esférica, i.e., assumindo que o PQ t<strong>em</strong> uma forma esférica de<br />

raio R e usa a aproximação de função envelope. Ele inicia diferenciando três casos de<br />

confi<strong>na</strong>mento, segundo a comparação entre o raio de Bohr do material s<strong>em</strong>icondutor “bulk” e<br />

o tamanho do ponto quântico, sendo<br />

1. confi<strong>na</strong>mento fraco, quando o tamanho do ponto quântico é b<strong>em</strong> maior que o R B do<br />

elétron e do buraco (R >> R B e , R >> R B b );<br />

2. médio, quando o tamanho do ponto quântico é b<strong>em</strong> maior que o R B do elétron e b<strong>em</strong><br />

menor que R B do buraco ( R B b


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Onde ε o é a constante dielétrica do vácuo, m 0 a massa do elétron livre. Pode-se usar a<br />

fórmula<br />

a = 0,53 Å , se ε é <strong>da</strong>do <strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des de ε 0 e µ ef <strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des de m 0 .<br />

B<br />

0<br />

ef<br />

A dúvi<strong>da</strong> no uso dessa fórmula se refere a qual constante dielétrica e massa efetiva se<br />

deve usar; a constante dielétrica de infinito ou zero? Se o material é anisotrópico, qual <strong>da</strong>s<br />

massas efetivas se usa? Para o caso do PbTe, as massas efetivas <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de condução e<br />

valência são praticamente iguais, nesse caso a massa reduzi<strong>da</strong> é simplesmente metade <strong>da</strong><br />

massa de ca<strong>da</strong> ban<strong>da</strong>. Como a anisotropia é muito grande, t<strong>em</strong>os que m cond // = 0,24m 0 <strong>na</strong><br />

direção [111] e m cond ⊥ = 0,031m 0 <strong>na</strong> direção perpendicular. Já a constante dielétrica vale<br />

ε(0) = 414ε 0 e ε(∞) = 33ε 0 . O menor raio de Bohr calculado com esses parâmetros,<br />

correspondendo ao uso <strong>da</strong> maior massa efetiva e <strong>da</strong> menor constante dielétrica, é D B = 73Å.<br />

O raio de Bohr <strong>da</strong>s outras combi<strong>na</strong>ções é 560Å, 910Å e 7100Å. Como os raios <strong>da</strong>s nossas<br />

amostras estão <strong>na</strong> faixa de 10Å a 50Å, todos os nossos cálculos se basearão num modelo de<br />

confi<strong>na</strong>mento forte.<br />

As aproximações de ban<strong>da</strong>s parabólicas independentes serão relaxa<strong>da</strong>s no decorrer<br />

dessa <strong>tese</strong>, mantendo a aproximação de função envelope. Vale a pe<strong>na</strong>, portanto, conhecer<br />

com mais detalhes sua justificativa, já que as equações acopla<strong>da</strong>s que utilizar<strong>em</strong>os no<br />

capítulo 6 sa<strong>em</strong> <strong>na</strong>turalmente desse formalismo.<br />

Aproximação de ban<strong>da</strong> parabólica<br />

Supõe-se conheci<strong>da</strong> a solução <strong>da</strong> equação de Schröendinger [Kane (1956), Bastard<br />

(1992)] para o “bulk”, i.e., sabe-se a solução <strong>da</strong> equação:<br />

2<br />

&<br />

⎧ pˆ<br />

!<br />

&<br />

& ⎫<br />

⎨ + Vper<br />

+ ( σ× ˆ ∇Vper<br />

) ⋅ pˆ<br />

⎬Ψ = E Ψ<br />

2 2<br />

⎩2m<br />

4m<br />

c<br />

⎭<br />

( 2 )<br />

onde o primeiro termo é a energia cinética, o segundo o potencial periódico ou<br />

cristalino e o terceiro termo é a interação spin-órbita, proveniente <strong>da</strong> interação do spin com o<br />

campo magnético sentido pelo elétron ao mover-se com veloci<strong>da</strong>des relativísticas<br />

15


&<br />

&<br />

(<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

[Jackson (1999)]; Ψ é <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo produto <strong>da</strong>s funções de Bloch, u ( r)<br />

= u ( r + a)<br />

, que t<strong>em</strong><br />

&<br />

a periodici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede (sendo a<br />

operador translação τ d ,<br />

d =<br />

∑<br />

i<br />

um vetor <strong>da</strong> rede, ou seja, as funções u são autofunções do<br />

&<br />

n i a i ), e on<strong>da</strong>s pla<strong>na</strong>s, e<br />

ik ⋅r<br />

ik ⋅r<br />

nk<br />

nk<br />

. A função Ψ nk fica defini<strong>da</strong> como<br />

Ψ<br />

&<br />

( r ) = e u<br />

&<br />

( r )<br />

( 3 )<br />

nk<br />

nk<br />

Aplicando o Hamiltoniano <strong>na</strong> função Ψ nk obt<strong>em</strong>os<br />

2<br />

p<br />

&<br />

2 2<br />

&<br />

⎧ ˆ<br />

! &<br />

& ! k ! k & !<br />

V<br />

V p<br />

p<br />

V u u<br />

&<br />

⎛<br />

⎫<br />

⎨ + + ( σ ˆ × ∇ ) ⋅ ˆ + + ⎜<br />

ˆ + ( σ× ˆ ∇ )<br />

⎞ ⎟⎬<br />

= ε<br />

2 2<br />

2<br />

n k nk<br />

⎩2m<br />

4m<br />

c<br />

2m<br />

m ⎝ 4mc<br />

⎠⎭<br />

&<br />

nk<br />

( 4 )<br />

A eq. 4 pode ser formalmente escrita como<br />

&<br />

&<br />

[ H ˆ ( k = 0) + Wˆ<br />

( k )] u = ε u<br />

( 5 )<br />

n<br />

k<br />

nk<br />

nk<br />

onde H ˆ ( k<br />

& = 0)<br />

é o Hamiltoniano com autofunções Ψ n0 (ou u n0 ):<br />

&<br />

Hˆ<br />

( k = 0) u n = ε u<br />

0<br />

n0<br />

n0<br />

( 6 )<br />

O operador ˆ ( k )<br />

W<br />

&<br />

é nulo para k = 0 e t<strong>em</strong> a periodici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rede, ou seja, comuta<br />

com o operador τ d . As autofunções u n0 do operador Hermitiano ˆ ( k = 0)<br />

H &<br />

formam uma base<br />

<strong>completa</strong> que pode ser utiliza<strong>da</strong> para expandir as funções de Bloch u nk<br />

u c<br />

nk<br />

m( k<br />

& ) un0<br />

= ∑<br />

m<br />

7 )<br />

16


&<br />

(<br />

&<br />

(<br />

&<br />

(<br />

&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Inserindo a eq. 7 <strong>na</strong> eq. 5, e multiplicando por u * m0 e integrando sobre uma célula<br />

unitária, Ω 0 , obt<strong>em</strong>os<br />

&<br />

2 2<br />

∑<br />

&<br />

&<br />

⎧⎛<br />

! k ⎞<br />

! k ⎛ & !<br />

⎞ ⎫<br />

&<br />

⎨<br />

⎜εn<br />

− ε +<br />

⎟ δnm<br />

+ ⋅ n ⎜ pˆ<br />

+ ( σ× ˆ<br />

0<br />

0<br />

∇V<br />

) ⋅⎟<br />

m0<br />

⎬ cm<br />

( k ) = 0<br />

nk<br />

2<br />

m ⎩⎝<br />

2m<br />

⎠ m ⎝ 4mc<br />

⎠ ⎭<br />

8 )<br />

onde<br />

∫<br />

*<br />

3<br />

n0 A m0<br />

= Anm = un<br />

Aum<br />

d r , e pˆ = −i!<br />

∇ é o operador momento usual.<br />

Ω0<br />

0<br />

0<br />

A eq. 8, equivalente à eq. 5, pode ser expandi<strong>da</strong> por teoria de perturbações. Pod<strong>em</strong>os<br />

assumir para k pequeno c n (k) ≈ 1, c m (k) = α k , já que c m (0) = δ nm . Pela teoria de perturbações<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

! k<br />

cm<br />

( k ) = ⋅ π<br />

m<br />

nm<br />

ε<br />

n0<br />

1<br />

− ε<br />

m0<br />

( 9 )<br />

onde o operador πˆ&<br />

é definido como<br />

&<br />

π ˆ =<br />

& !<br />

pˆ<br />

+<br />

4mc<br />

&<br />

( σ ˆ × ∇V<br />

2<br />

)<br />

( 10 )<br />

Inserindo a eq. 9 <strong>na</strong> eq. 8, obt<strong>em</strong>os a correção de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong> para ε n0<br />

ε<br />

nk<br />

= ε<br />

n0<br />

+<br />

2<br />

!<br />

2<br />

k<br />

2m<br />

2<br />

! k<br />

+ ⋅<br />

2<br />

m<br />

∑<br />

m≠n<br />

ε<br />

π<br />

nm<br />

n0<br />

⋅ k<br />

− ε<br />

2<br />

m0<br />

11 )<br />

Para k pequenos (ou ε nk - ε n0


&<br />

&<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Formalismo <strong>da</strong> função envelope<br />

Para uma estrutura s<strong>em</strong>icondutora de tamanho <strong>na</strong>noscópico, usamos como base para<br />

descrever o probl<strong>em</strong>a uma combi<strong>na</strong>ção linear <strong>da</strong>s funções u n0<br />

Ψ<br />

ik ⋅r<br />

= ∑ cl<br />

( k ) ul0<br />

( r ) e = ∑<br />

&<br />

&<br />

&<br />

( )<br />

cl<br />

ul0<br />

l<br />

l<br />

&<br />

&<br />

r ( r)<br />

f ( r)<br />

l<br />

( 13 )<br />

Chamamos as novas funções f l de funções envelope, pois variam pouco dentro de um<br />

parâmetro de rede, a oscilação mínima <strong>da</strong>s funções de Bloch. Essa aproximação (chama<strong>da</strong><br />

“Slowly Varying Approximation”) é váli<strong>da</strong> desde que as transforma<strong>da</strong>s de Fourier <strong>da</strong>s<br />

funções envelope não contenham componentes com k perto do limite <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin,<br />

ou, <strong>em</strong> outras palavras, que as energias de confi<strong>na</strong>mento sejam peque<strong>na</strong>s compara<strong>da</strong>s às<br />

energias E(k ZB ). Essa aproximação <strong>da</strong> função envelope nos permite separar o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong><br />

dois subespaços, r e R, com r variando dentro <strong>da</strong> célula unitária e R variando entre as células<br />

unitárias<br />

ou<br />

&<br />

Ψ(<br />

r ) =<br />

N<br />

∑<br />

l=<br />

1<br />

c<br />

l<br />

u<br />

N<br />

⇒ Ψ = ∑<br />

&<br />

&<br />

& &<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

l0 ( r ) f ( k,<br />

r ) ( r,<br />

R ) cl<br />

ul<br />

0(<br />

r ) fl<br />

( k,<br />

R )<br />

l=<br />

1<br />

( 14 )<br />

∫<br />

⎪<br />

⎧<br />

⎪<br />

⎫<br />

= ⎪⎧<br />

⎪⎫<br />

∑ ∫<br />

≅ ∑ ∫ = ⎨∑<br />

&<br />

&<br />

⎬⎨<br />

∫<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

f ( r ) u(<br />

r ) d r f ( r)<br />

u(<br />

r ) d r f ( R)<br />

u(<br />

r ) d r f ( R)<br />

u(<br />

r ) d r⎬<br />

células Ω 0<br />

Ω 0<br />

⎪⎩ ⎪⎭ ⎪⎩ Ω ⎪⎭<br />

Ω 0<br />

∫<br />

Ω<br />

3 1<br />

3<br />

3<br />

f ( r)<br />

u(<br />

r)<br />

d r ≅<br />

Ω<br />

∫ f ( R)<br />

d R ∫ u(<br />

r)<br />

d r<br />

( 15 )<br />

0 Ω<br />

Ω 0<br />

A função f é defini<strong>da</strong> segundo<br />

sobre f dá como resultado<br />

& &<br />

pˆ<br />

f ( r)<br />

=<br />

pˆ<br />

2<br />

&<br />

f ( r ) =<br />

∫<br />

∫<br />

∫<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

3<br />

f ( r)<br />

= f ( k ) exp( ikr ) d k . O operador pˆ&<br />

&<br />

f ( k )<br />

&<br />

!<br />

f ( k )<br />

&<br />

k exp( ikr ) d<br />

2<br />

!<br />

k<br />

2<br />

&<br />

&<br />

3<br />

k,<br />

&<br />

&<br />

exp( ikr)<br />

d<br />

3<br />

k,<br />

aplicado<br />

( 16 )<br />

18


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Agora quer<strong>em</strong>os estu<strong>da</strong>r o espectro de energia do Hamiltoniano, Ĥ<br />

0<br />

, <strong>da</strong> eq. 2 quando<br />

&<br />

somado a um potencial φ (R)<br />

de variação lenta <strong>na</strong> escala <strong>da</strong>s funções u<br />

&<br />

&<br />

&<br />

[ H φ(<br />

r )] Ψ(<br />

r ) = ε Ψ(<br />

)<br />

+ ( 17 )<br />

0<br />

r<br />

como<br />

Como resultado t<strong>em</strong>os que o Hamiltoniano equivalente à equação 2 pode ser escrito<br />

2<br />

2 2<br />

& ⎡ pˆ<br />

!<br />

&<br />

&<br />

p<br />

f r V<br />

V pˆ<br />

⎤ ⎡ ! ˆ ⎤ & ! &<br />

&<br />

&<br />

&<br />

( )<br />

( ˆ ) un<br />

un<br />

f ( r ) pf ˆ ( r ) pu ˆ<br />

⎢ + + σ × ∇ ⋅<br />

+ ⋅<br />

n<br />

= ε f ( r ) u<br />

2 2<br />

⎥ + ⎢ + Φ<br />

n<br />

2m<br />

4m<br />

c<br />

2m<br />

⎥<br />

( 18 )<br />

⎣<br />

⎦ ⎣ ⎦ m<br />

onde desprezamos o termo de acoplamento de spin-órbita sobre a função f. Usando a<br />

definição <strong>da</strong> função envelope de acima, a eq. ( 18 ) se transforma <strong>em</strong><br />

∫<br />

2<br />

2 2<br />

&<br />

&<br />

&<br />

& ⎪⎧<br />

⎡ p<br />

! &<br />

& ! k ! k ⋅ p⎤<br />

⎪⎫<br />

3<br />

f ( k ) exp( ikr ) ⎨⎢<br />

+ V + ( σ × ∇V<br />

) ⋅ p + + un<br />

+ Φ un<br />

d k = ε<br />

2 2<br />

⎥ ⎬<br />

2m<br />

4m<br />

c<br />

2m<br />

m<br />

∫<br />

⎪⎩ ⎣<br />

⎦ ⎪⎭<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

f ( k ) exp( ikr ) u<br />

( 19 )<br />

n<br />

d<br />

3<br />

k<br />

Esta equação pode ser escrita <strong>em</strong> função do resultado obtido para o “bulk”.<br />

Substituindo o conjunto dentro dos colchetes pelo resultado do “bulk”, ε n , obt<strong>em</strong>os<br />

∫<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

3<br />

& 3<br />

[ εn<br />

( k ) + Φ] und<br />

k = ε f ( k ) exp( ikr ) und<br />

k<br />

f ( k ) exp( ikr )<br />

∫<br />

( 20 )<br />

Aqui cortamos a função u n , e faz<strong>em</strong>os uma expansão de Taylor para ε n (k)<br />

∫<br />

&<br />

&<br />

2<br />

& ⎡ & &<br />

⎤<br />

f k ikr g k 1 &<br />

&<br />

∂ ε<br />

3<br />

&<br />

( ) exp( ) ⎢ε<br />

+ ∇ε ⋅ +<br />

2<br />

kik<br />

j + ... + Φ⎥<br />

d k = ε f ( k ) exp( ikr d<br />

ki<br />

k<br />

∫<br />

)<br />

⎢⎣<br />

∂ ∂ j<br />

⎥⎦<br />

3<br />

k<br />

( 21 )<br />

e paramos <strong>na</strong> segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong>. Como esta expansão é feita num ponto de mínimo ou<br />

de máximo, a primeira deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> energia é nula.<br />

19


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

No caso onde as deriva<strong>da</strong>s de to<strong>da</strong>s as direções k i k j sejam iguais (material isotrópico)<br />

pod<strong>em</strong>os definir<br />

∂ ε<br />

∂k<br />

∂k<br />

i<br />

2<br />

j<br />

2<br />

∂ ε<br />

=<br />

2<br />

∂k<br />

!<br />

=<br />

m<br />

2<br />

eff<br />

, que é a definição <strong>da</strong> massa efetiva m eff . Voltando para<br />

f(r) t<strong>em</strong>os<br />

⎡ 2 2<br />

! ∇ ⎤ &<br />

&<br />

⎢− + Φ⎥<br />

f ( r)<br />

= ( ε − ε g ) f ( r )<br />

( 22 )<br />

⎢⎣<br />

2meff<br />

⎥⎦<br />

que é a equação de Schrödinger para a função f.<br />

Aplicação <strong>em</strong> estruturas s<strong>em</strong>icondutoras <strong>na</strong>noscópicas<br />

Partindo <strong>da</strong> eq. 22, levando <strong>em</strong> conta duas ban<strong>da</strong>s (separando elétrons, e - , e buracos,<br />

h + , e definindo ε = 0 no topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de valência), e considerando uma barreira de potencial<br />

de confi<strong>na</strong>mento infinita para o elétron e o buraco<br />

obt<strong>em</strong>os<br />

⎧0<br />

| r | < R<br />

Φ( r<br />

& ) = ⎨<br />

( 23 )<br />

⎩∞<br />

| r | ≥ R<br />

⎡ 2<br />

! ∇<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

2meff<br />

⎡ 2<br />

! ∇<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

2meff<br />

2<br />

e−<br />

2<br />

h+<br />

⎤<br />

+ Φ⎥<br />

f<br />

⎥⎦<br />

e<br />

⎤<br />

+ Φ⎥<br />

f<br />

⎥⎦<br />

h<br />

= (0<br />

− E<br />

= − 0 f ,<br />

h<br />

) f ,<br />

g<br />

e<br />

h+<br />

e<br />

−<br />

( 24 )<br />

que é a equação de Schrödinger [Cohen et al (1977)] para uma partícula confi<strong>na</strong><strong>da</strong><br />

dentro de uma esfera de raio R. O Laplaciano ∆ <strong>em</strong> coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s esféricas é <strong>da</strong>do por<br />

2<br />

1 ∂ 1 ∂ ⎛ ∂ ⎞ 1<br />

∆ =<br />

2 2<br />

2<br />

r<br />

∂r<br />

( r ⋅ ) +<br />

sen<br />

2<br />

⎜ θ ⎟ +<br />

2<br />

r<br />

sen θ ∂θ ⎝<br />

∂θ ⎠<br />

∂<br />

2<br />

r 2 sen θ ∂ϕ<br />

( 25 )<br />

20


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Ele pode ser colocado <strong>em</strong> uma forma mais conveniente utilizando o operador<br />

momento angular<br />

2 ˆL . Usando as componentes x, y e z do operador momento angular Lˆ&<br />

⎛ ∂ ∂ ⎞ ⎛ ∂ ∂ ⎞ ⎛ ∂ ∂ ⎞<br />

Lˆ =<br />

! !<br />

!<br />

x<br />

⎜ y − z ⎟,<br />

Lˆ<br />

y = ⎜ z − x ⎟,<br />

L ˆ<br />

z = ⎜ z − y ⎟<br />

( 26 )<br />

i ⎝ ∂z<br />

∂y<br />

⎠ i ⎝ ∂x<br />

∂z<br />

⎠ i ⎝ ∂y<br />

∂x<br />

⎠<br />

Pod<strong>em</strong>os reescrever a eq. 26 <strong>em</strong> função <strong>da</strong>s variáveis esféricas como<br />

⎛ ∂ cosϕ<br />

∂ ⎞ ⎛ ∂ senϕ<br />

∂ ⎞ ! ∂<br />

L x = i ! ⎜ senϕ<br />

+ ⎟, L y = i ! ⎜-<br />

cosϕ<br />

+ ⎟,<br />

Lz<br />

= ( 27 )<br />

⎝ ∂θ tgθ<br />

∂ϕ ⎠ ⎝ ∂θ tgθ<br />

∂ϕ ⎠ i ∂ϕ<br />

que dá como resultado para o momento angular<br />

2 ˆL<br />

2<br />

2 ⎧ 1 ∂ 1 ∂ ⎛ ∂ ⎞⎫<br />

− ! ⎨ + ⎜sen<br />

θ ⎟⎬<br />

( 28 )<br />

2 2<br />

⎩sen<br />

θ ∂ϕ sen θ ∂θ ⎝ ∂θ ⎠⎭<br />

A equação de Schrödinger eq. 24, se transforma <strong>em</strong><br />

2<br />

ˆ 2<br />

⎡ ! 1 ∂ ⎛ 2 ∂ ⎞ L<br />

& ⎤ &<br />

&<br />

⎢− r<br />

V ( r ) ( r ) = E φ(<br />

r )<br />

2<br />

⎜ ⎟ + +<br />

2 ⎥φ<br />

( 29 )<br />

⎣ 2m r ∂r<br />

⎝ ∂r<br />

⎠ 2mr<br />

⎦<br />

Como t<strong>em</strong>os simetria esférica, [H, L] = 0. Então,<br />

2 ˆL e Lˆ z<br />

são bons números quânticos<br />

ˆ &<br />

2 !<br />

2<br />

L φ(<br />

r ) = l ( l + 1)<br />

&<br />

Lˆ<br />

= m!<br />

φ(<br />

r )<br />

z<br />

&<br />

φ(<br />

r )<br />

( 30 )<br />

Supondo uma função de on<strong>da</strong> φ( r & ) do tipo φ( r & ) = R( r ) Y l m (θ,ϕ), sendo os Y l m (θ,ϕ)<br />

harmônicos esféricos, conseguimos separar a parte radial <strong>da</strong> equação de Schrödinger, eq. 29.<br />

21


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Assim obt<strong>em</strong>os uma nova equação, separando para raios maiores que o ponto<br />

quântico e para raios menores que o mesmo, obtendo<br />

⎡<br />

2 2 2<br />

2<br />

! d ! 2 d l ( l + 1)<br />

! ⎤<br />

⎢−<br />

− + ⎥R(<br />

r ) = ER(<br />

r )<br />

2<br />

2<br />

⎣ 2m<br />

dr 2m r dr 2mr<br />

⎦&<br />

φ(<br />

r ) = 0<br />

| r | < R<br />

| r | ≥ R<br />

( 31 )<br />

Fazendo a substituição<br />

mE<br />

k = , obt<strong>em</strong>os<br />

2 2<br />

2<br />

!<br />

⎡<br />

2<br />

d 2 d 2 l ( l + 1)<br />

⎤<br />

⎢ + + k − ( ) = 0<br />

2<br />

2 ⎥ R r<br />

⎣dr<br />

r dr r ⎦<br />

( 32 )<br />

Substituindo kr = ρ , obt<strong>em</strong>os<br />

⎧<br />

2<br />

d<br />

⎨<br />

⎩dρ<br />

2<br />

2 d ⎡ l ( l + 1)<br />

⎤⎫<br />

+ + ⎢1<br />

− ( ρ ) = 0<br />

2 ⎥⎬R<br />

ρ dρ<br />

⎣ ρ ⎦⎭<br />

( 33 )<br />

Essa é a equação diferencial <strong>da</strong>s funções esféricas de Bessel de ord<strong>em</strong> l, com soluções<br />

J l ( ρ ) e N l ( ρ ). Descarta-se N l ( ρ ) porque ela diverge para ρ = 0, sobrando ape<strong>na</strong>s J l ( ρ )<br />

J<br />

l<br />

l<br />

( ρ) = ( − )<br />

l<br />

l ⎛ 1 d ⎞ senρ<br />

1 ρ ⎜ ⎟<br />

( 34 )<br />

⎝ ρ dρ<br />

⎠ ρ<br />

As energias são obti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> condição de contorno ( kR) = 0<br />

J l<br />

. Se χ n,l é a<br />

χn,<br />

l !<br />

enésima raiz <strong>da</strong> função j l (x) os níveis de energia são <strong>da</strong>dos por En,<br />

l = . A fig. 5<br />

2<br />

2mR<br />

mostra a localização <strong>da</strong>s raízes <strong>da</strong>s 3 primeiras funções de Bessel esféricas. A função j 0 t<strong>em</strong><br />

2<br />

2<br />

raízes s<strong>em</strong>pre que x = nπ e fornece o estado fun<strong>da</strong>mental para<br />

E<br />

1,0<br />

2 2<br />

!<br />

π h<br />

= =<br />

2<br />

2m<br />

R 8m<br />

R<br />

ef<br />

ef<br />

2<br />

2<br />

. O<br />

próximo estado excitado v<strong>em</strong> <strong>da</strong> primeira raiz de j 1 , χ 1,l = 4.4934, com energia<br />

(4.4934/π) 2 = 2.05 vezes maior do que a do estado fun<strong>da</strong>mental.<br />

22


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

1.0<br />

j l<br />

(x)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

j 0<br />

(x)<br />

j 1<br />

(x)<br />

j 2<br />

(x)<br />

Figura 5: Funções de<br />

Bessel j l (x) para l = 0, 1, 2. Notar<br />

que os primeiros três zeros<br />

0.2<br />

correspond<strong>em</strong> a funções diferentes.<br />

0.0<br />

-0.2<br />

0 2 4 6 8 10 12<br />

x<br />

Considerando m eff e = m eff b , definimos a massa reduzi<strong>da</strong> µ como<br />

1 1 1<br />

= +<br />

µ m e m b<br />

. As<br />

regras de seleção para as transições entre ban<strong>da</strong>s exig<strong>em</strong> que o n e l <strong>da</strong>s funções envelope<br />

sejam idênticos. As transições interban<strong>da</strong> estão defini<strong>da</strong>s pelo produto<br />

ˆ<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

u<br />

vφn,<br />

l<br />

e ⋅ p ucφn,<br />

l = φn,<br />

l φn,<br />

l<br />

uv<br />

e ⋅ p uc<br />

+ uv<br />

uc<br />

φn,<br />

l<br />

e ⋅ p φn,<br />

l<br />

ˆ<br />

ˆ<br />

( 35 )<br />

&<br />

onde e<br />

é a polarização <strong>da</strong> luz incidente e pˆ&<br />

o vetor momento (ver no apêndice 4 o<br />

equivalente à eq. 35 para o cálculo de níveis de energia mais completo). Como o<br />

termo<br />

u v uc<br />

é nulo (já que a pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s funções u de ban<strong>da</strong> de valência e condução são<br />

opostas), só sobra o primeiro termo <strong>na</strong> eq. 35. Por ortogo<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s funções φ, só t<strong>em</strong>os<br />

transições para ∆l = 0.<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s por<br />

Dessa forma, as energias dos picos de absorção observa<strong>da</strong>s experimentalmente são<br />

E n,l = E g + E e + E b , ou E n,1 =<br />

E<br />

g<br />

2<br />

n,<br />

l<br />

2<br />

!<br />

χ<br />

+<br />

2µ<br />

R<br />

2<br />

( 36 )<br />

23


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Nesse modelo a energia de transição é inversamente proporcio<strong>na</strong>l ao quadrado do raio<br />

do ponto quântico.<br />

O modelo apresentado t<strong>em</strong> vários pontos fracos, como a condição de contorno, a<br />

isotropia <strong>da</strong>s massas, a aproximação de ban<strong>da</strong> parabólica e o desacoplamento <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s.<br />

Em relação à condição de contorno, a primeira questão é relativa ao tamanho que os<br />

elétrons ‘perceb<strong>em</strong>’. Numa rede unidimensio<strong>na</strong>l pod<strong>em</strong>os considerar o tamanho do ponto<br />

quântico como a distância entre o primeiro e o último núcleo (esse é o tamanho obtido por<br />

microscopia eletrônica ou qualquer técnica sensível aos núcleos). Mas o elétron não está<br />

realmente preso nessa caixa (ver fig. 6). Seria mais realista considerar pelo menos meio<br />

parâmetro de rede a mais. Esse erro é pequeno para pontos quânticos grandes, mas ≈ 3Å <strong>em</strong><br />

30Å (raio típico dos pontos quânticos estu<strong>da</strong>dos) é um erro não desprezível e pode <strong>da</strong>r uma<br />

diferença <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 100meV <strong>na</strong> energia calcula<strong>da</strong>.<br />

Figura 6: Esqu<strong>em</strong>a para os<br />

átomos de uma rede unidimensio<strong>na</strong>l.<br />

Pontos marrom, material<br />

s<strong>em</strong>icondutor, pontos verdes, vidro<br />

O segundo probl<strong>em</strong>a associado à condição de contorno é que ela não permite<br />

vazamento <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> para ‘fora’ do material s<strong>em</strong>icondutor que forma o ponto<br />

quântico. Nos poços quânticos esse vazamento é permitido e levado <strong>em</strong> conta.<br />

Acreditamos que nos pontos quânticos <strong>em</strong> vidro, a aproximação de barreira infinita é<br />

uma melhor aproximação por duas razões:<br />

1. as barreiras são mais altas do que entre dois materiais s<strong>em</strong>icondutores típicos (a<br />

barreira s<strong>em</strong>icondutor-vidro é ≈ 4eV);<br />

2. como o vidro é um material amorfo, mesmo que não houvesse barreira de potencial,<br />

a penetração no vidro seria muito reduzi<strong>da</strong> porque a função de on<strong>da</strong> perde<br />

rapi<strong>da</strong>mente a fase <strong>na</strong> região amorfa. O vazamento <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> pode ser<br />

considerável <strong>em</strong> materiais s<strong>em</strong>icondutores como CdX (X = S, Se, Te), já que o<br />

“gap” destes materiais é maior que 1.5eV. No caso de pontos quânticos de<br />

s<strong>em</strong>icondutores de “gap” estreito, como a família PbX (X = S, Se, Te), onde o “gap”<br />

24


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

não ultrapassa os 400meV <strong>em</strong> nenhum deles, o vazamento é, conseqüent<strong>em</strong>ente,<br />

menor.<br />

Estes dois probl<strong>em</strong>as indicam que o elétron deve estar confi<strong>na</strong>do <strong>em</strong> uma caixa maior<br />

do que a correspondente à distância entre o primeiro e o último núcleo do material<br />

s<strong>em</strong>icondutor, ou qualquer tamanho medido por uma técnica que seja sensível ape<strong>na</strong>s aos<br />

núcleos. Para levar <strong>em</strong> conta esses efeitos, o cálculo dos níveis de energia poderia usar um<br />

raio efetivo um pouco maior do que o raio medido para os núcleos.<br />

O terceiro probl<strong>em</strong>a associado à condição de contorno é que não é possível estu<strong>da</strong>r<br />

efeitos de superfície, já que usamos um potencial infinito fora do ponto quântico.<br />

O modelo descrito acima para o cálculo dos níveis de energia usa a aproximação de<br />

massa esférica para as ban<strong>da</strong>s de valência e condução (isto é, as massas não têm diferença<br />

nos eixos principais, m l / m t = 1). Para os materiais CdX (X = S, Se, Te), esta pode ser uma<br />

aproximação boa, mas para a família PbX (X = S, Se, Te) não é, já que as massas são<br />

altamente anisotrópicas, principalmente no caso de PbTe (m - l / m - t ≅ 10, m + l / m + t ≅ 10).<br />

Quanto à aproximação de ban<strong>da</strong> parabólica, é claro que será uma boa aproximação<br />

enquanto o confi<strong>na</strong>mento for muito menor do que a energia do “gap” do material<br />

s<strong>em</strong>icondutor, isto é, os níveis confi<strong>na</strong>dos não se afastam muito do topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de valência<br />

e do fundo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de condução. Mas para os pontos quânticos <strong>da</strong> família PbX (X = S, Se,<br />

Te), onde a energia de confi<strong>na</strong>mento pode até ser maior que a energia do “gap”, o modelo de<br />

Efros e Efros não fornece uma descrição acura<strong>da</strong> dos níveis de energia.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, o acoplamento entre ban<strong>da</strong>s não é desprezível para as energias de<br />

confi<strong>na</strong>mento típicas dos PQ de PbX (X = S, Se, Te) e o probl<strong>em</strong>a de n equações acopla<strong>da</strong>s<br />

deve ser considerado para ban<strong>da</strong>s próximas. Para materiais com o mínimo no ponto Γ se<br />

considera um sist<strong>em</strong>a de 4 ban<strong>da</strong>s degenerado por spin (ban<strong>da</strong> de condução, buracos pesados,<br />

buracos leves e “split-off”). Se o “split-off” é muito maior que a energia do “gap”, o sist<strong>em</strong>a<br />

pode ser reduzido a 3 ban<strong>da</strong>s degenera<strong>da</strong>s. No caso do mínimo estar no ponto L, ter<strong>em</strong>os a<br />

resolver um sist<strong>em</strong>a de 2 ban<strong>da</strong>s degenera<strong>da</strong>s (valência e condução) acopla<strong>da</strong>s.<br />

25


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Cinética de crescimento dos PQ<br />

Nesta seção apresentamos um resumo do estudo <strong>da</strong> cinética de crescimento dos<br />

pontos quânticos <strong>na</strong> matriz vítrea [de Faria (2000)]. Depois, faz<strong>em</strong>os uma interpretação <strong>da</strong><br />

teoria comparando com resultados de SAXS (Small Angle X ray Scattering) <strong>em</strong> amostras de<br />

CdTe.<br />

As amostras cresci<strong>da</strong>s têm uma distribuição de tamanhos que depende <strong>da</strong> cinética de<br />

crescimento. Qualquer aplicação do material que requeira um controle preciso <strong>da</strong>s suas<br />

proprie<strong>da</strong>des eletrônicas e ópticas será fort<strong>em</strong>ente influencia<strong>da</strong> pela distribuição de tamanhos<br />

dos PQ. Por isso entender a cinética de crescimento é importante tanto para crescer amostras<br />

melhores como para interpretar corretamente os resultados obtidos.<br />

Quando duas fases coexist<strong>em</strong> <strong>em</strong> regiões homogêneas distintas pode acontecer uma<br />

transição de fase ou formação de uma fase dentro de outra. Nucleação é o processo de<br />

formação de uma nova fase dentro de uma fase já existente, separa<strong>da</strong> desta por uma<br />

superfície b<strong>em</strong> defini<strong>da</strong>.<br />

Em uma solução sóli<strong>da</strong> supersatura<strong>da</strong> existe um excesso de soluto no solvente (a<br />

concentração do soluto excede o valor de saturação a uma <strong>da</strong><strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura e pressão), e<br />

aquele excesso pode se transformar <strong>em</strong> um precipitado se acontecer o processo de nucleação.<br />

Um ex<strong>em</strong>plo de materiais criados por nucleação <strong>em</strong> uma solução sóli<strong>da</strong> supersatura<strong>da</strong> são os<br />

vidros dopados com pontos quânticos, onde coexiste a fase solvente (matriz vítrea), com o<br />

soluto (el<strong>em</strong>entos precursores) e o precipitado (pontos quânticos).<br />

Suponha que num determi<strong>na</strong>do volume (matriz, solvente) ocorre a coexistência de<br />

átomos dispersos (solvente) com átomos formando partículas (precipitado). Definimos g d<br />

como a energia livre por átomo dos átomos dispersos, g c , a energia livre por átomo do cristal,<br />

σ a tensão superficial e v c o volume do cristal por átomo do cristal, ∆g v = ( g c - g d ) / v c , a<br />

diferença <strong>na</strong> energia livre entre as fases por uni<strong>da</strong>de de volume e ∆g s por uni<strong>da</strong>de de área,<br />

igual à energia macroscópica σ. A transformação de um líquido supersaturado para uma fase<br />

precipita<strong>da</strong> mu<strong>da</strong> a energia livre por<br />

∆G = 4/3 πr 3 ∆g v + 4πr 2 ∆g s ( 37 )<br />

26


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Para que aconteça o processo de nucleação a solução deve ser supersatura<strong>da</strong>, então g c<br />

deve ser menor que g d . Reescrevendo a eq. 37, obt<strong>em</strong>os<br />

∆G = − 4πr 3 (g v − g c ) / 3v c + 4πr 2 σ ( 38 )<br />

A curva de ∆G versus r aumenta até um máximo e então decresce. A posição desse<br />

máximo nos dá o raio crítico, r c , para uma partícula esférica<br />

( ∆G)<br />

d<br />

dr<br />

r=<br />

r<br />

c<br />

= 0,<br />

r<br />

c<br />

=<br />

2σv<br />

( g − g ) ∆g<br />

d<br />

c<br />

c<br />

2σv<br />

=<br />

c<br />

( 39 )<br />

Uma partícula com raio r c está <strong>em</strong> equilíbrio instável, ver fig. 7. Se tiver o raio menor<br />

que r c ela tende a redissolver, já que um aumento no raio leva a um aumento de ∆G. Se o raio<br />

for maior que r c ela tende a crescer, já que um aumento no raio leva a um decréscimo de ∆G.<br />

As partículas com r < r c são chama<strong>da</strong>s de <strong>em</strong>briões e as com r > r c são chama<strong>da</strong>s de núcleos.<br />

Figura 7: Esqu<strong>em</strong>a do valor<br />

∆G<br />

4πr 2 σ<br />

E<br />

N<br />

<strong>da</strong> Energia livre <strong>em</strong> função do raio.<br />

O máximo define r c . Do lado<br />

esquerdo do r c t<strong>em</strong>os a região de<br />

<strong>em</strong>briões (E), e do lado direito, dos<br />

4 πr 3 ∆g v<br />

3<br />

núcleos (N).<br />

raio, r<br />

r c<br />

27


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

O raio crítico estaria <strong>completa</strong>mente definido se o valor de ∆g fosse constante. Mas,<br />

como a variação <strong>da</strong> energia livre dos átomos dispersos <strong>na</strong> matriz depende <strong>da</strong> concentração,<br />

por causa <strong>da</strong> entropia de arranjo, ∆g é <strong>da</strong><strong>da</strong>, <strong>na</strong> reali<strong>da</strong>de, por<br />

⎛ N(<br />

R)<br />

⎞<br />

∆g = kT ln⎜<br />

⎟<br />

( 40 )<br />

⎝ N ( ∞)<br />

⎠<br />

onde N(R) é a concentração <strong>na</strong> superfície de um ponto quântico com raio R, N(∞) é a<br />

concentração de equilíbrio de um ponto quântico de raio infinito, k é a constante de<br />

Boltzmann e T a t<strong>em</strong>peratura.<br />

Substituindo <strong>na</strong> eq. 39 obt<strong>em</strong>os<br />

2σ<br />

vc<br />

rc =<br />

( 41 )<br />

⎛ ⎛ N(<br />

R)<br />

⎞⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

kT ln⎜<br />

⎟<br />

⎝ ⎝ N(<br />

∞)<br />

⎠⎠<br />

e fazendo r c ≡ R obt<strong>em</strong>os<br />

⎡2σ<br />

v ⎤<br />

N( R)<br />

= N(<br />

∞)exp<br />

c<br />

⎢ ⎥<br />

( 42 )<br />

⎣ kTR ⎦<br />

Pode-se entender essa concentração <strong>da</strong> seguinte forma intuitiva: a taxa com que o PQ<br />

<strong>em</strong>ite átomos depende do seu raio enquanto a taxa com que ele absorve átomos depende <strong>da</strong><br />

concentração <strong>na</strong> sua interface. O equilíbrio se estabelece quando a taxa de <strong>em</strong>issão é igual a<br />

de absorção. Nesse equilíbrio vale a relação <strong>da</strong> equação 42. Para se atingir essa concentração<br />

de equilíbrio é necessário que os átomos <strong>em</strong>itidos não sejam transportados rapi<strong>da</strong>mente para<br />

fora <strong>da</strong> interface n<strong>em</strong> que os átomos <strong>da</strong> interface absorvidos sejam repostos imediatamente.<br />

S<strong>em</strong> possibili<strong>da</strong>de de transporte, as trocas <strong>na</strong> interface estabelec<strong>em</strong> a concentração de<br />

equilíbrio via variações no raio do PQ. Como o transporte de átomos nos vidros só ocorre<br />

através do mecanismo muito lento de difusão a eq. 42 se verifica para todo momento.<br />

O PQ vai crescer ou redissolver dependendo <strong>da</strong> comparação entre essa concentração<br />

<strong>na</strong> superfície e a concentração média no vidro devido à difusão (as figuras 8 e 9 ilustram esse<br />

processo). Se a concentração de equilíbrio <strong>na</strong> interface é maior do que a concentração média,<br />

representa<strong>da</strong> pela linha horizontal <strong>da</strong> fig. 8, a difusão retira átomos <strong>da</strong> interface do PQ. O<br />

equilíbrio se restabelece com uma <strong>em</strong>issão líqui<strong>da</strong> de átomos e diminuição de tamanho do<br />

28


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

PQ, ou seja, redissolução do PQ. Esse é o caso <strong>em</strong> que R < R crítico <strong>da</strong> fig. 8 e fig. 9.a.. Se, por<br />

outro lado, essa concentração é menor, a difusão alimenta a interface com átomos, agora<br />

ocorrerá absorção líqui<strong>da</strong> e o PQ cresce, caso R > R crítico <strong>da</strong> fig. 8 fig. 9.b. Quando a<br />

concentração de equilíbrio <strong>na</strong> interface for idêntica à concentração média não há difusão e o<br />

PQ mantém-se estável. Note-se portanto, que a definição de raio crítico agora, é a de um raio<br />

para o qual a concentração <strong>da</strong> eq. 42 é idêntica à concentração dos el<strong>em</strong>entos <strong>na</strong> matriz e não<br />

o raio crítico definido pela eq. 39.<br />

T 1<br />

< T 2<br />

< T 3<br />

ln [N(R)]<br />

T 3<br />

T 2<br />

T 1<br />

R c1<br />

R c2<br />

Raio, R<br />

∆ N<br />

T<br />

( a )<br />

( b )<br />

Figura 8: Curvas de N(R) para<br />

diferentes t<strong>em</strong>peraturas.<br />

Figura 9: Esqu<strong>em</strong>a do crescimento dos<br />

pontos quânticos. Em a. apresentamos a dissolução<br />

dos pontos quânticos, <strong>em</strong> b., o crescimento<br />

A dinâmica do crescimento do PQ, portanto, é definido pelo processo lento de difusão<br />

dos átomos <strong>na</strong> matriz, garantindo que N(R) será s<strong>em</strong>pre o N eq (R). Enquanto os campos de<br />

difusão <strong>em</strong> volta de núcleos vizinhos não se superpõ<strong>em</strong> ca<strong>da</strong> núcleo se comporta<br />

independente dos outros. As teorias de crescimento simples limitado por difusão mostram<br />

que, nesse caso, o raio varia com o t<strong>em</strong>po segundo a fórmula R 2 2<br />

= k.t + R 0 [Liu e Risbud<br />

(1990)]. Se a superposição ocorrer, a matriz deixa de atuar como uma fonte infinita de<br />

átomos dispersos e a concentração destes começa a diminuir. O mesmo acontece com o grau<br />

de supersaturação <strong>da</strong> matriz. Nesse estágio se inicia uma competição entre os PQ vizinhos<br />

29


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

pelos átomos dispersos, com vantag<strong>em</strong> para os maiores, com menor concentração <strong>na</strong><br />

interface. A fórmula de crescimento com o t<strong>em</strong>po mu<strong>da</strong> para R 3 3<br />

= k.t + R 0 [Lifschitz e<br />

Slezov (1961)]. À medi<strong>da</strong> que o número de átomos dispersos cai, o raio crítico aumenta<br />

fazendo com que partículas que estavam crescendo pass<strong>em</strong> a se redissolver. Nesta etapa se dá<br />

o início do processo de coalescência, “coarsening”. As partículas com raios menores que<br />

ficaram abaixo do novo raio crítico passam a se redissolver <strong>na</strong> matriz, alimentando as<br />

maiores com seus átomos e alargando a distribuição de tamanhos. Para obter uma<br />

distribuição de tamanhos peque<strong>na</strong> deve-se, portanto, evitar atingir o estágio de coalescência.<br />

A distribuição de tamanhos para o processo de nucleação e crescimento simples é do tipo<br />

gaussia<strong>na</strong> [Medeiros Neto (1992)]. Já a função de distribuição obti<strong>da</strong> no crescimento<br />

mediante coalescência é a função de Lifshitz-Slezov [Bányai e Koch (1993)]. Na fig. 10<br />

mostramos um ex<strong>em</strong>plo dessas duas distribuições obti<strong>da</strong>s pelos processos de nucleação e<br />

coalescência.<br />

Probabili<strong>da</strong>de (u.a.)<br />

Figura 10: Curvas de<br />

distribuição de tamanhos para o<br />

crescimento de amostras mediante<br />

o processo de nucleação (linha<br />

vermelha) e coalescência (linha<br />

preta).<br />

Radio (u.a.)<br />

30


&DStWXOR 3RQWRV TXkQWLFRV LQWURGXomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Observação <strong>da</strong> Cinética de crescimento dos PQ através de medi<strong>da</strong>s de SAXS<br />

O raio médio e a dispersão de tamanhos são obtidos através de um ajuste não-linear<br />

<strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de de luz difrata<strong>da</strong> no experimento de SAXS. A expressão <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de<br />

difrata<strong>da</strong>, para qualquer razão λ/r, por uma esfera de raio R é <strong>da</strong><strong>da</strong> por [Jackson (1999)]<br />

onde K é uma constante e ϕ é <strong>da</strong>do por<br />

I s<br />

2<br />

3<br />

⎛ 4πR<br />

⎞<br />

( q)<br />

= K<br />

⎜ [ ϕ(<br />

qR)<br />

] 2<br />

3<br />

⎟<br />

( 43 )<br />

⎝ ⎠<br />

[ sen( qR)<br />

− qR cos( qR)<br />

]<br />

ϕ ( qR)<br />

= 3<br />

( 44 )<br />

3<br />

( qR)<br />

Assumindo uma distribuição gaussia<strong>na</strong> g(R) de <strong>na</strong>nocristais dentro <strong>da</strong> matriz vítrea, a<br />

função não-linear para fazer o ajuste <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de obti<strong>da</strong> no experimento de SAXS é<br />

onde g(R) é <strong>da</strong>do por<br />

2<br />

[ ϕ(<br />

qR)<br />

] dR B<br />

6<br />

I ( q)<br />

= A∫<br />

g(<br />

R)<br />

R<br />

+<br />

( 45 )<br />

⎡<br />

2<br />

1 ( R − R ) ⎤<br />

g ( R)<br />

= exp⎢−<br />

m<br />

2 ⎥<br />

( 46 )<br />

2πσ<br />

⎣ 2σ<br />

⎦<br />

sendo R m o raio médio <strong>da</strong> distribuição, σ o desvio padrão <strong>da</strong> distribuição de tamanhos,<br />

A um fator de escala e B uma constante que leva <strong>em</strong> consideração o espalhamento do resto <strong>da</strong><br />

matriz vítrea. Do ajuste obt<strong>em</strong>os o radio médio R m e o desvio padrão σ.<br />

Na fig. 11 apresentamos a intensi<strong>da</strong>de experimental difrata<strong>da</strong> <strong>em</strong> vidros com PQ de<br />

PbTe [Craievich et al (1997)] <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po de tratamento térmico e o ajuste nãolinear<br />

efetuado para obter o raio médio e a distribuição de tamanhos.<br />

31


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 11: Intensi<strong>da</strong>de de<br />

raios X dispersados de amostras de<br />

PQ de PbTe <strong>em</strong> vidro para diferentes<br />

t<strong>em</strong>pos de tratamento térmico. De<br />

baixo para cima, os t<strong>em</strong>pos de<br />

tratamento são: 19min (21Å), 38min<br />

(24Å), 56min (27Å), 78min (29Å),<br />

98min (31Å), 119min (32.5Å).<br />

Esses experimentos de SAXS para pontos quânticos de PbTe confirmaram que o raio<br />

cresce segundo a formula R 2 2<br />

= k.t + R 0 [Liu e Risbud (1990)], típica de crescimento simples<br />

limitado por difusão. A fig. 12 mostra o quadrado do raio <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po, de onde se<br />

observa que esse comportamento é válido até aproxima<strong>da</strong>mente 70min, após o que se inicia o<br />

processo de coalescência.<br />

Figura 12: Dispersão de<br />

tamanho dos pontos quânticos de<br />

PbTe <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po de<br />

tratamento térmico [Craievich et al<br />

(1997)].<br />

32


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR6LVWHPDVH[SHULPHQWDLV<br />

___________________________________________________________________________<br />

Neste capítulo descrev<strong>em</strong>os os principais equipamentos utilizados ao longo desta <strong>tese</strong>,<br />

seus princípios de funcio<strong>na</strong>mento, modelos e características. O equipamento principal<br />

utilizado é o sist<strong>em</strong>a de geração de pulsos ultracurtos. Qualquer técnica para estu<strong>da</strong>r<br />

fenômenos com t<strong>em</strong>pos de resposta de f<strong>em</strong>tossegundos vai necessitar de uma fonte de luz de<br />

pulsos ultracurtos b<strong>em</strong> caracteriza<strong>da</strong>. Desta forma o trabalho inicial concentrou-se <strong>em</strong> obter e<br />

caracterizar os pulsos ultracurtos obtidos de um laser de Ti:safira <strong>na</strong> região de 0.8µm e de um<br />

oscilador paramétrico (“Optical Parametrical Oscillator”, OPO) <strong>na</strong> região de 1.5µm. O<br />

sist<strong>em</strong>a consiste de um laser de Argônio de até 30W CW “Continuous Wave”, multilinha,<br />

bombeando um laser de Ti:safira, “Tsu<strong>na</strong>mi”, capaz de produzir pulsos de largura total a<br />

meia altura ≤ 120fs (“Full Width at Half Maximum”, FWHM) entre 0.7µm e 1.1µm, o qual,<br />

por sua vez, bombeia um oscilador paramétrico, “Opal” que gera pulsos ultracurtos<br />

(FWHM ≤ 160fs) entre 1.1µm e 2.8µm.<br />

A seguir, apresentamos uma descrição de outros equipamentos usados no laboratório,<br />

como um espectrômetro de transforma<strong>da</strong> de Fourier (FTIR), “Lockin”, modulador acustoóptico<br />

(AOM) e o programa “Labview”, usado para controlar os equipamentos de medi<strong>da</strong> e<br />

para adquirir os <strong>da</strong>dos diretamente no computador.<br />

33


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Descrição do Sist<strong>em</strong>a Experimental<br />

A fig. 1 mostra um esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> posição dos lasers <strong>na</strong> mesa óptica. O laser de argônio<br />

bombeia o laser “Tsu<strong>na</strong>mi”, que por sua vez bombeia o “Opal”. O “Opal” t<strong>em</strong> três saí<strong>da</strong>s,<br />

sendo que uma delas é ape<strong>na</strong>s uma sobra do bombeio, do mesmo lado <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>, utiliza<strong>da</strong><br />

para monitorar as características do feixe do “Tsu<strong>na</strong>mi”. As outras duas saí<strong>da</strong>s, marca<strong>da</strong>s<br />

com S, “Sig<strong>na</strong>l” e I, “Idler”, são os feixes principais de saí<strong>da</strong> do “Opal”.<br />

Figura 1: Esqu<strong>em</strong>a dos lasers <strong>na</strong> mesa óptica do laboratório.<br />

Laser de Argônio<br />

O laser de Argônio utilizado é <strong>da</strong> “Coherent”, modelo “Innova” 400. Ele fornece uma<br />

potência de saí<strong>da</strong> de 27W ao ser alimentado com 60A no modo multilinha. As linhas mais<br />

intensas são as de 488nm e 514nm. Esse laser gera uma enorme quanti<strong>da</strong>de de calor que deve<br />

ser dissipa<strong>da</strong> pelo circuito de refrigeração de água gela<strong>da</strong>. Tanto a potência quanto o modo<br />

desse laser são fun<strong>da</strong>mentais para um bom funcio<strong>na</strong>mento do “Tsu<strong>na</strong>mi”, e esses dois<br />

parâmetros depend<strong>em</strong> principalmente <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura do laser, a qual depende <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura<br />

<strong>da</strong> água gela<strong>da</strong>. Isso tor<strong>na</strong> a t<strong>em</strong>peratura de refrigeração <strong>da</strong> água, b<strong>em</strong> como seu fluxo,<br />

parâmetros críticos do sist<strong>em</strong>a como um todo.<br />

34


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Laser de Ti:safira (“Tsu<strong>na</strong>mi”)<br />

O laser de argônio bombeia o “Tsu<strong>na</strong>mi”, laser de estado sólido <strong>da</strong> Spectra Physics,<br />

que gera pulsos ultracurtos (≤120fs) <strong>na</strong> região de infravermelho próximo (700nm até<br />

1100nm), com uma taxa de repetição de ≈ 80MHz, 2W de potência média (potência de pico<br />

de 400kW). O componente principal do laser “Tsu<strong>na</strong>mi” é o íon Ti 3+ <strong>em</strong>bebido <strong>em</strong> um cristal<br />

de safira (Al 2 O 3 ), caracterizado por uma ban<strong>da</strong> larga de luminescência, fig. 2.a., uma<br />

estrutura de níveis simples, fig. 2.b., e uma seção de choque de ganho relativamente alta. A<br />

estrutura eletrônica do Ti 3+ envolve uma cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong> mais um elétron 3d. Os níveis 3d<br />

têm sua degenerescência levanta<strong>da</strong> pelo campo cristalino do cristal hospedeiro. Dessa forma<br />

o estado excitado 2 E 0 é duplamente degenerado com uma energia <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 19000cm −1 ,<br />

(1000cm −1 = 124meV) enquanto o nível fun<strong>da</strong>mental é composto de três estados 2 T 2 quase<br />

degenerados, sendo um o estado fun<strong>da</strong>mental e os outros dois separados por energias de<br />

38cm −1 e 107cm −1 . A transição laser ocorre entre o estado 2 E 0 e o estado 2 T 2 de energia mais<br />

alta (107cm −1 ), indicando que dev<strong>em</strong>os resfriar o cristal para evitar popular termicamente o<br />

nível laser inferior (l<strong>em</strong>brando que para T = 300K, K B T= 208cm −1 ) e diminuir a eficiência do<br />

laser. A seção de choque de ganho é <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 10 -20 cm 2 . A curva de absorção se estende<br />

por aproxima<strong>da</strong>mente 250nm com o máximo <strong>em</strong> torno de 500nm. Assim, o laser de argônio<br />

operando CW e <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as linhas do visível é a escolha mais usa<strong>da</strong> para bombear o laser de<br />

Ti:safira. Na fig. 2.a. mostramos os espectros de absorção e o de <strong>em</strong>issão, que t<strong>em</strong> uma<br />

largura à meia altura de quase 200nm, com um pico <strong>em</strong> torno de 780nm.<br />

Figura 2: a. Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão do Ti +3 :Al 2 O 3 . b. Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> estrutura de níveis<br />

de energia do Ti +3 :Al 2 O 3 .<br />

35


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A grande vantag<strong>em</strong> desse laser é que ele é capaz de gerar pulsos de f<strong>em</strong>tossegundos<br />

<strong>em</strong> todo o intervalo de ganho. O mecanismo de geração dos pulsos ultracurtos é hoje<br />

conhecido como “Kerr Lens Modelocking”. Basicamente o bastão de Ti:safira t<strong>em</strong> uma nãolineari<strong>da</strong>de<br />

alta o suficiente para, <strong>na</strong>s potências intracavi<strong>da</strong>de do laser, funcio<strong>na</strong>r como uma<br />

lente não-linear. Na região central de um pulso de perfil gaussiano a intensi<strong>da</strong>de é maior. O<br />

índice de refração de um material com n 2 positivo, segundo a forma n(I) = n o + n 2 I, será<br />

maior no centro, o que é equivalente a uma lente. Se as per<strong>da</strong>s <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de for<strong>em</strong> menores<br />

para o laser operando com essa lente extra do que s<strong>em</strong> ela o laser tende a operar <strong>na</strong> forma de<br />

travamento de modos, “mode-locked”.<br />

Um laser opera <strong>na</strong> forma pulsa<strong>da</strong> s<strong>em</strong>pre que a janela de t<strong>em</strong>po <strong>na</strong> qual o ganho<br />

supera as per<strong>da</strong>s se repetir no t<strong>em</strong>po com o mesmo “round trip time” do feixe <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de,<br />

como mostra a fig. 3. O travamento de modos, “mode-locking” é ativo quando existe um<br />

meio externo modulando as per<strong>da</strong>s <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de e passivo quando essa modulação ocorre<br />

<strong>na</strong>turalmente. No bombeamento ativo é necessário sincronizar o modulador com a freqüência<br />

de repetição própria <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de.<br />

Figura 3: Esqu<strong>em</strong>a do ganho<br />

e as per<strong>da</strong>s <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de do laser.<br />

Nas janelas onde o ganho é maior<br />

que as per<strong>da</strong>s o laser pode pulsar.<br />

Como as diferenças de per<strong>da</strong>s entre as operações CW e pulsa<strong>da</strong> do laser de Ti:safira<br />

são muito peque<strong>na</strong>s, esse laser não é “self-starting”, e comumente opera <strong>em</strong> ambas as formas<br />

simultaneamente. Para forçar ape<strong>na</strong>s a operação pulsa<strong>da</strong>, alguns fabricantes aumentam as<br />

per<strong>da</strong>s para a operação CW colocando uma fen<strong>da</strong> no foco <strong>da</strong> lente Kerr não-linear. No caso<br />

do “Tsu<strong>na</strong>mi” a opção foi iniciar a operação pulsa<strong>da</strong> com “mode-locking” ativo através de<br />

um modulador acusto-óptico. A operação pulsa<strong>da</strong> é manti<strong>da</strong> a seguir através de uma<br />

realimentação do modulador, uma forma de operação que mistura “mode-locking” ativo e<br />

passivo.<br />

36


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A fig. 4 mostra um esqu<strong>em</strong>a completo do laser. As partes principais do laser são o<br />

meio ativo, o sintonizador e o modulador.<br />

Figura 4: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de do “Tsu<strong>na</strong>mi”. Note que os espelhos M4 a M9 não seriam<br />

estritamente necessários. Sua utili<strong>da</strong>de e diminuir o tamanho <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de.<br />

O “Tsu<strong>na</strong>mi” é ve<strong>da</strong>do <strong>na</strong>s duas extr<strong>em</strong>i<strong>da</strong>des com duas janelas de Brewster, <strong>na</strong><br />

incidência do bombeio e <strong>na</strong> saí<strong>da</strong> do infravermelho, para permitir um fluxo contínuo de<br />

nitrogênio superseco retirando vapor de água <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de. O feixe verde do esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> fig. 4<br />

corresponde ao laser de bombeio (Argônio), que é direcio<strong>na</strong>do pelo espelho plano P1 e<br />

focalizado no bastão de safira através do espelho côncavo P2. O meio ativo consiste de um<br />

bastão de Ti:safira refrigerado com água a 18C o . Os espelhos M2 e M3, que são dicróicos<br />

para permitir a passag<strong>em</strong> do bombeio, formam o telescópio <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de resso<strong>na</strong>nte para o<br />

feixe infravermelho (ver detalhe <strong>na</strong> fig. 5). A cavi<strong>da</strong>de do feixe infravermelho está fecha<strong>da</strong><br />

pelos espelhos planos M1, totalmente refletor, e M10, acoplador de saí<strong>da</strong>, “output coupler”.<br />

O modulador acusto-óptico, que obriga o laser a operar <strong>na</strong> forma pulsa<strong>da</strong> (ver figuras 4 e 6),<br />

está posicio<strong>na</strong>do próximo ao “output coupler” M10. Além desses el<strong>em</strong>entos principais a<br />

cavi<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> inclui uma placa birrefringente (Bi-Fi) sintonizadora e um conjunto de<br />

espelhos e prismas (do prisma Pr1 ao Pr4 e espelhos M6 a M9) para compensar a forte<br />

dispersão <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de (ver figuras 4 e 7). Para cobrir todo o intervalo de comprimentos de<br />

on<strong>da</strong> entre 0.7 e 1.1µm, o conjunto de espelhos do “Tsu<strong>na</strong>mi” deve ser trocado de acordo<br />

com o intervalo desejado (ver fig. 9).<br />

37


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A fig. 5 mostra um detalhe do resso<strong>na</strong>dor. A placa birrefringente faz o papel do<br />

el<strong>em</strong>ento de sintonia <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de, modulando as per<strong>da</strong>s por reflexão. Exist<strong>em</strong> 14 superfícies<br />

<strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de coloca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ângulo de Brewster para a polarização p (2 superfícies para ca<strong>da</strong><br />

el<strong>em</strong>ento: placa birrefringente, bastão de Ti:safira, 4 prismas e o modulador acusto-óptico),<br />

significando que as per<strong>da</strong>s para a polarização s serão apreciáveis. Dependendo do ângulo de<br />

rotação <strong>da</strong> placa birrefringente e do comprimento de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> luz incidente, a luz transmiti<strong>da</strong><br />

mu<strong>da</strong> de linearmente polariza<strong>da</strong>, p, para elíptica, circular e até polariza<strong>da</strong><br />

perpendicularmente, s. Não há qualquer per<strong>da</strong> extra para o comprimento de on<strong>da</strong> que não<br />

mu<strong>da</strong> a polarização linear de incidência, obrigando o laser a operar <strong>em</strong> torno do mesmo. A<br />

largura de ban<strong>da</strong> desse filtro é determi<strong>na</strong><strong>da</strong> pela espessura <strong>da</strong> placa.<br />

Figura 5: Esqu<strong>em</strong>a do resso<strong>na</strong>dor do<br />

“Tsu<strong>na</strong>mi”. Note que os espelhos M4 e M5<br />

não seriam estritamente necessários sendo<br />

usados para diminuir o tamanho <strong>da</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de.<br />

A fig. 6 mostra detalhes do modulador acusto-óptico. O modulador desvia o feixe<br />

para um ângulo qualquer, ocasio<strong>na</strong>ndo altas per<strong>da</strong>s <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de, exceto para a peque<strong>na</strong> janela<br />

de t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o feixe está <strong>na</strong> direção correta. Logo que é ligado esse modulador é<br />

alimentado por um si<strong>na</strong>l externo com freqüência b<strong>em</strong> próxima <strong>da</strong> freqüência <strong>na</strong>tural <strong>da</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de. Isso dá início ao “mode-locking” ativo. Nesse momento pode-se até desligar o<br />

modulador acusto-óptico que o laser opera <strong>na</strong> forma pulsa<strong>da</strong> por t<strong>em</strong>pos muito longos, <strong>da</strong><br />

ord<strong>em</strong> de horas. Entretanto, para evitar que o laser, por qualquer motivo, volte a operar CW<br />

b<strong>em</strong> no meio de alguma medi<strong>da</strong>, o modulador pode continuar operando só que agora<br />

retroalimentado pelo si<strong>na</strong>l do detector rápido (“fast photodiode” depois do “beam splitter”)<br />

<strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de. Isso garante que o período do modulador seja s<strong>em</strong>pre igual ao t<strong>em</strong>po de i<strong>da</strong> e<br />

volta, “round trip time”, do pulso <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de (τ). Note-se que τ é diferente <strong>na</strong>s formas de<br />

operação CW e “mode-locked”, uma vez que o índice de refração do bastão de Ti:safira mu<strong>da</strong><br />

entre uma forma e outra.<br />

38


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 6: Esqu<strong>em</strong>a do extr<strong>em</strong>o do laser do<br />

acoplador de saí<strong>da</strong> (OC). O modulador acustoóptico<br />

encontra-se <strong>na</strong> frente do espelho M10<br />

(OC).<br />

A fig. 7 mostra o esqu<strong>em</strong>a de prismas que faz a compensação de dispersão, D. A<br />

dispersão é o efeito físico <strong>em</strong> que a veloci<strong>da</strong>de de grupo varia conforme a freqüência do<br />

pulso. Um pulso de luz é formado pela superposição de várias on<strong>da</strong>s harmônicas com<br />

freqüências diferentes. Sua largura espectral e duração t<strong>em</strong>poral são relacio<strong>na</strong>dos por uma<br />

transforma<strong>da</strong> de Fourier para a qual vale a relação de incerteza ∆ω ∆t > ½. A duração do<br />

pulso mais curta possível, <strong>da</strong><strong>da</strong> uma certa largura de ban<strong>da</strong> ∆ω, é ∆t = 1/(2 ∆ω), logo, diz-se<br />

que o pulso está ‘limitado por transforma<strong>da</strong>’.<br />

Figura 7: Esqu<strong>em</strong>a do sintonizador. O esqu<strong>em</strong>a de 4 prismas é o responsável pela<br />

compensação <strong>da</strong> dispersão. Só com eles é possível ter pulsos de f<strong>em</strong>tossegundos de largura.<br />

Entretanto não basta ter largura de ban<strong>da</strong> para obter um pulso curto, é necessário<br />

também que as várias componentes do pulso estejam <strong>em</strong> fase. Intuitivamente é fácil<br />

reconhecer que se to<strong>da</strong>s as componentes têm a mesma fase <strong>em</strong> t = 0 todos os cosenos têm<br />

amplitude máxima e somam-se, tor<strong>na</strong>ndo o pulso mais curto do que no caso <strong>em</strong> que ca<strong>da</strong><br />

componente t<strong>em</strong> uma fase diferente. A fig. 8 d<strong>em</strong>onstra essas idéias. Considere agora um<br />

pulso curto inicialmente limitado por transforma<strong>da</strong> se propagando <strong>em</strong> um meio dispersivo<br />

(ca<strong>da</strong> componente viajando com uma veloci<strong>da</strong>de de grupo v g diferente). Após percorrer uma<br />

distância L, duas componentes com λ 1 e λ 2 se atrasam relativamente pelo t<strong>em</strong>po ∆τ = L (1/v g1<br />

– 1/v g2 ) = L ∆(1/v g ). O atraso relativo por comprimento de on<strong>da</strong>, então, é <strong>da</strong>do por dτ/dλ =<br />

D L, onde D é a dispersão defini<strong>da</strong> como D = d (v g ) -1 /d λ. Esse atraso relativo alarga o pulso,<br />

39


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

distribuindo sua energia e diminuindo sua potência, prejudicando a operação normal do laser.<br />

Por isso é necessário corrigir a dispersão.<br />

1.2 ( a )<br />

1.0<br />

0.5<br />

1.0<br />

0.0<br />

Amplitude (u.a.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

Amplitude (u.a.)<br />

-0.5<br />

-1.0<br />

1.0<br />

0.5<br />

0.0<br />

-0.5<br />

0.0<br />

-1.0<br />

-4 -2 0 2 4<br />

T<strong>em</strong>po (u.a.)<br />

-2 -1 0 1 2<br />

T<strong>em</strong>po (u.a.)<br />

Figura 8: Esqu<strong>em</strong>a de dois pulsos de laser. a. pulso limitado por transforma<strong>da</strong> de fourier (<strong>em</strong><br />

vermelho) e o mesmo pulso adicio<strong>na</strong>ndo uma fase para ca<strong>da</strong> componente, <strong>em</strong> azul. b. apresentamos<br />

os cosenos que formam parte do pulso.<br />

As grandes fontes de dispersão <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de aparec<strong>em</strong> quando a luz atravessa<br />

materiais transparentes. Nesse caso a dispersão é positiva (conforme mostrado no apêndice 6)<br />

o que significa que o azul viaja mais rápido do que o vermelho. Uma forma conveniente de<br />

incluir dispersão negativa <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de é obrigar o azul a percorrer um caminho maior do que<br />

o vermelho, o que pode ser obtido com um par de grades de difração ou com o conjunto de<br />

prismas mostrado <strong>na</strong> fig. 7 [Fork et al (1984) e Martinez et al (1984)]. Essa diferença de<br />

caminho entre o vermelho e o azul está mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> fig. 7.b. e depende ape<strong>na</strong>s <strong>da</strong> distância<br />

entre os dois primeiros prismas. Assim é possível projetar o conjunto de forma a cancelar a<br />

dispersão positiva e obter os pulsos mais curtos permitidos pela largura de ban<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de. Uma grande vantag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a de prismas <strong>em</strong> relação ao uso de um par de<br />

grades é o fato de que se pode controlar ain<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong>de de dispersão positiva através de<br />

uma maior ou menor inserção dos prismas movendo o controle <strong>da</strong> fig. 7.b.. Isso não modifica<br />

a dispersão negativa mas aumenta o caminho percorrido dentro dos prismas.<br />

Os espelhos M6 a M9 não são estritamente necessários, mas são usados para<br />

comprimir o tamanho do laser. O “Tsu<strong>na</strong>mi” também pode ser usado no modo de operação<br />

40


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

de picossegundos. Naquele esqu<strong>em</strong>a os prismas Pr1 até Pr4 são r<strong>em</strong>ovidos e o laser opera<br />

com pulsos de largura maior. No caso de precisar cortar certos comprimentos de on<strong>da</strong>, isto<br />

pode ser feito com a fen<strong>da</strong> de sintonia localiza<strong>da</strong> entre Pr2 e Pr3, já que, entre eles, o espectro<br />

do pulso está aberto espacialmente. Outra possibili<strong>da</strong>de para controlar o espectro é ajustar a<br />

abertura <strong>da</strong> fen<strong>da</strong>, “tuning slit” para diminuir a largura de ban<strong>da</strong> <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de obtendo pulsos<br />

mais longos limitados por transforma<strong>da</strong>.<br />

Para obter a freqüência de repetição perto de 80MHz, é necessário uma cavi<strong>da</strong>de de<br />

comprimento <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 2m (o laser CW utiliza uma cavi<strong>da</strong>de de comprimento ≈ 50cm, por<br />

ex<strong>em</strong>plo). Para evitar que esse laser tivesse um comprimento excessivo, se ‘dobrou’ sua<br />

cavi<strong>da</strong>de, o que minimiza o tamanho do laser mas complica o alinhamento (ver fig. 4).<br />

Qualquer mau funcio<strong>na</strong>mento do “Tsu<strong>na</strong>mi” pode ser rapi<strong>da</strong>mente diagnosticado pelo<br />

comportamento dessa freqüência.<br />

Na fig. 9, apresentamos a potência média de saí<strong>da</strong> do laser <strong>em</strong> função do conjunto de<br />

óptica utilizado. Nós operamos o laser <strong>na</strong> primeira curva, que se estende de ≈ 715nm até<br />

870nm, com uma potência média de saí<strong>da</strong> <strong>em</strong> torno de 1.7W, necessária para fazer funcio<strong>na</strong>r<br />

o laser “Opal”.<br />

Figura 9: Curva de<br />

ganho do “Tsu<strong>na</strong>mi”.<br />

Trocando as lentes e<br />

espelhos pode-se cobrir<br />

todo o espectro desde<br />

≈ 0.7µm até quase 1.1µm.<br />

41


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Oscilador Paramétrico, “OPAL”<br />

O princípio de funcio<strong>na</strong>mento do “Opal” é distinto dos outros lasers e está baseado <strong>na</strong><br />

mistura de on<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um cristal não-linear “Lithium Triborate” (LBO) como o oscilador<br />

paramétrico (“Optical Parametrical Oscillator”, OPO). A con<strong>versão</strong> do comprimento de on<strong>da</strong><br />

é alcança<strong>da</strong> mediante uma con<strong>versão</strong> paramétrica descendente no cristal não-linear (ver<br />

fig. 10). Na cavi<strong>da</strong>de, o fóton de bombeio (ω p ) é dividido <strong>em</strong> dois fótons de menor energia, o<br />

“sig<strong>na</strong>l” (ω s ) de maior freqüência entre os dois e o “idler” (ω i ), com a menor freqüência, tal<br />

que a energia se conserve<br />

ω p = ω s + ω i (com ω s > ω i ) ( 1 )<br />

essa condição também pode ser escrita <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong> como<br />

1 / λ p = 1 / λ s + 1 / λ i ( 2 )<br />

Figura 10: Freqüências<br />

ópticas no<br />

processo de con<strong>versão</strong><br />

de três on<strong>da</strong>s<br />

Além <strong>da</strong> energia, o momento também precisa ser conservado, o que é conhecido<br />

como a condição de casamento de fase. Em termos do vetor de on<strong>da</strong> k essa condição é escrita<br />

como<br />

&<br />

k<br />

p<br />

&<br />

&<br />

= ks<br />

+ ki<br />

( 3 )<br />

onde p, s e i se refer<strong>em</strong> a bombeio, “pump”, si<strong>na</strong>l, “sig<strong>na</strong>l” e “idler” respectivamente.<br />

Essa condição se obtém usando um cristal birrefringente não-linear satisfazendo as<br />

condições<br />

&<br />

η<br />

p<br />

ω<br />

p<br />

&<br />

&<br />

= η ω + η ω<br />

42<br />

s<br />

s<br />

i<br />

i<br />

( 4 )


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

onde η<br />

é o índice de refração. Os subíndices se refer<strong>em</strong> ao índice de refração<br />

correspondente no comprimento de on<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> feixe e ao estado de polarização dos<br />

mesmos. Esta condição é cumpri<strong>da</strong> para uma orientação determi<strong>na</strong><strong>da</strong> do cristal. O “Opal”<br />

sintoniza o comprimento de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>ndo a t<strong>em</strong>peratura do cristal, que faz mu<strong>da</strong>r o<br />

índice de refração do mesmo. Dessa forma, a eq. 4 é satisfeita para diferentes comprimentos<br />

de on<strong>da</strong>. A fig. 11 mostra a curva de ganho do laser.<br />

Figura 11: Curvas de ganho<br />

do “Opal”.<br />

O “Opal” é um laser bombeado sincro<strong>na</strong>mente por um laser pulsado externo. Isso<br />

significa que o “round trip time” <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de do “Opal” t<strong>em</strong> que ter a mesma taxa de<br />

repetição do “Tsu<strong>na</strong>mi”. A única forma de sincronizar os dois lasers é, então, ajustar o<br />

comprimento <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de do “Opal”. Como diferentes comprimentos de on<strong>da</strong> têm<br />

veloci<strong>da</strong>des de grupo diferentes (efeito <strong>da</strong> dispersão), o comprimento <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de t<strong>em</strong> que<br />

variar à medi<strong>da</strong> que se modifica o comprimento de on<strong>da</strong> para ter o mesmo “round trip time”<br />

do “Tsu<strong>na</strong>mi”.<br />

Em geral, um laser obtém seu ganho através <strong>da</strong> <strong>em</strong>issão estimula<strong>da</strong> <strong>em</strong> transições<br />

entre níveis atômicos ou moleculares diferentes. Essas transições têm larguras de ban<strong>da</strong><br />

inerentes que gover<strong>na</strong>m o comprimento máximo de sintonia do laser (lasers de corantes têm<br />

um intervalo de sintonia <strong>em</strong> torno de ≈ 30nm enquanto o Ti:safira t<strong>em</strong> <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de ≈ 300nm<br />

de intervalo de sintonia). Como os OPO obtêm seu ganho do processo não-linear de<br />

con<strong>versão</strong> de freqüência, esse intervalo de sintonia pode ser b<strong>em</strong> maior, <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de<br />

1000nm, limitado mais pela eficiência de con<strong>versão</strong> e pela quali<strong>da</strong>de dos espelhos do que<br />

pelo mecanismo de con<strong>versão</strong> <strong>em</strong> si. Desta forma, este sist<strong>em</strong>a é uma fonte de luz ideal para<br />

43


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

fazer espectroscopia, já que além <strong>da</strong> grande largura de ban<strong>da</strong>, t<strong>em</strong> uma potência alta<br />

compara<strong>da</strong> com outras fontes (lâmpa<strong>da</strong>s) e permite fazer experimentos com resolução<br />

t<strong>em</strong>poral <strong>na</strong> escala de f<strong>em</strong>tossegundos. Um esqu<strong>em</strong>a do laser completo é apresentado <strong>na</strong><br />

fig. 12 (<strong>na</strong> fig. 13 apresentamos um esqu<strong>em</strong>a básico de um OPO). O parâmetro variado para<br />

sintonizar o comprimento de on<strong>da</strong> desejado é a t<strong>em</strong>peratura do cristal que se encontra sobre<br />

um aquecedor controlado pelo computador do laser.<br />

Figura 12: Cavi<strong>da</strong>de do “Opal”.<br />

Fazendo uma descrição por partes, o coração do laser é o oscilador, onde se encontra<br />

o cristal não-linear. A fig. 13 mostra um esqu<strong>em</strong>a do oscilador junto ao esqu<strong>em</strong>a de um OPO.<br />

Os espelhos P1 a P4 serv<strong>em</strong> para direcio<strong>na</strong>r o feixe de bombeio até o oscilador (cristal) que<br />

se encontra entre os espelhos M3 e M4.<br />

Figura 13: Configuração de um oscilador paramétrico óptico típico e detalhe do oscilador do<br />

“Opal”. Os espelhos P1 ao P4 dirig<strong>em</strong> o feixe até o cristal.<br />

44


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

O “Opal” t<strong>em</strong> duas peças que aumentam ou diminu<strong>em</strong> o tamanho <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de para<br />

sincronização com o tamanho <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de do “Tsu<strong>na</strong>mi”. Uma delas é um motor<br />

micrométrico, de movimentos lentos mas com grande amplitude de translação. A outra peça é<br />

um piezoelétrico (PZT), de movimentos rápidos, mas com amplitude de translação muito<br />

peque<strong>na</strong>. Ambos componentes são retroalimentados por um fotodetector após uma grade de<br />

difração (PD). O si<strong>na</strong>l de erro para a retroalimentação é a própria potência do feixe do “Opal”<br />

que cai drasticamente se a cavi<strong>da</strong>de não está sincroniza<strong>da</strong>. O esqu<strong>em</strong>a dessa parte <strong>da</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de se encontra <strong>na</strong> fig. 14.<br />

Figura 14: Controle do tamanho <strong>da</strong><br />

cavi<strong>da</strong>de do “Opal” para estabilizar o<br />

comprimento de on<strong>da</strong> do laser. O motor faz os<br />

ajustes grossos e o piezelétrico os ajustes finos<br />

do tamanho <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de.<br />

O laser é iniciado fazendo uma varredura com o motor. Depois que o motor encontra<br />

uma posição de máximo de potência, o PZT entra <strong>em</strong> ação e envia um si<strong>na</strong>l de estabilização,<br />

significando que o laser encontrou sua posição de operação estável. Para fazer uma varredura<br />

no comprimento de on<strong>da</strong>, o motor e o PZT são acio<strong>na</strong>dos, pois as mu<strong>da</strong>nças de comprimento<br />

<strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de são grandes d<strong>em</strong>ais para ser<strong>em</strong> compensados usando só o PZT.<br />

A cavi<strong>da</strong>de do “Opal”, mostra<strong>da</strong> no esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> fig. 12, é uma cavi<strong>da</strong>de complexa<br />

devido ao fato de incluir a possibili<strong>da</strong>de de trabalhar tanto <strong>na</strong> região de comprimentos de<br />

on<strong>da</strong> de 1.3µm quanto de 1.5µm. Para operar <strong>em</strong> 1.3µm é necessário incorporar o par de<br />

prismas Pr1 e Pr2 <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de para compensar a dispersão de veloci<strong>da</strong>de de grupo que é<br />

muito forte nessa região. Na fig.11, a curva mais à esquer<strong>da</strong> é obti<strong>da</strong> com o conjunto de<br />

1.3µm e o “idler” correspondente é a curva mais à direita. As duas do centro correspond<strong>em</strong><br />

ao conjunto de 1.5µm.<br />

45


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Medição de pulsos ultracurtos<br />

A medição de pulsos luminosos com duração menor do que 1ps não é um probl<strong>em</strong>a<br />

trivial. Não há detectores capazes de acompanhar <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real este tipo de si<strong>na</strong>l, n<strong>em</strong><br />

tampouco osciloscópios com a largura de ban<strong>da</strong> adequa<strong>da</strong>. Por isso as medições de pulsos de<br />

subpicossegundo são feitas de forma indireta, através <strong>da</strong> técnica de autocorrelação [Bradley e<br />

New (1974)]. A técnica mais amplamente utiliza<strong>da</strong> é a de autocorrelação por geração de<br />

segundo harmônico [Ippen e Shank (1978), Armstrong (1967) e Sala et al (1980)]. Neste tipo<br />

de medi<strong>da</strong> é determi<strong>na</strong><strong>da</strong> a função de autocorrelação de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong> do pulso luminoso.<br />

Esta função de autocorrelação contém to<strong>da</strong> a informação sobre a duração do pulso (uma vez<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> uma forma do pulso), que pode ser deduzi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> análise do si<strong>na</strong>l medido. O<br />

esqu<strong>em</strong>a básico é mostrado <strong>na</strong> fig. 15.<br />

Figura 15: Esqu<strong>em</strong>a de dois autocorreladores para ver o pulso no osciloscópio (a) ou capturálo<br />

no computador usando um “lockin” (b).<br />

A fig. 15 mostra dois esqu<strong>em</strong>as de autocorreladores que são, basicamente, um<br />

interferômetro de Michelson, com um dos braços com comprimento variável. Nessas<br />

montagens o pulso a ser medido é dividido <strong>em</strong> dois, e ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s metades percorre um<br />

braço diferente do autocorrelador. A seguir os pulsos são sobrepostos novamente (os feixes,<br />

se for<strong>em</strong> paralelos, serão recombi<strong>na</strong>dos pela lente sobre um cristal gerador de segundo<br />

harmônico) e incid<strong>em</strong> sobre um cristal gerador de segundo harmônico, o qual <strong>em</strong>ite uma<br />

quanti<strong>da</strong>de de luz proporcio<strong>na</strong>l ao produto <strong>da</strong>s intensi<strong>da</strong>des dos dois pulsos incidentes. O<br />

segundo harmônico gerado é coletado no detector e só ocorre quando os dois feixes se<br />

46


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

superpõ<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po e no espaço. Deslocando-se o espelho de um dos braços do<br />

autocorrelador varia-se o atraso relativo entre os dois pulsos, mu<strong>da</strong>ndo assim a quanti<strong>da</strong>de de<br />

luz gera<strong>da</strong> no cristal de segundo harmônico. Mede-se essa intensi<strong>da</strong>de <strong>em</strong> função do atraso<br />

relativo entre os dois pulsos, o que nos fornece a convolução do pulso consigo mesmo. O<br />

si<strong>na</strong>l registrado é, assim, proporcio<strong>na</strong>l à função de autocorrelação de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong><br />

G<br />

(2)<br />

∞<br />

d ) I(<br />

t)<br />

I(<br />

t + τ<br />

∫<br />

d )<br />

−∞<br />

( τ = dt<br />

( 5 )<br />

A largura deste si<strong>na</strong>l é proporcio<strong>na</strong>l à duração do pulso, sendo a constante de<br />

proporcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de dependente <strong>da</strong> forma exata do pulso. No caso de uma função f tipo<br />

gaussia<strong>na</strong><br />

( t )<br />

1 t−t<br />

− (<br />

2 σ<br />

0 ) 2<br />

f = A + B e<br />

( 6 )<br />

o fator é 0.707 (isto é porque a convolução de uma função gaussia<strong>na</strong>, como a<br />

apresenta<strong>da</strong> <strong>na</strong> eq. 6 segundo a eq. 5, é uma nova gaussia<strong>na</strong> de largura σ / 0.707 ). Depois, o<br />

valor de σ obtido é transformado para largura FWHM multiplicando σ por 1.6651, e dá como<br />

resultado o valor <strong>da</strong> largura do pulso já corrigido pelo fator 0.707.<br />

O papel do alto-falante é o de variar o comprimento de um dos braços rapi<strong>da</strong>mente,<br />

permitindo observar a autocorrelação <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real <strong>em</strong> um osciloscópio, fig. 15.a.. O<br />

monitoramento usual do pulso do laser é feito usando esse alto-falante. Já quando se deseja<br />

registrar e medir com precisão a duração do pulso, utiliza-se o “chopper” e o estágio de<br />

translação controlado pelo motor de passo e um “lockin”, fig. 15.b.. O que se observa no<br />

osciloscópio é a curva de autocorrelação <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real (usando o si<strong>na</strong>l que alimenta o altofalante<br />

como “trigger”). Para calibrar a escala do osciloscópio, e medir rapi<strong>da</strong>mente o valor<br />

<strong>da</strong> largura do pulso, desloca-se a linha de retardo com um parafuso micrométrico observando<br />

o deslocamento <strong>da</strong> autocorrelação <strong>na</strong> tela do osciloscópio. Usando a relação t = ∆x/c, pode-se<br />

associar ca<strong>da</strong> divisão <strong>da</strong> tela a um determi<strong>na</strong>do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> f<strong>em</strong>tossegundos (já considerando o<br />

fator 1.6651). Para uma medi<strong>da</strong> mais precisa substitui-se o osciloscópio pelo “lockin” e o<br />

parafuso micrométrico pelo estágio de translação (motor de passo, onde o passo mínimo<br />

corresponde a 1µm) e captura-se a amplitude do si<strong>na</strong>l de autocorrelação via computador <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> posição do motor (que é transforma<strong>da</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po relativo, usando a relação x = ct ).<br />

47


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

O si<strong>na</strong>l de segundo harmônico também requer que se cumpra a condição de “phas<strong>em</strong>atching”,<br />

como no caso do “Opal”, isto é n 2ω = n ω . Isso é feito <strong>em</strong> um cristal birrefringente<br />

onde o índice de refração mu<strong>da</strong> com a polarização. Basicamente deve-se achar um ângulo de<br />

incidência no cristal (θ) <strong>em</strong> relação aos eixos principais tal que uma combi<strong>na</strong>ção dos índices<br />

ordinário e extraordinário respeite essa igual<strong>da</strong>de. Esse ângulo satisfaz a seguinte equação<br />

[Yariv (1989)]:<br />

( n<br />

1<br />

2<br />

ω 2 2ω<br />

2 2ω<br />

2<br />

0 ) ( n o ) ( n e )<br />

2<br />

cos θ sin θ<br />

= +<br />

( 7 )<br />

Note-se que uma direção <strong>em</strong> 3 dimensões é defini<strong>da</strong> por dois ângulos que<br />

chamar<strong>em</strong>os de vertical e horizontal. Os ângulos são determi<strong>na</strong>dos através do máximo do<br />

segundo harmônico gerado com uma incidência direta do “Tsu<strong>na</strong>mi” no cristal. Como o<br />

segundo harmônico é visível, <strong>na</strong> cor azul-violeta, e intenso, é fácil achá-lo.<br />

O alinhamento do autocorrelador para o feixe do “Tsu<strong>na</strong>mi” consistiu do seguinte<br />

procedimento. Primeiro, deve-se garantir que os feixes dos dois braços estejam paralelos, e<br />

que esse paralelismo não mude à medi<strong>da</strong> que o estágio de translação se move. Isso é feito<br />

mantendo os feixes igualmente separados mesmo a distâncias b<strong>em</strong> longas. Com a experiência<br />

perceb<strong>em</strong>os que a melhor forma de garantir o paralelismo dos feixes ao deslocar o motor é<br />

acoplando o feixe de bombeio <strong>em</strong> uma fibra óptica (pois o acoplamento é altamente sensível<br />

ao alinhamento) e depois fazer que o feixe de prova seja paralelo ao de bombeio a longas<br />

distâncias. O segundo procedimento é para garantir que os dois feixes se cruz<strong>em</strong> no espaço<br />

usando uma lente, até que ambos pass<strong>em</strong> através de um “pin-hole”. Colocamos então o<br />

cristal gerador de segundo harmônico <strong>na</strong> posição do “pin-hole” no interferômetro mantendo o<br />

ângulo obtido anteriormente (ângulo do “Phase-Matching”). Variamos o ângulo de incidência<br />

até obter o si<strong>na</strong>l de segundo harmônico de ca<strong>da</strong> um dos feixes. Posicio<strong>na</strong>mos, então, o cristal<br />

no ângulo médio entre esses dois e ligamos o alto-falante. Se o alinhamento estiver b<strong>em</strong> feito<br />

basta ir variando o comprimento de um dos braços para que algum si<strong>na</strong>l apareça nos<br />

osciloscópio. Quando esse si<strong>na</strong>l aparece é facilmente otimizado.<br />

No caso do “Opal” não é possível enxergar o segundo harmônico pois, além <strong>da</strong><br />

potência de pico ser muito menor do que a do “Tsu<strong>na</strong>mi”, o comprimento de on<strong>da</strong><br />

fun<strong>da</strong>mental é 1.5µm e o segundo harmônico cai <strong>em</strong> λ = 0.75µm, praticamente não percebido<br />

48


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

pelo olho humano. Neste caso repetimos o procedimento anterior só que usando um<br />

“chopper” e um “lockin” para capturar os si<strong>na</strong>is (o que é um procedimento b<strong>em</strong> mas lento).<br />

Depois de otimizar o si<strong>na</strong>l é possível visualizar as figuras de autocorrelação <strong>na</strong> tela do<br />

osciloscópio ou do computador. As fig. 16 e 17 mostram os resultados obtidos para a<br />

autocorrelação nos comprimento de on<strong>da</strong> indicados, junto com um ajuste utilizando uma<br />

gaussia<strong>na</strong> para descrever os pulsos. Essas autocorrelações foram obti<strong>da</strong>s com o uso do<br />

“chopper”, “lockin” e estágio de translação.<br />

1.0<br />

1.0<br />

Si<strong>na</strong>l (a.u.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

λ = 0,810 µm<br />

∆τ = 61 fseg<br />

Si<strong>na</strong>l (a.u.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

λ = 1,5 µm<br />

∆τ = 70 fseg<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.0<br />

500 600 700 800 900 1000 1100<br />

Delay (fseg)<br />

0.0<br />

500 600 700 800 900 1000 1100<br />

Delay (fseg)<br />

Figura 16: a. Autocorrelação do pulso do “Tsu<strong>na</strong>mi” no comprimento de on<strong>da</strong> de 0.81µm.<br />

b. Autocorrelação do pulso do “Opal” no comprimento de on<strong>da</strong> de 1.5µm.<br />

1.0<br />

1.0<br />

Si<strong>na</strong>l (a.u.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

λ = 1,45 µm<br />

∆τ = 70 fseg<br />

Si<strong>na</strong>l (a.u.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

λ = 1,55 µm<br />

∆τ = 152 fseg<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.0<br />

500 600 700 800 900 1000 1100<br />

Delay (fseg)<br />

0.0<br />

200 400 600 800 1000 1200 1400<br />

Delay (fseg)<br />

Figura 17: a. Autocorrelação do pulso do “Opal” no comprimento de on<strong>da</strong> de 1.45µm.<br />

b. Autocorrelação do pulso do “Opal” no comprimento de on<strong>da</strong> de 1.55µm.<br />

49


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Espectrômetro infravermelho de transforma<strong>da</strong> de Fourier (FTIR)<br />

Para realizar as medi<strong>da</strong>s de absorção óptica utilizou-se um FTIR Mag<strong>na</strong> 550, <strong>da</strong><br />

“Nicolet” (Espectrômetro Infravermelho de Transforma<strong>da</strong> de Fourier) e um criostato de<br />

‘dedo frio’ <strong>da</strong> “Janis”. Foi preciso modificar a janela de operação do espectrômetro para<br />

instalar o criostato s<strong>em</strong> perder a possibili<strong>da</strong>de de purgar a câmara com N 2 (que é<br />

imprescindível para elimi<strong>na</strong>r as fortes linhas de absorção <strong>da</strong> água e CO 2 presentes <strong>na</strong><br />

atmosfera nos comprimentos de on<strong>da</strong> estu<strong>da</strong>dos), assim como fazer um suporte robusto para<br />

manter o criostato firme no processo de evacuação e de transferência de Hélio líquido. As<br />

janelas de vidro do criostato foram troca<strong>da</strong>s por janelas de quartzo para obter transparência<br />

até o infravermelho longínquo.<br />

O princípio de funcio<strong>na</strong>mento do FTIR é baseado no interferômetro Michelson. No<br />

interferômetro o feixe de luz atinge o divisor de feixe (B), dividindo a luz <strong>em</strong> duas direções,<br />

sendo aproxima<strong>da</strong>mente a metade <strong>da</strong> luz refleti<strong>da</strong> no divisor de feixe e dirigi<strong>da</strong> ao espelho<br />

fixo (C), e a outra metade, transmiti<strong>da</strong>, é dirigi<strong>da</strong> ao espelho móvel (D). Ao se<br />

recombi<strong>na</strong>r<strong>em</strong>, os feixes interfer<strong>em</strong> construtiva ou destrutivamente, dependendo <strong>da</strong> posição<br />

relativa dos espelhos. Um esqu<strong>em</strong>a está mostrado <strong>na</strong> fig. 18.<br />

Figura 18: Esqu<strong>em</strong>a<br />

de funcio<strong>na</strong>mento do FTIR.<br />

A descrição se encontra no<br />

texto.<br />

50


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Para um λ, a diferença de caminho óptico é <strong>da</strong><strong>da</strong> por 2(x−L o ) = 2vt. Os campos<br />

elétricos <strong>da</strong>s duas on<strong>da</strong>s (dos braços do interferômetro) com intensi<strong>da</strong>de I(λ) são escritos<br />

como<br />

I ( λ)<br />

i (2kLo<br />

− ωt)<br />

I ( λ)<br />

i (2kvt<br />

+ 2kLo<br />

− ωt)<br />

E1( λ ) = e<br />

, E2<br />

( λ)<br />

= e<br />

( 8 )<br />

2<br />

2<br />

Quando os espelhos estão à mesma distância do divisor, os dois feixes percorr<strong>em</strong> o<br />

mesmo comprimento, e <strong>em</strong> conseqüência, estão totalmente <strong>em</strong> fase (distância BC = BD). A<br />

intensi<strong>da</strong>de do si<strong>na</strong>l resultante é máxima, ponto chamado de diferença de caminho<br />

zero (DCZ). Em forma de equação, para uma posição x do braço móvel<br />

E + E<br />

1<br />

2<br />

I ( λ, t)<br />

=<br />

= 2<br />

I(<br />

λ)<br />

i (2kLo<br />

− ωt)<br />

e<br />

e<br />

ikvt ⎡e<br />

ikvt<br />

+ e<br />

− ikvt ⎤ / 2<br />

2<br />

⎢⎣<br />

⎥⎦<br />

= 2<br />

I(<br />

λ)<br />

i (2kLo<br />

− ωt<br />

+ kvt)<br />

e<br />

cos( kvt)<br />

2<br />

2 I(<br />

λ)<br />

2<br />

E1<br />

+ E2<br />

= 4 cos ( kvt)<br />

= I ( λ)[1<br />

+ cos(2kvt)]<br />

2<br />

( 9 )<br />

As on<strong>da</strong>s cosenoi<strong>da</strong>is produzi<strong>da</strong>s pela fonte e modula<strong>da</strong>s pelo interferômetro<br />

aparec<strong>em</strong> no detector como um interferograma, a assi<strong>na</strong>tura <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de versus a posição<br />

do espelho. O interferograma é composto pela soma de todos os comprimentos de on<strong>da</strong>. A<br />

partir <strong>da</strong> eq. 9, filtrando a componente DC, e integrando para um contínuo de λ = 2π / k, o<br />

si<strong>na</strong>l <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po é <strong>da</strong>do por<br />

∞<br />

∫<br />

0<br />

S(<br />

t)<br />

= I ( k)cos(2kvt)<br />

dk<br />

( 10 )<br />

ou seja, S(t) é a transforma<strong>da</strong> de Fourier de I(k). O si<strong>na</strong>l do detector é enviado ao<br />

computador e convertido num espectro através <strong>da</strong> Transforma<strong>da</strong> de Fourier (FT). A fórmula<br />

calcula a amplitude de ca<strong>da</strong> componente do espectro. A amplitude dá a intensi<strong>da</strong>de para ca<strong>da</strong><br />

comprimento de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> luz incidente.<br />

Vale a pe<strong>na</strong> notar que aqui é váli<strong>da</strong> a relação de incerteza para transforma<strong>da</strong>s de<br />

Fourier, ∆k.∆x > ½. Para aumentar a resolução <strong>em</strong> k é preciso aumentar a varredura <strong>em</strong> x, ou<br />

seja, a excursão total do espelho móvel.<br />

51


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Na fig. 19 mostramos uma foto do sist<strong>em</strong>a funcio<strong>na</strong>ndo.<br />

Figura 19: Foto<br />

do FTIR <strong>em</strong> funcio<strong>na</strong>mento<br />

trabalhando a<br />

baixas t<strong>em</strong>peraturas. Notar<br />

o “dewar”, a linha de<br />

transferência e gelo no<br />

topo do criostato.<br />

52


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Técnica de medi<strong>da</strong> usando “lockin”<br />

A técnica de medi<strong>da</strong> usando “lockin” é usa<strong>da</strong> principalmente para detectar si<strong>na</strong>is ac<br />

muito pequenos. Um amplificador “lockin” pode fazer medi<strong>da</strong>s muito precisas de si<strong>na</strong>is<br />

pequenos ain<strong>da</strong> quando estejam junto a si<strong>na</strong>is de ruído até 100 vezes maior. Um “lockin” é<br />

um filtro com uma largura de ban<strong>da</strong> super estreita que é sintoniza<strong>da</strong> à freqüência do si<strong>na</strong>l a<br />

medir. Tal filtro rejeita quase todo o ruído tal que o si<strong>na</strong>l possa ser medido. Uma medi<strong>da</strong><br />

típica de “lockin” pode ser de um si<strong>na</strong>l de 10KHz com largura de línea de 0.01Hz. Este<br />

‘filtro’ t<strong>em</strong> um valor Q (fator de mérito) = 10 6 . Além <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des de filtro, o “lockin”<br />

proporcio<strong>na</strong> ganho. Por ex<strong>em</strong>plo, si<strong>na</strong>is de 10nV pod<strong>em</strong> ser amplifica<strong>da</strong>s para produzir uma<br />

saí<strong>da</strong> de 0-10V.<br />

Para descrever melhor o funcio<strong>na</strong>mento, usamos um ex<strong>em</strong>plo. Suponhamos que se<br />

queira medir a resistência de um material, que dissipa pouquíssima potência. Se a resistência<br />

do material é 0.1Ω e a corrente é restrita a 1µA, ter<strong>em</strong>os um si<strong>na</strong>l de 100nV no resistor.<br />

Exist<strong>em</strong> muitas fontes de ruído que pod<strong>em</strong> ser muito maiores que este si<strong>na</strong>l (o ruído entre<br />

50Hz e 60Hz pode ser até 1000 vezes maior).<br />

Figura 20: Esqu<strong>em</strong>a do funcio<strong>na</strong>mento do “lockin” para o ex<strong>em</strong>plo explicado no texto.<br />

53


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Dois si<strong>na</strong>is são inseridos no “lockin”. O si<strong>na</strong>l de 1Vrms é usado como referencia para<br />

dizer ao “lockin” a freqüência exata do si<strong>na</strong>l de interesse. O “Phase-Lock Loop” (PLL) do<br />

“lockin” seguirá esta freqüência automaticamente. O PLL t<strong>em</strong> duas saí<strong>da</strong>s, cos(ω r t) e<br />

sen(ω r t).<br />

O si<strong>na</strong>l <strong>da</strong> amostra, V s sen(ω s t + φ), é amplificado por um amplificador diferencial<br />

AC. A saí<strong>da</strong> do amplificador é multiplica<strong>da</strong> pelas saí<strong>da</strong>s do PLL. Esta multiplicação produz<br />

um deslocamento de freqüência <strong>da</strong> freqüência de entra<strong>da</strong> ω s , pelo valor <strong>da</strong> freqüência de<br />

referencia, ω r , obtendo <strong>na</strong> saí<strong>da</strong><br />

V 1 = V s cos(ω r t).sen(ω s t + φ) = ½ V s sen[(ω r +ω s )t + φ] + ½ V s .sen[(ω r -ω s )t + φ]<br />

V 2 = V s sen(ω r t).sen(ω s t + φ) = ½ V s cos[(ω r - ω s )t + φ] - ½ V s .cos[(ω r +ω s )t + φ]<br />

Os si<strong>na</strong>is V 1 e V 2 passam pelo filtro passa-baixo, elimi<strong>na</strong>ndo a componente de<br />

freqüência soma. A componente de freqüência diferença é amplifica<strong>da</strong> no amplificador DC.<br />

Para si<strong>na</strong>is que estão <strong>em</strong> fase com o si<strong>na</strong>l de referência, o si<strong>na</strong>l V 1 será máximo e V 2<br />

será zero. Se a fase não for nula, V 1 ≈ cos(φ) e V 2 ≈ sen(φ). A amplitude é <strong>da</strong><strong>da</strong> por<br />

R = [(V 1 ) 2 + (V 2 ) 2 ] ½ ≈ V s independente do valor <strong>da</strong> fase φ. A fase <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> é defini<strong>da</strong> como<br />

φ = −tan −1 (V 2 /V 1 ). Assim, o “lockin” pode medir a amplitude e a fase do si<strong>na</strong>l, mesmo que o<br />

si<strong>na</strong>l de entra<strong>da</strong> tenha ruído muitas vezes maior que o si<strong>na</strong>l de interesse.<br />

Como um filtro passa baixo t<strong>em</strong> a proprie<strong>da</strong>de de integrar o si<strong>na</strong>l, este processo pode<br />

também ser explicado como<br />

τ<br />

∫<br />

0<br />

=<br />

V sen( ω t + φ)sen(<br />

ω t<br />

s<br />

1<br />

2<br />

s<br />

sen[( ωs<br />

− ωr<br />

) τ + φ]<br />

( ω − ω )<br />

s<br />

r<br />

r<br />

τ<br />

1<br />

) dt = cos[(<br />

2<br />

∫Vs<br />

ωs<br />

− ωr<br />

0<br />

1 sen[( ωs<br />

+ ωr<br />

) τ + φ]<br />

−<br />

2 ( ω + ω )<br />

s<br />

r<br />

) t + φ]<br />

dt −<br />

1<br />

2<br />

τ<br />

∫<br />

0<br />

V cos[( ω<br />

s<br />

s<br />

+ ω ) t + φ]<br />

dt]<br />

r<br />

( 11 )<br />

A componente de si<strong>na</strong>l de freqüência de soma é negligível pela soma do<br />

denomi<strong>na</strong>dor. O t<strong>em</strong>po de integração, τ, pode ser escrito <strong>em</strong> função <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de ciclos<br />

<strong>da</strong> freqüência de referência, τ = n . 2π / ω 0 , então ∆ω = 2π / τ = ω 0 / n é largura de ban<strong>da</strong> que<br />

o “lockin” deixa passar. Desta forma, quanto maior o t<strong>em</strong>po de integração utilizado, mais se<br />

filtram as freqüências indeseja<strong>da</strong>s que se encontram ao lado <strong>da</strong> freqüência do si<strong>na</strong>l que<br />

54


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

quer<strong>em</strong>os capturar. Por outro lado, esse t<strong>em</strong>po de integração define o t<strong>em</strong>po mínimo s<strong>em</strong><br />

variações no si<strong>na</strong>l necessário para a filtrag<strong>em</strong> do ruído, definindo o t<strong>em</strong>po total de uma<br />

varredura. A regra prática é que ca<strong>da</strong> passo de variação do si<strong>na</strong>l (ao deslocar o motor de<br />

passo micrométrico nos experimentos de autocorrelação ou bombeio&prova ou a grade de<br />

difração nos experimentos de PL) seja igual ao t<strong>em</strong>po de integração. Isso significa que para<br />

obter 200 pontos (uma boa resolução para um gráfico) se requer 200s para um t<strong>em</strong>po de<br />

integração de 1s.<br />

Quanto ao ruído, a densi<strong>da</strong>de de potência de um ruído não térmico depende <strong>da</strong><br />

freqüência, geralmente caindo com 1 / f (“flicker” ou “excess noise”, [Millman e Halkias<br />

(1972)]). Isso significa que pode-se usar largura de ban<strong>da</strong> maior <strong>em</strong> freqüências mais altas.<br />

Essa é a grande vantag<strong>em</strong> do “Lockin” RF, que opera <strong>na</strong> faixa de MHz. Aumentar a<br />

freqüência por um fator 1000 significa que a amplitude do ruído 1 / f cai por um fator 30,<br />

permitindo integrar <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos 30 vezes menores para obter a mesma quanti<strong>da</strong>de de ruído, ou<br />

melhorar a razão si<strong>na</strong>l ruído por um fator de 30 para o mesmo t<strong>em</strong>po de integração. Essas<br />

possibili<strong>da</strong>des são muito importantes <strong>na</strong>s situações <strong>em</strong> que é necessário diminuir o t<strong>em</strong>po de<br />

integração para aumentar a veloci<strong>da</strong>de de aquisição de <strong>da</strong>dos. A aquisição dos 200 pontos do<br />

ex<strong>em</strong>plo acima pode ser feita <strong>em</strong> ape<strong>na</strong>s 7s usando um t<strong>em</strong>po de integração 30 vezes menor.<br />

Modulador acusto óptico (MAO)<br />

O princípio de funcio<strong>na</strong>mento do modulador pode ser entendido <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

um si<strong>na</strong>l elétrico gera uma on<strong>da</strong> acústica no cristal que modifica localmente seu índice de<br />

refração. A variação do índice de refração depende <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> on<strong>da</strong> acústica. Essa<br />

modulação cria uma grade de difração que deflete o feixe incidente. Exist<strong>em</strong> dois tipos de<br />

moduladores acusto-ópticos, os de on<strong>da</strong> estacionária e os de on<strong>da</strong> viajante. No caso de on<strong>da</strong><br />

acústica estacionária a grade de difração gera<strong>da</strong> fica fixa no espaço e o feixe defletido t<strong>em</strong> a<br />

mesma freqüência do incidente. Já no caso de on<strong>da</strong> viajante, o feixe é defletido com a<br />

freqüência aumenta<strong>da</strong> ou diminuí<strong>da</strong> pela freqüência <strong>da</strong> modulação. O processo pode ser<br />

também entendido qualitativamente considerando que as on<strong>da</strong>s viajantes transportam energia<br />

e momento e interag<strong>em</strong> com os fótons. Ao interagir, o fóton troca momento e energia com a<br />

55


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

on<strong>da</strong> viajante tendo como resultado um feixe defletido <strong>em</strong> um ângulo θ (relacio<strong>na</strong>do a ∆k)<br />

com uma diferença de energia (¬∆ω). A on<strong>da</strong> estacionária não transporta energia atuando<br />

ape<strong>na</strong>s como uma grade de difração estática. Para entender esse fato considere uma on<strong>da</strong><br />

pla<strong>na</strong> <strong>da</strong> forma<br />

⎛ 2π<br />

x<br />

( ) ⎟ ⎞<br />

i<br />

⎜ n kmod<br />

x−ωmodt<br />

−ωot<br />

⎝ λo<br />

⎠<br />

exp ( 12 )<br />

onde o índice de refração n depende <strong>da</strong> amplitude local <strong>da</strong> on<strong>da</strong> acústica <strong>da</strong> forma<br />

n(k mod x-ω mod t) = n o + ∆n cos(k mod x - ω mod t) ( 13 )<br />

O espectro de freqüência <strong>da</strong> luz difrata<strong>da</strong> é obtido através <strong>da</strong> transforma<strong>da</strong> de Fourier<br />

<strong>da</strong> mesma.<br />

∞<br />

I ( ω)<br />

= ∫ e<br />

−∞<br />

⎡ 2πx<br />

2πx<br />

⎤<br />

i ⎢ n0+<br />

∆ncos(<br />

kmodx−ωmodt)<br />

−ω0t<br />

⎥<br />

⎣ λ0<br />

λ0<br />

⎦<br />

e<br />

iωt<br />

dt<br />

2<br />

( 14 )<br />

O resultado <strong>da</strong> simulação é apresentado <strong>na</strong> fig. 21, onde utilizamos os seguintes<br />

valores: ω o = 1GHz, ω mod = 10MHz. O efeito é um feixe defletido com uma freqüência<br />

ω o ± ω mod <strong>na</strong> direção k ± k mod respectivamente.<br />

Ângulo (graus)<br />

360<br />

270<br />

180<br />

90<br />

0<br />

1.0<br />

Freqüência (GHz)<br />

0.98 0.99 1.00 1.01 1.02<br />

Figura 21: Simulação<br />

Amplitude<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

do efeito do modulador. Os<br />

parâmetros são ω 0 = 1GHz,<br />

ω mod = 0.01GHz.<br />

0.2<br />

0.0<br />

0.98 0.99 1.00 1.01 1.02<br />

Freqüência (GHz)<br />

56


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

O modulador é fabricado pela “Brimrose”, com as seguintes características:<br />

deslocamento de freqüência de 210MHz, correspondendo a 7.5mrad de deflexão do feixe<br />

difratado. O modulador não precisa ser refrigerado, e t<strong>em</strong> cama<strong>da</strong> anti-reflexo<br />

para λ = 1.5µm.<br />

Programas <strong>em</strong> Labview<br />

Quase todos os nossos equipamentos foram controlados através do software Labview.<br />

Na fig. 22 mostramos parte <strong>da</strong> programação básica e <strong>na</strong> fig. 23 o panel frontal do aparelho,<br />

simulando um “lockin” SR530, onde se pode acio<strong>na</strong>r qualquer comando como se fosse<br />

através do painel frontal. O “lockin” SR530 foi usado <strong>em</strong> quase todos os experimentos, p.e.:<br />

capturar o si<strong>na</strong>l de fotoluminescência, bombeio&prova, etc.<br />

Figura 22: Programa <strong>em</strong> Labview. Notar que a programação é visual. a. programação para o<br />

envio de comandos para o “lockin”; b. processo de verificação <strong>da</strong> configuração escolhi<strong>da</strong>.<br />

57


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 23: aparência<br />

do painel frontal<br />

do programa para<br />

controlar o “lockin”<br />

SR530.<br />

A fig. 22.a. mostra o envio dos comandos para selecio<strong>na</strong>r os filtros usados no<br />

“lockin”. A parte b. mostra o processo de análise <strong>da</strong> resposta <strong>da</strong> escala sendo usa<strong>da</strong> no<br />

“lockin”, e a resposta sendo converti<strong>da</strong> para a escala correspondente <strong>em</strong> voltag<strong>em</strong>.<br />

Outros equipamentos usados<br />

Criostatos: “Janis”, modelo STVP – 100 (jato de Helio), e modelo ST- 300 (dedo<br />

frio);<br />

Controladores de t<strong>em</strong>peratura: “LakeShore” modelo 320;<br />

Detectores: “Judson” modelo J16 (germanio refrigerado com N 2 :liq), modelo J12D<br />

(InAs refrigerado com N 2 :liq) com preamplificador PA-9. “Thorlabs” DET3-GE (Ge).<br />

“Thorlabs” PDA400 (InGaAs, com cinco pontos de amplificação). “Thorlabs” D400FC<br />

(InGaAs, acoplamento a fibra óptica).<br />

Osciloscópio: “Tecktronic” 2221A (100MHz);<br />

“Lockins”: SR530, SR830 (Digital “lockin”) e SR844 (Digital RF “lockin”) <strong>da</strong><br />

“Standford Research Syst<strong>em</strong>s”;<br />

“Choppers”: SR540, <strong>da</strong> “Standford Research Syst<strong>em</strong>s”.<br />

58


&DStWXOR 6LVWHPDV H[SHULPHQWDLV BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Medidor de freqüência: “Minipa” MF-7150 (para controlar a freqüência do oscilador<br />

do “Tsu<strong>na</strong>mi”).<br />

Controlador de motor de passo: ITL09, <strong>da</strong> “Microcontrole”, e motores de passo<br />

modelo UE31PP (passo de 1µm, deslocamento total de 5cm).<br />

Assim encerramos a descrição dos principais equipamentos utilizados, com suas<br />

características e princípios de funcio<strong>na</strong>mento.<br />

59


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

60


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR([SHULPHQWRVGHDEVRUomR3/<br />

)/1H3/(<br />

___________________________________________________________________________<br />

A largura exibi<strong>da</strong> dos espectros de absorção dos PQ é, <strong>na</strong>s melhores amostras de<br />

PbTe, aproxima<strong>da</strong>mente 80meV (ou ∆E / E ≈ 10%). Essa largura de linha depende de dois<br />

fatores: alargamento homogêneo e inomogêneo. O alargamento homogêneo corresponde à<br />

largura de linha observa<strong>da</strong> <strong>em</strong> uma transição para um único PQ. Esta largura depende<br />

inversamente do t<strong>em</strong>po de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> transição, e é b<strong>em</strong> descrito com uma linha Lorentzia<strong>na</strong>,<br />

para um sist<strong>em</strong>a isolado [Yu e Cardo<strong>na</strong> (1996)]. Esse t<strong>em</strong>po de vi<strong>da</strong> depende <strong>da</strong>s colisões,<br />

principalmente com fônons, cuja população depende <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura. Dessa forma, essa<br />

largura pode ser tão estreita para um único PQ como ≈ 50µeV a 6K [Bo<strong>na</strong>deo et al (1998)]<br />

até 80meV <strong>em</strong> PQ de CdTe a 300K [Redigolo et al (1999)]. No cálculo apresentado no<br />

capítulo 2 mostramos que os níveis de energia para um tamanho determi<strong>na</strong>do deveriam ser<br />

um conjunto de funções delta de Dirac. Mas como <strong>na</strong> amostra t<strong>em</strong>os uma distribuição de<br />

tamanhos, ca<strong>da</strong> PQ <strong>da</strong> distribuição contribui com um conjunto de deltas, tendo como<br />

resultado, para uma distribuição gaussia<strong>na</strong> de PQ, uma distribuição quase gaussia<strong>na</strong> <strong>em</strong><br />

energias (uma dispersão de tamanhos de ∆r/r = 8% corresponde a ∆E/E = 8,2% para o estado<br />

de menor energia de PQ de PbTe). O efeito de alargamento do espectro devido a tamanhos<br />

diferentes de PQ é chamado de alargamento inomogêneo.<br />

A caracterização inicial dos PQ numa matriz vítrea é a espectroscopia de absorção e<br />

foi desta forma que se descobriram os pontos quânticos [Ekimov e Onushchenko (1982)].<br />

61


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

Mas esta técnica dá como resultado o espectro alargado inomogeneamente, já que excita<br />

todos os pontos quânticos ao mesmo t<strong>em</strong>po. Sendo impossível reduzir esse alargamento,<br />

estu<strong>da</strong>mos o comportamento dos vidros a baixas t<strong>em</strong>peraturas (t<strong>em</strong>peratura de hélio líquido,<br />

que por conveniência chamar<strong>em</strong>os de 5K) esperando observar uma redução <strong>da</strong> largura <strong>da</strong><br />

linha de absorção por redução do alargamento homogêneo. Nestes experimentos observamos<br />

que os espectros obtidos a 5K mostraram um pequeno aumento <strong>da</strong> largura (ou aparição de<br />

uma assimetria) no espectro de absorção e que o deslocamento ao aumentar a t<strong>em</strong>peratura é<br />

marca<strong>da</strong>mente diferente para amostras de diferentes distribuições de tamanhos [Olkhovets et<br />

al (1998)]. Comprovamos que tal assimetria é real fazendo experimentos de absorção<br />

diferencial térmica. Tendo suspeitas de que o aumento <strong>da</strong> largura poderia estar relacio<strong>na</strong>do<br />

com efeitos de “stress-strain” <strong>na</strong> amostra pela diferença de dilatação térmica do vidro e do<br />

PQ, fiz<strong>em</strong>os experimentos de absorção com pressão. Também fiz<strong>em</strong>os experimentos de<br />

fotoluminescência (PL) para observar alguma anomalia <strong>na</strong> <strong>em</strong>issão. No experimento de PL<br />

ilumi<strong>na</strong>mos a amostra com uma energia b<strong>em</strong> maior que a energia <strong>da</strong> primeira transição óptica<br />

e faz<strong>em</strong>os uma varredura (coletando a luz <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> pela amostra) perto <strong>da</strong>quela transição.<br />

Neste experimento pud<strong>em</strong>os observar que o deslocamento entre a absorção e PL a 5K<br />

depende também do raio médio <strong>da</strong> distribuição de tamanho. Esse efeito é sinônimo de<br />

renormalização do “band gap” (BGR), e foi observado <strong>em</strong> amostras de CdTe [Espinoza<br />

(1996) e Andrade (1997)]. Quanto à assimetria observa<strong>da</strong> no espectro de absorção, como o<br />

experimento prova todos os PQ ao mesmo t<strong>em</strong>po, não ganhamos muito mais resolução que a<br />

obti<strong>da</strong> nos espectros de absorção. Ficou claro, então, que se desejamos obter maior resolução<br />

para entender a assimetria presente no espectro de absorção a 5K, teríamos que realizar outro<br />

tipo de experimentos onde possamos selecio<strong>na</strong>r uma parte <strong>da</strong> distribuição dos pontos<br />

quânticos presentes <strong>na</strong> amostra, diminuindo o alargamento inomogêneo. Assim decidimos<br />

fazer experimentos de “Fluorescence Line Narrowing”, (FLN, estreitamento <strong>da</strong> linha de<br />

fluorescência) e “Photoluminescence Excitation Spectroscopy” (PLE, fotoluminescência de<br />

excitação).<br />

Apresentamos os experimentos realizados <strong>em</strong> duas categorias: primeiro os experimentos<br />

onde é possível diminuir só o alargamento homogêneo (absorção, absorção diferencial<br />

térmica, absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> pressão e PL). Depois apresentamos os experimentos onde<br />

também é possível elimi<strong>na</strong>r parte do alargamento inomogêneo (FLN e PLE).<br />

62


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

1. Medi<strong>da</strong>s de absorção, absorção diferencial, absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> pressão<br />

e PL.<br />

Os experimentos de absorção e luminescência dão como resultado o espectro alargado<br />

inomogeneamente já que estamos provando todos os PQ ao mesmo t<strong>em</strong>po. No experimento<br />

de PL isto se deve a que excitamos a amostra usando um laser contínuo com uma energia<br />

muito acima <strong>da</strong> primeira transição. Mesmo que a largura do laser seja nula compara<strong>da</strong> com a<br />

distribuição dos PQ, todos eles acabam sendo excitados, já que o laser é absorvido nos níveis<br />

mais altos de energia onde a separação entre os mesmos diminui consideravelmente. Do<br />

comportamento <strong>da</strong> largura <strong>da</strong> absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura extraímos uma estimativa<br />

<strong>da</strong> largura homogênea e inomogênea presente <strong>na</strong>s amostras.<br />

1.1.1. Medi<strong>da</strong>s de absorção. Modelo mat<strong>em</strong>ático e espectros obtidos.<br />

base<br />

Modelamos a absorção, α, como uma soma de três funções gaussia<strong>na</strong>s e uma linha de<br />

α = Af 1 + Bf 2 + Cf 3 + D+ Gx + Hx 2 + Jx 3 ( 1 )<br />

Sendo A, B, C, D, G, H, J parâmetros lineares e as funções f 1 , f 2 , f 3 descritas por:<br />

f<br />

i<br />

1<br />

exp<br />

[( x<br />

x<br />

2<br />

= −<br />

1 2 −<br />

2<br />

oi σi<br />

( 2 )<br />

2πσ<br />

i<br />

) /<br />

]<br />

Os parâmetros não-lineares são x o1 , x o2 , x o3 , σ 1 , σ 2 , σ 3 , que serão encontrados pelo<br />

método dos mínimos quadrados. Também é incluído um “background” cúbico, que é um<br />

procedimento habitual [Norris et al (1996a, 1996b)].<br />

A fig. 1 mostra um espectro de absorção típico (para a amostra trata<strong>da</strong> por 300min a<br />

535 o C) obtido a 5K. Observou-se que o “shift” com a t<strong>em</strong>peratura aumenta ao diminuir o<br />

tamanho do ponto quântico. Note-se a assimetria <strong>da</strong> linha do espectro de absorção. O<br />

apêndice 1 mostra como se calcula o erro no ajuste não-linear.<br />

63


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

0.55<br />

0.50<br />

0.45<br />

α ( U. A.)<br />

0.40<br />

0.35<br />

0.30<br />

0.25<br />

0.20<br />

0.15<br />

0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0<br />

Energía ( eV )<br />

Figura 1: Espectro de absorção a 5K e ajuste com linhas gaussia<strong>na</strong>s: α <strong>em</strong> vermelho, termos<br />

cúbicos <strong>em</strong> marrom e três linhas gaussia<strong>na</strong>s (rosa, azul e laranja). Ajuste <strong>em</strong> verde. Amostra 535 o C,<br />

300min.<br />

As figuras 2.a., 2.b. e 3 mostram um quadro geral do comportamento <strong>da</strong> primeira<br />

transição óptica. Na fig. 2.a. apresentamos o gráfico <strong>da</strong> posição <strong>da</strong>s duas linhas que formam o<br />

estado fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura, e <strong>na</strong> parte b., a largura <strong>da</strong>s linhas FWHM<br />

(largura total a metade de altura) correspondente. Nota-se que a posição <strong>da</strong>s duas linhas<br />

variam <strong>da</strong> mesma forma, o que não acontece com a suas larguras. Enquanto a linha mais<br />

larga fica quase constante <strong>em</strong> torno de 90meV, a linha mais estreita aumenta quase 50% do<br />

valor inicial. Já as amplitudes mostram um comportamento inverso (fig. 3), a linha mais larga<br />

decresce a amplitude e a mais estreita permanece quase constante.<br />

64


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

0.66<br />

( a )<br />

92<br />

( b )<br />

Posição êxciton ( eV )<br />

0.65<br />

0.64<br />

0.63<br />

0.62<br />

0.61<br />

Linha 1<br />

Linha 2<br />

FWHM ( meV )<br />

90<br />

88<br />

86<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

Linha 1<br />

Linha 2<br />

Figura 2:. a.<br />

Posição <strong>da</strong>s linhas<br />

<strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura.<br />

b. largura<br />

FWHM <strong>da</strong>s mesmas<br />

<strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura.<br />

0.60<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T<strong>em</strong>peratura ( K )<br />

30<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T<strong>em</strong>peratura ( K )<br />

Amplitude ( u. a. )<br />

1.00<br />

0.95<br />

0.90<br />

0.85<br />

0.80<br />

0.75<br />

0.70<br />

0.65<br />

0.60<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.24<br />

Linha 1<br />

Linha 2<br />

Figura 3: Variação <strong>da</strong> amplitude <strong>da</strong>s<br />

duas linhas (normaliza<strong>da</strong>) <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura. Notar que a linha 2 quase não t<strong>em</strong><br />

variação.<br />

0.22<br />

0.20<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T<strong>em</strong>peratura ( K )<br />

Esse estudo foi repetido para amostras de 150min e 105min de tratamento térmico a<br />

mesma t<strong>em</strong>peratura. A fig. 4.a. mostra a variação <strong>da</strong> posição do pico de absorção <strong>em</strong> função<br />

<strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura para as três amostras <strong>da</strong> mesma série (a t<strong>em</strong>peratura de preparação é 535 o C).<br />

A fig. 4.b. mostra a variação <strong>da</strong> energia de confi<strong>na</strong>mento <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura. Nesse<br />

contexto definimos energia de confi<strong>na</strong>mento como a posição do máximo de absorção E p<br />

subtraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> energia do “gap” E g (E c = E p − E g ). A variação <strong>da</strong> energia do “gap” com a<br />

t<strong>em</strong>peratura é dE g / dT = 420µeV/K. A variação observa<strong>da</strong> experimentalmente <strong>em</strong> PQ é<br />

muito menor que a do “gap” (ver fig. 4.a.)<br />

65


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

0.84<br />

( a )<br />

0.00 ( b )<br />

0.80<br />

∆E = 9.5 meV<br />

-0.02<br />

E p<br />

(eV)<br />

0.76<br />

0.72<br />

0.68<br />

0.64<br />

∆E = 24.4 meV<br />

∆E = 40.4 meV<br />

0.60<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T (K)<br />

∆E c<br />

(eV)<br />

-0.04<br />

-0.06<br />

-0.08<br />

-0.10<br />

-0.12<br />

105 min<br />

150 min<br />

300 min<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T (K)<br />

Figura 4: a. Variação <strong>da</strong> posição do pico de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura para as<br />

amostras de 300min (azul), 150min (vermelho) e 105min (preto); b. Variação <strong>da</strong> energia de<br />

confi<strong>na</strong>mento com a t<strong>em</strong>peratura para as mesmas amostras.<br />

Uma interpretação possível para a essa dispari<strong>da</strong>de viria do efeito de “stress-strain”<br />

do PQ com a matriz vítrea. A dependência <strong>da</strong> energia do “gap” pode ser descrita <strong>em</strong> função<br />

do parâmetro de rede a como E g (a(T)), onde a varia com a t<strong>em</strong>peratura devido à dilatação<br />

térmica. Para um PQ <strong>em</strong> uma matriz vítrea, o tamanho do mesmo estará determi<strong>na</strong>do pelo<br />

equilíbrio entre a força de contração (dilatação) térmica e a constante elástica dos materiais<br />

(ver esqu<strong>em</strong>a <strong>na</strong> fig. 5).<br />

Figura 5: Esqu<strong>em</strong>a unidimensio<strong>na</strong>l para representar o equilíbrio entre forças atuantes no PQ<br />

ao ser resfriado até 5K; a. situação de equilíbrio a t<strong>em</strong>peratura de cristalização, b. variação de<br />

tamanho devido à contração (dilatação) térmica.<br />

Ao ser resfriado o material, o tamanho do PQ com o extr<strong>em</strong>o direito livre seria L 5K ,<br />

pelo efeito de contração (dilatação) térmica. Como a dilatação térmica do vidro é muito<br />

66


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

menor que a do PQ, a posição de equilíbrio depende <strong>da</strong>s constantes elásticas do material do<br />

PQ e do vidro, marcado com a linha de pontos <strong>na</strong> fig. 5.a. Em forma de equação t<strong>em</strong>os<br />

k 1 x 1 = k 2 x 2 , ⇒ x 2 = k 1 / k 2 x 1 ( 3 )<br />

Desta forma o deslocamento ∆L pode ser escrito <strong>em</strong> função de x 1 como<br />

∆L = x 1 + k 1 / k 2 x 1 ⇒ x 1 = k 2 / ( k 1 + k 2 ) ∆L ( 4 )<br />

Pod<strong>em</strong>os observar dois limites, sendo o primeiro<br />

k 2 >> k 1 , ⇒ x 1 = ∆L ⇒ ∆a = 0 ( 5 )<br />

onde t<strong>em</strong>os como resultado que ∆E g (a(T)) = 0, porque não t<strong>em</strong>os variação no<br />

parâmetro de rede. Neste limite os níveis de energia não variam com a t<strong>em</strong>peratura, resultado<br />

coerente com o observado para PQ pequenos. O outro limite possível é<br />

k 1 >> k 2 , ⇒ x 1 = 0 ( 6 )<br />

e t<strong>em</strong>os como resultado que ∆E g (a(T)) = ∆E g (a(T)) bulk , ou seja, a variação com a<br />

t<strong>em</strong>peratura do E g igual ao material “bulk”. A fig. 6 mostra dE p / dT para as amostras<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s junto com o valor “bulk” do PbTe. Esta figura mostra como o confi<strong>na</strong>mento vai<br />

anulando a variação espera<strong>da</strong> do material com a t<strong>em</strong>peratura.<br />

67


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

450<br />

400<br />

dE p<br />

/dT (µeV/K)<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

550 o C<br />

535 o C<br />

650 o C<br />

510 o C<br />

Bulk PbTe<br />

QDs PbTe<br />

teórico<br />

Figura 6: Variação <strong>da</strong><br />

posição do pico de absorção <strong>em</strong><br />

função do confi<strong>na</strong>mento<br />

quântico e cálculo <strong>da</strong> variação<br />

espera<strong>da</strong> (ver cálculo dos níveis<br />

de energia, capítulo 6).<br />

0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90<br />

E (T=0)<br />

Outra informação importante que pode ser extraí<strong>da</strong> do comportamento <strong>da</strong> absorção<br />

com a t<strong>em</strong>peratura é a variação <strong>da</strong> largura de linha do espectro de absorção dos PQ e uma<br />

estimativa do alargamento homogêneo. Como os <strong>da</strong>dos obtidos <strong>da</strong> fig. 2.b. apresentam um<br />

comportamento irregular, fiz<strong>em</strong>os um novo ajuste para o lado de menor energia do espectro<br />

de absorção usando uma função gaussia<strong>na</strong> e uma constante como linha de base.<br />

Apresentamos dois desses ajustes, um a baixa t<strong>em</strong>peratura e outro para 300K (fig. 7).<br />

0.55<br />

0.50<br />

Absorção 50K<br />

Ajuste<br />

0.55<br />

0.50<br />

Absorção 300K<br />

Ajuste<br />

Absorção (u.a.)<br />

0.45<br />

0.40<br />

0.35<br />

0.30<br />

Absorção (u.a.)<br />

0.45<br />

0.40<br />

0.35<br />

0.25<br />

0.20<br />

0.30<br />

0.15<br />

0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90<br />

Energia (eV)<br />

0.25<br />

0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90<br />

Energia (eV)<br />

Figura 7: Espectros de absorção para uma amostra de PQ de PbTe e ajuste usando uma<br />

função gaussia<strong>na</strong> e uma constante para os experimentos realizados a 50K e 300K.<br />

68


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A largura de linha é composta pela convolução entre o alargamento homogêneo e<br />

inomogêneo, obtendo como resultado para a largura total<br />

Γ<br />

Tot<br />

2<br />

ΓH<br />

( T ) = Γ + Γ ( T)<br />

= Γ +<br />

( 7 )<br />

2<br />

Inhom<br />

2<br />

Hom<br />

2<br />

Inhom<br />

T<br />

[ exp( ) 1] 2<br />

0<br />

−<br />

T<br />

Forçando a T 0 ser a t<strong>em</strong>peratura correspondente ao fônon LO (15meV ≈ 170K),<br />

obt<strong>em</strong>os Γ Inhom = 70.8meV e Γ Hom = 20.3meV. Os resultados são apresentados <strong>na</strong> figura 8,<br />

junto com um ajuste para a função <strong>da</strong> largura total, eq. 7.<br />

Largura FWHM (meV)<br />

76<br />

75<br />

74<br />

73<br />

72<br />

71<br />

Largura exp. abs.<br />

Modelo<br />

Figura 8: Largura<br />

FWHM dos espectros de<br />

absorção e modelo para<br />

descrever a largura total<br />

<strong>da</strong> linha de absorção.<br />

70<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T<strong>em</strong>peratura (K)<br />

As estimativas do alargamento homogêneo e inomogêneo serão usa<strong>da</strong>s neste e no<br />

próximo capítulo, quando estu<strong>da</strong>r<strong>em</strong>os as amostras de PQ <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura usando<br />

técnicas que permit<strong>em</strong> diminuir o alargamento inomogêneo (experimentos de FLN, PLE e<br />

bombeio&prova). Uma vez que o alargamento inomogêneo é reduzido a um valor <strong>da</strong> ord<strong>em</strong><br />

de grandeza do alargamento homogêneo a 300K, descendo a t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> amostra<br />

pod<strong>em</strong>os observar efeitos antes mascarados pela largura inomogênea.<br />

69


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

1.1.2. Espectroscopia diferencial térmica. Modelo mat<strong>em</strong>ático e espectros<br />

obtidos.<br />

Para confirmar a assimetria <strong>da</strong> linha de absorção fiz<strong>em</strong>os uma espectroscopia<br />

diferencial térmica com os <strong>da</strong>dos obtidos com o FTIR. Nesta técnica, os <strong>da</strong>dos experimentais<br />

são obtidos fazendo a diferença entre a absorção a uma t<strong>em</strong>peratura T e a uma t<strong>em</strong>peratura<br />

T + ∆T, sendo ∆T ≈ 5-10K segundo o caso. Foi observado que não é possível explicar a<br />

forma <strong>da</strong> linha de absorção com só um estado.<br />

Para a análise térmica, ajustamos os resultados experimentais com uma expansão <strong>em</strong><br />

primeira ord<strong>em</strong> nos parâmetros <strong>da</strong>s gaussia<strong>na</strong>s, <strong>da</strong> forma<br />

d α<br />

∆T<br />

dT<br />

=<br />

∂ α ∂A<br />

∂ α<br />

+<br />

∂A<br />

∂T<br />

∂E<br />

o<br />

∂E<br />

o<br />

∂T<br />

∂ α ∂ σ<br />

+ ) ∆T<br />

∂ σ ∂T<br />

( ( 8 )<br />

as deriva<strong>da</strong>s de α com respeito aos parâmetros foram feitas a<strong>na</strong>liticamente e foi<br />

observado o comportamento <strong>da</strong>s deriva<strong>da</strong>s dos parâmetros com respeito à t<strong>em</strong>peratura. Para<br />

funções gaussia<strong>na</strong>s ( f ) como a apresenta<strong>da</strong> <strong>na</strong> eq. 2, a componente <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> amplitude<br />

com a t<strong>em</strong>peratura é proporcio<strong>na</strong>l a f. O termo <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> posição <strong>da</strong> linha com a<br />

t<strong>em</strong>peratura é proporcio<strong>na</strong>l a (E o – E) f, e o termo <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> largura é proporcio<strong>na</strong>l a<br />

(E o – E) 2 f.<br />

Um gráfico típico obtido está representado <strong>na</strong> fig. 9. Novamente a amostra estu<strong>da</strong><strong>da</strong> é<br />

a trata<strong>da</strong> por 300min a 535 o C, e os espectros utilizados para obter o diferencial correspond<strong>em</strong><br />

a 90K e 100K respectivamente.<br />

Os espectros apresentam uma quanti<strong>da</strong>de considerável de ruído porque o detector<br />

usado para essas experiências está no seu limite de operabili<strong>da</strong>de, e além disso, a variação <strong>da</strong><br />

absorção com a t<strong>em</strong>peratura é muito peque<strong>na</strong>. A escala <strong>da</strong> fig. 9 e <strong>da</strong> fig. 1 é a mesma, sendo<br />

possível fazer a comparação de valores absolutos. Os valores dos parâmetros obtidos são<br />

próximos aos mostrados <strong>na</strong>s figuras 2 e 3, só que com mais dispersão nos valores obtidos.<br />

70


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Nesta figura, apresentamos a soma <strong>da</strong>s componentes <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> absorção<br />

soma<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> f. A componente <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> largura σ com a t<strong>em</strong>peratura é mais de<br />

três ord<strong>em</strong> de grandeza menor que as outras dos componentes para ca<strong>da</strong> f, ou seja, é<br />

desprezível.<br />

É importante destacar que é clara a existência de duas linhas no estado fun<strong>da</strong>mental<br />

devido à assimetria que aparece <strong>na</strong> curva de absorção diferencial. É impossível fazer um<br />

ajuste <strong>da</strong> absorção diferencial usando só uma função de tipo gaussia<strong>na</strong>.<br />

0.006<br />

0.004<br />

Absorção Diferencial ( u. a. )<br />

0.002<br />

0.000<br />

-0.002<br />

-0.004<br />

-0.006<br />

-0.008<br />

-0.010<br />

0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80<br />

Energía ( eV )<br />

Figura 9: Espectroscopia diferencial térmica. Em vermelho, si<strong>na</strong>l. Azul e marrom, a soma<br />

<strong>da</strong>s componentes de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s linhas gaussia<strong>na</strong>s. Em rosa, soma <strong>da</strong>s duas componentes<br />

gaussia<strong>na</strong>s. Amostra 535 o C, 300min.<br />

Esta experiência confirma a existência de duas linhas que conformam o estado<br />

fun<strong>da</strong>mental nos pontos quânticos de PbTe <strong>em</strong> vidro.<br />

71


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

1.2.1. Medi<strong>da</strong>s de fotoluminescência. Montag<strong>em</strong> experimental<br />

A informação obti<strong>da</strong> <strong>na</strong>s medi<strong>da</strong>s de PL é necessária para realizar os espectros de<br />

FLN e PLE. Outra vantag<strong>em</strong> de se fazer<strong>em</strong> primeiro as medi<strong>da</strong>s de PL é começar a fazer a<br />

montag<strong>em</strong> experimental, já que a dificul<strong>da</strong>de no alinhamento do sist<strong>em</strong>a de medi<strong>da</strong> vai<br />

aumentando conforme a medi<strong>da</strong> t<strong>em</strong> maior complexi<strong>da</strong>de. A captura é efetua<strong>da</strong> com um<br />

programa feito <strong>na</strong> linguag<strong>em</strong> de “Labview”.<br />

A montag<strong>em</strong> experimental é mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> fig. 10.<br />

Ar<br />

D<br />

Espec<br />

L2<br />

Tsu<strong>na</strong>mi<br />

OPAL<br />

L1<br />

A<br />

Crio<br />

Figura 10: Esqu<strong>em</strong>a experimental para fazer as medi<strong>da</strong>s de PL. A excitação é o laser de<br />

argônio. L1 é a lente para focalizar o feixe <strong>na</strong> amostra, L2 para fazer o casamento de abertura<br />

numérica do espectrômetro com a janela de coleta. D representa o detector e A, a amostra.<br />

A fonte de excitação é o laser de argônio, modulado usando um “chopper” e<br />

focalizado <strong>na</strong> amostra operando no modo “light regulation” (de modo a manter a potência de<br />

saí<strong>da</strong> constante) e se faz uma varredura no comprimento de on<strong>da</strong> de detecção. Utilizamos um<br />

detector de InAs resfriado à t<strong>em</strong>peratura de N 2liq e o criostato de fluxo contínuo de He<br />

(“Janis”). Os <strong>da</strong>dos são capturados no computador usando um “lockin”.<br />

72


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

1.2.2. Fotoluminescência. Espectros obtidos.<br />

A fig. 11 mostra os espectros obtidos de PL e o de absorção correspondente.<br />

1.0<br />

( a )<br />

1.0<br />

( b )<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

PL 300K<br />

ABS 300K<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

PL5K<br />

ABS5K<br />

0.0<br />

1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

0.0<br />

1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm )<br />

1.0<br />

0.8<br />

( c )<br />

1.0<br />

0.8<br />

PL5K<br />

ABS5K<br />

( d )<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

PL 300K<br />

ABS 300K<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm )<br />

1.0<br />

( f )<br />

1.0<br />

( g )<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

PL 300K<br />

ABS 300K<br />

Intensi<strong>da</strong>de ( u. a. )<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

PL5K<br />

ABS5K<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.0<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm )<br />

Figura 11: Amostra 535 o C, a. e b. amostra de 105min, c. e d. amostra de 150min, f. e g.<br />

amostra de 300min, Notar a variação do “Stokes Shift” com a t<strong>em</strong>peratura e a forma assimétrica <strong>da</strong><br />

linha de PL.<br />

73


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

Os espectros obtidos mostram uma clara assimetria. A linha está corrigi<strong>da</strong> pela<br />

resposta do detector e monocromador. Como o si<strong>na</strong>l é capturado fazendo uma varredura no<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de coleta é necessário saber a resposta do sist<strong>em</strong>a óptico<br />

(detector + monocromador + sist<strong>em</strong>a de lentes). A resposta do sist<strong>em</strong>a óptico é estu<strong>da</strong><strong>da</strong> e<br />

caracteriza<strong>da</strong> com uma fonte conheci<strong>da</strong> e está descrito no apêndice 2. A linha de PL a 5K não<br />

t<strong>em</strong> uma forma ‘gaussia<strong>na</strong>’ como a que apresenta a 300K. Uma explicação do efeito<br />

observado pode ser simplesmente que os estados disponíveis para fazer recombi<strong>na</strong>ções<br />

radiativas são os estados de armadilha (defeitos <strong>na</strong> superfície do ponto quântico).<br />

Observou-se que o “Stokes shift” aumenta ao diminuir o tamanho do ponto quântico.<br />

Para tentar explicar este fenômeno usar<strong>em</strong>os a teoria de renormalização de “band gap” (BGR,<br />

“Band Gap Renormalization”) de Vashista e Kalia [Vashista e Kalia (1982)]. O efeito de<br />

BGR ocorre quando um material “bulk” é excitado com uma energia próxima a energia do<br />

“gap” óptico, criando portadores livres. Se a quanti<strong>da</strong>de de portadores criados é densa<br />

suficiente pod<strong>em</strong> ocorrer modificações <strong>na</strong> estrutura eletrônica <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de energia. O efeito<br />

de “screening” (resposta coletiva do sist<strong>em</strong>a as interações resultantes dos efeitos de Coulomb<br />

e troca) no sist<strong>em</strong>a de elétrons e buracos leva a renormalização <strong>da</strong> energia de uma partícula.<br />

Levando <strong>em</strong> conta um elétron, a distribuição de cargas é espalha<strong>da</strong> pela repulsão de cargas de<br />

mesmo si<strong>na</strong>l. Um efeito similar é resultado do principio de exclusão de Pauli para elétrons<br />

com mesmo spin, aumentando a separação entre os portadores comparados ao caso clássico.<br />

Esta nova distribuição de cargas do material altamente excitado reduz a energia dos<br />

portadores, resultando no estreitamento <strong>da</strong> energia do “gap” comparado ao material não<br />

excitado, resultando <strong>em</strong> um deslocamento para o vermelho do ganho ou luminescência do<br />

mesmo [Kalt e Rinker (1992)].<br />

Quando um PQ absorve um fóton, cria um par elétron-buraco. Como o volume do PQ<br />

é muito pequeno, a densi<strong>da</strong>de de portadores é muito alta n ≈ 1x10 18 /cm 3 . Esta densi<strong>da</strong>de de<br />

portadores é <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de grandeza para a qual aparec<strong>em</strong> os efeitos de BGR <strong>em</strong> materiais<br />

“bulk”. Sendo assim, procuramos obter o deslocamento <strong>em</strong> energia devido a efeitos de BGR.<br />

Vashista e Kalia chegaram a uma expressão universal para descrever os efeitos de BGR <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de portadores ou <strong>da</strong> distância entre as partículas r s <strong>em</strong> função do raio de<br />

Bohr do material, r ( )<br />

s<br />

3 1<br />

= 1 1/<br />

4 π<br />

ou r<br />

n<br />

s = R / aB<br />

.<br />

a<br />

B<br />

74


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Na tabela 1 apresentamos os <strong>da</strong>dos correspondentes <strong>da</strong>s amostras de PQ <strong>da</strong> figura 10<br />

<strong>em</strong> função do raio estimado pelo máximo do espectro de absorção usando o cálculo de níveis<br />

de energia apresentado no capítulo 6. O deslocamento de energia é <strong>da</strong>do pela expressão<br />

a + br<br />

∆ E =<br />

( 9 )<br />

c + dr +<br />

s<br />

s<br />

2<br />

rs<br />

onde a = -4.8316, b = -5.0879, c = 0.0152, d = 3.0426; e ∆E está <strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des de Ry.<br />

Para converter a energia <strong>em</strong> eV, usamos a definição do<br />

Ry exc<br />

4<br />

µ e<br />

=<br />

2<br />

2 ! ε<br />

2<br />

0<br />

µ<br />

=<br />

ε<br />

2<br />

0<br />

13,6eV<br />

. Na tabela<br />

1 usamos ε 0 = 33 e µ = 0.022.<br />

Amostra Raio (nm) r s ∆E BGR (meV) ∆E Exp (meV)<br />

105min. 3.9 0.28 60 83<br />

150min. 4.5 0.32 54 78<br />

300min. 5.4 0.38 46 40<br />

Tabela 1: Valor esperado pela renormalização de “band gap”. O raio é estimado usando o<br />

cálculo anisotrópico de níveis de energia do capítulo 6.<br />

Desta forma pod<strong>em</strong>os concluir que, de forma análoga aos PQ de CdTe [Espinosa<br />

(1996)], o deslocamento <strong>da</strong> luminescência pode ser explicado por efeitos de BGR.<br />

75


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

1.3.3 Estudos de Pressão uniaxial<br />

Há mais de trinta anos que são feitos estudos dos efeitos do “strain” <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong>des<br />

eletrônicas de materiais como PbTe. Efeitos importantes foram observados, como a<br />

redistribuição de portadores nos vales no ponto L <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin, quando a<br />

degenerescência de estrela é quebra<strong>da</strong>. Na ausência de fatores externos os níveis de energia<br />

nos 4 vales L são degenerados. Isto é chamado efeito de degenerescência estrela [Tomm et al<br />

(1995)]. Uma pressão anisotrópica no PbTe quebrará a degenerescência estrela e como<br />

resultado ter<strong>em</strong>os dois valores diferentes para o “gap” de energia. No caso de pontos<br />

quânticos, a fonte de “strain” anisotrópico pode vir de uma pressão isotrópica aplica<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

um ponto quântico não esférico ou de uma fonte de pressão uniaxial.<br />

Para tentar confirmar se o efeito que produz a quebra <strong>da</strong> linha de absorção é de<br />

“stress-strain” (devido a diferente dilatação térmica do vidro e do PbTe) usamos uma<br />

máqui<strong>na</strong> de pressão uniaxial e capturamos os espectros de absorção no FTIR. Nosso objetivo<br />

é tentar provocar uma quebra <strong>da</strong> linha de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> pressão aplica<strong>da</strong>.<br />

Experimentalmente obtiv<strong>em</strong>os uma variação de −4.6x10 -11 eV / Pa. Na fig. 12<br />

apresentamos esses <strong>da</strong>dos. A variação tabela<strong>da</strong> do material (“bulk”) PbTe é −7.6x10 -11 eV /<br />

Pa [Landolt e Börnstein (1982)].<br />

0.632<br />

E g<br />

(eV)<br />

0.630<br />

0.628<br />

0.626<br />

0.624<br />

0.622<br />

dE g<br />

/dP = -4.6 x10 -11 eV/Pa<br />

Figura 12: Variação <strong>da</strong> posição<br />

do pico de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

pressão uniaxial aplica<strong>da</strong>.<br />

0.620<br />

0 1x10 8 2x10 8<br />

Pressão (Pa)<br />

Quanto a uma quebra <strong>da</strong> linha de absorção, não conseguimos observar tal efeito. Uma<br />

estimativa usando o valor de tabela acima permite afirmar que para observar uma variação de<br />

100meV (o equivalente a descer a t<strong>em</strong>peratura até 5K) deveríamos aplicar uma pressão<br />

de ≈ 2x10 9 Pa. As amostras não suportam tal pressão nos experimentos de pressão uniaxial.<br />

76


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Para estimar o “stress” que sofre um PQ vamos a calcular o “stress” adicio<strong>na</strong>l que<br />

sofre um filme fino (com coeficiente de dilatação térmica α f ) quando depositado sobre um<br />

substrato de BaF 2 com coeficiente de dilatação térmica α s sendo esfriado desde uma<br />

t<strong>em</strong>peratura T 1 até T 2 [Singleton et al (1986)]. Definindo os eixos cartesianos <strong>na</strong>s direções<br />

[110], [112] e [111] cristali<strong>na</strong>s do filme (i.e. x e y no plano do filme e z <strong>na</strong> direção<br />

perpendicular do mesmo) e assumindo que o substrato não é deformado pelo filme de PbTe,<br />

o “strain” (∆ε 11 ) devido à dilatação térmica α é <strong>da</strong>do por<br />

T<br />

∆ ε11 = ∆ε22<br />

= ∫[<br />

α<br />

f ( T)<br />

− αs(<br />

T )]<br />

dT<br />

( 10 )<br />

A variação <strong>da</strong> energia do “gap” se relacio<strong>na</strong> com o “strain” através <strong>da</strong> relação<br />

T<br />

1<br />

2<br />

∆Ε = n· {(1(ε xx + ε yy + ε zz )+(2[ε−(1/3)( ε xx + ε yy + ε zz )Ι]}· n ( 11 )<br />

onde n é o vetor unitário apontando <strong>na</strong> direção do extr<strong>em</strong>o <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> no espaço k, I é a<br />

uni<strong>da</strong>de diádica, (1 e (2 são os potenciais de deformação hidrostático e cisalhamento [Pollak<br />

(1990)]. A eq. 11 também pode ser escrita como<br />

( lk )<br />

( lk ) c ( lk ) ( k ) ( k ) ( l)<br />

( l)<br />

δE = ∑ Dij<br />

εij<br />

, Dij<br />

= Dd<br />

δij<br />

+ Du<br />

Ui<br />

U<br />

j ( 12 )<br />

ij<br />

onde<br />

(k )<br />

D<br />

u<br />

e<br />

(k )<br />

D<br />

d<br />

são os potenciais de deformação uniaxial e dilatio<strong>na</strong>l para a ban<strong>da</strong><br />

k-ésima defini<strong>da</strong> por Herring e Vogt [Herring e Vogt (1956)] e os<br />

ângulos entre os eixos cristalinos x i e o l-ésimo eixo maior <strong>da</strong>s elipsóides.<br />

(l )<br />

U<br />

i<br />

são os cosenos dos<br />

O “strain” definido quanto aos eixos cúbicos do filme de PbTe ( ε c ij ) <strong>em</strong> função do<br />

“strain” nos eixos definidos acima (ε xx ) é <strong>da</strong>do por<br />

ε<br />

c<br />

ij<br />

⎧<br />

= ⎨<br />

⎩<br />

1<br />

3<br />

1<br />

3<br />

(2ε<br />

( ε<br />

11<br />

33<br />

+ ε<br />

− ε<br />

11<br />

)<br />

)<br />

33<br />

i = j<br />

i ≠ j<br />

( 13 )<br />

77


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

Com esta relação, o deslocamento resultante <strong>da</strong> energia para a k-ésima ban<strong>da</strong> no vale<br />

é <strong>da</strong>do por<br />

δ<br />

=<br />

( k )<br />

( ) 1 ( k )<br />

( )<br />

3 2 )<br />

2 k<br />

D + D ε + ε + 3 D ( ε − ε )<br />

( k )<br />

E d<br />

u (<br />

11 33<br />

u 33 11 ( 14 )<br />

e para a k-ésima ban<strong>da</strong> no vale o deslocamento é <strong>da</strong>do por<br />

δ<br />

=<br />

( k )<br />

( ) 1 ( k )<br />

( )<br />

3 2 )<br />

2 k<br />

D + D ε + ε − 9 D ( ε − ε )<br />

( k )<br />

E d<br />

u (<br />

11 33 u 33 11 ( 15 )<br />

usando α f ≈ 20x10 -6<br />

no intervalo de 50K até 700K, e supondo que o “strain” é<br />

acumulado desde a t<strong>em</strong>peratura de crescimento (≈800K) do PQ, obt<strong>em</strong>os que ε 11 = 0.016.<br />

v<br />

c<br />

Usando que D = 5.4eV,<br />

D = 4.9eV,<br />

u<br />

u<br />

D<br />

c<br />

d<br />

− D<br />

v d<br />

= 1.9eV<br />

[Singleton et al (1986)], a diferença<br />

<strong>da</strong> energia do “gap” entre as direções e é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela diferença entra as eq. 14 e<br />

15 é<br />

c v < 111><br />

c<br />

< 111><br />

( δE<br />

− δE<br />

) − ( δE<br />

− δE<br />

) ≈ .933ε<br />

= 14.9meV<br />

∆E − ∆E<br />

=<br />

( 16 )<br />

< 111><br />

< 111><br />

v<br />

g<br />

g<br />

0<br />

11<br />

Desta forma, o “strain” sofrido pelo filme pela diferença <strong>da</strong> dilatação térmica é<br />

responsável por um deslocamento de ≈ 15meV, como observado experimentalmente nos<br />

experimentos de PLE e FLN. Mas, considerando que o fônon LO do PbTe “bulk” t<strong>em</strong> 15meV<br />

[Landolt e Börnstein (1982)] a estrutura dos espectros de FLN e PLE pode ser explica<strong>da</strong> pela<br />

<strong>em</strong>issão de fônons segui<strong>da</strong> de recombi<strong>na</strong>ção, ou seja, uma réplica de fônon. Entretanto a<br />

força do oscilador de processos envolvendo um fóton mais um fônon é muito fraco para<br />

aparecer no espectro de absorção. Dessa forma nossos resultados parec<strong>em</strong> indicar que a<br />

estrutura observa<strong>da</strong> nos espectros de FLN e PLE, <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 15meV, são réplicas de<br />

fônons. A estrutura do espectro de absorção não pode corresponder a um processo de <strong>em</strong>issão<br />

de fônons. Outro ponto a ser considerado é que para obter uma variação de energia de<br />

120meV (diferença experimental entre a E g (0K) e E g (300K) para material “bulk”) teríamos<br />

que aplicar uma pressão de 1.6GPa. No Landolt [Landolt e Börnstein (1982)] achamos que<br />

existe uma transição de fase <strong>da</strong> rede para estrutura ortorrômbica a 4.2GPa, o que poderia<br />

explicar a quebra <strong>da</strong> degenerescência entre os quatro vales L e <strong>da</strong>r conta de uma estrutura<br />

assimétrica no espectro de absorção a baixas t<strong>em</strong>peraturas. A experiência pode ser<br />

considera<strong>da</strong> inconclusiva pois só conseguimos atingir pressões de 0.2GPa.<br />

78


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

2. Medi<strong>da</strong>s de FLN e PLE.<br />

No experimento de FLN ilumi<strong>na</strong>mos a amostra com uma energia dentro <strong>da</strong> linha de<br />

absorção, excitando só os PQ com tamanhos maiores (ou energia de transição menores) que a<br />

energia do laser e coletamos a luminescência <strong>da</strong> amostra fazendo uma varredura no<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de coleta. Na fig. 13 mostramos o si<strong>na</strong>l de FLN <strong>em</strong> magenta. A linha<br />

preta corresponde ao comprimento de on<strong>da</strong> de excitação. No experimento de PLE faz<strong>em</strong>os<br />

uma varredura no comprimento de on<strong>da</strong> do laser, ilumi<strong>na</strong>ndo a amostra com uma energia<br />

dentro <strong>da</strong> linha de absorção e coletando a luminescência <strong>em</strong> uma energia fixa (representado<br />

pela linha preta <strong>na</strong> figura 13), menor que a menor energia de excitação do laser. Como<br />

resultado são excitados só os PQ com tamanhos maiores (ou energia de transição menores)<br />

que a energia de excitação. Desta forma, estas duas técnicas (FLN e PLE) permit<strong>em</strong> reduzir o<br />

alargamento inomogêneo presente <strong>na</strong> amostra.<br />

α, FLN, PLE (u.a.)<br />

1.0<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

α<br />

PLE<br />

FLN<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

Figura 13: Experimentos de absorção (α), FLN e PLE. A linha preta vertical representa o<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de deteção no experimento de PLE e de excitação no experimento de FLN.<br />

79


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

Em PQ de CdX (X = S, Se, Te), onde a primeira transição óptica se encontra <strong>na</strong> parte<br />

visível do espectro, os experimentos de FLN e PLE usam como fonte de excitação uma<br />

lâmpa<strong>da</strong> de xenônio passando através de um monocromador, usando larguras de excitação<br />

tão estreitas como décimos ou centésimos de <strong>na</strong>nômetro, reduzindo o alargamento<br />

inomogêneo ao mínimo. No caso de fazer os experimentos a baixas t<strong>em</strong>peraturas, o<br />

alargamento homogêneo também é reduzido, obtendo como resultado condições<br />

experimentais ótimas para a caracterização dos níveis de energia dos PQ [Oliveira et al<br />

(1995)]. Como a intensi<strong>da</strong>de de excitação usa<strong>da</strong> é proporcio<strong>na</strong>l à largura de excitação, é<br />

preciso usar detectores potentes, como fotomultiplicadoras. Mas no caso de PQ de PbX<br />

(X = S, Se, Te), onde a primeira transição óptica se encontra <strong>na</strong> região infravermelha, não<br />

exist<strong>em</strong> fotomultiplicadoras para esses comprimentos de on<strong>da</strong>, pelo que é necessário usar<br />

fontes mais intensas. O laser “Opal” é uma fonte intensa e que permite sintonizar o<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de excitação, o que faz dele uma fonte ideal para fazer experimentos<br />

de FLN e PLE <strong>em</strong> PQ de PbTe. Na fig. 14 mostramos um espectro característico de uma<br />

amostra de PQ, assim como o espectro do laser “Opal”, que dá uma idéia <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de<br />

grandeza do alargamento inomogêneo que estará presente nos experimentos de FLN e PLE.<br />

α (cm -1 )<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

Largura espectral<br />

típica de um pulso<br />

Intervalo do<br />

Sig<strong>na</strong>l<br />

Figura 14: Comparação <strong>da</strong><br />

largura do pulso do “Opal” com a<br />

distribuição dos pontos quânticos<br />

observa<strong>da</strong> no espectro de absorção<br />

de uma amostra típica de PbTe.<br />

0<br />

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

80


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

2.1.1. Estudos de “Fluorescence Line Narrowing” (FLN). Montag<strong>em</strong><br />

experimental e espectros obtidos.<br />

A informação obti<strong>da</strong> <strong>na</strong>s medi<strong>da</strong>s de PL é necessária para realizar os espectros de<br />

FLN, já que t<strong>em</strong>os que excitar os pontos quânticos sobre a linha de luminescência (PL). O<br />

esqu<strong>em</strong>a experimental é apresentado <strong>na</strong> fig. 15. A captura é efetua<strong>da</strong> com um programa feito<br />

<strong>na</strong> linguag<strong>em</strong> de “Labview”.<br />

D<br />

Figura 15: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong><br />

Ar<br />

Espec<br />

montag<strong>em</strong> para obter os<br />

PM<br />

L2<br />

espectros de FLN. Basicamente<br />

é a mesma montag<strong>em</strong> que para<br />

Tsu<strong>na</strong>mi OPAL<br />

A<br />

o PL, só que nesta experiência a<br />

L1<br />

fonte de excitação é o “Opal”.<br />

Crio<br />

PM é o medidor de potência.<br />

A assimetria observa<strong>da</strong> no espectro de absorção foi procura<strong>da</strong> nos espectros de FLN.<br />

Para confirmar a presença <strong>da</strong> dita estrutura e tentar esclarecer que efeito físico que ela<br />

representa montamos a experiência de FLN. Os espectros mostrados <strong>na</strong> fig. 16 correspond<strong>em</strong><br />

à amostra trata<strong>da</strong> por 150min numa t<strong>em</strong>peratura de 535 o C. Estes espectros são os melhores<br />

obtidos <strong>da</strong> série de amostras.<br />

Intensi<strong>da</strong>de FLN ( u.a. )<br />

λ exc<br />

= 2.00µm<br />

λ exc<br />

= 1.95µm<br />

λ exc<br />

= 1.90µm<br />

λ exc<br />

= 1.85µm<br />

λ exc<br />

= 1.80µm<br />

λ exc<br />

= 1.70µm<br />

Figura 16: Espectros de FLN<br />

a 5K. Nas curvas azul e rosa pode-se<br />

ver a dupla estrutura que também<br />

aparece no PLE.<br />

1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

Claramente v<strong>em</strong>os neles o mesmo efeito que aparece nos espectros de PLE. Fazendo<br />

um ajuste não-linear, obt<strong>em</strong>os uma dupla estrutura, desloca<strong>da</strong> por volta de 15meV.<br />

81


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

3.1. Medi<strong>da</strong>s de fotoluminescência de excitação. Montag<strong>em</strong> experimental<br />

Com a informação obti<strong>da</strong> nos espectros de PL, foi possível continuar com os<br />

experimentos de PLE. A montag<strong>em</strong> é basicamente a mesma, mas t<strong>em</strong> dificul<strong>da</strong>des maiores.<br />

As novas dificul<strong>da</strong>des são:<br />

1. deve ser feita uma varredura no comprimento de on<strong>da</strong> do laser “Opal”, o que significa<br />

que o laser t<strong>em</strong> que funcio<strong>na</strong>r muito estável. É simples alinhar o laser e que trabalhe<br />

estável num comprimento de on<strong>da</strong> fixo, mas é muito mais difícil o alinhamento para ter<br />

estabili<strong>da</strong>de durante to<strong>da</strong> a varredura. O funcio<strong>na</strong>mento dos lasers de bombeio<br />

(“Tsu<strong>na</strong>mi” e Argônio) deve ser ótimo;<br />

2. não existe um filtro que corte a excitação e não a luminescência;<br />

3. programa de “Labview” deve sincronizar a varredura programa<strong>da</strong> <strong>na</strong> eletrônica do laser<br />

com os t<strong>em</strong>pos de captura;<br />

4. deve ser capturado um si<strong>na</strong>l proporcio<strong>na</strong>l à potência utiliza<strong>da</strong> para que o si<strong>na</strong>l de PLE<br />

possa ser normalizado pela potência incidente. Para isso foi construído um receptor<br />

fotoacústico;<br />

A captura é feita com um programa feito <strong>na</strong> linguag<strong>em</strong> de “Labview” e o sist<strong>em</strong>a de<br />

medi<strong>da</strong> está esqu<strong>em</strong>atizado <strong>na</strong> fig. 17.<br />

Ar<br />

D<br />

Espec<br />

PM<br />

L2<br />

Tsu<strong>na</strong>mi OPAL<br />

L1<br />

A<br />

Crio<br />

Figura 17: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> montag<strong>em</strong> para obter os espectros de PLE. Basicamente é a mesma<br />

montag<strong>em</strong> que para o PL, só que nesta experiência a fonte de excitação é o “Opal”. PM é o medidor<br />

de potência.<br />

82


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

3.2. Fotoluminescência de excitação. Espectros obtidos<br />

A diferença fun<strong>da</strong>mental ao fazer o PLE é que pod<strong>em</strong>os fazer uma maior seleção de<br />

tamanhos. Isto acontece porque os pontos quânticos excitados são só os atingidos pelo laser,<br />

cuja largura é ≈ 10meV ou ≈ 20nm (<strong>em</strong> 1.5µm). Desta forma, o alargamento inomogêneo é<br />

reduzido de ≈ 70meV até ≈ 10meV (largura do laser). Um espectro típico de PLE à<br />

t<strong>em</strong>peratura ambiente está apresentado <strong>na</strong> fig. 18. Este é um dos espectros que apresentam a<br />

estrutura no estado fun<strong>da</strong>mental. Aqui pod<strong>em</strong>os notar claramente que a largura <strong>da</strong> linha do<br />

PLE é muito menor que a 5K (fig. 19). Além disso, não apresenta nenhum tipo de estrutura.<br />

Assim, consegu<strong>em</strong>-se selecio<strong>na</strong>r os tamanhos dos pontos quânticos e obter estruturas fi<strong>na</strong>s<br />

com FWHM ≈ 20meV ou 40nm (no espectro de absorção o FWHM é ≈ 100meV ou 300nm)<br />

Para estu<strong>da</strong>r o comportamento <strong>da</strong> linha de PLE, fiz<strong>em</strong>os uma análise <strong>em</strong> função do<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de detecção e <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura. No estudo <strong>em</strong> função do comprimento<br />

de on<strong>da</strong> de detecção que se apresenta <strong>na</strong> fig. 20, vê-se claramente como ela vai tor<strong>na</strong>ndo-se<br />

uma linha simples s<strong>em</strong> estrutura, onde a largura mínima exibi<strong>da</strong> é ape<strong>na</strong>s ≈ 30nm ou<br />

≈ 10meV, correspondente à largura do laser. To<strong>da</strong>s essas medi<strong>da</strong>s foram feitas a 5K.<br />

Também foi estu<strong>da</strong>do o efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura. Como o pico de absorção t<strong>em</strong> um shift<br />

com a t<strong>em</strong>peratura de ≈ −40nm / 100K ou ≈ 13meV / 100K, perseguimos a linha de absorção<br />

com o comprimento de on<strong>da</strong> de detecção, de forma a ter uma referência fixa.<br />

Os resultados estão apresentados <strong>na</strong> fig. 21, <strong>na</strong> qual variamos o comprimento de on<strong>da</strong><br />

de coleta <strong>em</strong> ≈ 40nm / 100K seguindo o pico de absorção. A linha do PLE vai perdendo a<br />

estrutura e se tor<strong>na</strong>ndo uma gaussia<strong>na</strong> única.<br />

Pod<strong>em</strong>os observar nos experimentos de PLE que também aparece a assi<strong>na</strong>tura <strong>da</strong><br />

assimetria do espectro de absorção, como uma estrutura dupla, como a que aparece no<br />

espectro de FLN. Isto só acontece quando é excitado no comprimento de on<strong>da</strong> certo, sobre a<br />

região onde o espectro de absorção apresenta a assimetria, isto é, <strong>em</strong> aproxima<strong>da</strong>mente<br />

1950nm quando a amostra se encontra a 5K.<br />

83


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

1.0<br />

0.8<br />

ABS300K<br />

PLE300K<br />

Si<strong>na</strong>l PLE ( u. a.)<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm)<br />

Figura 18: Espectro típico de PLE. A linha verde representa o comprimento de on<strong>da</strong> de<br />

coleta. Observar que a largura <strong>da</strong> linha é aproxima<strong>da</strong>mente 5 vezes menor que a largura obti<strong>da</strong> no<br />

espectro de PL. Espectros obtidos a 300K, <strong>da</strong> amostra 535 o C, 300min.<br />

1.0<br />

Si<strong>na</strong>l PLE ( u. a.)<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

)LOH '(& ABS5K<br />

PLE5K<br />

0.0<br />

1400 1600 1800 2000 2200 2400<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (nm)<br />

Figura 19: Espectro típico de PLE. A linha verde representa o comprimento de on<strong>da</strong> de<br />

coleta. Observar que a largura <strong>da</strong> linha é aproxima<strong>da</strong>mente 3 vezes menor que a largura obti<strong>da</strong> no<br />

espectro de PL. Espectros obtidos a 5K, <strong>da</strong> amostra 535 o C, 300min.<br />

84


&DStWXOR ([SHULPHQWRV GH DEVRUomR 3/ )/1 H 3/(BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

2.0<br />

PLE Sig<strong>na</strong>l ( u. a.)<br />

1.8<br />

1.6<br />

1.4<br />

1.2<br />

1.0<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

1860 nm<br />

1900 nm<br />

1940 nm<br />

1980 nm<br />

2020 nm<br />

2060 nm<br />

0.0<br />

1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm)<br />

Figura 20: Espectros de PLE. As linhas com as setas representam o comprimento de on<strong>da</strong> de<br />

coleta. Espectros obtidos a 300K, <strong>da</strong> amostra 535 o C, 300min.<br />

3.5<br />

PLE Sig<strong>na</strong>l ( u. a.)<br />

3.0<br />

2.5<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

T5K<br />

T53K<br />

T100K<br />

T153K<br />

T300K<br />

0.5<br />

0.0<br />

1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm )<br />

Figura 21: Espectros de PLE. As linhas com as setas representam o comprimento de on<strong>da</strong> de<br />

coleta. A linha preta é para guia do olho, marcando como foi persegui<strong>da</strong> a absorção. Amostra 535 o C,<br />

300min.<br />

85


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBB BBBBBBBBBBBB<br />

Para concluir este capítulo far<strong>em</strong>os um resumo dos resultados obtidos:<br />

Fazendo experimentos de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura conseguimos obter uma<br />

estimativa do alargamento homogêneo e inomogêneo presente <strong>na</strong>s amostras estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

Concluímos que o alargamento inomogêneo é ≈ 70meV - 90meV, segundo os ajustes feitos<br />

nos experimentos de absorção. Quanto ao alargamento homogêneo, os ajustes <strong>da</strong> largura <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura fornec<strong>em</strong> um valor de ≈ 20meV, usando o modelo de alargamento por<br />

fônons LO (eq.7). Nos experimentos de absorção com a t<strong>em</strong>peratura observamos que a<br />

variação do máximo de absorção depende fort<strong>em</strong>ente do tamanho do PQ. Apresentamos um<br />

modelo simples que inclui efeitos de “strain” para explicar o fenômeno observado (ver fig.<br />

5).<br />

Fazendo experimentos de PL observamos um deslocamento entre absorção e<br />

luminescência que depende do tamanho dos PQ estu<strong>da</strong>dos. Um modelo de BGR foi proposto<br />

e obtiv<strong>em</strong>os um resultado compatível com os resultados experimentais.<br />

Também observamos a aparição de uma estrutura no espectro de absorção quando<br />

abaixamos a t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> amostra até 5K. Como suspeitávamos que o efeito observado<br />

poderia estar associado a uma quebra <strong>da</strong> degenerescência do estado fun<strong>da</strong>mental por efeitos<br />

de pressão, utilizamos uma máqui<strong>na</strong> de pressão uniaxial para aplicar pressão <strong>na</strong> amostra e<br />

tentar observar uma quebra <strong>da</strong> degenerescência do estado fun<strong>da</strong>mental. Os espectros <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> pressão mostraram resultados compatíveis com a dependência do “band gap” do<br />

PbTe <strong>em</strong> função <strong>da</strong> pressão, mas foram insuficientes para atingir a região de GPa necessária<br />

para observar o aparecimento <strong>da</strong> estrutura nos espectros de absorção.<br />

Continuando a tentar explicar o fenômeno que aparece nos espectros de absorção,<br />

usamos duas técnicas que diminu<strong>em</strong> o alargamento inomogêneo presente <strong>na</strong> amostra (FLN e<br />

PLE), com esperanças de poder resolver essa estrutura. Observamos o aparecimento de uma<br />

estrutura com o mesmo deslocamento <strong>em</strong> energia <strong>em</strong> ambas experiências. Entretanto esses<br />

espectros pod<strong>em</strong> ser interpretados pela réplica de fônons LO que t<strong>em</strong> a mesma energia<br />

(≈ 15meV), de forma que a estrutura observa<strong>da</strong> nos experimentos de FLN e PLE pode se<br />

dever à replica de fônons. É importante destacar que a <strong>em</strong>issão de fônons LO não pode ser a<br />

responsável pelo efeito observado nos experimentos de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura,<br />

já que a probabili<strong>da</strong>de de <strong>em</strong>issão de fônons é proporcio<strong>na</strong>l a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> excitação.<br />

86


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR%RPEHLR 3URYD){QRQV&RHUHQWHV<br />

___________________________________________________________________________<br />

No primeiro capítulo descrev<strong>em</strong>os dispositivos ópticos baseados <strong>em</strong> variações<br />

ultrarápi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des ópticas não lineares (absorção ou índice de refração) de<br />

materiais não convencio<strong>na</strong>is, como vidros dopados com pontos quânticos (PQ). Nos<br />

capítulos seguintes descrev<strong>em</strong>os o processo de crescimento e um cálculo simples dos níveis<br />

de energia dos PQ, assim como a caracterização básica a ser feita para detectar a presença<br />

dos mesmos no vidro. Neste capítulo descrev<strong>em</strong>os as medi<strong>da</strong>s de bombeio e prova que nos<br />

fornec<strong>em</strong> informação sobre a variação <strong>da</strong> absorção com resolução t<strong>em</strong>poral de<br />

f<strong>em</strong>tossegundos. Essas medi<strong>da</strong>s são necessárias para caracterizar os vidros crescidos como<br />

candi<strong>da</strong>tos a dispositivos ultra-rápidos.<br />

Nas medi<strong>da</strong>s de bombeio&prova detectamos uma modulação que interpretamos como<br />

uma oscilação induzi<strong>da</strong> por fônons acústicos coerentes. As várias medi<strong>da</strong>s e caracterizações<br />

realiza<strong>da</strong>s nos permitiram explicar o comportamento <strong>da</strong> freqüência, <strong>da</strong> fase e amplitude, o<br />

t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>da</strong>s oscilações, a forma como os fônons são excitados e como são<br />

observados. O capítulo se inicia com a descrição dos experimentos e continua através dos<br />

distintos modelos – de mais simples a mais complexos – para o comportamento <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

dos parâmetros citados acima.<br />

87


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Experimentos de bombeio&prova<br />

No estudo de bombeio&prova, medimos mu<strong>da</strong>nças relativas <strong>na</strong> transmissão do feixe<br />

de prova como função do atraso entre os feixes, usando pulsos de laser de f<strong>em</strong>tossegundos de<br />

duração. Usamos o laser “Opal”, que fornece pulsos de ≈ 150fs a 200fs de largura <strong>na</strong> região<br />

de 1.4µm a 1.6µm. A fig. 1 mostra o espectro de absorção de uma amostra de PbTe junto<br />

com o espectro do laser. Percebe-se que ape<strong>na</strong>s os PQ com certo tamanho serão excitados<br />

pelo feixe de bombeio. A técnica experimental de bombeio&prova, assim como os experimentos<br />

de PLE e FLN, t<strong>em</strong> seletivi<strong>da</strong>de de tamanho. A largura, <strong>em</strong> energia, dos PQ excitados<br />

é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela convolução <strong>da</strong> largura do pulso do laser com a largura homogênea dos PQ.<br />

10<br />

8<br />

Intervalo do<br />

experim.<br />

α (cm -1 )<br />

6<br />

4<br />

2<br />

Largura espectral<br />

típica de um pulso<br />

0<br />

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Figura 1: Comparação <strong>da</strong><br />

largura do pulso do “Opal” com a<br />

distribuição dos PQ observa<strong>da</strong> no<br />

espectro de absorção.<br />

A fig. 2 mostra o esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> montag<strong>em</strong> dos experimentos de bombeio&prova a qual<br />

é, basicamente, um interferômetro de Michelson, com um dos braços de comprimento<br />

variável. Nessa montag<strong>em</strong> os pulsos do “Opal” são divididos <strong>em</strong> dois, e ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

metades percorre um braço diferente do interferômetro. A seguir os pulsos são sobrepostos<br />

novamente sobre a amostra (ver fig. 2). O feixe de bombeio, mais intenso, satura<br />

parcialmente a absorção óptica <strong>da</strong> amostra. Em conseqüência, a intensi<strong>da</strong>de transmiti<strong>da</strong> do<br />

feixe de prova, que é coleta<strong>da</strong> no detector, aumenta. Deslocando-se o espelho do braço do<br />

feixe do bombeio varia-se o atraso relativo entre os dois pulsos, e a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de do<br />

feixe de prova <strong>em</strong> função desse atraso nos fornece a variação <strong>da</strong> absorção resolvi<strong>da</strong> no<br />

t<strong>em</strong>po.<br />

88


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 2: Esqu<strong>em</strong>a do<br />

experimento de bombeio e prova<br />

básico.<br />

Para evitar o artefato conhecido como artefato coerente a polarização do feixe de<br />

prova é gira<strong>da</strong> de 90 o <strong>em</strong> relação ao feixe de bombeio. Exist<strong>em</strong> duas possibili<strong>da</strong>des para a<br />

criação do artefato coerente. Uma v<strong>em</strong> <strong>da</strong> interferência entre a luz do bombeio espalha<strong>da</strong> pela<br />

amostra e a luz do feixe de prova no detector. Para evitar esse artefato procura-se impedir, ao<br />

máximo, que a luz do bombeio chegue ao detector. Outra possibili<strong>da</strong>de v<strong>em</strong> <strong>da</strong> própria<br />

interferência entre bombeio e prova <strong>na</strong> amostra. Essa interferência cria uma grade de<br />

difração, tanto por variações <strong>na</strong> absorção quanto no índice de refração. A luz do bombeio é<br />

espalha<strong>da</strong> <strong>na</strong> primeira ord<strong>em</strong> dessa grade <strong>na</strong> direção do feixe de prova e vice-versa. Em<br />

qualquer dos dois casos o artefato mostra uma figura de interferência entre os dois feixes e<br />

existe ape<strong>na</strong>s quando os dois pulsos se superpõ<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po (fig. 3). As polarizações<br />

cruza<strong>da</strong>s evitam a interferência, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que permit<strong>em</strong> atenuar o feixe de<br />

bombeio <strong>na</strong> frente do detector.<br />

1.0<br />

0.9<br />

Si<strong>na</strong>l (u.a.)<br />

0.8<br />

0.7<br />

Figura 3: Artefato coerente<br />

observado <strong>na</strong> experiência de bombeio&prova<br />

ao utilizar a polarização dos feixes no mesmo<br />

plano.<br />

0.6<br />

-600 -400 -200 0 200 400 600<br />

Delay (fseg)<br />

A aquisição de <strong>da</strong>dos pode ser feita de duas formas. A forma mais simples consiste<br />

<strong>em</strong> mover o estágio de translação um passo e registrar o si<strong>na</strong>l no detector no<br />

89


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

“lockin” (enquanto o estagio está parado), e repetir a seqüência. Desta forma, a captura do<br />

si<strong>na</strong>l d<strong>em</strong>ora cinco minutos para uma varredura de duzentos pontos. Outra forma consiste <strong>em</strong><br />

movimentar o estágio continuamente e usar um si<strong>na</strong>l de sincronismo para capturar os <strong>da</strong>dos<br />

<strong>em</strong> determi<strong>na</strong>dos momentos. Desta forma a transmissão de <strong>da</strong>dos do “lockin” até o<br />

computador é mais rápi<strong>da</strong>. O estágio de translação <strong>em</strong>ite um si<strong>na</strong>l TTL a ca<strong>da</strong> 4µm de<br />

deslocamento. O movimento do estágio é feito a alta veloci<strong>da</strong>de (aproxima<strong>da</strong>mente 660µm/s<br />

ou 2µm/3ms) obrigando o t<strong>em</strong>po de integração do “lockin” a não ultrapassar 6ms, se<br />

capturamos um ponto a ca<strong>da</strong> 4µm. Para um t<strong>em</strong>po de integração <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 5ms, a<br />

freqüência de referência t<strong>em</strong> que ser maior que 10kHz para integrar o si<strong>na</strong>l por vários ciclos.<br />

Assim, a diminuição <strong>da</strong> relação si<strong>na</strong>l/ruído a altas freqüências do “chopper” se deve a relação<br />

entre o t<strong>em</strong>po de integração no “lockin” e o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que ca<strong>da</strong> medi<strong>da</strong> é feita, além do ruído<br />

eletrônico que decai com 1 / f. Para um t<strong>em</strong>po de integração de 10ms, a freqüência de 1kHz<br />

corresponde a ape<strong>na</strong>s 10 ciclos, porém, mais de 1000 ciclos para a medi<strong>da</strong> de alta freqüência<br />

(100kHz). Usando o si<strong>na</strong>l TTL para sincronizar a captura de <strong>da</strong>dos, uma varredura d<strong>em</strong>ora<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 12s.<br />

O experimento de bombeio&prova de baixa freqüência mostrou (ver fig. 4) uma<br />

variação <strong>da</strong> absorção, mas a relação si<strong>na</strong>l/ruído não permitiu observar qualquer detalhe fino.<br />

4.5x10 -4 (a)<br />

Figura 4: Si<strong>na</strong>l de<br />

Absorção ( u. a.)<br />

4.0x10 -4<br />

3.5x10 -4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

variação <strong>da</strong> absorção <strong>em</strong><br />

função do t<strong>em</strong>po para a<br />

medi<strong>da</strong> de bombeio&prova<br />

de baixa freqüência.<br />

3.0x10 -4<br />

-1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000<br />

Atraso (fs)<br />

Nesta figura aparec<strong>em</strong> dois t<strong>em</strong>pos característicos diferentes, um rápido, de 110fs e<br />

um lento, de 99ps. A relação si<strong>na</strong>l/ruído baixa se deve ao fato de usarmos um “chopper”<br />

90


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

mecânico, para o qual a freqüência máxima de modulação é 3KHz. Para elevar a freqüência<br />

de modulação do feixe de bombeio, trocamos o “chopper” mecânico por um modulador<br />

acusto-óptico (MOA).<br />

Experimentos de bombeio e prova <strong>em</strong> alta freqüência<br />

A fig. 5 mostra o esqu<strong>em</strong>a do sist<strong>em</strong>a de bombeio&prova usando o modulador<br />

acusto-óptico. A inclusão do “flip mirror” (FM) nos permitiu ter duas medições alinha<strong>da</strong>s o<br />

t<strong>em</strong>po todo, alter<strong>na</strong>ndo entre autocorrelação e bombeio&prova ape<strong>na</strong>s girando o FM.<br />

Figura 5: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> experiência de bombeio&prova de alta freqüência. No esqu<strong>em</strong>a, t<strong>em</strong>os<br />

o modulador acústo-óptico (MAO), flip mirror (FM), as entra<strong>da</strong>s de corrente (I) e voltag<strong>em</strong> (V) no<br />

“lockin” e a saí<strong>da</strong> do si<strong>na</strong>l TTL do motor que atua como trigger. B.S. e o divisor de feixe ou “Beam<br />

Spliter”. PBSC é o “Polarizing Beam Splitter Cube”, ou divisor de feixe por polarização.<br />

As figuras 6 e 7 mostram fotos do sist<strong>em</strong>a de medi<strong>da</strong> de bombeio&prova montado no<br />

laboratório. Na fig. 6 mostramos a primeira parte, que inclui a linha de retardo e <strong>na</strong> fig. 7, o<br />

criostato onde se introduz a amostra e o sist<strong>em</strong>a de detecção. As linhas vermelha e laranja<br />

indicam os caminhos percorridos pelos feixes de bombeio&prova do “Opal”.<br />

91


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 6: A esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> foto v<strong>em</strong>os a saí<strong>da</strong> do laser “Opal” (1), o divisor de feixe (2), o<br />

modulador acusto-óptico (3), o PBSC (4), a linha de retardo (5) e o rotador de polarização (6).<br />

Figura 7: A esquer<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> foto v<strong>em</strong>os o<br />

motor de passo. Na parte<br />

superior central, aparece o<br />

“flip mirror” (1), a caixa<br />

com a fotomultiplicadora<br />

para o autocorrelador (2),<br />

o criostato (3), o controlador<br />

de t<strong>em</strong>peratura do<br />

criostato (4) e o sist<strong>em</strong>a<br />

de detecção (5). A seta<br />

amarela aponta o PBSC.<br />

O experimento de bombeio&prova é feito <strong>da</strong> seguinte forma: A saí<strong>da</strong> do “Opal” (de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 200mW de potência média ou 40kW de potência de pico, correspondendo<br />

a 2.5nJ de energia por pulso) é direcio<strong>na</strong><strong>da</strong> até o divisor de feixe (seguir a linha vermelha<br />

cheia), onde se separam o feixe de bombeio e o de prova, dirigindo aproxima<strong>da</strong>mente 70%<br />

92


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

do feixe para o bombeio e o restante para o prova (linha vermelha traceja<strong>da</strong>). O feixe de<br />

bombeio passa através de uma lente e é focalizado no modulador acusto-óptico. Ape<strong>na</strong>s a<br />

parte do feixe defleti<strong>da</strong> é usa<strong>da</strong> como bombeio, enquanto a parte não defleti<strong>da</strong> é bloquea<strong>da</strong>. A<br />

seguir, o bombeio passa por uma lente idêntica à anterior para colimar o feixe e continua até<br />

o rotador de polarização, que gira a polarização do feixe de bombeio <strong>em</strong> 90 o , passa pela linha<br />

de retardo e se recombi<strong>na</strong> com o feixe de prova no PBSC. Após o PBSC os dos feixes estão<br />

<strong>na</strong> mesma direção mas separados verticalmente. Se o FM está <strong>em</strong> pé, o feixe é desviado para<br />

uma lente que focaliza no criostato onde se encontra amostra. Se estiver deitado, os feixes se<br />

dirig<strong>em</strong> até uma a lente que focaliza os feixes no cristal gerador de segundo harmônico, parte<br />

do autocorrelador, para medir a largura do pulso. Depois do criostato, outro PBSC desvia o<br />

feixe de bombeio e deixa passar ape<strong>na</strong>s o feixe de prova até o detector.<br />

Para usar o modulador de alta freqüência construímos um circuito eletrônico que<br />

modificou a saí<strong>da</strong> 0 - 5V do “lockin” para 0 - 1V do controle do MOA. Em principio, seríam<br />

circuitos simples se não fosse a necessi<strong>da</strong>de de obter uma on<strong>da</strong> quadra<strong>da</strong> com t<strong>em</strong>pos de<br />

subi<strong>da</strong> e desci<strong>da</strong> τ menores que τ < 1/10f sendo f a freqüência de modulação. Nosso circuito<br />

funcionou b<strong>em</strong> até 1MHz. Para realizar essas medi<strong>da</strong>s foi necessário desenvolver um novo<br />

programa <strong>em</strong> “Labview”, a<strong>da</strong>ptando o programa trazido durante meu estágio no MIT.<br />

A figura fig. 8 mostra a autocorrelação de um pulso com uma largura de 160fs,<br />

realiza<strong>da</strong> com o sist<strong>em</strong>a de alta freqüência.<br />

Si<strong>na</strong>l de autocorrelação ( u.a.)<br />

Autocorrelação<br />

Ajuste<br />

Figura 8: Si<strong>na</strong>l de<br />

autocorrelação para um feixe de<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de 1500nm.<br />

A largura do pulso é 160fs FWHM.<br />

-800 -600 -400 -200 0 200 400 600 800<br />

Atraso (fseg)<br />

93


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A fig. 9 mostra uma varredura de 10ps do experimento de bombeio&prova usando<br />

modulação de alta freqüência. Pod<strong>em</strong>os observar claramente, além dos dois t<strong>em</strong>pos<br />

característicos de τ 1 ≈ 100fs e de τ 2 ≈ 100ps, uma modulação, <strong>na</strong> freqüência de oscilação<br />

ν osc ≈ 0,56THz, e t<strong>em</strong>po de amortecimento τ amort ≈ 2,5ps.<br />

4.5x10 -4 (b)<br />

Figura 9: Si<strong>na</strong>l<br />

Absorção ( u. a.)<br />

4.2x10 -4<br />

3.9x10 -4<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

Ajuste<br />

de variação <strong>da</strong> absorção<br />

<strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po para<br />

a medi<strong>da</strong> de bombeio e<br />

prova de alta freqüência.<br />

3.6x10 -4<br />

Comparar com a fig. 3.<br />

-1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000<br />

Atraso (fs)<br />

O efeito observado pode ser explicado <strong>da</strong> seguinte forma: perto do atraso zero o feixe<br />

de bombeio produz um rápido aumento <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de portadores fotoexcitados. Esses<br />

portadores se recombi<strong>na</strong>m através de processos radiativos e não radiativos com t<strong>em</strong>pos<br />

característicos de decaimento variando entre τ 2 ≈ 80ps <strong>em</strong> 1.42µm a τ 2 ≈ 140ps para 1.58µm.<br />

O t<strong>em</strong>po característico τ 1 ≈ 100fs, é compatível com o artefato coerente mostrado <strong>em</strong><br />

figuras anteriores, já que não é possível resolver nenhuma dinâmica <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos menores que<br />

a largura do pulso (≈ 160fs). O pedestal adicio<strong>na</strong>l presente <strong>na</strong> fig. 9 (note-se que o salto <strong>na</strong><br />

transmissão não se inicia de zero, mas de 3.5x10 -4 ) significa que a absorção não recupera<br />

totalmente entre a excitação de dois pulsos consecutivos (aproxima<strong>da</strong>mente 12ns). Isso pode<br />

ocorrer por efeitos térmicos, a amostra aquece e d<strong>em</strong>ora mais que o t<strong>em</strong>po característico de<br />

repetição do laser para recuperar a sua absorção normal, ou por efeitos de armadilhas lentas.<br />

A fig. 10 mostra o comportamento do t<strong>em</strong>po de decaimento de τ 2 ≈ 100ps, <strong>em</strong> função<br />

do comprimento de on<strong>da</strong> de excitação.<br />

94


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

140<br />

T<strong>em</strong>po de decaimento lento (ps)<br />

130<br />

120<br />

110<br />

100<br />

90<br />

80<br />

Figura 10: Comportamento<br />

do t<strong>em</strong>po de decaimento lento <strong>em</strong><br />

função do comprimento de on<strong>da</strong>.<br />

70<br />

1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Num s<strong>em</strong>icondutor “bulk” o t<strong>em</strong>po típico de recombi<strong>na</strong>ção é ≈ 10ns. Como o elétron<br />

e o buraco estão livres para se movimentar, a superposição <strong>da</strong>s funções de on<strong>da</strong> é peque<strong>na</strong>.<br />

Nos PQ eles estão confi<strong>na</strong>dos com uma grande superposição <strong>da</strong>s funções de on<strong>da</strong>. Portanto,<br />

espera-se que o t<strong>em</strong>po de recombi<strong>na</strong>ção nos PQ menores seja mais rápido, devido a maior<br />

superposição <strong>da</strong>s funções de on<strong>da</strong> do que a dos PQ menores, conforme observado <strong>na</strong> fig. 10.<br />

Entretanto, o efeito mais interessante e inesperado v<strong>em</strong> <strong>da</strong> modulação <strong>da</strong> absorção. É<br />

inesperado porque não havia sido observado <strong>em</strong> PQ de CdX. Os fônons acústicos coerentes<br />

<strong>em</strong> PQ já haviam sido observados <strong>em</strong> experimentos de Raman [Champagnon et al (1991)],<br />

mas não por bombeio&prova. Foi observado, entretanto, <strong>em</strong> materiais “bulk” desde 1990<br />

[Cho et al (1990), Cheng et al (1991) e Zeiger et al (1992)]. Em PQ esse efeito foi observado<br />

simultaneamente, durante a minha estadia no MIT e publicado <strong>na</strong> CLEO IQEC e depois no<br />

Appl. Phys. Lett. [Steinmeyer et al (1998), Thoen et al (1998)] com o trabalho de Krauss e<br />

Wise <strong>em</strong> PQ de PbS [Krauss e Wise (1997)]. Aqui apresentamos a figura do nosso artigo<br />

publicado no Appl. Phys. Lett. onde se observa mais claramente a modulação atribuí<strong>da</strong> à<br />

oscilação dos fônons coerentes, também conhecidos como breathing modes (modos de<br />

respiração) dos PQ.<br />

95


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

60<br />

50<br />

∆T/T ·10 -6<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

43<br />

42<br />

41<br />

40<br />

2 4 6 8<br />

0<br />

-2 0 2 4 6 8 10 12<br />

Atraso (ps)<br />

prova.<br />

Figura 11: Si<strong>na</strong>l de variação <strong>da</strong> absorção <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po para a medi<strong>da</strong> de bombeio e<br />

96


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Fônons coerentes<br />

O esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> fig. 12 permite entender intuitivamente a modulação dos fônons<br />

coerentes. No momento inicial, o PQ t<strong>em</strong> um tamanho determi<strong>na</strong>do e níveis de energia<br />

associados a esse tamanho (o que determi<strong>na</strong> também o espectro de absorção). Ao ser excitado<br />

pelo pulso de bombeio o PQ sai <strong>da</strong> posição de equilíbrio, aumenta de tamanho, e começa a<br />

oscilar. Os níveis de energia do PQ variam seguindo adiabaticamente as mu<strong>da</strong>nças do<br />

tamanho, fazendo oscilar o valor do “gap” óptico. Com isso, o feixe de prova entra e sai <strong>da</strong><br />

ressonância, tendo como resultado uma modulação <strong>na</strong> absorção.<br />

Figura 12: Esqu<strong>em</strong>a<br />

do processo de excitação e<br />

observação dos fônons<br />

coerentes. Ao aumentar o<br />

tamanho, o confi<strong>na</strong>mento<br />

quântico diminui. Como<br />

resultado, o ponto quântico<br />

entra e sai <strong>da</strong> ressonância<br />

com o t<strong>em</strong>po, variando a<br />

absorção.<br />

Duas perguntas importantes dev<strong>em</strong> ser respondi<strong>da</strong>s segundo essa interpretação:<br />

1. como o pulso de bombeio excita esses modos de oscilação;<br />

2. como essa oscilação é observa<strong>da</strong>, uma vez que o elétron promovido está<br />

bloqueando a absorção óptica <strong>em</strong> ressonância.<br />

Uma primeira explicação para a excitação dos fônons é apresentado <strong>na</strong> fig. 13,<br />

fazendo uma a<strong>na</strong>logia do ponto quântico com um oscilador harmônico unidimensio<strong>na</strong>l<br />

(constante de mola k e massa M, onde<br />

ω = Μ é a freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação). Dois<br />

possíveis mecanismos de excitação são: caso a., a massa M recebe a excitação como um<br />

impulso, começando a oscilar desde o ponto de equilíbrio (oscilação tipo sen(ωt)). No<br />

97


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

caso b., a excitação consiste <strong>em</strong> uma mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> constante elástica <strong>da</strong> mola, resultando<br />

numa oscilação do tipo cos(ωt). Nos dois casos, a mola fica fora de equilíbrio e começa a<br />

oscilar.<br />

Figura 13: Modelo unidimensio<strong>na</strong>l para explicar o fenômeno de excitação dos PQ, para a<br />

geração de fônons coerentes. Na parte a., a massa M recebe um impulso e começa a oscilar, no caso<br />

b., a constante <strong>da</strong> mola mu<strong>da</strong> repenti<strong>na</strong>mente, de modo que a massa não esta mais <strong>na</strong> posição de<br />

equilibrio.<br />

Como a fase pode ser extraí<strong>da</strong> facilmente através de uma regressão não linear do si<strong>na</strong>l<br />

de variação de absorção, comprovamos que a excitação é do tipo cos(ωt), apresentado <strong>na</strong> fig.<br />

13.b.. Este tipo de excitação é chamado de excitação de fônons coerentes por deslocamento<br />

(“displacive excitation of coherent phonons”, DECP) [Cheng et al (1991) e Zeiger et al<br />

(1992)]. Depois de absorver o pulso de bombeio, o estado eletrônico do material chega no<br />

equilíbrio num t<strong>em</strong>po curto comparado com o t<strong>em</strong>po de resposta dos núcleos, deixando-os<br />

numa posição fora de equilíbrio. O tamanho do PQ no estado fun<strong>da</strong>mental de raio R, é menor<br />

que o raio de equilíbrio correspondente à configuração eletrônica do estado excitado<br />

(R < R eq ), <strong>da</strong>ndo orig<strong>em</strong> à oscilação.<br />

A segun<strong>da</strong> questão a responder é como é possível observar a oscilação se os estados<br />

excitados ain<strong>da</strong> estão ocupados. Para poder observar a modulação é preciso que o PQ já<br />

esteja oscilando e tenha a possibili<strong>da</strong>de de absorver um outro fóton. Apresentamos <strong>na</strong> fig. 14<br />

três casos possíveis para a observação <strong>da</strong> modulação <strong>da</strong> absorção <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po de<br />

decaimento do elétron excitado.<br />

98


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

( a ) ( b ) ( c )<br />

Figura 14: Modelo para explicar o fenômeno de observação dos fônons coerentes. Depois <strong>da</strong><br />

excitação do elétron ao nível superior, <strong>em</strong> a., t<strong>em</strong>os uma transição de desci<strong>da</strong> <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po<br />

característico menor que a duração do pulso de excitação, no caso b., o decaimento acontece por<br />

<strong>em</strong>issão espontânea <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po τ aleatório, no caso c., excitamos outro vale diferente.<br />

A primeira explicação consiste <strong>em</strong> uma transição muito rápi<strong>da</strong>, τ τ osc , a absorção do segundo fóton ocorre <strong>em</strong> outro<br />

vale L, enquanto o vale excitado permanece bloqueado até a recombi<strong>na</strong>ção ou decaimento do<br />

elétron. No limite de baixa potência de excitação, usamos a hipó<strong>tese</strong> que só um elétron é<br />

excitado por vale L do material. Como o PbTe t<strong>em</strong> os níveis de energia degenerados<br />

(degenerescência de estrela) mesmo com absorção de um fóton ain<strong>da</strong> sobram três vales L não<br />

ocupados. É a absorção dos outros vales que permite observar a variação de absorção<br />

produzi<strong>da</strong> pelos fônons coerentes. Neste caso a oscilação é do tipo cos(ωt), compatível com<br />

os resultados experimentais obtidos. Isso explica também, porque os fônons coerentes não<br />

foram observados <strong>em</strong> PQ com “band gap” no vale Γ não degenerado <strong>em</strong> experimentos de<br />

99


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

bombeio&prova, a pesar de observados através de experimentos Raman [Champagnon et al<br />

(1991)].<br />

Estabelecido o mecanismo de excitação e observação dos fônons coerentes, resta<br />

entender as outras variáveis que descrev<strong>em</strong> o comportamento <strong>da</strong>s oscilações, como a<br />

freqüência, a fase e o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>da</strong>s oscilações <strong>em</strong> função do comprimento de<br />

on<strong>da</strong> utilizado no experimento de bombeio&prova. Na fig. 15, a parte a. mostra como a<br />

freqüência de ressonância depende do comprimento de on<strong>da</strong> de excitação, o que significa que<br />

diferentes tamanhos de pontos quânticos estão sendo excitados. A parte b. mostra que a fase<br />

e aproxima<strong>da</strong>mente zero <strong>em</strong> todo o intervalo estu<strong>da</strong>do, o que significa que a oscilação é tipo<br />

cos(ωt).<br />

0.64<br />

0.62<br />

0.60<br />

( a )<br />

0.2 ( b )<br />

0.1<br />

ν (THz)<br />

0.58<br />

0.56<br />

0.54<br />

Fase (rad)<br />

0.0<br />

-0.1<br />

0.52<br />

0.50<br />

-0.2<br />

1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58<br />

1.40 1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Figura 15: Na parte a. freqüência de ressonância <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong> de<br />

excitação. A freqüência t<strong>em</strong> uma incli<strong>na</strong>ção de –0.7THz/µm. Na parte b. valor <strong>da</strong> fase, que<br />

permanece quase constante no intervalo estu<strong>da</strong>do.<br />

A variação <strong>da</strong> freqüência de oscilação <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong> está<br />

relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> a seletivi<strong>da</strong>de de excitação de tamanhos pelo bombeio. Isto significa que n<strong>em</strong><br />

todos os PQ presentes <strong>na</strong> distribuição estão sendo excitados. Só aqueles <strong>em</strong> ressonância com<br />

a energia dos fótons do bombeio são excitados. Para <strong>completa</strong>r a descrição do<br />

comportamento dos fônons coerentes, apresentamos <strong>na</strong> fig. 16 o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>em</strong><br />

função do comprimento de on<strong>da</strong>. Notar que o valor do t<strong>em</strong>po de amortecimento permanece<br />

quase constante dentro do erro experimental, devido ao pequeno número de oscilações<br />

observa<strong>da</strong>s.<br />

100


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

4.5<br />

T<strong>em</strong>po de amortecimento (ps)<br />

4.0<br />

3.5<br />

3.0<br />

2.5<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

( b )<br />

Figura 16: T<strong>em</strong>po de<br />

amortecimento <strong>em</strong> função do<br />

comprimento de on<strong>da</strong> de excitação.<br />

0.5<br />

1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

O comportamento <strong>da</strong> freqüência de oscilação e o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>em</strong> função<br />

do comprimento de on<strong>da</strong> pode ser explicado fazendo uma comparação com uma cor<strong>da</strong><br />

vibrante com os dois extr<strong>em</strong>os livres. A veloci<strong>da</strong>de do som numa cor<strong>da</strong> vibrante com tensão<br />

T 0 e densi<strong>da</strong>de linear ρ0 é <strong>da</strong><strong>da</strong> por<br />

2<br />

v som<br />

= T<br />

0<br />

ρ<br />

vezes, ter<strong>em</strong>os como resultado k’= k / 2 h e m’= 2 h m. O comprimento total <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> L, é<br />

substituído pelo produto entre as n partículas (sendo n = 2j+1 = 2 2 h +1), e a distância entre<br />

elas l, tendo L = (2 2 h +1) l. Na fig. 17 mostramos o processo para reduzir a cadeia de n<br />

massas até o sist<strong>em</strong>a de 3 massas.<br />

101<br />

0<br />

. A cor<strong>da</strong> pode ser descrita como uma cadeia<br />

linear de n partículas de massa m liga<strong>da</strong>s por molas com constante elástica k, afasta<strong>da</strong>s por<br />

uma distância l. Nesse caso a veloci<strong>da</strong>de do som é<br />

= kl facilmente obti<strong>da</strong> fazendo a<br />

m<br />

2 2<br />

v som<br />

a<strong>na</strong>logia k l = T 0 e m / l = ρ0. Para facilitar a descrição, reduzimos o probl<strong>em</strong>a de n massas e<br />

molas ao probl<strong>em</strong>a de 3 massas e duas molas com constante elástica K’, de comprimento<br />

total L, levando <strong>em</strong> consideração que a nova constante elástica é obti<strong>da</strong> usando a formula de<br />

molas <strong>em</strong> série (o inverso <strong>da</strong> constante elástica equivalente e igual a soma dos inversos <strong>da</strong>s<br />

constantes <strong>da</strong>s molas). Ca<strong>da</strong> vez que usamos essa regra para substituir duas molas por uma a<br />

constante K eff <strong>da</strong> mesma é reduzi<strong>da</strong> por um fator 2. Da mesma forma, ao trocar duas<br />

partículas por uma só a mesma duplica sua massa (m’ = 2m). A veloci<strong>da</strong>de do som no novo<br />

sist<strong>em</strong>a é a mesma, já que<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

v ' ' '<br />

som = k l kl<br />

m'<br />

=<br />

m<br />

= vsom<br />

. Se fizermos essa transformação h


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Figura 17: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> redução <strong>da</strong> cadeia de n massas com constante de mola k, massa m e<br />

distancia l entre as mesmas para um sist<strong>em</strong>a de resolução simples.<br />

A oscilação dos fônons coerentes corresponde ao modo normal de oscilação mais<br />

baixo do sist<strong>em</strong>a <strong>da</strong> fig. 17, onde o centro de massa permanece fixo. A freqüência de<br />

oscilação é <strong>da</strong><strong>da</strong> por ω 2 = k’ / M ’. Expressando o valor de ω <strong>em</strong> função dos parâmetros <strong>da</strong><br />

cadeia de n molas e o comprimento <strong>da</strong> mesma, t<strong>em</strong>os ω = 2v som / L ou ν = v som / πL. Este<br />

resultado é equivalente ao apresentado <strong>na</strong> fig. 15.a., onde o aumento do comprimento de<br />

on<strong>da</strong> de excitação (PQ maiores) diminui a freqüência de oscilação.<br />

Para descrever o t<strong>em</strong>po de amortecimento, usamos o resultado apresentado no<br />

apêndice 5, onde definimos o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>da</strong> oscilação como τ, τ = Q / ν 0 .<br />

O fator Q é definido como o quociente entre a energia armaze<strong>na</strong><strong>da</strong> E arm , E arm =K’δx 2 , <strong>na</strong>s<br />

duas molas (ou n molas, dá <strong>na</strong> mesma) dividido pela energia dissipa<strong>da</strong> num ciclo E diss . A<br />

per<strong>da</strong> de energia é descrita como uma força dissipativa proporcio<strong>na</strong>l a veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> última<br />

massa <strong>da</strong> cadeia, sendo a constante de proporcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de b. Assim, a energia dissipa<strong>da</strong> num<br />

ciclo é E diss = πbδx 2 ω. O t<strong>em</strong>po de amortecimento é τ = k (n b ω 2 ) -1 , e usando a definição <strong>da</strong><br />

veloci<strong>da</strong>de do som <strong>em</strong> função dos parâmetros <strong>da</strong> cadeia de n massas, obt<strong>em</strong>os τ = ρ L / 4b,<br />

ou seja que o t<strong>em</strong>po de amortecimento deve aumentar ao aumentar o tamanho do PQ. O<br />

resultado é esperado desde que a energia armaze<strong>na</strong><strong>da</strong> aumente com o volume do PQ e a<br />

dissipação seja proporcio<strong>na</strong>l à superfície, obtendo uma dependência linear com o tamanho do<br />

PQ. Na fig. 16 mostramos o comportamento experimental do t<strong>em</strong>po de amortecimento, mas<br />

não pod<strong>em</strong>os afirmar que o modelo unidimensio<strong>na</strong>l está errado devido ao tamanho <strong>da</strong>s barras<br />

do erro.<br />

102


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Modelo completo para a descrição dos fônons coerentes<br />

Uma descrição mais detalha<strong>da</strong> do efeito observado (o comportamento mecânico do<br />

PQ ao ser excitado com o feixe de bombeio e testado com o de prova) pode ser obti<strong>da</strong> usando<br />

um modelo que descreve o comportamento de uma inclusão esférica <strong>em</strong> um meio elástico<br />

infinito [Dubrosky e Morochnik (1981)]. Este trabalho permite calcular os modos normais de<br />

oscilação e os t<strong>em</strong>pos de amortecimento de uma inclusão esférica. A equação linear<br />

&<br />

diferencial de movimento para o deslocamento u0<br />

dissipativos), uniforme, elástico, isotrópico t<strong>em</strong> a forma de<br />

de um meio ideal (s<strong>em</strong> efeitos<br />

&<br />

2<br />

∂ u<br />

ρ<br />

∂ t<br />

o<br />

2<br />

+ µ<br />

u<br />

&<br />

− ( λ + 2µ<br />

) grad div u<br />

= 0<br />

&<br />

rot rot o<br />

o<br />

( 1 )<br />

onde ρ é a densi<strong>da</strong>de e λ e µ são os parâmetros elásticos de Lamé, definidos como<br />

2 2 Εσ<br />

2 Ε<br />

λ = ρ ( cl − 2ct<br />

) =<br />

, µ = ρct<br />

= [Schreiber et al, (1973), Nadeu<br />

(1+ σ)(1− 2σ)<br />

2(1+ σ)<br />

(1964)], sendo c l a veloci<strong>da</strong>de longitudi<strong>na</strong>l e c t a veloci<strong>da</strong>de transversal do meio, Ε o módulo<br />

de Young e σ a razão de Poisson e ρ a densi<strong>da</strong>de do meio. Invertendo essas equações, t<strong>em</strong>os<br />

que<br />

c<br />

2<br />

t<br />

= (λ + 2µ)<br />

ρ, c<br />

2<br />

l<br />

= µ<br />

ρ . Usando estas substituições e usando a igual<strong>da</strong>de<br />

&<br />

&<br />

&<br />

grad div u = ∆u<br />

+ rot rot u , esta equação se transforma <strong>em</strong> [Lan<strong>da</strong>u e Lifshitz, (1986)]<br />

&<br />

2<br />

∂ u<br />

∂t<br />

o<br />

2<br />

&<br />

= c ∆ u<br />

2<br />

t<br />

o<br />

+ (c -c<br />

2<br />

l<br />

2<br />

t<br />

&<br />

) grad div u<br />

o<br />

( 2 )<br />

&<br />

Para a função u0<br />

&<br />

parte espacial, u<br />

&<br />

&<br />

, propomos a forma t<strong>em</strong>poral do tipo u ( x,<br />

)<br />

0<br />

t<br />

&<br />

= u (x, y, z) exp(iωt). A<br />

&<br />

(x, y, z), pode ser representa<strong>da</strong> como a soma de uma parte solenoi<strong>da</strong>l, u t<br />

,<br />

&<br />

&<br />

mais uma parte irrotacio<strong>na</strong>l, u l<br />

, ou seja, u<br />

&<br />

= u t<br />

&<br />

+ u l<br />

, que satisfaz<strong>em</strong> as condições<br />

&<br />

div ut<br />

&<br />

= 0, rot ul<br />

= 0.<br />

103


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

Escrevendo explicitamente u<br />

&<br />

= u t<br />

&<br />

+ u l<br />

, a eq. (2) se transforma <strong>em</strong> (e usando os<br />

pontos sobre os vetores para indicar o número de vezes derivado t<strong>em</strong>poralmente)<br />

u<br />

& &<br />

+<br />

l t t l t l t<br />

l<br />

&<br />

&<br />

&<br />

2<br />

2 2<br />

+ u<br />

= c ∆ ( u + u ) + (c -c<br />

) grad div ( u<br />

&<br />

u ) ( 3 )<br />

t<br />

&<br />

Se aplicamos a divergência <strong>na</strong> eq. 3, como div ut<br />

= 0, o resultado é<br />

div<br />

u &<br />

l<br />

&<br />

ul<br />

2<br />

l<br />

2<br />

t<br />

&<br />

ul<br />

2<br />

= c ∆ div + (c -c<br />

) ∆ div<br />

( 4 )<br />

t<br />

2<br />

ou simplesmente, div ( u<br />

l<br />

− c ∆ u ) = 0<br />

também zero, porque rot<br />

u &<br />

l<br />

&<br />

l<br />

&<br />

l<br />

. O rotacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> expressão entre parêntesis é<br />

= 0. Se o rotacio<strong>na</strong>l e a divergência de um vetor são nulos <strong>em</strong><br />

todo o espaço, o vetor t<strong>em</strong> que ser identicamente zero. Aplicando a deriva<strong>da</strong> t<strong>em</strong>poral <strong>em</strong> u &<br />

0<br />

(e l<strong>em</strong>brando que u & 0<br />

(x, t) = u & (x) exp(iωt) ), obt<strong>em</strong>os<br />

(∆ + k 2 l ) u & l = 0 ( 5 )<br />

para<br />

onde k l 2 = ω 2 / c l 2 . Da mesma forma pod<strong>em</strong>os chegar a uma equação mais simples<br />

u & t<br />

, aplicando o rotacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> eq. 3. Como rot<br />

também é zero, obt<strong>em</strong>os<br />

u &<br />

l<br />

= 0 e o rotacio<strong>na</strong>l de um gradiente<br />

(∆ + k 2 t ) u & t<br />

= 0 ( 6 )<br />

onde k 2 t = ω 2 / c 2 t . As eq. 5 e 6 são equações de on<strong>da</strong> <strong>em</strong> três dimensões. Ca<strong>da</strong> uma<br />

delas representa a propagação de uma on<strong>da</strong> elástica com veloci<strong>da</strong>des c l e c t respectivamente.<br />

Sabendo que o campo vetorial de deslocamento u &<br />

pode ser expandido <strong>em</strong><br />

coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s esféricas <strong>em</strong> três campos vetoriais, ca<strong>da</strong> um deles definido só por uma função<br />

escalar<br />

u<br />

l<br />

1<br />

& 1<br />

&<br />

= grad ψ0,<br />

ut<br />

1<br />

= rot( rψ1),<br />

ut<br />

2<br />

= rot rot ( rψ<br />

2)<br />

( 7 )<br />

k<br />

k<br />

l<br />

t<br />

104


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

<strong>da</strong> forma que u<br />

&<br />

= ul<br />

&<br />

+ u t 1<br />

&<br />

+ u t 2<br />

&<br />

, onde ul<br />

&<br />

é a parte longitudi<strong>na</strong>l e u t 1<br />

&<br />

e u t 2<br />

as partes<br />

transversais <strong>da</strong> solução. Desta forma, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s funções escalares ϕ satisfaz<br />

2<br />

⎧ kl<br />

, i = 0<br />

( ∆ + ki ) ψi<br />

= 0, ki<br />

= ⎨<br />

( 8 )<br />

⎩ kt<br />

, i = 1,2<br />

onde o operador ∆ t<strong>em</strong> que ser escrito <strong>em</strong> coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s esféricas.<br />

A solução para a eq. 8, equação de Helmholtz, t<strong>em</strong> a forma<br />

( ψ<br />

∑∑<br />

∞ −n<br />

m<br />

0 , ψ1,<br />

ψ2)<br />

= ( mn,<br />

Bmn,<br />

Cmn)<br />

bn<br />

( kr)<br />

Pn<br />

(cosθ) exp( imϕ)<br />

n=<br />

0 m = n<br />

A ( 9 )<br />

onde b n (z) são funções esféricas de Bessel, P n m (cos θ) são as funções associa<strong>da</strong>s de<br />

Legendre. Para descrever corretamente o probl<strong>em</strong>a, <strong>na</strong> parte inter<strong>na</strong> só usar<strong>em</strong>os as funções<br />

de Bessel do primeiro tipo, que não diverg<strong>em</strong> <strong>na</strong> orig<strong>em</strong><br />

bn ( z)<br />

= π 2zJ<br />

n+<br />

1/<br />

2<br />

( z)<br />

= jn<br />

( z)<br />

( 10 )<br />

e para a parte exter<strong>na</strong>, usamos as funções de Hankel de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong><br />

(2)<br />

bn ( z)<br />

= π 2zH<br />

n+<br />

1/<br />

2<br />

( z)<br />

= hn<br />

( z)<br />

( 11 )<br />

por ser mais convenientes. Desta forma, obt<strong>em</strong>os<br />

u<br />

l<br />

1 ⎡ −1<br />

⎛<br />

⎢ ⎜cosθ∂θψ<br />

kt<br />

⎣r<br />

sen θ ⎝<br />

+<br />

r<br />

&<br />

1<br />

= ∇ψ<br />

k<br />

l<br />

t<br />

1<br />

sen<br />

θ<br />

1 ⎛<br />

= ⎜∂<br />

rψ<br />

0e<br />

k ⎝<br />

0<br />

1<br />

+ ∂<br />

r<br />

+ sen θ∂<br />

⎤<br />

( ∂ ψ + r∂<br />

∂ ψ ) e<br />

⎥ ⎦<br />

ϕ<br />

2<br />

l<br />

r<br />

2<br />

ϕ<br />

r<br />

t<br />

2<br />

ϕ<br />

θ<br />

2<br />

θ<br />

ψ<br />

ψ<br />

0<br />

2<br />

e<br />

θ<br />

+<br />

+<br />

r<br />

1<br />

sen<br />

1<br />

sen<br />

∂<br />

θ<br />

∂<br />

θ<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

⎛ 1<br />

⎞<br />

ut<br />

= ∇ × ( rψ1)<br />

= ∇ψ1<br />

× r = ⎜ ∂ϕψ1eθ<br />

− ∂<br />

θψ1eϕ<br />

⎟<br />

⎝ sen θ<br />

⎠<br />

&<br />

&<br />

&<br />

1<br />

& 1 ⎛ 1<br />

ut'<br />

= ∇ × ∇ × ( rψ<br />

2<br />

) = ∇ × ⎜ ∂ϕψ<br />

2eθ<br />

− ∂θψ<br />

2eϕ<br />

k<br />

k ⎝ sen θ<br />

2<br />

ϕ<br />

ψ<br />

2<br />

ϕ<br />

ψ<br />

⎞<br />

⎟e<br />

⎠<br />

0<br />

r<br />

e<br />

ϕ<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎟ =<br />

⎠<br />

1<br />

+<br />

r<br />

( ∂ ψ + r∂<br />

∂ ψ )<br />

θ<br />

2<br />

r<br />

θ<br />

2<br />

e<br />

θ<br />

( 12 )<br />

105


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

Uma vez que achamos a expressão para u l<br />

&<br />

, u t 1<br />

&<br />

e u t 2<br />

, escrev<strong>em</strong>os as componentes r,<br />

θ e ϕ do deslocamento, obtendo<br />

u<br />

u<br />

u<br />

r<br />

θ<br />

ϕ<br />

=<br />

=<br />

=<br />

∞<br />

∑∑<br />

n=<br />

0 m=<br />

n<br />

∞<br />

∑∑<br />

n=<br />

0 m=<br />

n<br />

∞<br />

−n<br />

−n<br />

−n<br />

∑∑<br />

n=<br />

0 m=<br />

n<br />

⎡ A<br />

⎤<br />

mn Cmn<br />

⎥ φ m<br />

⎢ d1(<br />

klr)<br />

+ n(<br />

n + 1) bn<br />

( ktr)<br />

n<br />

⎣ klr<br />

ktr<br />

⎦<br />

⎧<br />

m<br />

m<br />

⎡ A<br />

⎤ ∂φ<br />

∂φ ⎫<br />

mn Cmn<br />

n bn<br />

( ktr)<br />

n<br />

⎨⎢<br />

bn<br />

( klr)<br />

+ n(<br />

n + 1) d2<br />

( ktr)<br />

⎥ + Bmn<br />

⎬<br />

⎩⎣<br />

klr<br />

ktr<br />

⎦ ∂θ sen θ ∂ϕ ⎭<br />

⎧<br />

m<br />

m<br />

⎡ A<br />

⎤<br />

mn Cmn<br />

1 ∂φn<br />

∂φn<br />

⎨⎢<br />

bn<br />

( klr)<br />

+ n(<br />

n + 1) d2(<br />

ktr)<br />

⎥ − Bmnbn<br />

( ktr)<br />

⎩⎣<br />

klr<br />

ktr<br />

⎦ sen θ ∂ϕ<br />

∂θ<br />

⎫<br />

⎬<br />

⎭<br />

( 13 )<br />

onde<br />

φ<br />

m<br />

n<br />

= P<br />

m<br />

n<br />

(cosθ) exp( imϕ)<br />

db ( z)<br />

d = − =<br />

dz<br />

d ( z)<br />

= ( n + 1) b ( z)<br />

− zb ( z)<br />

= d ( z)<br />

+ b<br />

n<br />

1 ( z)<br />

nbn<br />

( z)<br />

zbn<br />

+ 1(<br />

z)<br />

z<br />

( 14 )<br />

2<br />

n<br />

n+<br />

1<br />

1<br />

n<br />

Para obter estas duas últimas equações (e algumas <strong>da</strong>s próximas) usamos as quatro<br />

relações de recorrência <strong>da</strong>s funções de Bessel esféricas<br />

b<br />

n−1<br />

( z)<br />

+ b<br />

n+<br />

1<br />

dbn<br />

( z)<br />

nb<br />

=<br />

dz<br />

n<br />

(2n<br />

+ 1)<br />

( z)<br />

= bn<br />

( z)<br />

z<br />

−1(<br />

z)<br />

− ( n + 1) bn<br />

+ 1(<br />

z)<br />

(2n<br />

+ 1)<br />

dbn<br />

( z)<br />

( n + 1)<br />

= bn<br />

−1(<br />

z)<br />

− b<br />

dz<br />

z<br />

dbn<br />

( z)<br />

n<br />

= bn<br />

( z)<br />

− bn<br />

+ 1(<br />

z)<br />

dz z<br />

n<br />

( z)<br />

( 15 )<br />

As constantes A mn , B mn , C mn pod<strong>em</strong> ser determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s pela condição de contorno,<br />

continui<strong>da</strong>de do deslocamento u r , u θ , u ϕ , assim como continui<strong>da</strong>de do “stress” radial σ rr e<br />

“shearing stress” τ rθ e τ rϕ <strong>na</strong> interfase entre o PQ e o vidro.<br />

106


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Os “stresses” σ rr , τ rθ e τ rϕ são escritos <strong>em</strong> função do vetor deslocamento <strong>em</strong><br />

coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s esféricas como<br />

σ<br />

τ<br />

τ<br />

rr<br />

rθ<br />

rϕ<br />

& ∂ur<br />

= λ div u + 2µ<br />

∂r<br />

⎛ 1 ∂ur<br />

∂uθ<br />

uθ<br />

⎞<br />

= µ ⎜ + − ⎟<br />

⎝ r ∂θ ∂r<br />

r ⎠<br />

⎛ 1 ∂u<br />

∂u<br />

u<br />

r θ<br />

= µ ⎜ + −<br />

⎝ r sen θ ∂ϕ ∂r<br />

r<br />

ϕ<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

( 16 )<br />

Usando o resultado para o deslocamento radial, obt<strong>em</strong>os o “stress” radial σ rr<br />

σ<br />

rr<br />

2µ<br />

=<br />

r<br />

∑∑<br />

∞ −n<br />

n=<br />

0 m=<br />

n<br />

⎡ Amn<br />

Cmn<br />

⎤<br />

⎢ d3 ( klr)<br />

+ n(<br />

n + 1) d4(<br />

ktr)<br />

⎥ φ<br />

⎣ klr<br />

ktr<br />

⎦<br />

m<br />

n<br />

( 17 )<br />

onde<br />

d ( z)<br />

=<br />

3<br />

2<br />

( n − 2 −<br />

1 2 2<br />

k r )<br />

d ( z)<br />

= ( n −1)<br />

b ( z)<br />

− zb<br />

4<br />

n<br />

2<br />

t<br />

b ( z)<br />

+ 2zb<br />

n<br />

n+<br />

1<br />

n+<br />

1<br />

( z)<br />

( z)<br />

= d ( z)<br />

− b<br />

1<br />

n<br />

( 18 )<br />

A solução do probl<strong>em</strong>a é obti<strong>da</strong> inserindo a eq. 11 <strong>na</strong> eq. 13 para o meio interno e<br />

externo,<br />

u<br />

u<br />

u<br />

( i)<br />

r<br />

( i)<br />

θ<br />

( i)<br />

ϕ<br />

= u<br />

= u<br />

= u<br />

( e)<br />

r<br />

( e)<br />

θ<br />

( e)<br />

ϕ<br />

,<br />

,<br />

,<br />

σ<br />

( i)<br />

r<br />

( i)<br />

rθ<br />

( i)<br />

rϕ<br />

τ<br />

τ<br />

= σ<br />

= τ<br />

= τ<br />

( e)<br />

r<br />

( e)<br />

rθ<br />

( e)<br />

rϕ<br />

( 19 )<br />

onde o superíndice (i) se refere à solução dentro <strong>da</strong> esfera e (e) <strong>na</strong> parte exter<strong>na</strong>.<br />

Usando a ortogo<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s funções Φ n m , obt<strong>em</strong>os equações homogêneas para determi<strong>na</strong>r os<br />

coeficientes A (i) mn , A (e) mn , B (i) mn , B (e) mn , C (i) mn , C (e) mn . As soluções pod<strong>em</strong> ser separa<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

duas grandes classes de vibração, torsio<strong>na</strong>is e esferoi<strong>da</strong>is. As vibrações torsio<strong>na</strong>is se<br />

&<br />

caracterizam pela anulação <strong>da</strong> componente u r do vetor deslocamento e do vetor div u . As<br />

&<br />

vibrações esferoi<strong>da</strong>is se caracterizam pela anulação <strong>da</strong> componente radial do rot u .<br />

107


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Um caso importante <strong>da</strong>s vibrações esferoi<strong>da</strong>is são as vibrações radiais. Pode se ver <strong>da</strong><br />

eq. 13 que para n = 0, só a componente radial do deslocamento é diferente de zero, e o<br />

movimento ocorre <strong>na</strong> direção radial, “breathing mode”<br />

u<br />

σ<br />

rr<br />

rr<br />

= −A<br />

00<br />

µ<br />

= A<br />

r<br />

b ( k r),<br />

00<br />

1<br />

l<br />

⎡ ⎛ k ⎞<br />

⎢<br />

⎜<br />

t<br />

4b1<br />

( klr)<br />

−<br />

⎟(<br />

ktr)<br />

b<br />

⎣ ⎝ kl<br />

⎠<br />

0<br />

⎤<br />

( klr)<br />

⎥<br />

⎦<br />

( 20 )<br />

Antes de resolver este sist<strong>em</strong>a de equações, pod<strong>em</strong>os resolver o caso mais simples,<br />

onde o stress radial é nulo, o que corresponde a uma esfera vibrando s<strong>em</strong> atrito (e <strong>em</strong><br />

conseqüência, as oscilações não são amorteci<strong>da</strong>s). Esse probl<strong>em</strong>a aparece resolvido no livro<br />

de Lan<strong>da</strong>u e Lifshitz [Lan<strong>da</strong>u e Lifshitz (1995)] ou, de uma forma de mais fácil leitura no de<br />

Nadeu [Nadeu (1964)]. Impondo que o stress seja nulo, chegamos a equação<br />

tan( χ)<br />

1<br />

=<br />

2<br />

χ 1− κ χ<br />

2<br />

( 21 )<br />

onde χ = k l R e κ 2 =<br />

⎛ k ⎞<br />

⎜<br />

t<br />

⎝ 2k<br />

⎟⎟ l ⎠<br />

2<br />

. Os zeros <strong>da</strong> equação acima, χ, determi<strong>na</strong>m a freqüência<br />

de ressonância, já que k l R = ωR / c l = χ. Então ν = χ c l / π d, sendo d o diâmetro do PQ.<br />

Usando que para PbTe c l = 3,45km/s, c t = 1,12km/s, obt<strong>em</strong>os χ ≈ 3, ou seja que o ν ≈ c l / d.<br />

Usando a condição de contorno eq. 14 para r = R, chegamos a equação transcendental<br />

para a freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação e o t<strong>em</strong>po de amortecimento<br />

Ω<br />

( αγΩ)<br />

Ω<br />

αγ ctg = 1-<br />

2<br />

η<br />

2<br />

Ω<br />

1+<br />

iγΩ<br />

+ 4<br />

( 1 −1)( 1+<br />

iγΩ)<br />

p<br />

( 22 )<br />

que define uma freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação (IRe Ω ) e o coeficiente de<br />

amortecimento (IIm Ω ) como freqüência adimensio<strong>na</strong>l<br />

IRe Ω = ω R / c l (i) , então ν = IRe Ω c l (i) / π d ( 23 )<br />

108


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

e um valor para o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>da</strong> oscilação (ver no apêndice 5), <strong>da</strong>do por<br />

τ = IRe Ω / 2π IIm Ω / ν ( 24 )<br />

onde R é o raio do PQ, d o diâmetro e c (i) l a veloci<strong>da</strong>de de propagação longitudi<strong>na</strong>l do<br />

ponto quântico, α = c (e) l / c (i) l , β = c (e) t / c (i) t , η = ρ e / ρ i , p = β 2 η, γ = c (e) t / c (e) l .<br />

Os valores dos parâmetros mencio<strong>na</strong>dos para os materiais dos vidros estu<strong>da</strong>dos e<br />

PbTe são<br />

PbTe: c l = 3.45km/seg., c t = 1.12km/seg, ρ = 8.22g/cm 3 ;<br />

Vidro: “pirex”: c l = 5.64km/seg., c t = 3.28km/seg, ρ = 2.32g/cm 3 ;<br />

“flint” pesado: c l = 3.98km/seg., c t = 2.38km/seg, ρ = 3.88g/cm 3 ;<br />

“crown” leve: c l = 5.1km/seg., c t = 2.84km/seg, ρ = 2.24g/cm 3 ;<br />

Com estes valores que caracterizam o vidro (obtidos do ‘CRC Hanbook of Ch<strong>em</strong>istry<br />

and Physics’), obt<strong>em</strong>os os parâmetros α, β, ν, p, γ (ver <strong>na</strong> tabela 1).<br />

“Pirex” “Flint” pesado “Crown” leve<br />

α 1.635 1.154 1.478<br />

β 2.93 2.125 2.536<br />

η 0.282 0.472 0.272<br />

p 2.421 2.131 1.749<br />

γ 0.582 0.598 0.557<br />

Tabela 1: Parâmetros intervenientes <strong>na</strong> eq. 2 para distintos vidros.<br />

Então as raízes <strong>da</strong> equação transcendental são<br />

“Pirex” “Flint” pesado “Crown” leve<br />

Ω 3.1652+0.3683i 3.1765+0.514i 3.1047+0.35i<br />

que define uma freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação e o coeficiente de amortecimento<br />

segundo as eq. 16 e 17.<br />

109


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Para descrever este comportamento <strong>em</strong> função de uma variável que não seja o<br />

tamanho do PQ, pod<strong>em</strong>os converter a uma variável mais adequa<strong>da</strong>, i.e. o comprimento de<br />

on<strong>da</strong> de excitação (ver apêndice 3) e comparar os resultados com os apresentados <strong>na</strong> fig. 9 e<br />

11. Usando os níveis de energia obtidos no cálculo de massa efetiva, obt<strong>em</strong>os a fig. 18.<br />

0.36<br />

( a )<br />

4.4 ( b )<br />

0.35<br />

4.2<br />

4.0<br />

(THz)<br />

ν<br />

0.34<br />

0.33<br />

Pirex<br />

Flint<br />

Crown<br />

(Ps)<br />

τ<br />

3.8<br />

3.6<br />

3.4<br />

3.2<br />

Pirex<br />

Flint<br />

Crown<br />

0.32<br />

3.0<br />

0.31<br />

1.40 1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60<br />

Comprimento de On<strong>da</strong> (µm)<br />

2.8<br />

1.40 1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60<br />

Comprimento de On<strong>da</strong> (µm)<br />

Figura 18: a. Freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação do PQ <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong>. b.<br />

Coeficiente de amortecimento <strong>da</strong> oscilação, usando a teoria <strong>da</strong> massa efetiva.<br />

No capítulo seguinte apresentar<strong>em</strong>os outro cálculo para os níveis de energia dos PQ.<br />

Utilizando os resultados lá obtidos e fazendo a mesma transformação mencio<strong>na</strong><strong>da</strong> para a fig.<br />

18 obt<strong>em</strong>os uma nova relação <strong>da</strong> freqüência de oscilação e t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>em</strong><br />

função do comprimento de on<strong>da</strong> (fig. 19).<br />

110


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

0.49<br />

0.48<br />

( a )<br />

3.50<br />

3.25<br />

( b )<br />

0.47<br />

0.46<br />

3.00<br />

ν (Thz)<br />

0.45<br />

0.44<br />

0.43<br />

0.42<br />

ν Pirex<br />

ν Flint<br />

ν Crown<br />

τ (Ps)<br />

2.75<br />

2.50<br />

2.25<br />

τ Pirex<br />

τ Flint<br />

τ Crown<br />

0.41<br />

1.40 1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

2.00<br />

1.40 1.42 1.44 1.46 1.48 1.50 1.52 1.54 1.56 1.58 1.60<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Figura 19: a. Freqüência <strong>na</strong>tural de oscilação do PQ <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong>, b.<br />

coeficiente de amortecimento <strong>da</strong> oscilação, usando o cálculo anisotrópico.<br />

Estas simulações mostram que é necessária mais informação sobre a matriz vítrea que<br />

suporta aos pontos quânticos, pela grande dispersão de valores obtidos para a freqüência de<br />

oscilação e para o t<strong>em</strong>po de amortecimento.<br />

Estudos de SAXS (“Small Angle X Ray Scattering”) feitos <strong>em</strong> amostras de PbTe in<br />

situ fornec<strong>em</strong> resultados que relacio<strong>na</strong>m o tamanho do PQ e o comprimento de on<strong>da</strong><br />

associa<strong>da</strong> do pico de absorção óptica dos mesmos [Craievich et al (1997)]. Usando o modelo<br />

descrito acima, pod<strong>em</strong>os mapear o tamanho do ponto quântico <strong>em</strong> uma freqüência de<br />

oscilação e assim apresentar todos os experimentos <strong>na</strong> mesma figura (fig. 20). As barras de<br />

erro no calculo anisotrópico, no calculo de massa afetiva e nos <strong>da</strong>dos de SAXS são por conta<br />

<strong>da</strong> incerteza <strong>na</strong>s veloci<strong>da</strong>des de propagação <strong>da</strong> matriz vítrea e a incerteza <strong>na</strong> veloci<strong>da</strong>de de<br />

propagação nos pontos quânticos ao oscilar no “breathing mode”.<br />

111


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Freqüência de ressonância (THz)<br />

1.0<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

Dados de SAXS<br />

Dados experimentais<br />

Cálculo anisotrópico<br />

Aproximação de ban<strong>da</strong> parabólica<br />

Figura 20: Comparação<br />

dos resultados dos fônons<br />

coerentes (as barras de erro neste<br />

gráfico são desprezíveis), com<br />

SAXS e cálculo de massa<br />

parabólica e cálculo anisotrópico.<br />

1.40 1.45 1.50 1.55 1.60<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> (µm)<br />

Na figura pod<strong>em</strong>os ver que o cálculo anisotrópico dá como resultado um valor de<br />

freqüência de oscilação e t<strong>em</strong>po de amortecimento próximo ao observado<br />

experimentalmente. Fazendo a comparação com os resultados do cálculo anisotrópico, v<strong>em</strong>os<br />

que o cálculo <strong>da</strong> como resultado PQ de tamanho maior que o observado experimentalmente.<br />

Este resultado pode se dever ao fato que por usar uma condição de contorno onde a parede é<br />

infinita, a energia de confi<strong>na</strong>mento é maior do que a observa<strong>da</strong> experimentalmente. Para<br />

corrigir este efeito deveríamos usar um raio efetivo menor que o usado no cálculo ou relaxar<br />

a aproximação de potencial infinito.<br />

Quanto ao comportamento <strong>da</strong> amplitude <strong>da</strong> oscilação, ao fazer experimentos de<br />

bombeio&prova usando o laser como fonte de excitação, diminuímos o Γin de ≈ 70meV para<br />

≈ 10meV. Mas o alargamento total (ΓTot) é <strong>da</strong>do pela fórmula <strong>da</strong> eq. 7 do capítulo 4. Levando<br />

<strong>em</strong> consideração Γh, a 300K t<strong>em</strong>os que ΓTot ≈ 22meV. Descendo a t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> amostra,<br />

Γh se reduz a praticamente zero, resultando <strong>em</strong> ΓTot ≈ 10meV.<br />

Para modelar a absorção de um conjunto de PQ de raio R, considerando o<br />

alargamento total (homogêneo + inomogêneo) usamos uma função gaussia<strong>na</strong> do tipo<br />

2<br />

1 ⎛ E − E0<br />

2<br />

0 exp ⎟ ⎞<br />

− ⎜<br />

⎝ σTot<br />

⎠<br />

A = A<br />

( 25 )<br />

112


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A variação relativa <strong>da</strong> transmissão δT / T observa<strong>da</strong> no experimento de<br />

bombeio&prova e pode ser comparado com a variação <strong>da</strong> amplitude <strong>da</strong> absorção, já que<br />

δT<br />

T<br />

δA<br />

=<br />

A<br />

( 26 )<br />

25,<br />

Fazendo uma expansão <strong>em</strong> série de Taylor até primeira ord<strong>em</strong> para a função <strong>da</strong> eq.<br />

δA<br />

1 ⎛ δE<br />

=<br />

2<br />

⎜<br />

A ⎝ σTot<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

2<br />

⎛ ⎞<br />

1 ⎜<br />

δE<br />

E ⎟<br />

0<br />

= ⎜ ⎟<br />

2 ⎜ σTot<br />

⎟<br />

⎝ E0<br />

⎠<br />

( 27 )<br />

Para estimar δE / E 0 , usamos a expressão E(r) = αr −2 , obtendo<br />

δE<br />

E<br />

0<br />

δr<br />

= −2 r<br />

0<br />

( 28 )<br />

Estimamos o valor de δr / r usando a seguinte hipó<strong>tese</strong>, o par elétron-buraco atua<br />

como um gás exercendo uma pressão <strong>na</strong>s paredes do PQ. Essa pressão pode ser calcula<strong>da</strong><br />

usando o principio de trabalho virtual, pois conhec<strong>em</strong>os a energia de confi<strong>na</strong>mento dos<br />

portadores. Assim a força aplica<strong>da</strong> <strong>na</strong>s paredes do PQ é proporcio<strong>na</strong>l a variação dos níveis de<br />

energia com o raio. Em forma de equação<br />

2<br />

1 dE<br />

= Fdr = 4πr<br />

Pdr = dE ⇒ P =<br />

( 29 )<br />

4πr<br />

dr<br />

PdV<br />

conf 2<br />

onde P é a pressão. Para obter um resultado mais acurado <strong>em</strong> um intervalo grande de<br />

raios, usamos a expressão <strong>da</strong> energia obti<strong>da</strong> no apêndice 3, E p (r) = a + br −1 + cr −2 , onde<br />

a = 0.3512, b = 0.4786, c = 5.1367. A pressão aplica<strong>da</strong> pelos portadores no PQ é equilibra<strong>da</strong><br />

através <strong>da</strong> constante elástica dos núcleos. Desta forma é que aumenta o tamanho dos PQ (<strong>em</strong><br />

acordo com o modelo simples <strong>da</strong> fig. 13).<br />

113


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Utilizando o módulo de “bulk” (K), que <strong>em</strong> PbTe t<strong>em</strong> o valor 3.9x10 6 N / cm 2 , a<br />

variação do raio devido a pressão P pode ser obti<strong>da</strong> através <strong>da</strong> fórmula [Feynmann et al<br />

(1989)]<br />

3 3 ⎡<br />

3<br />

∆V<br />

( r − r<br />

⎤<br />

0 ) ⎛ r ⎞<br />

P = −K<br />

= −K<br />

= −K<br />

⎢ − ⎥<br />

⎢<br />

⎜<br />

⎟ 1<br />

( 30 )<br />

3<br />

V0 r0<br />

⎣⎝<br />

r0<br />

⎠ ⎥<br />

⎦<br />

Invertendo esta relação para r / r 0 e fazendo uma expansão <strong>em</strong> série de Taylor<br />

obt<strong>em</strong>os<br />

δr<br />

1<br />

= P . Substituindo o valor de P pela expressão <strong>da</strong> eq. 29 obt<strong>em</strong>os<br />

r 3K<br />

0<br />

δr<br />

r<br />

0<br />

1 ⎡ 1<br />

=<br />

3K<br />

⎢<br />

⎣4πr<br />

2<br />

⎛ dE ⎞⎤<br />

1 ⎡ 1<br />

⎜ ⎟⎥<br />

= ⎢<br />

⎝ dr ⎠⎦<br />

3K<br />

⎣4πr<br />

2<br />

⎛ b<br />

⎜−<br />

2<br />

⎝ r<br />

2c<br />

⎞⎤<br />

−<br />

3<br />

⎟<br />

r<br />

⎥ ⎠ ⎦<br />

( 31 )<br />

transformando tudo para as mesmas uni<strong>da</strong>des e expressando r <strong>em</strong> nm obt<strong>em</strong>os<br />

δr<br />

r<br />

0<br />

=<br />

1<br />

918<br />

⎛ 0.4786<br />

⎜−<br />

−<br />

4<br />

⎝ r<br />

10.2734 ⎞<br />

5<br />

⎟<br />

r ⎠<br />

( 32 )<br />

Para PQ com o máximo <strong>em</strong> 0.82meV (≈ 1.5µm) t<strong>em</strong>os R=3.87nm (usando os<br />

resultados do capítulo 6 do cálculo anisotrópico). Obt<strong>em</strong>os assim δr / r 0 = 1.5x10 −5 .<br />

Substituindo este valor <strong>na</strong> eq. 28 e depois <strong>na</strong> eq. 27 obt<strong>em</strong>os<br />

⎧<br />

−6<br />

δA<br />

4.4×<br />

10 ,<br />

= ⎨<br />

−6<br />

A ⎩ 16×<br />

10 ,<br />

T = 300K<br />

T = 0K<br />

( 33 )<br />

A amplitude <strong>da</strong> oscilação observa<strong>da</strong> a 300K (ver fig. 11) coincide com o valor<br />

esperado. Reduzindo a t<strong>em</strong>peratura até que o alargamento inomogêneo seja desprezível a<br />

amplitude <strong>da</strong>s oscilações deveria aumentar por um fator ≈ 3.7.<br />

Como conclusão do capítulo apontamos ao fato que a<strong>na</strong>lisamos o comportamento <strong>da</strong><br />

freqüência de oscilação e o t<strong>em</strong>po de amortecimento <strong>em</strong> função do tamanho dos PQ, assim<br />

como a fase e a amplitude <strong>da</strong> oscilação, e o mecanismo de geração e de observação dos<br />

fônons coerentes. Também descrev<strong>em</strong>os porque este tipo de modulação não tinha sido<br />

114


&DStWXOR %RPEHLR 3URYD ){QRQV &RHUHQWHVBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

observado ain<strong>da</strong> <strong>em</strong> experimentos de bombeio&prova <strong>em</strong> PQ de outros materiais que<br />

apresentam o “band gap” no ponto Γ (como a família de materiais CdX) que não t<strong>em</strong><br />

degenerescência dos níveis de energia.<br />

115


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBB BBBBBBBBBBBBBBBB<br />

116


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR&iOXORGRVQtYHLVGHHQHUJLD<br />

___________________________________________________________________________<br />

A primeira aproximação ao estudo teórico <strong>da</strong> estrutura eletrônica de PQ esféricos foi<br />

apresenta<strong>da</strong> no capítulo 2, onde se fez a aproximação de massa efetiva (ban<strong>da</strong> parabólica).<br />

Este cálculo é o primeiro passo para começar um estudo dos níveis de energia dos PQ de<br />

qualquer tipo, seja CdX, PbX (X=S, Se, Te) ou outro material. Outros enfoques já<br />

apresentados <strong>na</strong> literatura para tentar uma melhor descrição dos níveis de energia de PQ de<br />

PbS são: um modelo de ban<strong>da</strong> hiperbólico [Wang et al (1987)] e um cálculo tipo “tightbinding”<br />

[Kane et al (1996)]. A principal limitação do modelo hiperbólico é que ele só<br />

permite obter a primeira transição óptica onde aparece mais de uma transição óptica. O<br />

cálculo do tipo “tight-binding” não dá conta de PQ maiores que 2nm.<br />

Em 1997 foi apresentado um novo tipo de cálculo, de resolução a<strong>na</strong>lítica [Kang e<br />

Wise (1997)] que permite obter todos os níveis de energia para qualquer tamanho de PQ de<br />

PbX (X=S, Se, Te), além de obter a força do oscilador <strong>da</strong>s transições ópticas. Reproduzimos<br />

os resultados desse trabalho e apresentamos as limitações que apresenta para descrever a<br />

estrutura eletrônica (e os experimentos de absorção, PLE, FLN) de PQ de PbTe.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, apresentamos um cálculo de níveis de energia para PQ de PbX (X = S,<br />

Se, Te) que pode explicar os efeitos observados nos experimentos apresentados nos capítulos<br />

anteriores [Tudury et al (2000)].<br />

117


&<br />

&<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Formalismo <strong>da</strong> função envelope<br />

Para uma estrutura s<strong>em</strong>icondutora de tamanho <strong>na</strong>noscópico, usamos como base para<br />

descrever o probl<strong>em</strong>a uma combi<strong>na</strong>ção linear <strong>da</strong>s funções u n0 [Bastard (1992)]<br />

Ψ<br />

ik ⋅r<br />

= ∑ cl<br />

( k ) ul0<br />

( r ) e = ∑<br />

&<br />

&<br />

&<br />

( )<br />

cl<br />

ul0<br />

l<br />

l<br />

&<br />

&<br />

r ( r)<br />

f ( r)<br />

l<br />

( 1 )<br />

Chamamos as novas funções f l de funções envelope, pois variam pouco dentro de um<br />

parâmetro de rede, a oscilação mínima <strong>da</strong>s funções de Bloch. Essa aproximação (chama<strong>da</strong><br />

“Slowly Varying Approximation”) é váli<strong>da</strong> desde que as transforma<strong>da</strong>s de Fourier <strong>da</strong>s<br />

funções envelope não contenham componentes com k perto do limite <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de Brillouin,<br />

ou, <strong>em</strong> outras palavras, que as energias de confi<strong>na</strong>mento sejam peque<strong>na</strong>s compara<strong>da</strong>s as<br />

energias E(k ZB ).<br />

Essa aproximação <strong>da</strong> função envelope nos permite separar o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> dois sub<br />

espaços, r e R, com r variando dentro <strong>da</strong> célula unitária e R variando entre as células unitárias<br />

ou<br />

&<br />

Ψ(<br />

r ) =<br />

N<br />

∑<br />

l=<br />

1<br />

c<br />

l<br />

u<br />

N<br />

⇒ Ψ = ∑<br />

&<br />

&<br />

& &<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

l0 ( r ) f ( k,<br />

r ) ( r,<br />

R ) cl<br />

ul<br />

0(<br />

r ) fl<br />

( k,<br />

R )<br />

l=<br />

1<br />

( 2 )<br />

∫<br />

⎪<br />

⎧<br />

⎪<br />

⎫<br />

= ⎪⎧<br />

⎪⎫<br />

∑ ∫<br />

≅ ∑ ∫ = ⎨∑<br />

&<br />

&<br />

⎬⎨<br />

∫<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

f ( r ) u(<br />

r ) d r f ( r)<br />

u(<br />

r ) d r f ( R)<br />

u(<br />

r ) d r f ( R)<br />

u(<br />

r ) d r⎬<br />

células Ω 0<br />

Ω 0<br />

⎪⎩ ⎪⎭ ⎪⎩ Ω ⎪⎭<br />

Ω 0<br />

∫<br />

Ω<br />

3 1<br />

3<br />

3<br />

f ( r)<br />

u(<br />

r)<br />

d r ≅<br />

Ω<br />

∫ f ( R)<br />

d R ∫ u(<br />

r)<br />

d r<br />

( 3 )<br />

0 Ω<br />

Ω 0<br />

Quer<strong>em</strong>os estu<strong>da</strong>r o espectro de energia do Hamiltoniano H 0 <strong>da</strong> eq. 2 do capítulo 2<br />

&<br />

quando somado a um potencial φ( r ) de variação lenta <strong>na</strong> escala <strong>da</strong>s funções u<br />

&<br />

&<br />

&<br />

[ H φ(<br />

r )] Ψ(<br />

r ) = ε Ψ(<br />

)<br />

+ ( 4 )<br />

0<br />

r<br />

118


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

Usando a função de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> eq. 2, Ψ( r ), multiplicando por<br />

todo o espaço (Ω), obt<strong>em</strong>os<br />

u f e integrando <strong>em</strong><br />

* *<br />

m0 m<br />

onde<br />

0 =<br />

1<br />

m<br />

∫<br />

Ω<br />

⎧<br />

cl<br />

⎨(<br />

εl<br />

− ε)<br />

⎩<br />

N<br />

* * 3<br />

∑ ∫ fm<br />

flul0um0d<br />

r + ∫<br />

l= 1<br />

Ω<br />

Ω<br />

u<br />

*<br />

m0<br />

pu<br />

l 0<br />

f<br />

*<br />

m<br />

3<br />

pf d r +<br />

l<br />

∫<br />

Ω<br />

f<br />

*<br />

m<br />

φ(<br />

r)<br />

f u<br />

l<br />

*<br />

m0<br />

u<br />

u<br />

*<br />

m0<br />

l 0<br />

u<br />

l 0<br />

f<br />

*<br />

m<br />

⎫<br />

3<br />

d r⎬<br />

⎭<br />

2<br />

p<br />

2m<br />

3<br />

f d r +<br />

l<br />

( 5 )<br />

ε<br />

l<br />

=<br />

!<br />

4m<br />

2<br />

∫<br />

Ω<br />

c<br />

u<br />

*<br />

m0<br />

∫<br />

2<br />

Ω<br />

f<br />

2<br />

p<br />

ul<br />

2m<br />

*<br />

m<br />

f u<br />

l<br />

0<br />

l 0<br />

f<br />

*<br />

m<br />

3<br />

f d r +<br />

l<br />

∫<br />

Ω<br />

[( σ× ˆ ∇Vper<br />

) ⋅ p]<br />

&<br />

&<br />

f<br />

*<br />

m<br />

&<br />

f u<br />

l<br />

u<br />

l 0<br />

*<br />

m0<br />

V<br />

d<br />

3<br />

per<br />

r<br />

u<br />

*<br />

m0<br />

3<br />

d r +<br />

( 6 )<br />

Aqui fiz<strong>em</strong>os a aproximação de que o termo spin-órbita aplicado à função envelope f<br />

é desprezível comparado com mesmo termo aplicado <strong>na</strong> função u.<br />

Usando a ortogo<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s funções de Bloch, obt<strong>em</strong>os<br />

N<br />

2<br />

⎧<br />

* & ⎡ pˆ<br />

⎤<br />

&<br />

= ∫ f r ∑ c ⎨δ<br />

⎢ ε − ε + + φ r ⎥ + p ⋅ p<br />

Ω = ⎩ ⎣<br />

⎦ ⎭ ⎬⎫<br />

& 3<br />

0<br />

m<br />

( )<br />

l lm<br />

(<br />

l<br />

) ( ) ˆ ˆ<br />

ml<br />

fl<br />

( r)<br />

d r<br />

l 1<br />

2m<br />

( 7 )<br />

onde<br />

p<br />

ml<br />

1 1<br />

=<br />

m Ω<br />

∫<br />

Ω<br />

u<br />

pu ˆ<br />

* &<br />

m0<br />

l0<br />

3 1 1<br />

d r =<br />

m Ω<br />

∫<br />

0 Ω0<br />

u<br />

pu ˆ<br />

* &<br />

m0<br />

l0<br />

d<br />

3<br />

r<br />

( 8 )<br />

sendo Ω 0 uma célula unitária. Note-se, <strong>na</strong> eq. 7, que as funções de Bloch só aparec<strong>em</strong><br />

implícitamente através do p lm .<br />

A eq. 7 pode ser escrita formalmente como<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

f D + ( φ(<br />

r ) − ε)1<br />

f<br />

( 9 )<br />

119


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

onde f<br />

é um vetor colu<strong>na</strong> de dimensão (N x 1), D é uma matriz de dimensão (NxN),<br />

&<br />

e 1<br />

&<br />

é a identi<strong>da</strong>de de dimensão (NxN). As soluções não nulas <strong>da</strong> eq. 9 exist<strong>em</strong> se f<br />

é o<br />

autovetor que satisfaz<br />

&<br />

&<br />

&<br />

[ + φ( r )] f = ε1<br />

f<br />

&<br />

D ( 10 )<br />

Usando a eq. 10 obt<strong>em</strong>os a solução de N ban<strong>da</strong>s acopla<strong>da</strong>s através dos el<strong>em</strong>entos de<br />

matriz p lm .<br />

Efeito <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s r<strong>em</strong>otas<br />

No caso <strong>da</strong> família PbX, é necessário incluir o efeito <strong>da</strong>s outras ban<strong>da</strong>s no<br />

Hamiltoniano efetivo de 4x4 (considerando as ban<strong>da</strong>s L + 6 e L - 6 degenera<strong>da</strong>s por spin). O<br />

mesmo pode ser feito para materiais do tipo III-V, incluindo a contribuição <strong>da</strong>s outras ban<strong>da</strong>s<br />

no sist<strong>em</strong>a de 8x8 de Γ 6 , Γ 7 e Γ 8 . O probl<strong>em</strong>a para as funções u nk pode ser formalmente<br />

escrito como<br />

( H ˆ + ˆ<br />

0<br />

W ) Ψ = ε Ψ<br />

( 11 )<br />

onde H 0 é o Hamiltoniano do “bulk” e W o operador definido como<br />

Wˆ<br />

& 2 2<br />

! & !<br />

ˆ k<br />

= k ⋅ p +<br />

( 12 )<br />

m m<br />

0<br />

2<br />

0<br />

O espectro de energia para H 0 consiste <strong>em</strong> um conjunto de níveis de energia próximos<br />

espaçados | l > (1 ≤ l ≤ 4 para descrever a base de PbX e 1 ≤ l ≤ 8 para materiais III-V) mas<br />

b<strong>em</strong> afastados dos outros autoestados | ν > do H 0 . Neste probl<strong>em</strong>a t<strong>em</strong>os interesse nos<br />

autovalores ε que são <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de ε , onde ε é a energia média dos estados | l >, muito<br />

menores que ε ν para todo | ν >. Assim faz<strong>em</strong>os uma expansão para | Ψ > <strong>da</strong> forma<br />

Ψ<br />

=<br />

∑<br />

l<br />

c<br />

l<br />

+<br />

∑<br />

c<br />

ν<br />

l ν<br />

( 13 )<br />

ν<br />

Inserindo a eq. 13 <strong>na</strong> eq. 11 e multiplicando por < l | ou < µ | obt<strong>em</strong>os<br />

120


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

escrever<br />

∑<br />

l<br />

∑<br />

ν<br />

[( ε ) ˆ ] ˆ<br />

l<br />

− ε δlm<br />

+ m W l + cν<br />

m W ν = 0<br />

∑<br />

c<br />

( 14.a )<br />

l<br />

ν<br />

[( ε ) ˆ ] ˆ<br />

ν<br />

− ε δµν<br />

+ µ W ν + cl<br />

µ W l = 0<br />

ν<br />

∑<br />

c ( 14.b )<br />

Da eq. 14.a e 14.b sab<strong>em</strong>os que todos os c l ≈ 1 e c ν ≈ 1/ε ν . Da eq. 14.b pod<strong>em</strong>os<br />

Inserindo c ν <strong>na</strong> eq. 14.a obt<strong>em</strong>os<br />

∑<br />

l<br />

l<br />

1<br />

c ˆ<br />

ν<br />

≈ ∑ cl<br />

ν W l = 0<br />

( 15 )<br />

( ε − ε )<br />

ν<br />

l<br />

⎡<br />

ˆ ˆ<br />

ν ν<br />

( )<br />

ˆ<br />

⎤<br />

c<br />

l ⎢ εl<br />

− ε δlm<br />

+ m W l + m W ∑ W l ⎥ = 0 ( 16 )<br />

⎣<br />

ν ( ε − εν<br />

) ⎦<br />

As transições virtuais dos estados | l > para as ban<strong>da</strong>s r<strong>em</strong>otas | ν > modificam o<br />

valor do operador W dentro <strong>da</strong> base | l > como<br />

Wˆ<br />

ˆ~<br />

W Wˆ<br />

Wˆ<br />

ν ν<br />

⇒ = +<br />

Wˆ<br />

( 17 )<br />

( ε − ε )<br />

∑<br />

ν<br />

ν<br />

Em princípio W é dependente <strong>da</strong> energia. Mas esta dependência com a energia é<br />

muito peque<strong>na</strong>, já que assumimos que (ε – ε ν ) é s<strong>em</strong>pre grande. De fato faz<strong>em</strong>os a<br />

substituição de ε por ε <strong>na</strong> eq. 17. Desta forma incluímos o efeito <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s r<strong>em</strong>otas no<br />

sist<strong>em</strong>a de 4x4 ou 8x8 a resolver.<br />

Para PbX resolver<strong>em</strong>os o sist<strong>em</strong>a de 4x4 <strong>da</strong> eq. 10, considerando a contribuição <strong>da</strong>s<br />

ban<strong>da</strong>s r<strong>em</strong>otas <strong>na</strong>s massas efetivas.<br />

121


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Calculo isotrópico<br />

Os compostos do tipo PbX (X = S, Se, Te) apresentam estrutura cristali<strong>na</strong> do tipo<br />

cloreto de sódio e um “gap” direto <strong>em</strong> quatro pontos equivalentes nos pontos L <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> de<br />

Brillouin. O fundo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de condução apresenta a simetria do tipo L - 6 <strong>na</strong> notação de grupo<br />

dobrado e o topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de valência t<strong>em</strong> simetria do tipo L + 6. O si<strong>na</strong>l +/- dá conta <strong>da</strong><br />

pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>. Espacialmente, o topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> <strong>da</strong>s funções de Bloch <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de<br />

valência é do tipo s, e o fundo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> <strong>da</strong>s funções de Bloch <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de condução é do<br />

tipo p [Conklin et al (1965)].<br />

Este modelo inclui o acoplamento entre a mais alta ban<strong>da</strong> de valência e a ban<strong>da</strong> de<br />

condução e também o acoplamento <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> mais baixa de condução e a ban<strong>da</strong> de valência<br />

<strong>em</strong> perturbações até segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong>, tratando o probl<strong>em</strong>a resultante de quatro ban<strong>da</strong>s de<br />

forma exata. A interação spin-órbita é também considera<strong>da</strong> no modelo. O Hamiltoniano<br />

resultante é apresentado <strong>na</strong> eq. 18.<br />

L<br />

−<br />

6<br />

↑<br />

L<br />

−<br />

6<br />

↓<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↑<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↓<br />

⎡ E<br />

g<br />

⎢<br />

⎢ 2<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎣<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

2<br />

t<br />

−<br />

t<br />

0<br />

!<br />

Pl<br />

k<br />

m<br />

x<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

z<br />

+ ik )<br />

y<br />

2<br />

z<br />

−<br />

l<br />

E<br />

2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

0<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

2<br />

t<br />

−<br />

t<br />

x<br />

!<br />

− Pl<br />

k<br />

m<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

− ik )<br />

z<br />

y<br />

2<br />

z<br />

−<br />

l<br />

!<br />

Pl<br />

k<br />

m<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

x+<br />

ik<br />

y<br />

)<br />

m<br />

2 2 2<br />

E g ! k t ! k<br />

z<br />

− − −<br />

+<br />

+<br />

2 2m<br />

2m<br />

0<br />

t<br />

z<br />

l<br />

2<br />

E g<br />

−<br />

2<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

x<br />

!<br />

− Pl<br />

k<br />

m<br />

0<br />

2<br />

! k<br />

−<br />

2m<br />

− ik )<br />

2<br />

t<br />

+<br />

t<br />

z<br />

y<br />

2<br />

! k<br />

−<br />

2m<br />

2<br />

z<br />

+<br />

l<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎦<br />

( 18 )<br />

Na eq. 18, E g corresponde ao “band gap” do material “bulk”, m é a massa do elétron<br />

livre, z é a coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>na</strong> direção , k 2 t = k 2 x + k 2 y , P t e P l representam os el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong><br />

matriz do momentos, calculados entre os extr<strong>em</strong>os <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de valência e condução, m ± t e<br />

m ± l são as contribuições <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s r<strong>em</strong>otas às massas efetivas. Os parâmetros são obtidos<br />

experimentalmente [Landolt e Börnstein (1982)] e são apresentados <strong>na</strong> tabela 1. Notar a alta<br />

anisotropia presente no PbTe (definimos anisotropia como o quociente entre as massas e os<br />

momentos de dipolo longitudi<strong>na</strong>l e transversal com valor muito maior ou menor que 1).<br />

122


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Parâmetro PbS PbSe PbTe<br />

E g (eV ) ( T = 300K ) 0.41 0.28 0.31<br />

-<br />

m o / m t<br />

-<br />

m o / m l<br />

+<br />

m o / m t<br />

+<br />

m o / m l<br />

1.9 4.3 11.6<br />

3.7 3.1 1.2<br />

2.7 8.7 10<br />

3.7 3.3 0.7<br />

2P t 2 / m o ( eV ) 3.0 3.0 5.6<br />

2P l 2 / m o ( eV ) 1.6 1.7 0.52<br />

(1982)].<br />

Tabela 1: Parâmetros no ponto L <strong>da</strong> família PbX (X = S, Se, Te) [Landolt e Börstein<br />

Continuando com o Hamiltoniano <strong>da</strong> eq. 18, notamos que t<strong>em</strong> pari<strong>da</strong>de defini<strong>da</strong>, ou<br />

seja, a pari<strong>da</strong>de é um bom número quântico. Olhando o Hamiltoniano <strong>em</strong> blocos de 2x2,<br />

−<br />

+<br />

− +<br />

⎡ A B⎤<br />

( 19 )<br />

⎢ ⎥<br />

⎣D<br />

C⎦<br />

Os blocos A e C têm pari<strong>da</strong>de +1, e os el<strong>em</strong>entos B e D pari<strong>da</strong>de −1, (k é proporcio<strong>na</strong>l<br />

a p, que t<strong>em</strong> pari<strong>da</strong>de impar. Os blocos A e C são proporcio<strong>na</strong>is a k 2 , de pari<strong>da</strong>de par, e os<br />

blocos B e D, proporcio<strong>na</strong>is a k, têm pari<strong>da</strong>de ímpar). O resultado <strong>da</strong> pari<strong>da</strong>de total do<br />

Hamiltoniano se obtém multiplicando pela pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> função<br />

±<br />

L6<br />

↑↓<br />

correspondente.<br />

V<strong>em</strong>os assim que o resultado é o mesmo <strong>em</strong> todo o Hamiltoniano, ou seja, a pari<strong>da</strong>de é um<br />

bom número quântico.<br />

123


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Diago<strong>na</strong>lizando o Hamiltoniano, obt<strong>em</strong>os a relação de dispersão<br />

⎡ E<br />

⎢<br />

⎣ 2<br />

g<br />

⎤ ⎡<br />

2 2 2 2<br />

2 2 2 2<br />

+<br />

! k t ! k z<br />

g ! k t ! k z<br />

+ − E(<br />

k ) ⎢−<br />

− −<br />

− − ⎥<br />

+<br />

2m<br />

t 2m<br />

l<br />

2 2m<br />

t 2m<br />

+<br />

l<br />

⎦ ⎣<br />

E<br />

− E<br />

( k )<br />

⎤<br />

⎥ =<br />

⎦ m<br />

2<br />

!<br />

2<br />

2 2 2 2<br />

( P k + P k )<br />

t<br />

t<br />

l<br />

z<br />

( 20 )<br />

Esta relação de dispersão é altamente não parabólica e anisotrópica. Para poder obter<br />

uma solução a<strong>na</strong>lítica, Kang e Wise fizeram uma aproximação esférica ao Hamiltoniano <strong>da</strong><br />

eq. 18, e desta forma, separaram a parte esfericamente simétrica. A diferença entre o<br />

Hamiltoniano completo e o esférico foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por perturbações. O Hamiltoniano (esférico)<br />

a estu<strong>da</strong>r é do tipo<br />

Hˆ<br />

⎡ E<br />

2 2<br />

g ! k<br />

⎢ +<br />

−<br />

⎢<br />

2 2m<br />

⎢<br />

0<br />

⎢<br />

( kˆ)<br />

= ⎢<br />

!<br />

⎢ P k z<br />

⎢ m<br />

⎢<br />

!<br />

⎢ P ( k x+<br />

ik y )<br />

⎢<br />

⎣<br />

m<br />

0<br />

!<br />

E<br />

2<br />

g<br />

P ( k<br />

m<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

!<br />

0<br />

x<br />

2<br />

− ik<br />

− P k<br />

m<br />

−<br />

z<br />

2<br />

y<br />

)<br />

!<br />

!<br />

P k<br />

m<br />

P ( k x+<br />

ik<br />

m<br />

⎛ E<br />

2<br />

g ! k<br />

− ⎜<br />

+<br />

⎝ 2 2m<br />

0<br />

z<br />

y<br />

2<br />

+<br />

)<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

!<br />

P ( k<br />

m<br />

− P k<br />

m<br />

⎛ E<br />

− ⎜<br />

⎝ 2<br />

!<br />

g<br />

0<br />

x<br />

− ik<br />

2<br />

z<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

y<br />

2<br />

+<br />

⎤<br />

) ⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥ ⇒<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎞<br />

⎟⎥<br />

⎠<br />

⎥<br />

⎦<br />

( 21 )<br />

σˆ z<br />

onde<br />

⇒ Hˆ<br />

0<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎝<br />

2<br />

( kˆ)<br />

=<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢⎣<br />

g<br />

2 2<br />

! k ⎞<br />

+ ⎟<br />

⋅ I<br />

−<br />

2m<br />

⎠<br />

&<br />

P<br />

k ⋅ σˆ<br />

m<br />

!<br />

&<br />

&<br />

! P<br />

k ⋅ σˆ<br />

m<br />

⎛ E<br />

2<br />

g ! k<br />

− ⎜<br />

+<br />

⎝ 2 2m<br />

2<br />

+<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎞ & ⎥<br />

⎟<br />

⋅ I ⎥<br />

⎠ ⎥⎦<br />

⎛1<br />

0⎞<br />

I & ⎛ ⎞<br />

=<br />

⎜ ⎟ e σˆ representa as matrizes de Pauli, σ ⎟<br />

⎝0<br />

1<br />

ˆ 0 1<br />

=<br />

⎜<br />

⎠<br />

⎝1<br />

0<br />

, ⎛0<br />

−1<br />

x<br />

⎠<br />

⎟ ⎞<br />

σˆ<br />

= i<br />

⎜<br />

⎝1<br />

0 ⎠<br />

y ,<br />

⎛1<br />

0 ⎞<br />

= ⎜ ⎟ . Os parâmetros m ± e P são definidos como<br />

⎝0<br />

−1⎠<br />

3P 2 = 2P 2 t + P 2 l , 3 / m ± = 2 / m ± ±<br />

t + 1 / m l ( 22 )<br />

de forma que a superfície elipsoi<strong>da</strong>l de energia constante seja mais b<strong>em</strong> aproxima<strong>da</strong><br />

por uma esfera, minimizando os tamanho relativo dos termos anisotrópicos a estu<strong>da</strong>r<br />

perturbativamente. Na aproximação esférica, os níveis de energia pod<strong>em</strong> ser obtidos<br />

124


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

resolvendo as equações para as funções envelope, fazendo com que cumpram a condição de<br />

contorno de se anular <strong>na</strong> superfície do ponto quântico<br />

ˆ<br />

&<br />

&<br />

&<br />

o ( −i<br />

∇)<br />

F ( r)<br />

= E F ( r )<br />

H<br />

&<br />

F ( | r| =a) = 0<br />

( 23 )<br />

&<br />

Na eq. 23, a é o raio do PQ, e F(r)<br />

é o autovetor cujas quatro componentes são as<br />

funções envelope <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> total<br />

Ψ U <br />

-<br />

6<br />

-<br />

6<br />

Ψ( r ) = F r)<br />

L ↑ + F r ) L ↓ + F r)<br />

L ↑ + F r)<br />

L ↓ ( 24 )<br />

1 (<br />

2 (<br />

3 (<br />

+<br />

6<br />

4 (<br />

+<br />

6<br />

A solução do probl<strong>em</strong>a é obti<strong>da</strong> explorando as proprie<strong>da</strong>des de simetria do<br />

Hamiltoniano<br />

como<br />

&<br />

Ĥ o , que comuta com o momento angular total Ĵ , e a pari<strong>da</strong>de Πˆ , definidos<br />

&<br />

&<br />

ˆ ˆ<br />

J = L +<br />

!<br />

2<br />

Σˆ ,<br />

⎡-<br />

Pˆ<br />

⊗ I<br />

Πˆ<br />

= ⎢<br />

⎢⎣<br />

0<br />

&<br />

⎡σˆ<br />

Σ ˆ = ⎢<br />

⎣0<br />

0 ⎤<br />

&<br />

⎥<br />

Pˆ<br />

⊗ I ⎥⎦<br />

0⎤<br />

σˆ<br />

⎥<br />

⎦<br />

( 25 )<br />

Aqui Pˆ é o operador in<strong>versão</strong> espacial ( Pˆ f(x) = f(−x) = f(x) se f é par e<br />

Pˆ f(x) = f(−x) = −f(x) se f é impar). A d<strong>em</strong>onstração que Ĥ ou<br />

Ĥ o comuta com Πˆ foi feita<br />

com aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> eq. 19. O operador pari<strong>da</strong>de está assim construído para levar <strong>em</strong> consideração<br />

as pari<strong>da</strong>des opostas do “band-edge” <strong>da</strong>s funções de Bloch <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de valência e<br />

condução, sendo a pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s F a mesma <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> total Ψ (r &<br />

)<br />

. Portanto,<br />

&<br />

procurar<strong>em</strong>os auto-estados comuns dos operadores momento angular total Ĵ<br />

e pari<strong>da</strong>de Πˆ .<br />

blocos do<br />

&<br />

Para provar que Ĵ comuta com o Hamiltoniano, verificar<strong>em</strong>os que Ĵ<br />

Ĥ o , com<br />

o<br />

d<br />

nd<br />

comuta com os<br />

Hˆ = Hˆ<br />

+ Hˆ<br />

, onde o subíndice d indica a parte diago<strong>na</strong>l e nd a parte<br />

não diago<strong>na</strong>l de<br />

Ĥ o .<br />

&<br />

Ĥ d comuta com Ĵ<br />

já que<br />

Ĥ d α ∇ 2 &<br />

e o Laplaciano comuta com Ĵ .<br />

125


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Para<br />

onde<br />

Ĥ nd usamos a relação<br />

& 1<br />

σˆ<br />

⋅ pˆ<br />

=<br />

2<br />

r<br />

&<br />

&<br />

&<br />

( σˆ<br />

⋅ r )(ˆ σ ⋅ r)( σˆ<br />

⋅ pˆ)<br />

=<br />

e r<br />

&<br />

⎛ ˆ ⎞<br />

&<br />

⎜ iσˆ<br />

⋅ L<br />

e ⋅ pˆ<br />

+ ⎟<br />

r<br />

⎜ r ⎟<br />

⎝<br />

⎠<br />

( 26 )<br />

( σˆ<br />

⋅ )<br />

&<br />

e r<br />

r = .<br />

r<br />

A eq. 26 é uma generalização <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de<br />

&<br />

&<br />

&<br />

& &<br />

&<br />

&<br />

&<br />

( σ ˆ ⋅ A)(ˆ<br />

σ ⋅ B)<br />

= A ⋅ B I + iσˆ ( A×<br />

B)<br />

. Os auto-estados de Ĵ<br />

pod<strong>em</strong> ser escritos <strong>em</strong> forma de<br />

j,<br />

m<br />

“spinor” < para j = l ± 1/2 como [Merzbacher (1970)]<br />

l<br />

⎛<br />

m − 1<br />

⎞<br />

⎜±<br />

± + 1 2<br />

j,m<br />

l ±<br />

⎟<br />

=<br />

1<br />

1<br />

2 ,m<br />

l m<br />

2Yl<br />

< 1 ( ϕ,<br />

θ)<br />

< l ( ϕ,<br />

θ)<br />

=<br />

2<br />

+<br />

⎜<br />

m + 1<br />

2 1<br />

⎟<br />

( 27 )<br />

j #<br />

l<br />

⎝ l # m + 1 2<br />

2Yl<br />

⎠<br />

sendo os Y l m os harmônicos esféricos e o “spinor” significa o spin é<br />

ˆ<br />

o fato que < ˆ 2 ˆ2<br />

( ˆ ) ( ˆ 2<br />

σ ⋅ L<br />

&<br />

= J − L − S ) < obt<strong>em</strong>os que<br />

&<br />

ˆ<br />

( σˆ<br />

⋅ L)<br />

&<br />

ˆ<br />

( σˆ<br />

⋅ L)<br />

<<br />

<<br />

j, m<br />

j-1/2<br />

=<br />

j, m<br />

j + 1/2 = − +<br />

j, m<br />

( j −1/2)<br />

< j-1/2<br />

j, m<br />

( j 3/2) <<br />

j + 1/2<br />

⎛↑ ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

. Usando aqui<br />

⎝↓⎠<br />

( 28 )<br />

Também usamos que<br />

ˆ<br />

< −<<br />

j,m<br />

σ ⋅ r )<br />

j ± 1<br />

2<br />

j,m<br />

j 1<br />

2<br />

( =<br />

#<br />

e ( 29 )<br />

Desta forma, quando aplicamos a parte não diago<strong>na</strong>l do H (H nd ) sobre a função de<br />

on<strong>da</strong> F do tipo<br />

F<br />

Œ<br />

j,m<br />

⎡ f ( r)<br />

<<br />

( r)<br />

= ⎢<br />

⎢⎣<br />

F(<br />

r)<br />

<<br />

j,m<br />

j -1/2<br />

j ,m<br />

j + 1/2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

( 30 )<br />

126


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

<strong>em</strong> função dos blocos, usando que<br />

&<br />

&<br />

&<br />

p ˆ ˆ<br />

= ! k = −i!<br />

∇ e que<br />

=< e<br />

j,m<br />

x<br />

j + 1 2<br />

=<<br />

j,m<br />

y<br />

j − 1 2<br />

Hˆ<br />

nd<br />

⎡ 0<br />

= ⎢ &<br />

⎣σˆ<br />

⋅ pˆ<br />

&<br />

σˆ<br />

⋅ pˆ<br />

⎤<br />

⎥ ⇒<br />

0<br />

⎦<br />

Hˆ<br />

nd<br />

⎡x⎤<br />

⎡<br />

⎢ ⎥ = ⎢<br />

⎣y⎦<br />

⎣<br />

&<br />

( σˆ<br />

⋅ pˆ<br />

)<br />

&<br />

( σˆ<br />

⋅ pˆ<br />

)<br />

⎡<br />

y⎤<br />

⎢<br />

⎥ = ⎢<br />

x<br />

⎦ ⎢<br />

⎣<br />

( σˆ<br />

⋅ e )<br />

r<br />

( σˆ<br />

⋅ e )<br />

r<br />

&<br />

⎜<br />

⎛ pˆ<br />

⋅ e<br />

⎝<br />

&<br />

⎜<br />

⎛ pˆ<br />

⋅ e<br />

⎝<br />

r<br />

r<br />

&<br />

+ iσˆ<br />

ˆ<br />

⋅ L⎞<br />

⎤<br />

⎟ y<br />

⎠ ⎥ ⎡k<br />

⎥ =<br />

& ⎢<br />

+ iσˆ<br />

ˆ<br />

⋅ L⎟ ⎞ x⎥<br />

⎣k<br />

⎠ ⎦<br />

1<br />

2<br />

( σˆ<br />

⋅ er<br />

) y⎤<br />

⎡−<br />

k1<br />

x ⎤<br />

=<br />

( σˆ<br />

⋅ e ) x<br />

⎥ ⎢<br />

− k y<br />

⎥ ⎦<br />

r<br />

⎦<br />

⎣<br />

2<br />

( 31 )<br />

e como<br />

ˆ& ⎡x⎤<br />

⎡k<br />

J ⎢ ⎥ = ⎢<br />

⎣y⎦<br />

⎣k<br />

3<br />

4<br />

x⎤<br />

y<br />

⎥ , t<strong>em</strong>os que<br />

⎦<br />

⎡Hˆ<br />

⎢⎣<br />

nd<br />

&<br />

ˆ<br />

, ⎤ ⎡x⎤<br />

J = ˆ<br />

⎥⎦<br />

⎢ ⎥ H<br />

⎣y⎦<br />

nd<br />

&<br />

&<br />

ˆ ⎡x⎤<br />

ˆ<br />

J − ˆ<br />

⎢ ⎥ JH<br />

⎣y⎦<br />

nd<br />

⎡x⎤<br />

= ˆ<br />

⎢ ⎥ H<br />

⎣y⎦<br />

nd<br />

⎡k<br />

⎢<br />

⎣k<br />

3<br />

4<br />

&<br />

x⎤<br />

ˆ ⎡−<br />

k1x<br />

⎤ ⎡ − k<br />

⎥ − J ⎢ ⎥ =<br />

y<br />

⎢<br />

⎦ ⎣−<br />

k2<br />

y⎦<br />

⎣−<br />

k<br />

1<br />

2<br />

⋅ k3x<br />

⎤ ⎡ k3<br />

⋅<br />

⎥ −<br />

⋅ k<br />

⎢<br />

4 y⎦<br />

⎣k4<br />

⋅<br />

( − k1<br />

)<br />

( − k )<br />

2<br />

x ⎤<br />

⎥ = 0<br />

y⎦<br />

&<br />

ˆ<br />

Então, ⎡ ˆ , ⎤ ⎡x⎤<br />

H ⎢ ⎥ = 0<br />

⎢⎣ nd J . Desta forma mostramos que j é um bom número quântico.<br />

⎥⎦ ⎣y⎦<br />

Nomeando os auto-vetores pelos números quânticos do momento angular geral j, m e<br />

a pari<strong>da</strong>de π, para um j e m exist<strong>em</strong> duas formas de construir a (r ) , já que pod<strong>em</strong>os<br />

construí-la com pari<strong>da</strong>des distintas<br />

&<br />

F &<br />

F<br />

Œ<br />

j,m<br />

⎡ ifl<br />

(r) <<br />

(r) = ⎢<br />

⎢⎣<br />

fl<br />

+ 1(r)<br />

<<br />

j,m<br />

j -1/2<br />

j ,m<br />

j + 1/2<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

( 32.a )<br />

no caso de π = (-1) l+1<br />

F<br />

Œ<br />

j, m<br />

⎡igl<br />

+ 1(r)<br />

<<br />

(r) = ⎢<br />

⎢⎣<br />

gl<br />

(r) <<br />

j,m<br />

j + 1/2<br />

j ,m<br />

j −1/2<br />

⎤<br />

⎥ ⎥ ⎦<br />

( 32.b )<br />

no caso de π = (-1) l , com < definido como a eq. 27. acima.<br />

127


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Através <strong>da</strong>s equações 18, 23, 32.a e 32.b, pod<strong>em</strong>os obter as equações diferenciais para<br />

o probl<strong>em</strong>a. Ao fazer a substituição, obt<strong>em</strong>os equações acopla<strong>da</strong>s para f l e f l+1 ,<br />

⎪⎧<br />

⎨<br />

⎪⎩<br />

2<br />

E −<br />

2m<br />

⎡<br />

2<br />

d 2 d l ( l + 1) ⎤⎪⎫<br />

⎢ + −<br />

2<br />

2 ⎥⎬<br />

f<br />

⎣dr<br />

r dr r ⎦⎪⎭<br />

E !<br />

2<br />

g !<br />

− ( r ) −<br />

+ 1 ( r)<br />

−<br />

l<br />

l<br />

2<br />

!P ⎡ d l ⎤ ⎪⎧<br />

Eg<br />

!<br />

)<br />

⎢ ⎥<br />

fl<br />

r − ⎨ + E −<br />

m ⎣dr<br />

r ⎦ ⎪⎩<br />

2 2m<br />

P ⎡ d ( l + 2) ⎤<br />

⎢<br />

+<br />

⎣<br />

⎥<br />

f<br />

m dr r ⎦<br />

⎡<br />

2<br />

d 2 d ( l + 1)( l + 2) ⎤⎪⎫<br />

⎢ + −<br />

2<br />

2 ⎥⎬<br />

f<br />

⎣dr<br />

r dr r ⎦⎪⎭<br />

− ( + 1 ( r ) =<br />

+<br />

l<br />

= 0<br />

0<br />

( 33.a )<br />

( 33.b )<br />

e basicamente o mesmo para g l e g l+1 .<br />

Propondo uma solução para as f l como uma combi<strong>na</strong>ção linear de funções de Bessel<br />

esféricas e esféricas modifica<strong>da</strong>s (t<strong>em</strong>os que usar funções b<strong>em</strong> comporta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> orig<strong>em</strong>),<br />

f l (r) = a l j l (kr) + b l i l (kr) ( 34 )<br />

Usando a equação <strong>da</strong>s funções de Bessel esféricas e a equação <strong>da</strong>s funções esféricas<br />

de Bessel modifica<strong>da</strong>s [Abrammowitz e Stegun (1972)]<br />

d<br />

dr<br />

d<br />

dr<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

f<br />

f<br />

l ( kr)<br />

l ( λr)<br />

2<br />

+<br />

r<br />

2<br />

+<br />

r<br />

d<br />

dr<br />

d<br />

dr<br />

f<br />

l ( kr)<br />

f<br />

l ( λr<br />

)<br />

⎡ 2 l ( l + 1) ⎤<br />

+<br />

⎢<br />

k −<br />

2<br />

⎣<br />

⎥<br />

f<br />

r ⎦<br />

⎡ 2 l ( l + 1) ⎤<br />

− ⎢λ<br />

+<br />

2<br />

⎣<br />

⎥<br />

f<br />

r ⎦<br />

l ( kr)<br />

l ( λr)<br />

= 0<br />

= 0<br />

( 35 )<br />

e as relações de recorrência para as funções de Bessel esféricas e funções esféricas de<br />

Bessel modifica<strong>da</strong>s<br />

d<br />

j<br />

dr<br />

d<br />

j<br />

dr<br />

d<br />

i<br />

dr<br />

d<br />

i<br />

dr<br />

l ( kr)<br />

= j l(<br />

kr)<br />

− k j l + 1 ( kr)<br />

l ( kr)<br />

l ( λr)<br />

l ( λr)<br />

l<br />

r<br />

= k<br />

= λi<br />

= λi<br />

j<br />

l -1 ( kr)<br />

l + 1 ( λr)<br />

l -1 ( λr)<br />

( l + 1)<br />

−<br />

r<br />

l<br />

+ i l ( λr<br />

)<br />

r<br />

( l + 1)<br />

− i<br />

r<br />

j<br />

l(<br />

kr)<br />

l(<br />

λr)<br />

( 36 )<br />

( 37 )<br />

128


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Inserindo a eq. 34 <strong>na</strong> eq. 33.a e 33.b, e usando as eq. 35 e as relações de recorrência<br />

eq. 36 e 37, chegamos a<br />

⎡⎛<br />

E<br />

2 2<br />

2 2<br />

g ! ⎞<br />

⎤ ⎡⎛<br />

⎞<br />

⎢⎜<br />

k !<br />

⎟<br />

Pk<br />

Eg<br />

! !<br />

1⎥<br />

( ) + ⎢⎜<br />

⎟<br />

E + −<br />

−<br />

2 2<br />

a<br />

− −<br />

− l a l+<br />

j l kr E<br />

−<br />

⎢⎣<br />

2 2<br />

b l<br />

⎢⎣<br />

⎝ m ⎠ m ⎥⎦<br />

⎝ m ⎠ m<br />

P<br />

− b l+<br />

1<br />

⎤<br />

⎥ i<br />

⎥⎦<br />

( r )<br />

l<br />

= 0<br />

( 38.a )<br />

para as funções de pari<strong>da</strong>de π = (−1) l+1 , e,<br />

⎡⎛<br />

E<br />

2 2<br />

2 2<br />

g ! k ⎞ ! Pk ⎤ ⎡⎛<br />

E<br />

⎞<br />

1<br />

1 )<br />

1<br />

2 2<br />

(<br />

g ! !<br />

⎢⎜<br />

⎟ + ⎥ + ⎢⎜<br />

⎟<br />

E +<br />

a<br />

+ − −<br />

+ l+<br />

a l j l+<br />

kr E<br />

+<br />

⎢⎣<br />

2 2<br />

b l+<br />

⎢⎣<br />

⎝ m ⎠ m ⎥⎦<br />

⎝ m ⎠ m<br />

P<br />

+ b l ⎥ i l+<br />

1 (<br />

⎤<br />

⎥⎦<br />

U<br />

)<br />

= 0<br />

( 38.b )<br />

para as funções de pari<strong>da</strong>de π = (−1) l+1 .<br />

Como as funções j l e i l são linearmente independentes, ca<strong>da</strong> um dos coeficientes que<br />

multiplicam as funções deve ser zero<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

g<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

para as funções <strong>da</strong> eq. 38.a, e<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

− E +<br />

2m<br />

2<br />

−<br />

⎞<br />

⎟<br />

a<br />

⎠<br />

2 2<br />

! λ ⎞<br />

− E − ⎟<br />

−<br />

2<br />

b<br />

m ⎠<br />

l<br />

l<br />

! Pk<br />

− a<br />

m<br />

! Pλ<br />

− b<br />

m<br />

l+<br />

1<br />

l+<br />

1<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

( 39.a )<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

g<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

+ E +<br />

2m<br />

2<br />

+<br />

⎞<br />

⎟<br />

a<br />

⎠<br />

2 2<br />

! λ ⎞<br />

+ E − ⎟<br />

+<br />

2<br />

b<br />

m ⎠<br />

l+<br />

1<br />

l+<br />

1<br />

! Pk<br />

+ a<br />

m<br />

! Pλ<br />

− b<br />

m<br />

l<br />

l<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

para as funções <strong>da</strong> eq. 38.b.<br />

Substituindo os c l+1 <strong>em</strong> função dos c l , chegamos às equações de dispersão<br />

( 39.b )<br />

⎛ E<br />

⎜<br />

⎝ 2<br />

g<br />

⎛ E<br />

⎜<br />

⎝ 2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

− E +<br />

2m<br />

2<br />

2<br />

! λ<br />

− E −<br />

2m<br />

−<br />

2<br />

−<br />

⎞⎛<br />

E<br />

⎟⎜<br />

⎠⎝<br />

2<br />

g<br />

⎞⎛<br />

E<br />

⎟⎜<br />

⎠⎝<br />

2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

+ E +<br />

2m<br />

2<br />

2<br />

! λ<br />

+ E −<br />

2m<br />

+<br />

2<br />

+<br />

⎞<br />

⎟<br />

+<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎟<br />

−<br />

⎠<br />

!<br />

!<br />

2<br />

2<br />

P<br />

m<br />

2<br />

2<br />

2<br />

P k<br />

2<br />

m<br />

λ<br />

2<br />

2<br />

= 0<br />

= 0<br />

( 40 )<br />

129


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Daí obt<strong>em</strong>os facilmente E(k) para a ban<strong>da</strong> de valência ( − ) e condução ( + ),<br />

E<br />

±<br />

1<br />

k = ⎢γk<br />

± Eg<br />

+ αk<br />

+ β k<br />

( 41 )<br />

2 ⎣<br />

⎡ 2<br />

2 2 2 2 ⎤<br />

() ( )<br />

⎥ ⎦<br />

sendo os parâmetros α, β e γ definidos como<br />

α =<br />

2<br />

!<br />

2<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

1<br />

m<br />

+<br />

1<br />

+<br />

m<br />

−<br />

⎞<br />

⎟ ,<br />

⎠<br />

2!P<br />

β = ,<br />

m<br />

e<br />

2<br />

! ⎛ 1 1<br />

γ = ⎜ −<br />

− +<br />

2 ⎝ m m<br />

relação entre k e λ<br />

⎞<br />

⎟ . Forçando a condição E(k) = E(λ) para um estado <strong>da</strong>do, obt<strong>em</strong>os a<br />

⎠<br />

λ () k =<br />

±<br />

2αE<br />

g<br />

+ β<br />

2<br />

+<br />

2 2<br />

( α − γ )<br />

α<br />

2<br />

− γ<br />

2<br />

k<br />

2<br />

+ 4γE<br />

±<br />

( k )<br />

( 42 )<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, impondo a condição de contorno, eq. 23, e usando os coeficientes <strong>da</strong>s<br />

eq. 39.a, ou seja, resolvendo o sist<strong>em</strong>a quatro por quatro<br />

a l j l (ka) + b l i l (ka) = 0<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

g<br />

⎡⎛<br />

E<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

− E +<br />

2m<br />

2<br />

−<br />

⎞<br />

⎟<br />

a<br />

⎠<br />

2 2<br />

! λ ⎞<br />

− E − ⎟<br />

−<br />

2<br />

b<br />

m ⎠<br />

l<br />

l<br />

! Pk<br />

− a<br />

m<br />

! Pλ<br />

− b<br />

m<br />

a l+1 j l+1 (ka) + b l+1 i l+1 (ka) = 0<br />

l+<br />

1<br />

l+<br />

1<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

⎤<br />

⎥ = 0<br />

⎥⎦<br />

( 43 )<br />

para as funções de pari<strong>da</strong>de π = (-1) l+1 chegamos a<br />

ρ ± ( k ) l + 1 ( l λ ± ± l l + 1 ( ± a =<br />

j ka)<br />

i ( a)<br />

− µ ( k ) j ( ka)<br />

i λ ) 0<br />

( 44.a )<br />

Similarmente para as funções de pari<strong>da</strong>de π = (-1) l ( agora usando eq. 23 e eq. 39.b )<br />

obt<strong>em</strong>os<br />

j ( ka)<br />

i ( λ ±<br />

a)<br />

+ µ<br />

±<br />

( k ) ( ka)<br />

( λ a<br />

+<br />

j<br />

+<br />

i ) 0<br />

( 44.b )<br />

O O <br />

O O<br />

ρ<br />

±<br />

( k )<br />

±<br />

=<br />

130


&<br />

&<br />

&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

sendo as funções ρ e µ defini<strong>da</strong>s como<br />

µ<br />

± ( k )<br />

± ( k )<br />

=<br />

2<br />

[ Eg<br />

+ ( α + γ)<br />

k − 2E<br />

± ( k )]/<br />

βk<br />

2<br />

[ E − ( α + γ)<br />

λ ( k ) − 2E<br />

( k )]/<br />

βλ ( k )<br />

ρ =<br />

( 45 )<br />

g<br />

±<br />

±<br />

±<br />

Daqui, o probl<strong>em</strong>a se resolve numericamente. Para isto fiz<strong>em</strong>os um programa no<br />

Excel, que, utilizando as funções auxiliares ( ka)<br />

, i ( λ a)<br />

, λ ( ka)<br />

, ρ ( k ) µ ( k ) , força as eq. 44.a e<br />

±<br />

j l l ± ±<br />

,<br />

±<br />

44.b a ser<strong>em</strong> igual a zero <strong>em</strong> função do parâmetro k, obtendo assim as energias eq. 41 dos<br />

níveis dos PQ.<br />

O programa começa com um valor de k, e com ele calculam-se E, λ, ρ, µ, as j<br />

O<br />

e as i<br />

O<br />

e<br />

o valor <strong>da</strong> eq. 44.a ou 44.b. Em forma esqu<strong>em</strong>ática, o processo é realizado <strong>da</strong> seguinte forma<br />

k →<br />

↓<br />

j<br />

( ka)<br />

l<br />

ρ<br />

E<br />

± ( k )<br />

± ( k , E±<br />

( k ))<br />

l ( λ ± a)<br />

↓<br />

→<br />

± ( k , E±<br />

( k ))<br />

µ<br />

λ<br />

↓<br />

→<br />

± ( k,<br />

E±<br />

( k ),<br />

λ ± ( k ))<br />

i<br />

⎫<br />

⎪<br />

⎬<br />

⎪<br />

⎪<br />

⎭<br />

eq. 44.a<br />

ou 44.b<br />

Com uma roti<strong>na</strong> de minimização (macro), o Excel varia k até a equação deseja<strong>da</strong> se<br />

anule.<br />

As regras de seleção (transições ópticas permiti<strong>da</strong>s) são determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s pelo el<strong>em</strong>ento<br />

de matriz<br />

M<br />

2<br />

= ˆ<br />

( 46 )<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

c, v<br />

Ψc<br />

( r)<br />

e ⋅ p Ψv<br />

( r )<br />

onde e representa a polarização <strong>da</strong> luz, Ψ (r ) e Ψ (r ) as funções de on<strong>da</strong> totais para<br />

a ban<strong>da</strong> de valência e condução. As transições permiti<strong>da</strong>s são (ver apêndice 4) as que<br />

satisfaz<strong>em</strong><br />

∆j = 0, +/−1, π F<br />

π Y<br />

= −1 ( 47 )<br />

c<br />

v<br />

A fig. 1 mostra os níveis de energia obtidos para PQ de PbS, resultados iguais aos dos<br />

autores Kang e Wise [Kang e Wise (1997)]. Na fig. 2, apresentamos os níveis de energia<br />

obtidos para PQ de PbTe.<br />

131


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Energia ( eV )<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

-2<br />

j = 5/2, π = +1<br />

j = 5/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 5/2, π = +1<br />

( a )<br />

Energia ( eV )<br />

3.0<br />

2.5<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

0.5<br />

( b )<br />

j = 5/2, π = -1<br />

-3<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

Radio ( nm )<br />

0.0<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

Radio ( nm )<br />

Figura 1: Cálculo <strong>da</strong>s energias dos pontos quânticos de PbS. a. cálculo dos níveis <strong>em</strong> função<br />

do raio; b. transições permiti<strong>da</strong>s segundo as regras de transição. Notar o grande conjunto de linhas<br />

para os estados excitados.<br />

3<br />

2<br />

( a )<br />

j = 5/2, π = +1<br />

j = 5/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

3.0<br />

2.5<br />

( b )<br />

Energia ( eV )<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

Energia ( eV )<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

-2<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 5/2, π = +1<br />

0.5<br />

j = 5/2, π = -1<br />

-3<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

Radio ( nm )<br />

0.0<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

Radio ( nm )<br />

Figura 2: Cálculo <strong>da</strong>s energias dos pontos quânticos de PbTe. a. cálculo dos níveis <strong>em</strong><br />

função do raio; b. transições permiti<strong>da</strong>s segundo as regras de transição. Notar que t<strong>em</strong>os um conjunto<br />

grande de linhas para os estados excitados.<br />

132


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Os pontos que merec<strong>em</strong> destaque são:<br />

• Existe uma grande diferença entre os materiais PbS, PbSe e PbTe, já que a anisotropia<br />

é muito maior no último. O quociente entre as massas longitudi<strong>na</strong>l e transversal para o<br />

PbTe é ≈ 10. Para PbS e PbSe não é maior que 3. O efeito <strong>da</strong> anisotropia nos estados<br />

excitados não é desprezível, obtendo correções <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 10meV para PbS ou<br />

PbSe;<br />

• Os resultados obtidos para o estado fun<strong>da</strong>mental não coincid<strong>em</strong> para os pontos<br />

quânticos estu<strong>da</strong>dos de PbTe. Os valores obtidos pelo método<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p são maiores que<br />

os valores observados. Já era sabido que a aproximação esférica não forneceria os<br />

valores corretos no caso de PbTe, onde a anisotropia <strong>da</strong>s massas chega até 10 vezes;<br />

Para tentar explicar o espectro de energia dos pontos quânticos à t<strong>em</strong>peratura<br />

ambiente, realizamos um novo cálculo que leva <strong>em</strong> conta a anisotropia do material. O cálculo<br />

começa com o mesmo Hamiltoniano <strong>da</strong> eq. 18, mas não far<strong>em</strong>os aproximação alguma no<br />

mesmo.<br />

133


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Calculo anisotrópico<br />

Na seção anterior apresentamos um cálculo dos níveis de energia para PQ de PbX<br />

(X = S, Se, Te) partindo <strong>da</strong> aproximação esférica (aproximação para os valores <strong>da</strong>s massas<br />

(m ± ) e os momentos (P l,t ) que permite a resolução a<strong>na</strong>lítica do Hamiltoniano). Nas conclusões<br />

do cálculo apontamos para o fato de que, devido à grande anisotropia do PbTe, os erros<br />

poderiam ser consideráveis. L<strong>em</strong>brando que a teoria de perturbações apresenta resultados de<br />

vali<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong>, decidimos realizar o cálculo completo do Hamiltoniano s<strong>em</strong><br />

aproximações, numericamente [Tudury et al (2000)].<br />

Como foi apresentado anteriormente, o Hamiltoniano completo (s<strong>em</strong> aproximações) é<br />

escrito como<br />

L<br />

−<br />

6<br />

↑<br />

L<br />

−<br />

6<br />

↓<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↑<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↓<br />

⎡ E g<br />

⎢<br />

⎢ 2<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎣<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

2<br />

t<br />

−<br />

t<br />

0<br />

!<br />

Pl<br />

k<br />

m<br />

x<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

z<br />

+ ik )<br />

y<br />

2<br />

z<br />

−<br />

l<br />

E<br />

2<br />

g<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

0<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

2<br />

t<br />

−<br />

t<br />

x<br />

!<br />

Pl<br />

k<br />

m<br />

2<br />

! k<br />

+<br />

2m<br />

− ik )<br />

z<br />

y<br />

2<br />

z<br />

−<br />

l<br />

!<br />

Pl<br />

k<br />

m<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

x+<br />

ik<br />

y<br />

)<br />

m<br />

2 2 2<br />

E<br />

g ! k<br />

t<br />

! k<br />

z<br />

− − −<br />

+<br />

+<br />

2 2m<br />

2m<br />

0<br />

t<br />

z<br />

l<br />

2<br />

E<br />

g<br />

−<br />

2<br />

!<br />

Pt<br />

( k<br />

m<br />

x<br />

!<br />

− Pl<br />

k<br />

m<br />

0<br />

2<br />

! k<br />

−<br />

2m<br />

− ik )<br />

2<br />

t<br />

+<br />

t<br />

z<br />

y<br />

2<br />

! k<br />

−<br />

2m<br />

2<br />

z<br />

+<br />

l<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎥<br />

⎦<br />

( 48 )<br />

Os valores dos parâmetros estão apresentados <strong>na</strong> tabela 1. A base escolhi<strong>da</strong> para<br />

realizar o cálculo completo é uma combi<strong>na</strong>ção de funções com a simetria do topo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong><br />

de valência L + 6 e do fundo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de condução L - 6, degenera<strong>da</strong>s <strong>em</strong> spin.<br />

Ψ(r,σ) = F 1 (r) |L 6 + ↑(r,σ)> + F 2 (r) |L 6 + ↓(r,σ)> + F 3 (r) |L 6 - ↑(r,σ)> + F 4 (r) |L 6 - ↓(r,σ)> ( 49 )<br />

&<br />

onde F<br />

= ( F 1 , F 2 , F 3 , F 4 ) pode ser escrita como<br />

⎛<br />

m r ⎞<br />

⎜ ∑c1,<br />

n,<br />

lΥl<br />

( rˆ)<br />

j0<br />

( nπ<br />

) ⎟<br />

⎜ n,<br />

l<br />

R<br />

&<br />

⎟<br />

⎛ F1<br />

( r)<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎜<br />

m+<br />

1 r ⎟<br />

&<br />

2, , ( ˆ) 0 ( )<br />

2<br />

( ) ⎜∑<br />

c lΥl<br />

r j nπ<br />

&<br />

⎜ F r ⎟<br />

n<br />

⎟<br />

n,<br />

l<br />

R<br />

( 50 )<br />

F = ⎜<br />

& = ⎜<br />

⎟<br />

F3<br />

( r)<br />

⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎜<br />

m r<br />

3, , Υ ( ˆ) 0 ( π ) ⎟<br />

( )<br />

⎜ ∑c<br />

n λ λ<br />

r j n<br />

&<br />

⎟<br />

n,<br />

λ<br />

⎝ F4<br />

r<br />

R<br />

⎠ ⎜<br />

⎟<br />

m+<br />

1 r<br />

⎜∑c4,<br />

, Υ ( ˆ) 0 ( π )<br />

⎟<br />

n λ λ<br />

r j n<br />

⎝ n,<br />

λ<br />

R ⎠<br />

134


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

As diferenças principais <strong>da</strong> F<br />

utiliza<strong>da</strong> neste cálculo (compara<strong>da</strong> com a do cálculo<br />

esférico), são que para descrever um material com alta anisotropia de massas como o PbTe é<br />

melhor utilizar não só um esférico harmônico, mas uma série deles. O mesmo se aplica para a<br />

parte radial <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong>, onde utilizamos a base <strong>completa</strong> dos n zeros <strong>da</strong> função j o de<br />

Bessel. Usando esta base de funções radiais cumprimos automaticamente a condição de<br />

contorno, porque <strong>em</strong> r = R, j o (nπ) = sin (nπ)/(nπ) = 0.<br />

Aqui t<strong>em</strong>os que (−1) l = −(−1) λ ou seja, l é somado nos números pares (ímpares)<br />

enquanto λ é somado nos ímpares (pares) garantindo a diferença de pari<strong>da</strong>de entre os dois<br />

&<br />

blocos. O auto-vetor tipo Dirac F<br />

operador Πˆ<br />

, não é auto-estado do operador pari<strong>da</strong>de Pˆ , mas é do<br />

⎡Pˆ<br />

0 0 0 ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎢ Pˆ<br />

Π ˆ 0 0 0<br />

=<br />

⎥<br />

( 51 )<br />

⎢ 0 0 − Pˆ<br />

0 ⎥<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎢⎣<br />

0 0 0 − Pˆ<br />

⎥⎦<br />

&<br />

tendo autovalores +1 e –1. O auto-vetor tipo Dirac F<br />

não é autovalor do<br />

Lˆ z , mas é<br />

do<br />

Ĵ z<br />

⎡Lˆ<br />

1/ 2 0 0 0 ⎤<br />

z +<br />

⎢<br />

ˆ<br />

⎥<br />

ˆ ⎢ 0 Lz<br />

−1/<br />

2 0 0<br />

J ⎥<br />

z =<br />

( 52 )<br />

⎢ 0 0 Lˆ<br />

+ 1/ 2 0 ⎥<br />

z<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎢ 0 0 0 ˆ<br />

⎣<br />

Lz<br />

−1/<br />

2⎥⎦<br />

tendo autovalores m + ½. Devido à re<strong>versão</strong> t<strong>em</strong>poral, os auto-estados de energia são<br />

degenerados por Kramers. Obt<strong>em</strong>os o Kramers partner do estado <strong>da</strong> eq. 52 aplicando o<br />

operador Kˆ<br />

verificar que<br />

⎡ 0 − K 0 0 ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

ˆ ⎢<br />

K 0 0 0<br />

Κ =<br />

⎥<br />

( 53 )<br />

⎢ 0 0 0 − K⎥<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ 0 0 K 0 ⎦<br />

onde Kˆ é o operador complexo conjugado, Kˆ Y l m = Y* l m = (−1) m Y l m . Pod<strong>em</strong>os<br />

Ĵ z F = ( m + ½ ) F, então<br />

Ĵ z Kˆ F = ( m + ½ ) K F.<br />

135


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

Escrevendo os operadores momento do Hamiltoniano <strong>em</strong> coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s esféricas<br />

∂<br />

∂ z<br />

=<br />

4 0 ∂<br />

−1<br />

1 −<br />

− + Υ1<br />

L+<br />

π<br />

Υ<br />

3<br />

∂ r<br />

2π<br />

1 1<br />

( Υ1<br />

L<br />

3 r<br />

)<br />

( 54 )<br />

∂ ∂<br />

±<br />

∂ x ∂ y<br />

8π<br />

⎡ ± 1 ∂ 1 ± 1<br />

⎤<br />

= ⎢Υ<br />

+ Υ ± 1 0<br />

# 1 ( 1 Lz<br />

Υ1<br />

L±<br />

)<br />

3<br />

⎥<br />

( 55 )<br />

⎣ ∂ r r<br />

2 ⎦<br />

onde L z , L ± são os operadores momento angular usuais <strong>da</strong>dos nos livros texto de<br />

mecânica quântica. Aplicando o Hamiltoniano <strong>na</strong> base <strong>da</strong> eq. 50 leva a um conjunto de<br />

equações lineares homogêneas para os coeficientes c i,n,l cujos autovalores estamos<br />

procurando. A dimensão <strong>da</strong> matriz d é <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo número de coeficientes c i,n,l , que depend<strong>em</strong><br />

dos números quânticos n, l, e m sendo l maior do que m. Para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> pari<strong>da</strong>de, d = n ( 3 +<br />

2[l/2] + 2 [(l−1)/2] – 2m ), usando a notação: [l/2] = int [l/2]. A matriz secular é simétrica e a<br />

diago<strong>na</strong>lização foi feita usando o método de redução Householder para formas tridiago<strong>na</strong>is.<br />

As seis integrais radiais necessárias para calcular os el<strong>em</strong>entos de matriz estão no apêndice 7.<br />

Os produtos dos esféricos harmônicos pod<strong>em</strong> ser obtidos utilizando os coeficientes de<br />

Clebsch-Gordon, reproduzidos no apêndice 7.<br />

A força do oscilador é obti<strong>da</strong> para as transições diretas interban<strong>da</strong> utilizando<br />

f<br />

i<br />

2<br />

=<br />

2<br />

=<br />

m E<br />

+<br />

o<br />

Ψ<br />

i<br />

c<br />

& &<br />

() r eˆ<br />

pˆ<br />

&<br />

⋅ Ψ () r<br />

∫<br />

m<br />

& ⎧<br />

dr ⎨<br />

⎩<br />

c & * &<br />

[ ()] ( ˆ ˆ v &<br />

F r e ⋅ p) F () r<br />

&<br />

( ˆ c & * v & c & * v & c & * v & c & * v &<br />

eˆ<br />

⋅ p) P ([ F () r ] F () r + [ F () r ] F () r − [ F () r ] F () r − [ F () r ] F () r )} 2<br />

l<br />

1<br />

o<br />

E<br />

4<br />

∑<br />

i<br />

i=<br />

1<br />

v<br />

i<br />

3<br />

2<br />

3<br />

i<br />

1<br />

2<br />

4<br />

4<br />

2<br />

( 56 )<br />

onde ê representa a polarização <strong>da</strong> luz, E i é a energia de transição,<br />

& &<br />

= !<br />

pˆ<br />

ˆ<br />

k , Pl é o<br />

el<strong>em</strong>ento de matriz momento longitudi<strong>na</strong>l, definido <strong>na</strong> tabela 1 e ψ c,v é a função de on<strong>da</strong> total<br />

do elétron, eq. 49. Os índices c, v significam ban<strong>da</strong> de condução e valência respectivamente.<br />

Só as transições entre estados de pari<strong>da</strong>de distinta são permitidos <strong>em</strong> transições ópticas.<br />

136


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Resultados<br />

Comparamos o novo cálculo com o apresentado <strong>na</strong>s pági<strong>na</strong>s anteriores (Hamiltoniano<br />

isotrópico) e apresentamos o resultado <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de energia <strong>na</strong> fig. 3. Todos os cálculos<br />

foram feitos usando os parâmetros correspondentes à t<strong>em</strong>peratura de 300K. Os resultados<br />

mostram que os efeitos de confi<strong>na</strong>mento quântico aumentam quando se vai de PbS a PbSe a<br />

PbTe. Isto é esperado, já que o raio de Bohr do éxciton cresce <strong>da</strong> mesma forma (a B (PbS) <<br />

a B (PbSe) < a B (PbTe)). Não perceb<strong>em</strong>os diferença nos resultados de PbS, mas para PbSe já<br />

se perceb<strong>em</strong> diferenças dos resultados nos estados excitados. Para PbTe a discrepância é<br />

visível até no estado fun<strong>da</strong>mental.<br />

3<br />

(a)<br />

3<br />

(b)<br />

2<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

2<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

Energia ( eV )<br />

1<br />

0<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

Energia ( eV )<br />

1<br />

0<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

-1<br />

-1<br />

-2<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

-2<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 3/2, π = -1<br />

-3<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R ( nm )<br />

-3<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R ( nm )<br />

3<br />

2<br />

j = 3/2, π = +1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

(c)<br />

Energia ( eV )<br />

1<br />

0<br />

-1<br />

j = 1/2, π = -1<br />

j = 1/2, π = +1<br />

Figura 3: Ban<strong>da</strong>s de energia dos<br />

compostos PbX; a. X=S, b. X=Se, c. X=Te<br />

compara<strong>da</strong>s com o cálculo isotrópico. Notar a<br />

maior diferença nos estados excitados.<br />

j = 1/2, π = -1<br />

-2<br />

j = 3/2, π = -1<br />

-3<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R ( nm )<br />

137


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

A convergência <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> é mais lenta para alta anisotropia, estados<br />

excitados e maior confi<strong>na</strong>mento, mas o método é convergente mesmo nos casos extr<strong>em</strong>os.<br />

Como ex<strong>em</strong>plo, considerando o raio menor e a anisotropia maior (PQ PbTe, R = 1nm), a<br />

convergência é alcança<strong>da</strong> <strong>na</strong>s três primeiras ban<strong>da</strong>s de valência e condução usando d = 210<br />

(n = l = 10). Na fig. 4 apresentamos um gráfico que mostra a convergência dos níveis de<br />

energia <strong>em</strong> função <strong>da</strong> dimensão total <strong>da</strong> matriz d.<br />

5.200<br />

5.175<br />

5.150<br />

200<br />

d<br />

100<br />

66<br />

50<br />

Energy ( eV )<br />

4.110<br />

4.105<br />

4.100<br />

3.2238<br />

3.2237<br />

-2.7450<br />

-2.7455<br />

-3.350<br />

-3.355<br />

-3.360<br />

-4.060<br />

-4.095<br />

-4.130<br />

0.000 0.005 0.010 0.015 0.020<br />

1 / d<br />

Figura 4: Níveis de energia de um<br />

ponto quântico de PbTe de 1nm de raio <strong>em</strong><br />

função <strong>da</strong> dimensão <strong>da</strong> matriz usa<strong>da</strong> para fazer<br />

o cálculo. Notar que para d = 150 os níveis<br />

quase não mu<strong>da</strong>m de valor aumentando a<br />

dimensão <strong>da</strong> matriz.<br />

Na fig. 5.a. mostramos o valor <strong>da</strong> transição fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> função do raio do PQ. O<br />

efeito <strong>da</strong> anisotropia <strong>na</strong> posição <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de energia é mostrado <strong>na</strong> fig. 5.b., onde<br />

mostramos a diferença entre o cálculo isotrópico e anisotrópico. Ain<strong>da</strong> que a contribuição<br />

para PbS e PbSe seja peque<strong>na</strong>, é significante no caso de PbTe (∆E = 250meV para R = 1nm).<br />

138


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

2.0<br />

( a )<br />

Energia (eV)<br />

1.5<br />

1.0<br />

0.5<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R (nm)<br />

0.25 ( b )<br />

0.20<br />

∆E (eV)<br />

0.15<br />

0.10<br />

0.05<br />

0.00<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R (nm)<br />

Figura 5: a. Transição fun<strong>da</strong>mental para PQ de PbS (quadrado), PbSe (círculo) e PbTe<br />

(triângulo); b. Diferença <strong>da</strong> primeira transição entre o cálculo anisotrópico e isotrópico (mesmos<br />

símbolos).<br />

A fig. 6 mostra mais claramente o efeito <strong>da</strong> anisotropia, salientando como varia o<br />

espectro de energia para PbTe indo do caso <strong>completa</strong>mente isotrópico ao anisotrópico <strong>em</strong> 6<br />

passos. O gráfico superior mostra o espectro obtido utilizando os parâmetros isotrópicos e o<br />

inferior o espectro anisotrópico. No meio, utilizamos a forma de interpolação p = p esf +<br />

λ ( p real – p esf ) onde p representa qualquer um dos parâmetros usados. Claramente a<br />

anisotropia transforma os valores de energia e força de oscilador.<br />

139


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

λ = 0<br />

p = p iso<br />

+ λ(p true<br />

-p iso<br />

)<br />

λ = 0.2<br />

Força do oscilador (u.a.)<br />

λ = 0.4<br />

Anisotropia<br />

λ = 1<br />

0.75 1.00 1.25 1.50 1.75<br />

Energia ( eV )<br />

Figura 6: Força de oscilador de um PQ de 4nm de raio. De cima para baixo, a<br />

anisotropia aumenta. Os valores de λ são λ = 0, 0.2, 0.4, 0.6, 0.8, 1.<br />

Pode-se perceber que aumentando a anisotropia ( λ ) as transições se abr<strong>em</strong> no<br />

espectro de energia e a força de oscilador é redistribuí<strong>da</strong> <strong>na</strong>s transições.<br />

Na fig. 7 mostramos as transições e força do oscilador com ∆m = 0 para PQ de 4nm<br />

de PbX no caso isotrópico e anisotrópico. As partes a., b., c. refer<strong>em</strong>-se a PbS, PbSe, PbTe<br />

respectivamente. Aqui observamos que no caso de PQ de PbS o cálculo isotrópico é uma boa<br />

aproximação. Para PbSe as diferenças são maiores desde a segun<strong>da</strong> transição e para PbTe<br />

desde a primeira.<br />

140


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

( a )<br />

Força do oscilador ( u.a. )<br />

( b )<br />

( c )<br />

Figura 7: Comparação <strong>da</strong> força<br />

de oscilador de um PQ de 4nm de raio no<br />

modelo isotrópico (parte superior, <strong>em</strong><br />

vermelho) e anisotrópico (parte inferior,<br />

<strong>em</strong> azul) para um PQ de a. PbS, b. PbSe,<br />

c. PbTe.<br />

0.6 0.8 1.0 1.2 1.4<br />

Energia ( eV )<br />

Esta técnica pode ser aplica<strong>da</strong> para PQ não esféricos. A dificul<strong>da</strong>de mat<strong>em</strong>ática <strong>da</strong><br />

condição de contorno de uma superfície elíptica pode ser contor<strong>na</strong><strong>da</strong> fazendo uma mu<strong>da</strong>nça<br />

de escala nos eixos de coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s. No caso mais simples, um elipsóide de revolução (com o<br />

eixo z sendo o eixo de revolução) obla<strong>da</strong> ou prola<strong>da</strong>, esticamos ou encurtamos o eixo z (o<br />

novo eixo z’ = z / a, a = fator de escala), transformando o PQ elipsoi<strong>da</strong>l <strong>em</strong> esférico no novo<br />

sist<strong>em</strong>a de coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s x-y-z’. Isto significa que o operador k z = −i¬ ∂ z t<strong>em</strong> que ser<br />

substituído por k z = k z ’ / a <strong>na</strong> eq. 48. Definindo os parâmetros longitudi<strong>na</strong>is como<br />

±´ m l = a 2 m ± l e V l´ = V l / a , o Hamiltoniano continua sendo o mesmo e o probl<strong>em</strong>a do PQ<br />

elíptico se transforma no do PQ esférico com parâmetros renormalizados. Para ex<strong>em</strong>plificar<br />

este ponto, se começamos com um material isotrópico no espaço recíproco (espaço k),<br />

m ± l = m ± t e V l = V t , com uma excentrici<strong>da</strong>de de 10% (o eixo z é 10% mais comprido que os<br />

eixos x-y), isto é mat<strong>em</strong>aticamente equivalente ao probl<strong>em</strong>a de um PQ esférico com<br />

parâmetros m l ’ = 1.21 m t e V l ’ = 0.91 V t . Assim, a anisotropia no espaço real foi transferi<strong>da</strong><br />

para o espaço k. A<strong>na</strong>logamente, uma anisotropia no espaço real de 20% corresponderia a um<br />

PQ esférico com parâmetros m l ’ = 1.44 m t e V l ’ = 0.83 V t . Quer<strong>em</strong>os ressaltar aqui que a<br />

141


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

anisotropia de forma é menor que a apresenta<strong>da</strong> pelos compostos PbX (ver <strong>na</strong> tabela 1), ja<br />

que (m l ’ / m t ) - = 1.96, (m l ’ / m t ) + = 1.36 e (V l ’ / V t ) = 0.73 <strong>em</strong> PbS e (m l / m t ) - = 9.7,<br />

(m l ’ / m t ) + = 14.3 e (V l ’ / V t ) = 0.3 <strong>em</strong> PbTe.<br />

Quanto à vali<strong>da</strong>de do cálculo para descrever o comportamento dos PQ <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura [Olkhovets et al (1998)], pod<strong>em</strong>os dizer que nosso cálculo só inclui a variação<br />

<strong>da</strong> energia do “gap” (E g (T)) e nenhum outro efeito tal como “stress-strain” devido à diferença<br />

de coeficiente de dilatação térmica do PbTe e o vidro (fator independente do tamanho do PQ)<br />

ou outros efeitos incluídos nesse artigo. Na fig. 8 mostramos os resultados do cálculo dos<br />

níveis de energia, onde fica claro que dev<strong>em</strong>os incluir outros efeitos que depend<strong>em</strong> do<br />

tamanho para uma correta explicação do fenômeno observado.<br />

450<br />

400<br />

dE p<br />

/dT (µeV/K)<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

550 o C<br />

535 o C<br />

650 o C<br />

510 o C<br />

Bulk PbTe<br />

QDs PbTe<br />

teórico<br />

Figura 8: Variação <strong>da</strong><br />

posição do pico de absorção <strong>em</strong><br />

função do confi<strong>na</strong>mento quântico<br />

e cálculo <strong>da</strong> variação espera<strong>da</strong>.<br />

0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90<br />

E (T=0)<br />

É importante notar que a parte anisotrópica do Hamiltoniano é incapaz de levantar a<br />

degenerescência do estado fun<strong>da</strong>mental (para ca<strong>da</strong> vale L), já que a degenerescência que<br />

apresenta é a de Krammers (re<strong>versão</strong> t<strong>em</strong>poral) que só pode ser quebra<strong>da</strong> por um campo<br />

magnético. O termo anisotrópico produz um deslocamento rígido dos estados com j = 1/2.<br />

142


&DStWXOR &iOFXOR GRV QtYHLV GH HQHUJLDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

A única resposta que nós encontramos para tentar explicar o fenômeno observado e<br />

apresentado no capítulo 4 é que os PQ sofr<strong>em</strong> um efeito de pressão que faz perder a simetria<br />

entre os quatro vales L (chama<strong>da</strong> de degenerescência de estrela). O resultado é uma variação<br />

do “gap” do PbTe <strong>em</strong> um dos vales e a conseqüente aparição de uma linha extra no espectro<br />

de absorção e PLE. Uma pressão hidrostática aplica<strong>da</strong> <strong>em</strong> PQ esféricos mu<strong>da</strong>ria os vales L<br />

por igual, e <strong>em</strong> conseqüência, não haveria quebra de degenerescência. Mas se aplicamos<br />

pressão uniaxial, os vales L sofreriam efeitos de pressão diferentes por estar<strong>em</strong> <strong>em</strong> direções<br />

diferentes, tendo como resultado uma quebra <strong>da</strong> degenerescência de estrela. O mesmo efeito<br />

é observado se aplicamos uma pressão hidrostática <strong>em</strong> PQ que não sejam esféricos. Uma<br />

quebra <strong>da</strong> degenerescência entre os 4 vales L poderia explicar os fenômenos observados<br />

experimentalmente. Um ponto levantado pelo “referee” do artigo submetido ao Phys. Rev. B<br />

foi o fato que o próprio PQ mistura os 4 vales L quebrando a degenerescência, e que esse<br />

efeito poderia ser grande. Com o auxilio do Prof. L.G. Ferreira se realizou uma estimativa de<br />

primeiros princípios a respeito dessa mistura dos vales. A conclusão foi que os 4 vales<br />

realmente se misturam, quebrando a degenerescência, e se agrupam num estado tripleto e um<br />

singleto, com uma diferença de energia de ≈ 30meV para PQ com raio de 1nm, caindo<br />

rapi<strong>da</strong>mente, por um fator de 100, quando o raio é duplicado. Como resultado disso, este<br />

efeito é desprezível para os tamanhos de PQ que estu<strong>da</strong>mos.<br />

Ficam como probl<strong>em</strong>as abertos por essa <strong>tese</strong> a explicação do comportamento dos PQ<br />

<strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>da</strong> quebra <strong>da</strong> linha de absorção do estado fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> baixa<br />

t<strong>em</strong>peratura. Como sab<strong>em</strong>os <strong>da</strong> importância do “stress-strain” <strong>em</strong> relação a ambos aspectos,<br />

decidiu-se que a melhor forma de atacar o probl<strong>em</strong>a seria se livrar dos efeitos do stress. Isso<br />

pode ser feito com PQ crescidos <strong>em</strong> soluções coloi<strong>da</strong>is, uma linha de pesquisa que já começa<br />

a <strong>da</strong>r resultados no grupo.<br />

143


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBB BBBBBBBBBBBBB<br />

144


&DStWXOR &RQFOXV}HV H SHUVSHFWLYDV<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

&DStWXOR&RQOXV}HVH3HUVSHWLYDV<br />

___________________________________________________________________________<br />

Neste trabalho apresentamos os estudos dos efeitos de confi<strong>na</strong>mento quântico <strong>em</strong><br />

amostras de PQ de PbTe <strong>em</strong> vidro crescidos no laboratório de materiais vítreos do grupo. A<br />

caracterização básica incluiu experimentos de absorção, PL, FLN e PLE <strong>em</strong> função <strong>da</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura. No experimento de absorção <strong>em</strong> função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura observamos que a<br />

variação dos níveis de energia com a t<strong>em</strong>peratura (de 5 até 300K) depende fort<strong>em</strong>ente do<br />

tamanho dos PQ, variando de 10meV, para os PQ menores, a 40meV para os maiores, sendo<br />

que o “band gap” do material “bulk” varia 130meV no mesmo intervalo de variação <strong>da</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura. Nestes experimentos conseguimos quantificar o alargamento homogêneo e<br />

inomogêneo. Em baixas t<strong>em</strong>peraturas a largura do espectro de absorção, <strong>em</strong> lugar de<br />

diminuir, aumentou, com o aparecimento de uma segun<strong>da</strong> linha separa<strong>da</strong> por ≈ 15meV.<br />

Confirmamos essa segun<strong>da</strong> linha com experimentos de absorção diferencial térmica.<br />

Interpretamos esse efeito como uma quebra <strong>da</strong> degenerescência do estado fun<strong>da</strong>mental por<br />

efeitos de “stress-strain”. Usando um modelo simples calculamos um valor esperado <strong>da</strong><br />

separação entre as linhas <strong>da</strong> mesma ord<strong>em</strong> de grandeza do efeito observado.<br />

Os experimentos de PL mostraram uma dependência do deslocamento entre o<br />

espectro de absorção e luminescência, que atribuímos a efeitos de renormalização de “band<br />

gap” (BGR). Nossos resultados do “Stokes Shift” concor<strong>da</strong>m com o modelo universal de<br />

BGR. Utilizamos as técnicas de FLN e PLE para resolver o espectro dos PQ dentro <strong>da</strong> largura<br />

145


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

inomogênea. Observamos uma estrutura desloca<strong>da</strong> por 15meV que coincide com a energia do<br />

fônon LO do PbTe, o que levou a interpretação de que essa linha é uma réplica de fônons, já<br />

que a intensi<strong>da</strong>de de excitação <strong>na</strong> amostra é alta. Entretanto o efeito observado no espectro de<br />

absorção não pode ser atribuído à réplica de fônons cuja probabili<strong>da</strong>de de <strong>em</strong>issão para<br />

absorção é muito baixa.<br />

Os experimentos de bombeio&prova mostraram oscilações <strong>na</strong> absorção dos PQ<br />

devido à <strong>em</strong>issão de fônons coerentes. Usando um modelo de on<strong>da</strong>s acústicas <strong>em</strong> uma<br />

inclusão esférica foi possível apresentar uma descrição <strong>completa</strong> de to<strong>da</strong>s as variáveis que<br />

descrev<strong>em</strong> o fenômeno observado, tais como freqüência, t<strong>em</strong>po de amortecimento, fase e<br />

amplitude <strong>da</strong> oscilação <strong>em</strong> função do tamanho dos PQ excitados. Também descrev<strong>em</strong>os o<br />

mecanismo de criação e observação dos fônons, que pod<strong>em</strong> ser observados <strong>em</strong> experimentos<br />

de bombeio&prova <strong>em</strong> materiais com níveis degenerados de energia.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, desenvolv<strong>em</strong>os o cálculo dos níveis de energia para PQ de PbTe s<strong>em</strong><br />

aproximação esférica para incluir os efeitos <strong>da</strong> grande anisotropia de ban<strong>da</strong>. Nossos<br />

resultados mostraram o papel <strong>da</strong> anisotropia nos níveis confi<strong>na</strong>dos e como ela mistura os<br />

estados excitados, abrindo o espectro de energia. Com esse cálculo, o mais completo que<br />

pode ser feito dentro de um formalismo<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p , pod<strong>em</strong>os também resolver o probl<strong>em</strong>a de PQ<br />

elipsoi<strong>da</strong>is. Os resultados do modelo foram utilizados <strong>em</strong> nossas interpretações dos<br />

resultados experimentais.<br />

Perspectivas. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que observamos e interpretamos vários efeitos nos<br />

PQ de PbTe, esse trabalho abriu questões que merec<strong>em</strong> uma continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pesquisa. A<br />

quebra <strong>da</strong> linha de absorção <strong>em</strong> baixas t<strong>em</strong>peraturas merece um estudo experimental e<br />

teórico mais aprofun<strong>da</strong>do, assim como o papel do “stress-strain” <strong>em</strong> PQ. Em particular<br />

porque a literatura está repleta de trabalhos teóricos <strong>em</strong> PQ estu<strong>da</strong>ndo efeitos pequenos de<br />

correção de energia, que pod<strong>em</strong> ser muito menores dos que os efeitos do stress, inevitável<br />

quando os PQ estão <strong>em</strong>bebidos <strong>em</strong> uma matriz vítrea. A sugestão do nosso trabalho seria a<br />

de comparar PQ <strong>em</strong> vidros com PQ coloi<strong>da</strong>is, que não sofr<strong>em</strong> os efeitos de “stress”.<br />

146


&DStWXOR &RQFOXV}HV H SHUVSHFWLYDV<br />

Acreditamos que o modelo teórico tipo<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p deveria ser revisto se repetisse o<br />

comportamento <strong>da</strong> absorção para PQ coloi<strong>da</strong>is.<br />

Também acreditamos que vale a pe<strong>na</strong> <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de ao trabalho com os fônons<br />

coerentes. Junto com medi<strong>da</strong>s de espectroscopia de absorção, PL, PLE e FLN, microscopia<br />

eletrônica de transmissão e SAXS, os fônons coerentes compl<strong>em</strong>entam um conjunto de<br />

técnicas que depend<strong>em</strong> do tamanho <strong>da</strong> amostra, permitindo a percepção de discordâncias<br />

entre os resultados experimentais e os modelos teóricos de ca<strong>da</strong> uma delas. Os experimentos<br />

de fônons coerentes poderiam ser repetidos a baixas t<strong>em</strong>peratura para tentar observar uma<br />

maior amplitude <strong>da</strong> oscilação como previsto no modelo apresentado no fi<strong>na</strong>l do capítulo 5.<br />

147


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

148


$SrQGLFH 5HJUHVVmR QmR OLQHDUBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH5HJUHVVmRQmROLQHDU<br />

___________________________________________________________________________<br />

Tentando obter o erro dos parâmetros não lineares nos ajustes <strong>da</strong>s curvas dos<br />

espectros de absorção, verificamos que o programa comercial que costumávamos usar, o<br />

Origin5.0, apresentava erros ao fazer o cálculo do desvio dos parâmetros. Mais de dois<br />

parâmetros apresentavam o mesmo erro. Então, decidimos fazer uma roti<strong>na</strong> de cálculo por<br />

nossa conta, que apresentamos neste apêndice.<br />

A regressão não-linear de uma função F (far<strong>em</strong>os todo o cálculo com três funções,<br />

mas pode ser expandido a N)<br />

F = A f 1 ( x ) + B f 2 ( x ) + C f 3 ( x ) + … ( A1.1 )<br />

para uma tabela de pontos<br />

X<br />

F<br />

x 1 y 1<br />

x 2 y 2<br />

…<br />

…<br />

x n<br />

y n<br />

defini<strong>da</strong> como<br />

corresponde a obter os parâmetros lineares A, B, C, etc. que minimizam a função χ<br />

χ 2 = Σ i [( y i – Af 1 ( x i ) – Bf 2 ( x i ) – Cf 3 ( x i ) - …)/σ i 2 ] ( A1.2 )<br />

149


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

Isso nos leva ao sist<strong>em</strong>a de equações<br />

∂ χ 2 / ∂ A = 0 ; ∂ χ 2 / ∂ B = 0 ; ∂ χ 2 / ∂ C = 0 ; ... ( A1.3 )<br />

Então,<br />

Σ i ( -2 )[ (y i – Af 1 ( x i ) – Bf 2 ( x i ) – Cf 3 ( x i ) -...)/σ i 2 ] f j = 0 ( A1.4 )<br />

para ca<strong>da</strong> f j . Desta forma construímos um sist<strong>em</strong>a de equações<br />

AΣ i f 1 (x i )f 1 (x i )/σ i 2 + BΣ i f 1 (x i )f 2 (x i )/σ i 2 + CΣ i f 1 (x i )f 3 (x i )/σ i 2 +... = Σ i y i f 1 (x i )/σ i<br />

2<br />

AΣ i f 2 (x i )f 1 (x i )/σ i 2 + BΣ i f 2 (x i )f 2 (x i )/σ i 2 + CΣ i f 2 (x i )f 3 (x i )/σ i 2 +... = Σ i y i f 2 (x i )/σ i<br />

2<br />

AΣ i f 3 (x i )f 1 (x i )/σ i 2 + BΣ i f 3 (x i )f 2 (x i )/σ i 2 + CΣ i f 3 (x i )f 3 (x i )/σ i 2 +... = Σ i y i f 3 (x i )/σ i<br />

2<br />

( A1.5 )<br />

Isto pode ser representado como o produto de uma matriz <strong>da</strong>s Σ vezes o vector<br />

A = (A, B, C…).<br />

( Σ i f 1 (x i )f 1 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 1 (x i )f 2 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 1 (x i )f 3 (x i )/σ i<br />

2<br />

)<br />

M = ( Σ i f 2 (x i )f 1 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 2 (x i )f 2 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 2 (x i )f 3 (x i )/σ i<br />

2<br />

) ( A1.5 )<br />

( Σ i f 3 (x i )f 1 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 3 (x i )f 2 (x i )/σ i<br />

2<br />

Σ i f 3 (x i )f 3 (x i )/σ i<br />

2<br />

)<br />

(Σ i y i f 1 (x i )/σ i 2 )<br />

F = (Σ i y i f 2 (x i )/σ i 2 ) ( A1.6 )<br />

(Σ i y i f 3 (x i )/σ i 2 )<br />

Então, M x A = F significa o mesmo sist<strong>em</strong>a de equações. Agora, simplesmente<br />

resolv<strong>em</strong>os fazendo A = F x M –1 .<br />

O erro é <strong>da</strong>do por [Bevington e Robinson (1992)]<br />

ε a = ( M 11<br />

-1<br />

) 1/2 , ε b = ( M 22<br />

-1<br />

) 1/2 , ε c = ( M 33<br />

-1<br />

) 1/2 … ( A1.7 )<br />

Para os parâmetros não-lineares, usamos um ex<strong>em</strong>plo do livro citado, mas o<br />

desenvolvimento que deve ser feito para obter o erro é confuso. Alguns equívocos pod<strong>em</strong> ser<br />

evitados consultando o livro ‘Numerical recipes in C ’ [Press et al (1989)].<br />

150


$SrQGLFH 5HJUHVVmR QmR OLQHDUBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

O procedimento é b<strong>em</strong> parecido ao <strong>da</strong> função linear, mas têm que ser incluídos os<br />

parâmetros não-lineares e suas deriva<strong>da</strong>s, já que quer<strong>em</strong>os minimizar o erro <strong>em</strong> relação a<br />

todos os parâmetros. Então, dev<strong>em</strong>os procurar:<br />

∂ χ 2 / ∂a k ∂a l = 2 Σ i 1/σ i 2 {∂ y(x i ;a) /∂a k . ∂ y(x i ;a) /∂a l – [y i – y(x i ;a)] . ∂ 2 y(x i ;a)/∂a k ∂a l } ( A1.8 )<br />

que coincide com o método descrito anteriormente se todos os parâmetros são<br />

lineares.<br />

Com esta descrição dev<strong>em</strong>os construir uma matriz <strong>da</strong>s deriva<strong>da</strong>s segun<strong>da</strong>s de χ, e<br />

inverter a matriz. Depois disso, o erro é calculado <strong>na</strong> mesma forma que para os parâmetros<br />

lineares<br />

-1<br />

ε a = ( M 11 ) 1/2 -1<br />

, ε b = ( M 22 ) 1/2 -1<br />

, ε c = ( M 33 ) 1/2 … ( A1.9 )<br />

Como um ex<strong>em</strong>plo, estu<strong>da</strong>mos o ex<strong>em</strong>plo de <strong>em</strong>issão de raios gamma do livro ‘Data<br />

reduction...’ [Bevington e Robinson (1992)] e conferimos que nossa roti<strong>na</strong> é correta. O<br />

cálculo foi feito com o programa Excel. O método para obter o erro no “Origin” foi escolhido<br />

para ter os valores mais próximos aos apresentados no livro, sendo usado o critério de peso<br />

estatístico (“statistical weighting method”) e não usar chi^2 para obter o erro.<br />

Para calcular o erro no programa Excel foi preciso fazer to<strong>da</strong>s as deriva<strong>da</strong>s<br />

a<strong>na</strong>liticamente. A função utiliza<strong>da</strong> para fazer o ajuste é<br />

F = A + B.x + C.x 2 + D.L ( x ) ( A1.10 )<br />

sendo L ( x ) uma Lorentzia<strong>na</strong>. Os resultados estão apresentados <strong>na</strong> figura A1.1.<br />

O cálculo do Excel deu como resultado 0.89178, 2.64291, 0.97728, 2.18016, 0.03584,<br />

0.01102 para a, b, c, d, Γ, µ respectivamente. Notar que ao arredon<strong>da</strong>r os valores obtidos pelo<br />

Excel obtiv<strong>em</strong>os os mesmos resultados do livro.<br />

151


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

Counts<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

Chi^2 = 1.09127<br />

Weigthing method = statistical<br />

e não usa chi^2 para os erros!!<br />

a -0.86526 ±0.89199<br />

b 45.83349 ±2.63281<br />

c -13.31703 ±0.97336<br />

d 13.8191 ±2.15557<br />

Γ 0.17239 ±0.03521<br />

µ 0.98723 ±0.01133<br />

0<br />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0<br />

Energy (GeV)<br />

Figura A1.1: Cálculo do erro<br />

segundo o ex<strong>em</strong>plo do livro citado. O<br />

erro dos parâmetros segundo o livro<br />

são: 0.89, 2.6, 1.0, 2.2, 0.035, 0.011<br />

para a, b, c, d, Γ, µ respectivamente.<br />

Azul, pontos experimentais, vermelho,<br />

ajustes do “Excel” e “Origin”<br />

(indistinguíveis).<br />

Um outro ex<strong>em</strong>plo de regressão não linear usado muito nesta <strong>tese</strong> corresponde ao<br />

ajuste do si<strong>na</strong>l obtido nos experimentos de bombeio&prova. Neste caso, o si<strong>na</strong>l medido nos<br />

experimentos se escreve como [Hall et al (1990)]<br />

∞<br />

∫<br />

−∞<br />

2<br />

S ( τ ) = h(<br />

τ − t)<br />

G ( t)<br />

dt<br />

( A1.11 )<br />

onde G 2 (t) é a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> função de autocorrelação do pulso do laser, h(t) é a<br />

função resposta, τ o atraso relativo entre o pulso de bombeio e prova. Utilizando o si<strong>na</strong>l de<br />

autocorrelação obtido experimentalmente, G 2 (t), mostramos que o si<strong>na</strong>l capturado de<br />

bombeio&prova pode ser ajustado usando<br />

⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞<br />

⎡<br />

⎜<br />

t<br />

⎟ ⎜<br />

t<br />

⎟ ⎜<br />

t<br />

−<br />

−<br />

− ⎟ ⎤<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

= Θ<br />

⎢<br />

⎝<br />

τ<br />

1 ⎠ ⎝<br />

τ<br />

2 ⎠ ⎝<br />

τ<br />

3 ⎠<br />

h( t)<br />

( t)<br />

a + + + cos( ω + φ)<br />

⎥<br />

0<br />

a1e<br />

a2e<br />

a3e<br />

t<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎢⎣<br />

⎥⎦<br />

( A1.12 )<br />

Para ex<strong>em</strong>plificar o efeito do produto de convolução do si<strong>na</strong>l de autocorrelação com o<br />

si<strong>na</strong>l de variação de absorção resolvi<strong>da</strong> no t<strong>em</strong>po, apresentamos as diferentes componentes<br />

(diferentes t<strong>em</strong>pos de decaimento ou oscilação) antes e após a convolução. Na figura A1.2<br />

mostramos t<strong>em</strong>pos típicos apresentados <strong>na</strong>s amostras de pontos quânticos estu<strong>da</strong>dos. Em<br />

azul, mostramos o efeito <strong>da</strong> convolução <strong>na</strong> componente oscilatória. Em vermelho, para um<br />

152


$SrQGLFH 5HJUHVVmR QmR OLQHDUBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

t<strong>em</strong>po de decaimento comparável com o t<strong>em</strong>po <strong>da</strong> largura do pulso e <strong>em</strong> verde, um t<strong>em</strong>po<br />

muito maior que a largura do pulso. Nos três casos, pod<strong>em</strong>os perceber que a maior<br />

modificação é introduzi<strong>da</strong> perto de t = 0, arredon<strong>da</strong>ndo o si<strong>na</strong>l obtido. Também é importante<br />

destacar que o processo de subi<strong>da</strong> é descrito corretamente só após de fazer o produto de<br />

convolução do si<strong>na</strong>l. E por último, o peso relativo <strong>da</strong>s distintas componentes é modificado, já<br />

que ao fazer o produto de convolução de uma função com um t<strong>em</strong>po de decaimento menor<br />

que a largura do pulso, a amplitude <strong>da</strong> mesma é reduzi<strong>da</strong> substancialmente. Os t<strong>em</strong>pos<br />

utilizados são: pulso de 160fs (FWHM), t<strong>em</strong>pos de decaimento: rápido, de 70fs, é lento, de<br />

110ps.<br />

Componentes <strong>da</strong> absorção ( u.a. )<br />

F1<br />

F2<br />

F3<br />

(a)<br />

Absorção ( u.a. )<br />

(b)<br />

0 5000 10000 15000 20000<br />

-2000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000<br />

Atraso (fseg.)<br />

0 5000 10000 15000 20000<br />

Atraso (fseg.)<br />

Figura A1.2: Processo de convolução <strong>da</strong>s distintas componentes do si<strong>na</strong>l de absorção<br />

resolvi<strong>da</strong> no t<strong>em</strong>po. a. distintas componentes do si<strong>na</strong>l, b., resultado fi<strong>na</strong>l (soma de to<strong>da</strong>s as<br />

componentes).<br />

153


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBB BBBBBBBBBBBBBB<br />

154


$SrQGLFH &DUDFWHUL]DUmR GD UHVSRVWD GR VLVWHPD GH GHWHFomRBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH&DUDWHUL]DomRGDUHVSRVWDGR<br />

VLVWHPDGHGHWHomR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Para caracterizar a resposta dos detectores usados, utilizamos uma lâmpa<strong>da</strong> de<br />

tungstênio, que é, basicamente, um corpo negro. O mesmo é muito usado <strong>na</strong> prática, já que a<br />

largura do espectro é suficient<strong>em</strong>ente larga para o propósito. Obtendo a t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong><br />

mesma é possível fazer o cálculo do espectro esperado e, assim, obter a resposta do sist<strong>em</strong>a<br />

de detecção. O cálculo é simples e baseado <strong>na</strong> variação <strong>da</strong> resistivi<strong>da</strong>de do tungstênio com a<br />

t<strong>em</strong>peratura e a dependência <strong>da</strong> resistência do material com a largura e comprimento do<br />

material<br />

R ( T ) = ρ ( T ) . L / B ( A2.1 )<br />

onde R é resistência do material, ρ a resistivi<strong>da</strong>de, L o comprimento do fio de<br />

tungstênio e B a seção reta. Isto também pode ser expresso como<br />

R ( T ) = R ( T o ) . ρ ( T ) / ρ ( T o ) ( A2.2 )<br />

Para R ( T ) faz<strong>em</strong>os a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> voltag<strong>em</strong> e <strong>da</strong> corrente que circula <strong>na</strong> lâmpa<strong>da</strong><br />

quando está <strong>em</strong> funcio<strong>na</strong>mento ( R = V / I ) obtendo<br />

V ( T ) / I ( T ) = R ( T o ) . ρ ( T ) / ρ ( T o ) ( A2.3 )<br />

155


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Fazendo uma regressão polinomial para ρ ( T ), invert<strong>em</strong>os a equação para obter a<br />

t<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> lâmpa<strong>da</strong>. Com a t<strong>em</strong>peratura obt<strong>em</strong>os a curva de <strong>em</strong>issão do corpo negro. O<br />

primeiro passo é fazer um ajuste do si<strong>na</strong>l capturado no detector quando é elimi<strong>na</strong>do pelo<br />

corpo negro. Isto é necessário porque o si<strong>na</strong>l capturado é uma tabela de pontos (x, y) que não<br />

necessariamente coincide com as medições feitas.<br />

Com a informação <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura e o ajuste, t<strong>em</strong>os <strong>completa</strong>mente caracterizado o<br />

sist<strong>em</strong>a de medi<strong>da</strong> (lente coletora 1 + filtro de entra<strong>da</strong> + monocromador + lente coletora 2 +<br />

detector). Na fig. A2.1 mostramos o procedimento para normalizar o si<strong>na</strong>l no caso <strong>em</strong> que o<br />

si<strong>na</strong>l a normalizar é o mesmo si<strong>na</strong>l de calibração para o detector de InAs resfriado utilizado<br />

<strong>na</strong>s medi<strong>da</strong>s de PL.<br />

1.0<br />

0.8<br />

Si<strong>na</strong>l no detetor<br />

Ajuste do si<strong>na</strong>l<br />

Corpo Negro<br />

Si<strong>na</strong>l Normalizado<br />

Si<strong>na</strong>l ( u. a. )<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

0.0<br />

1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500 2750 3000<br />

Comprimento de on<strong>da</strong> ( nm )<br />

Figura A2.1: Ex<strong>em</strong>plo para normalizar o si<strong>na</strong>l obtido. O si<strong>na</strong>l capturado no detector sendo<br />

ilumi<strong>na</strong>do pelo corpo negro é a curva preta. O ajuste está <strong>em</strong> vermelho. A curva do corpo negro <strong>em</strong><br />

verde é o si<strong>na</strong>l normalizado (o mesmo si<strong>na</strong>l do detector) <strong>em</strong> azul. A normalização consiste <strong>em</strong> dividir<br />

o si<strong>na</strong>l capturado no detector pelo ajuste e multiplicar pela curva de corpo negro.<br />

Para normalizar os si<strong>na</strong>is obtidos de PL, dividimos o si<strong>na</strong>l obtido pelo ajuste (linha<br />

vermelha) e multiplicamos pela curva de corpo negro. O si<strong>na</strong>l resultante é o si<strong>na</strong>l que t<strong>em</strong><br />

desconta<strong>da</strong> a resposta do sist<strong>em</strong>a de detecção.<br />

156


$SrQGLFH 5HODomR HQWUH R UDLR GR 4' H D HQHUJLD GH FRQILQDPHQWRBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH5HODomRHQWUHRUDLRGR4'HD<br />

HQHUJLDGHRQILQDPHQWR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Calculando os níveis de energia de uma partícula no poço infinito [Efros e Efros,<br />

(1982)] com simetria esférica, t<strong>em</strong>os que<br />

E n,l=0 = n 2 π 2 ! 2 / 2 m R 2 ( A3.1 )<br />

A energia <strong>da</strong> excitação é <strong>da</strong><strong>da</strong> por<br />

E = E ne + E nh + E g ( A3.2 )<br />

onde E ne e E nh é a energia do confi<strong>na</strong>mento do elétron e do buraco respectivamente, e<br />

E g é a energia do “gap”. Se a massa do elétron é igual à do buraco, t<strong>em</strong>os<br />

E = E g + n 2 π 2 ! 2 / 2 µ R 2 ( A3.3 )<br />

onde µ = massa reduzi<strong>da</strong>. Usando m eff = 0,058m o [Ishi<strong>da</strong> et al (1987)], obt<strong>em</strong>os<br />

e<br />

λ (µm) = 1,24 / ( 1297 / R 2 (Å) + E g (eV) ) ( A3.4 )<br />

R(λ) = [(1,24 / λ – E g ) / 1297 ] –1/2 ( A3.5 )<br />

que é usado para fazer os gráficos 18.a. e 18.b. do capítulo 5.<br />

157


BBBBBBBBBBBBBBBBBB BBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Usando a teoria<br />

&<br />

&<br />

k ⋅ p (anisotrópico) para obter a energia de confi<strong>na</strong>mento <strong>em</strong> função<br />

do tamanho do PQ, e fazendo um ajuste não linear do estado fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> função do raio<br />

obt<strong>em</strong>os a equação A3.6<br />

E p (r) [eV] = 0.35122 + 0,4786 / r + 5.13671 / r 2 ( A3.6 )<br />

Também pod<strong>em</strong>os expressar o resultado <strong>em</strong> função do comprimento de on<strong>da</strong><br />

correspondente λ p<br />

λ p (r) [µm] = -0.20262 + 0,36143 r + 0.05168 r 2 - 0.00785 r 3 ( A3.7 )<br />

Para fazer o cálculo utilizar<strong>em</strong>os R (λ), o que é obtido facilmente invertendo a<br />

equação anterior, obtendo como resultado<br />

R (λ) [nm] = 0.49228 + 2.59919 λ - 0.66811 λ 2 + 0.28061 λ 3 ( A3.8 )<br />

que é usado para fazer os gráficos 19.a. e 19.b. do capítulo 5.<br />

158


$SrQGLFH 5HJUDV GH VHOHomRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH5HJUDVGHVHOHomR<br />

___________________________________________________________________________<br />

A função de on<strong>da</strong> total, eq. 24 do capítulo 6, (utilizando os índices c, v para<br />

especificar a ban<strong>da</strong> de condução e valência) é <strong>da</strong><strong>da</strong> por<br />

Ψ<br />

c,<br />

v ( r)<br />

= F<br />

≡<br />

4<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

c,<br />

v<br />

1 ( r)<br />

F<br />

L<br />

-<br />

6<br />

c,<br />

v<br />

i ( r)<br />

u<br />

↑ + F<br />

i ( r)<br />

c,<br />

v<br />

2 ( r)<br />

L<br />

-<br />

6<br />

↓<br />

+ F<br />

c,<br />

v<br />

3 ( r )<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↑<br />

+ F<br />

c,<br />

v<br />

4 ( r)<br />

L<br />

+<br />

6<br />

↓<br />

( A4.1 )<br />

Substituindo-a <strong>na</strong> eq. 46 do capítulo 6 obt<strong>em</strong>os os el<strong>em</strong>entos de matriz <strong>da</strong> transição<br />

dipolar<br />

M<br />

c,<br />

v<br />

=<br />

Ψ<br />

c<br />

() r e ⋅ pˆ<br />

Ψ () r<br />

2<br />

&<br />

&<br />

v<br />

( A4.2 )<br />

&<br />

onde e<br />

é a polarização <strong>da</strong> luz incidente e pˆ&<br />

o vetor momento. Assim obt<strong>em</strong>os<br />

(usando a proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s funções envelope de variar lentamente <strong>na</strong>s células unitárias)<br />

M<br />

=<br />

<br />

c,v<br />

4<br />

=<br />

∑<br />

i, j=<br />

1<br />

∑<br />

k cell<br />

⎪⎧<br />

⎨<br />

⎪⎩<br />

( e ⋅ pˆ<br />

)<br />

c *<br />

[ F ( )]( e ⋅ pˆ<br />

)<br />

c * v 1<br />

*<br />

[ F ( )] F ( ) × dr u ( r)<br />

( e ⋅ pˆ<br />

)<br />

i<br />

∫<br />

⎛<br />

dr<br />

⎜<br />

⎝<br />

<br />

k cell<br />

r k<br />

∑<br />

4<br />

∑<br />

i=<br />

1<br />

j<br />

i<br />

F<br />

c<br />

i<br />

r k<br />

r k<br />

u<br />

i<br />

*<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

&<br />

&<br />

&<br />

∫<br />

&<br />

F<br />

<br />

unit cell<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

4<br />

∑<br />

j=<br />

1<br />

v<br />

j ( r k )<br />

i<br />

F<br />

v<br />

j<br />

u<br />

1<br />

×<br />

j<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

∫<br />

<br />

unit cell<br />

&<br />

&<br />

u<br />

=<br />

dr u<br />

j ( r)<br />

*<br />

i ( r)<br />

⎪⎫<br />

⎬<br />

⎪⎭<br />

2<br />

u<br />

j ( r)<br />

⎪⎫<br />

⎬ +<br />

⎪⎭<br />

( A4.3 )<br />

159


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

onde Ω é o el<strong>em</strong>ento de volume <strong>da</strong> célula unitária.<br />

Fazendo uso <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des<br />

1<br />

Ω<br />

1<br />

Ω<br />

1<br />

Ω<br />

∫<br />

unit cell<br />

∫<br />

unit cell<br />

∫<br />

unit cell<br />

dr u<br />

dr u<br />

dr u<br />

*<br />

i ( r )<br />

u<br />

*<br />

1,3 ( r )<br />

*<br />

2,4 ( r)<br />

j ( r)<br />

&<br />

pu ˆ<br />

&<br />

pu ˆ<br />

= δ<br />

3,1 ( r)<br />

i,<br />

j<br />

4,2 ( r)<br />

,<br />

= P zˆ<br />

l<br />

= −P zˆ<br />

l<br />

( A4.4 )<br />

a eq. A4.3 é simplifica<strong>da</strong> como<br />

M<br />

−<br />

c *<br />

[ ] ( ˆ v<br />

c * v c<br />

F ( r ) e ⋅ p) F ( r)<br />

+ ( e ⋅ z) P {[ F ( r)<br />

] F ( r)<br />

+ [ F ( r)<br />

]<br />

4<br />

c, v = ∫ dr<br />

⎜∑<br />

&<br />

&<br />

&<br />

i<br />

i<br />

ˆ<br />

i = 1<br />

c * v c * v<br />

[ F ] [ ] }) 2<br />

( r)<br />

F ( r ) − F ( r)<br />

F ( r )<br />

2<br />

4<br />

⎛<br />

⎝<br />

4<br />

2<br />

l<br />

1<br />

3<br />

3<br />

* v<br />

F1<br />

( r )<br />

+<br />

( A4.5 )<br />

ou, reescrevendo,<br />

M<br />

=<br />

ˆ)<br />

∫ π<br />

π ∫ π ⊗<br />

&<br />

&<br />

&<br />

*<br />

*<br />

dr )<br />

, j ( r)<br />

e ⋅ p )<br />

, j<br />

(r) + ( e ⋅ zˆ)<br />

Pl<br />

× dr)<br />

, j ( r)<br />

( σx<br />

σ<br />

F c<br />

Y v<br />

F c<br />

z<br />

)<br />

π<br />

c, v<br />

( )<br />

, j<br />

( r)<br />

Y v<br />

2<br />

( A4.6 )<br />

A expressão <strong>da</strong> eq. A4.6 é vali<strong>da</strong> tanto para o cálculo isotrópico como para o<br />

anisotrópico. No caso anisotrópico, esta expressão pode ser aberta, obtendo como resultado a<br />

eq. 56 do capítulo 6. No modelo isotrópico, pod<strong>em</strong>os ain<strong>da</strong> afirmar que como P e ⊗ σ[<br />

σ]<br />

são operadores vetoriais, as regras de seleção para as transições diretas pod<strong>em</strong> ser expressas<br />

como<br />

∆j = 0, ±1, π F<br />

π Y<br />

= −1 ( A4.7 )<br />

A pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de valência e condução t<strong>em</strong> que ser oposta<br />

devido à pari<strong>da</strong>de impar do operador pˆ&<br />

, <strong>da</strong> eq. A4.3. No caso <strong>da</strong>s pari<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s funções de<br />

on<strong>da</strong> <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de valência e condução não ser<strong>em</strong> opostas, o el<strong>em</strong>ento M se anula. Como a<br />

pari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>s de condução e valência P, P = (−1) l , as transições permiti<strong>da</strong>s são aquelas<br />

com ∆l = ± 1. Como j = l +s, e s só admite os valores ± ½, ∆j = 0, ± 1.<br />

160


$SrQGLFH &iOFXOR GR WHPSR GH DPRUWHFLPHQWRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH&iOXORGRWHPSRGHDPRUWHLPHQWR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Para obter o t<strong>em</strong>po de amortecimento a partir do “energy factor” Q, usamos a<br />

definição do mesmo: o quociente <strong>da</strong> energia armaze<strong>na</strong><strong>da</strong> U alm sobre a energia dissipa<strong>da</strong> U diss.<br />

<strong>em</strong> um ciclo que é igual à potência dissipa<strong>da</strong> ( P diss. ) <strong>em</strong> um ciclo τ o :<br />

Q = U arm / U diss 1 ciclo = U arm / ( P diss. . τ o ) = ν o U arm / P diss . ( A5.1 )<br />

Escrevendo a potência dissipa<strong>da</strong> como menos a deriva<strong>da</strong> t<strong>em</strong>poral <strong>da</strong> energia<br />

P diss. = − dU diss. / dt ( A5.2 )<br />

e integrando, obt<strong>em</strong>os que<br />

U = U o exp – (ν o t / Q) = U o exp – (t / τ) ( A5.3 )<br />

obtendo que o t<strong>em</strong>po de amortecimento é τ = Q / ν o .<br />

No artigo de Dubrosky [Dubrosky e Morochnik (1981)], Q foi definido com<br />

Q = IRe χ / 2 IIm χ ( A5.4 )<br />

ou o número de ciclos correspondentes a um decrescimento <strong>na</strong> amplitude por um fator<br />

e −π , que nos leva ao fator de correção τ = τ’ / π.<br />

161


BBBBBBBBBBBBB BBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

162


$SrQGLFH 'LVSHUVmR XVDQGR XP PRGHOR GH RVFLODGRU KDUP{QLFRBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH'LVSHUVmRXVDQGRXPPRGHORGH<br />

RVLODGRUKDUP{QLR<br />

___________________________________________________________________________<br />

Para caracterizar a resposta de um elétron num campo externo, pod<strong>em</strong>os fazer uma<br />

descrição usando uma equação do tipo oscilador forçado amortecido<br />

&<br />

[<br />

&<br />

& & &<br />

+ γx<br />

+ ω x] = −eE(<br />

x,<br />

)<br />

m x<br />

0<br />

t<br />

( A6.1 )<br />

onde m é a massa do elétron, γ é a força fenomenológica de amortecimento e ω 0 a<br />

freqüência de ressonância do sist<strong>em</strong>a. Para um campo elétrico harmônico que varia no t<strong>em</strong>po<br />

com uma freqüência ω, o momento dipolar do elétron é <strong>da</strong>do por<br />

2<br />

&<br />

2 2 −<br />

( ω − ω − iγω) E<br />

& & e<br />

1<br />

p = −ex<br />

= 0<br />

( A6.2 )<br />

m<br />

Supondo que t<strong>em</strong>os N moléculas por uni<strong>da</strong>de de volume com Z elétrons por molécula,<br />

e no caso de ter mais de uma freqüência de ressonância ω j e constante γ j , [Jackson (1999)]<br />

2<br />

2 2 −<br />

( ω − ω − iγ<br />

ω) 1<br />

4πNe<br />

ε(<br />

ω)<br />

= 1+<br />

∑ f j j<br />

j<br />

m<br />

j<br />

( A6.3 )<br />

onde f j é a força do oscilador e satisfaz a regra de soma ∑ f<br />

j = Z .<br />

j<br />

163


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

Considerandos ape<strong>na</strong>s uma ressonância, e para simplificar, elimi<strong>na</strong>ndo to<strong>da</strong>s as<br />

constantes, 4πNe 2 f j /m = 1, separamos a parte real e imaginária do ε(ω), obtendo<br />

2 2 2<br />

( ω0<br />

− ω ) ω p<br />

ωγ<br />

ε ω =<br />

( ω − ω ) + γω<br />

( ) ⎤<br />

⎢⎣<br />

⎡ ω − ω + γω<br />

⎥⎦<br />

⎤ , , ( ( ))<br />

2 2 2 2<br />

2 2 2 2<br />

0<br />

0<br />

⎥⎦<br />

5H ( ε(<br />

ω))<br />

= 1+<br />

m<br />

( A6.4 )<br />

⎡<br />

⎢⎣<br />

Longe <strong>da</strong> ressonância, o material é chamado transparente, já que a parte imaginária de<br />

ε (absorção) é desprezível <strong>em</strong> comparação à parte real de ε (índice de refração). Neste caso,<br />

como n 2 (ω) = ε(ω), pod<strong>em</strong>os fazer a aproximação que n 2 (ω) = ε(ω) ≈ 5H (ε(ω)).<br />

Fazendo um estudo <strong>da</strong> função, t<strong>em</strong>os que<br />

2 ⎛ ⎞<br />

⎜ −<br />

( )<br />

ω 2<br />

⎟ ω<br />

2<br />

2 2 2<br />

ω0<br />

1<br />

2 p<br />

ω0<br />

− ω ω p<br />

⎝ ω0<br />

5H ( ε(<br />

ω))<br />

= 1+<br />

= 1+<br />

⎠<br />

( A6.5 )<br />

⎡ 2 2 2 2<br />

( ω − ω ) + γω ⎤ ⎡<br />

2<br />

⎛ ⎞ ⎤<br />

4<br />

⎢⎣<br />

⎥⎦ ω ⎢⎜<br />

− ω 2<br />

⎟ + γ ω 2<br />

0<br />

0<br />

1<br />

2<br />

4<br />

⎥<br />

⎢<br />

ω<br />

⎣⎝<br />

ω0<br />

⎠<br />

0 ⎥⎦<br />

Para ω > ω 0 ,<br />

⎛<br />

2<br />

2 ⎞<br />

− ω ⎜ −<br />

ω0<br />

2<br />

2 2 2<br />

1<br />

2 ⎟ω p<br />

( ω0<br />

− ω ) ω p<br />

⎝ ω ⎠<br />

5H ( ε(<br />

ω))<br />

= 1+<br />

= 1+<br />

( A6.7 )<br />

⎡ 2 2 2 2<br />

( ω − ω ) + γω ⎤ ⎡<br />

2<br />

⎛<br />

2<br />

ω ⎞ ⎤<br />

0<br />

4<br />

ω ⎢⎜<br />

− 0<br />

⎟ +<br />

γ<br />

⎢⎣<br />

⎥⎦ 1<br />

2<br />

2<br />

⎥<br />

⎢<br />

ω<br />

⎣⎝<br />

ω ⎠ ⎥⎦<br />

164


$SrQGLFH 'LVSHUVmR XVDQGR XP PRGHOR GH RVFLODGRU KDUP{QLFRBBBBBBBBBBBBB<br />

o termo proporcio<strong>na</strong>l a γ é desprezível e pod<strong>em</strong>os fazer a aproximação<br />

≈ 1+<br />

2<br />

⎛ ⎞ 2<br />

−<br />

0<br />

⎜1−<br />

ω<br />

2 ⎟ ω<br />

p<br />

⎝ ω ⎠<br />

2<br />

2<br />

⎡ ⎤<br />

2 ⎛ ⎞<br />

ω<br />

ω<br />

1<br />

0<br />

⎢⎜<br />

− 2 ⎟ ⎥<br />

⎢⎣<br />

⎝ ω ⎠ ⎥⎦<br />

ω<br />

≈ 1−<br />

ω<br />

2<br />

p<br />

2<br />

⎛<br />

⎜1+<br />

ω<br />

⎝<br />

2<br />

0<br />

⎞ ω<br />

2 ⎟ ≈ 1−<br />

ω ⎠ ω<br />

2<br />

p<br />

2<br />

( A6.8 )<br />

v g<br />

d ⎛<br />

A dispersão é defini<strong>da</strong> como D = ⎜<br />

dλ<br />

⎝<br />

1 ⎞<br />

⎟ , onde a veloci<strong>da</strong>de de grupo vg vale<br />

⎠<br />

dω<br />

2πc<br />

2πn(<br />

ω)<br />

n(<br />

ω)<br />

ω<br />

= . Como ω = , então k = = . Usando a regra <strong>da</strong> cadeia, t<strong>em</strong>os<br />

dk<br />

λ<br />

λ c<br />

2<br />

d ⎛ 1 ⎞ 2<br />

fi<strong>na</strong>lmente que ⎜ ⎟<br />

πc<br />

d k<br />

D = = −<br />

2 2<br />

dλ<br />

⎝ vg<br />

⎠ λ dω<br />

v g<br />

Para ω > ω 0 (eq. A6.8),<br />

k = ω(a − bω −2 ) 1/2 , então D > 0. Na fig. 1 apresentamos uma simulação onde usamos ω 0 = 1,<br />

ω p 2 = 0.1 e γ = 0.01.<br />

3.0<br />

0.4<br />

2.5<br />

0.3<br />

n(ω).ω<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

d 2 [ω.n(ω)] / dω 2<br />

0.2<br />

0.1<br />

0.0<br />

D > 0<br />

0.5<br />

-0.1<br />

D < 0<br />

0.0<br />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0<br />

ω / ω 0<br />

-0.2<br />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0<br />

ω / ω 0<br />

Figura 1: Em azul, função s<strong>em</strong> aproximação e <strong>em</strong> vermelho, a aproximação de baixa e alta<br />

freqüência.<br />

Desta forma, para ω > ω 0 , a dispersão é positiva.<br />

165


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBB BBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

166


$SrQGLFH ,QWHJUDLV UDGLDLV H PXOWLSOLFDomR GH HVIpULFRV KDUP{QLFRV BBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH,QWHJUDLVUDGLDLVHPXOWLSOLDomRGH<br />

HVIpULRVKDUP{QLRV<br />

___________________________________________________________________________<br />

A seguir apresentamos as soluções <strong>da</strong>s integrais radiais que aparec<strong>em</strong> no cálculo do<br />

capítulo 6.<br />

1<br />

2<br />

nsen<br />

π(<br />

p − n)<br />

sen nπcos<br />

pπ<br />

1<br />

t f ( n,<br />

t)<br />

f ( p,<br />

t)<br />

dt =<br />

−<br />

= δ<br />

2 2<br />

m,<br />

n<br />

π(<br />

p − n ) π(<br />

p + n)<br />

2<br />

0<br />

∫ ( A7.1 )<br />

onde<br />

sen( nπt)<br />

f ( n,<br />

t)<br />

= ( A7.2 )<br />

t<br />

n e p são inteiros e t = r / R.<br />

1<br />

∫<br />

0<br />

t<br />

2<br />

d<br />

f ( n,<br />

t)<br />

2<br />

2<br />

f ( p,<br />

t)<br />

dt = cos π(<br />

n + p)<br />

− cos π(<br />

p − n)<br />

+ nπ<br />

Si[<br />

π(<br />

n + p)]<br />

+ nπ<br />

Si[<br />

π(<br />

p − n)]<br />

2<br />

dt<br />

π p sen π(<br />

p − n)<br />

π p sen π(<br />

n + p)<br />

−<br />

−<br />

2( p − n)<br />

2( n + p)<br />

1<br />

= nπ<br />

Si[<br />

π(<br />

n + p)]<br />

+ nπ<br />

Si[<br />

π(<br />

p − n)]<br />

− π<br />

2<br />

2<br />

2<br />

p<br />

2<br />

δ<br />

n,<br />

p<br />

( A7.3 )<br />

167


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

168<br />

A7.4 )<br />

(<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

2<br />

1<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

2<br />

1<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

2<br />

1<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

cos<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

cos<br />

2<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

0<br />

2<br />

n<br />

p<br />

Si<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

n<br />

n<br />

p<br />

Si<br />

n<br />

p<br />

n<br />

n<br />

p<br />

dt<br />

dt<br />

t<br />

p<br />

df<br />

t<br />

t<br />

n<br />

f<br />

t<br />

−<br />

π<br />

π<br />

−<br />

+<br />

π<br />

π<br />

= −<br />

+<br />

π<br />

π<br />

−<br />

−<br />

π<br />

π<br />

−<br />

+<br />

π<br />

−<br />

−<br />

π<br />

=<br />

∫<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

)<br />

(<br />

2<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

)<br />

(<br />

2<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

)<br />

(<br />

2<br />

)]<br />

(<br />

[<br />

)<br />

(<br />

2<br />

)<br />

(<br />

cos<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

cos<br />

2<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

0<br />

2<br />

2<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Si<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

dt<br />

t<br />

p<br />

f<br />

t<br />

t<br />

n<br />

f<br />

t<br />

−<br />

π<br />

−<br />

π<br />

−<br />

+<br />

π<br />

+<br />

π<br />

=<br />

−<br />

π<br />

−<br />

π<br />

−<br />

+<br />

π<br />

+<br />

π<br />

+<br />

−<br />

π<br />

−<br />

+<br />

π<br />

=<br />

∫<br />

( A7.5 )<br />

⎪<br />

⎩<br />

⎪<br />

⎨<br />

⎧<br />

=<br />

+<br />

=<br />

+<br />

−<br />

+<br />

−<br />

+<br />

+<br />

−<br />

π<br />

π +<br />

+<br />

π<br />

π −<br />

= −<br />

−<br />

π<br />

π<br />

π −<br />

π<br />

−<br />

−<br />

−<br />

+<br />

+<br />

−<br />

π<br />

π +<br />

+<br />

π<br />

π −<br />

= −<br />

∫<br />

par<br />

p<br />

n<br />

si<br />

impar<br />

p<br />

n<br />

si<br />

p<br />

n<br />

np<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

n<br />

p<br />

p<br />

n<br />

p<br />

p<br />

n<br />

np<br />

np<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

dt<br />

dt<br />

t<br />

p<br />

df<br />

t<br />

n<br />

f<br />

t<br />

0<br />

2<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

sen<br />

sen<br />

cos<br />

cos<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

)<br />

,<br />

(<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

0<br />

2<br />

( A7.6 )<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

ln(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

(<br />

2<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

)<br />

,<br />

(<br />

1<br />

0<br />

2<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

p<br />

n<br />

Ci<br />

dt<br />

t<br />

p<br />

f<br />

t<br />

t<br />

n<br />

f<br />

t<br />

−<br />

−<br />

+<br />

+<br />

π<br />

π +<br />

−<br />

π<br />

π −<br />

=<br />

=<br />

∫<br />

( A7.7 )<br />

T<strong>em</strong>-se o produto<br />

M<br />

m<br />

M<br />

L<br />

m<br />

Y<br />

L<br />

C<br />

mM<br />

L<br />

C<br />

L<br />

Y<br />

Y<br />

+<br />

λ<br />

λ<br />

∑<br />

λ<br />

λ<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

λ +<br />

+<br />

π<br />

= )<br />

;00<br />

(1<br />

)<br />

;<br />

(1<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

4<br />

3 2<br />

1<br />

1 ( A7.8)<br />

as constantes C(1Lλ;mM) estão <strong>da</strong><strong>da</strong>s pela tabela 1


$SrQGLFH ,QWHJUDLV UDGLDLV H PXOWLSOLFDomR GH HVIpULFRV KDUP{QLFRV BBBBBBBBBBB<br />

C(1Lλ;mM) m = 1 m = 0 m = −1<br />

λ=L+1<br />

⎡(<br />

L + M + 1)( L + M + 2) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ (2L<br />

+ 1)(2L<br />

+ 2) ⎦<br />

1<br />

2<br />

⎡(<br />

L − M + 1)( L + M + 1) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ (2L<br />

+ 1)( L + 1) ⎦<br />

1<br />

2<br />

⎡(<br />

L − M + 1)( L − M + 2) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ (2L<br />

+ 1)(2L<br />

+ 2) ⎦<br />

1<br />

2<br />

λ=L<br />

⎡(<br />

L + M + 1)( L − M ) ⎤<br />

− ⎢<br />

⎥<br />

⎣ 2L(<br />

L + 1) ⎦<br />

1<br />

2<br />

1<br />

M 2<br />

1<br />

[ L( L +1) ] 2<br />

⎡(<br />

L − M + 1)( L + M ) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ 2L(<br />

L + 1) ⎦<br />

λ=L−1<br />

⎡(<br />

L − M −1)(<br />

L − M ) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ 2L(<br />

L + 1) ⎦<br />

1<br />

2<br />

⎡(<br />

L − M )( L + M ) ⎤<br />

− ⎢<br />

⎥<br />

⎣ L(2L<br />

+ 1) ⎦<br />

1<br />

2<br />

⎡(<br />

L + M −1)(<br />

L + M ) ⎤<br />

⎢<br />

⎥<br />

⎣ 2L(2L<br />

+ 1) ⎦<br />

1<br />

2<br />

Tabela A7.1: Coeficientes de Clebsch-Gordon.<br />

169


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

170


$SrQGLFH $UWLJRV SXEOLFDGRV<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH$UWLJRVSXEOLDGRV<br />

___________________________________________________________________________<br />

Durante o doutorado, publicamos dois artigos que anexamos à <strong>tese</strong> para que a mesma<br />

fique mais <strong>completa</strong>. Os artigos estão discutidos com acréscimos <strong>na</strong> <strong>tese</strong>. Mesmo assim<br />

achamos que eles deveriam ser anexados <strong>na</strong> <strong>versão</strong> origi<strong>na</strong>l.<br />

171


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB*DVWyQ ( 7XGXU\BBBBBB BBBBBBBBBBBBBBB<br />

172


2150 Appl. Phys. Lett., Vol. 73, No. 15, 12 October 1998 Thoen et al.<br />

FIG. 2. Reso<strong>na</strong>nce frequency a and <strong>da</strong>mping time b of the lowest order<br />

purely longitudi<strong>na</strong>l acoustic mode as a function of quantum dot radius,<br />

calculated from the acoustic continuum model using the average inter<strong>na</strong>l<br />

longitudi<strong>na</strong>l sound velocity. The <strong>da</strong>shed lines show calculations with the<br />

two extr<strong>em</strong>e inter<strong>na</strong>l longitudi<strong>na</strong>l sound velocities. The gray regions show<br />

the error due to the uncertainty in the exter<strong>na</strong>l sound velocity.<br />

FIG. 3. a Reso<strong>na</strong>nce frequency as a function of wavelength. The squares<br />

are the experimentally determined oscillation frequencies. The other comparisons<br />

are radii estimates mapped to a reso<strong>na</strong>nce frequency using the<br />

acoustic continuum model. b Damping time as a function of wavelength.<br />

The experimental values squares are compared to the acoustic model with<br />

error bars due to the uncertainty in the exter<strong>na</strong>l sound velocity.<br />

zero time delay the pump pulse produces a rapid rise in the<br />

density of electronic excitations. These excitations recover<br />

through either radiative or nonradiative recombi<strong>na</strong>tion with<br />

exponential time constants from 105 ps at 1.42 m to 175 ps<br />

at 1.58 m. The additio<strong>na</strong>l step component is most likely<br />

due to long-lived thermal effects, with time constants significantly<br />

longer than the 300 ps delay available. Recombi<strong>na</strong>tion<br />

due to impurity and trap states at the interface between the<br />

PbTe quantum dots and the surrounding glass should be<br />

more rapid for smaller dots where the ratio of surface area to<br />

volume is higher. Smaller dots, which are selectively excited<br />

with shorter wavelengths, should exhibit a faster recombi<strong>na</strong>tion<br />

time than the larger dots excited with longer wavelengths.<br />

Thus, the wavelength dependence of the population<br />

recovery indicates size-dependent recombi<strong>na</strong>tion consistent<br />

with previous observations of recovery via trap states. 16<br />

In Fig. 1b, and in <strong>da</strong>ta for all other wavelengths, the<br />

phase component of the argument of the cosine is always<br />

close to zero, suggesting that the excitation of the oscillations<br />

is displacive. 17 The frequency of the oscillations suggests<br />

that they are due to quantum dot acoustic phonon<br />

modes. We did not observe oscillations near the optical phonon<br />

frequencies of 0.96 and 3.4 THz expected in bulk<br />

PbTe. 18 The experimental time resolution, on the order of<br />

200 fs, should e<strong>na</strong>ble the detection of the transverse optical<br />

TO phonon but may be insufficient for the LO phonon. For<br />

either phonon, less efficient excitation or strong <strong>da</strong>mping<br />

would prevent their detection. In PbS, a similar lead salt, the<br />

coupling of electronic excitation to the acoustic mode was<br />

found experimentally and theoretically to be much larger<br />

than the coupling to the optical phonon. 12 When acoustic<br />

modes are excited, the radius of the quantum dot oscillates at<br />

the sphere’s eigenfrequencies altering the quantum confin<strong>em</strong>ent<br />

and shifting the exciton peak of the absorption. For a<br />

probe pulse at a wavelength on the slope of the excitonic<br />

peak, this shifting changes the probe transmission.<br />

Because the oscillations are caused by the expansion and<br />

compression of the dot, an acoustic continuum model of a<br />

sphere of uniform, elastic, isotropic, and nondissipative material<br />

<strong>em</strong>bedded in a medium of another material was<br />

<strong>em</strong>ployed. 19,20 The model was used to calculate the reso<strong>na</strong>nt<br />

frequencies and <strong>da</strong>mping times of the quantum dot acoustic<br />

modes as a function of radius. Figure 2 presents the solutions<br />

for the lowest order purely longitudi<strong>na</strong>l mode along with<br />

error margins. Because PbTe is acoustically anisotropic and<br />

the model assumes isotropy, the average of the two extr<strong>em</strong>e<br />

longitudi<strong>na</strong>l sound velocities was used. Additio<strong>na</strong>lly, because<br />

the fabrication process required an unusual glass matrix,<br />

the uncertainty in the sound velocity in the surrounding<br />

material, c (ext) , produces the additio<strong>na</strong>l error around the<br />

model calculation. Fi<strong>na</strong>lly, neither the model nor our estimate<br />

of the errors accounts for deviation of these dots from<br />

ideal spheres or for strain in the dots.<br />

For Fig. 3a the measured oscillation frequencies between<br />

0.51 and 0.63 THz for wavelengths from 1.42 to 1.58<br />

m are plotted as squares. On this scale, the error in the<br />

measured frequencies is negligible. These <strong>da</strong>ta are compared<br />

to SAXS measur<strong>em</strong>ents on a similar sample which provide<br />

an alter<strong>na</strong>tive estimate of the mean dot radii as a function of<br />

the excitonic absorption peak wavelength, 14 and fi<strong>na</strong>lly to<br />

calculations of the dot radius based upon an estimate of the<br />

exciton energy in a parabolic band approximation. 21 Both the<br />

SAXS and parabolic band radii were mapped to a reso<strong>na</strong>nce<br />

frequency using the acoustic continuum model calculation<br />

shown in Fig. 2a. The error bars of Fig. 3a shown in the<br />

SAXS <strong>da</strong>ta are due to uncertainty in the PbTe sound velocity<br />

and dot radius used in the continuum model, whereas in the<br />

parabolic band approximation, errors only arise from the uncertainty<br />

in the PbTe sound velocity. Our measur<strong>em</strong>ents<br />

nearly fall within the error of the SAXS measur<strong>em</strong>ents. The<br />

parabolic band approximation is appreciably different, probably<br />

due to the highly nonparabolic band structure of the<br />

lead salts. 7,14<br />

All of the pump-probe measur<strong>em</strong>ents shown in Fig. 3a<br />

were from the same sample with only the wavelength of the<br />

pump and probe varied. Because the acoustic oscillation frequency<br />

varies with wavelength, the experiment is selectively<br />

exciting and observing dots of a specific size within the inhomogeneous<br />

distribution. Using the 8% Gaussian size<br />

distribution estimated from the SAXS measur<strong>em</strong>ents and the<br />

experimental relation between exciton peak wavelength and<br />

quantum dot radius, we estimate that the excitonic absorption<br />

peaks of the entire dot distribution range from 1.2 to 1.6 m.<br />

The spectral width of the pulses used in the experiment is<br />

near 20 nm, which is <strong>na</strong>rrow compared to the absorption<br />

spectrum of this distribution see Fig. 1a. Nevertheless,<br />

because the spectrum of a single dot may extend to wavelengths<br />

shorter than that of its lowest energy exciton peak,<br />

the pump pulse may excite a wide range of radii. However,<br />

the experiment only records changes over the spectral width<br />

of the probe, which is small in comparison to the inhomogeneous<br />

distribution. Similar size selective excitation and ob-


Appl. Phys. Lett., Vol. 73, No. 15, 12 October 1998<br />

Thoen et al.<br />

2151<br />

servation has been carried out both in reso<strong>na</strong>nt Raman<br />

scattering 22 and in photoluminescence excitation<br />

spectroscopy. 23<br />

The <strong>da</strong>mping of the oscillation as a function of wavelength<br />

was measured and compared to the result of the<br />

acoustic continuum model in Fig. 3b. The model accounts<br />

for the radiative loss at the interface of the dots and yields<br />

values for the <strong>da</strong>mping time near 2 ps. Because the change in<br />

transmission due to the oscillations is near the limit of detection<br />

and the oscillations decay in only a few cycles, a sizable<br />

error in the fit for the <strong>da</strong>mping time is shown. Although all of<br />

the experimental points fall within the uncertainty of the<br />

model predictions, the experimental <strong>da</strong>ta show a slight decrease<br />

in <strong>da</strong>mping times with wavelength while the simple<br />

model of radiative <strong>da</strong>mping predicts increasing <strong>da</strong>mping<br />

times with wavelength. The reason for this is not clear. One<br />

possible expla<strong>na</strong>tion is the dy<strong>na</strong>mic evolution of the absorption<br />

spectrum which changes the slope of the absorption<br />

edge during the oscillations. These results suggest that the<br />

domi<strong>na</strong>nt <strong>da</strong>mping mechanism of spheroi<strong>da</strong>l acoustic<br />

phonons is radiative loss from the quantum dots to the surrounding<br />

glass matrix. Other possible <strong>da</strong>mping mechanisms<br />

for the acoustic phonons are dephasing of the observed excited<br />

dot distribution and bulk acoustic attenuation in the<br />

PbTe itself. Since the distribution of dots observed in the<br />

experiment is limited by the spectral width of the pulse,<br />

dephasing of only that portion of the excited dot ens<strong>em</strong>ble<br />

can be observed. The excited distribution was estimated and,<br />

from the experimental measur<strong>em</strong>ents for dot frequency as a<br />

function of wavelength, the dephasing time of the portion<br />

overlapping the pulse spectral bandwidth was calculated to<br />

be greater than 15 ps. Although the acoustic attenuation coefficient<br />

of bulk PbTe at these terahertz frequencies has not<br />

been measured, we estimate a <strong>da</strong>mping time of 18 ps by<br />

extrapolating from values for PbTe calculated at low<br />

frequencies. 24 Hence, neither dephasing nor inter<strong>na</strong>l attenuation<br />

is needed to explain the observed <strong>da</strong>mping times. The 2<br />

ps radiative <strong>da</strong>mping time is sufficiently short, by itself, to<br />

explain our experimental results. The lack of variation in the<br />

Raman linewidth with t<strong>em</strong>perature observed in PbS suggested<br />

the same conclusion. 12<br />

In conclusion, we have observed coherent acoustic<br />

phonons of s<strong>em</strong>iconductor quantum dots in a glass matrix for<br />

the first time. Additio<strong>na</strong>lly, we have measured the frequency<br />

and <strong>da</strong>mping time of these oscillations as a function of the<br />

pump-probe wavelength, which determines size selection.<br />

We have developed an acoustic continuum model that accurately<br />

models the oscillation frequency and suggests that the<br />

domi<strong>na</strong>nt <strong>da</strong>mping mechanism is radiative transfer of energy<br />

out of the dots to the surrounding glass matrix.<br />

The authors thank D. J. Ripin for experimental assistance.<br />

Three of the authors, E. R. T., P. L., and G. S., gratefully<br />

acknowledge the support of JSEP, FCAR Gouvern<strong>em</strong>ent<br />

du Québec, and Deutsche Forschungsg<strong>em</strong>einschaft<br />

fellowships, respectively. The study was supported in part by<br />

the AFOSR, the Fun<strong>da</strong>cao de Amparo a Pesquisa do Estado<br />

de Sao Paulo FAPESP, Programa Nacio<strong>na</strong>l de Nucleos de<br />

Excelencia PRONEX do Ministerio de Ciencia e Tecnologia,<br />

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e<br />

Tecnologico PADCT, and Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Desenvolvimento<br />

Cientifico e Tecnologico CNPq.<br />

1 A. P. Alivisatos, Science 271, 933 1996.<br />

2 L. E. Brus, Appl. Phys. A: Solids Surf. 53, 465 1991.<br />

3 V. L. Colvin, M. C. Schlamp, and A. P. Alivisatos, Nature London 370,<br />

354 1995.<br />

4 B. O. Dabbousi, M. G. Bawendi, O. Onitsuka, and M. F. Rubner, Appl.<br />

Phys. Lett. 66, 1316 1995.<br />

5 P. T. Guerreiro, S. Ten, N. F. Borrelli, J. Butty, G. E. Jabbour, and N.<br />

Peyghambarian, Appl. Phys. Lett. 71, 1595 1997.<br />

6 C. B. Murray, C. R. Kagan, and M. G. Bawendi, Science 270, 1335<br />

1995.<br />

7 I. Kang and F. W. Wise, J. Opt. Soc. Am. B 14, 1632 1997.<br />

8 V. C. S. Reynoso, A. M. de Paula, R. F. Cuevas, J. A. Medeiros Neto, O.<br />

L. Alves, C. L. Cesar, and L. C. Barbosa, Electron. Lett. 31, 1013 1995.<br />

9 D. M. Mittl<strong>em</strong>an, R. W. Schoenlein, J. J. Shiang, V. L. Colvin, A. P.<br />

Alivisatos, and C. V. Shank, Phys. Rev. B 49, 14435 1994.<br />

10 U. Banin, G. Cerullo, A. A. Guzelian, C. J. Bardeen, A. P. Alivisatos, and<br />

C. V. Shank, Phys. Rev. B 55, 7059 1997.<br />

11 T. D. Krauss, F. W. Wise, and D. B. Tanner, Phys. Rev. Lett. 76, 1376<br />

1996.<br />

12 T. D. Krauss and F. W. Wise, Phys. Rev. Lett. 79, 5102 1997.<br />

13 G. Steinmeyer, G. E. Tudury, C. L. Cesar, C. H. Brito Cruz, L. C. Barbosa,<br />

and E. P. Ippen, IQEC ’98, San Francisco, CA, May 7, 1998, Paper<br />

QWC5.<br />

14 A. F. Craievich, O. L. Alves, and L. C. Barbosa, J. Appl. Crystallogr. 30,<br />

623 1997.<br />

15 S. B. Fleischer, Ph.D. thesis, Department of Electrical Engineering and<br />

Computer Science, Massachusetts Institute of Technology, February 1997.<br />

16 C. H. Brito Cruz, C. L. Cesar, L. C. Barbosa, A. M. de Paula, and S.<br />

Tsu<strong>da</strong>, Appl. Surf. Sci. 109, 301997.<br />

17 T. K. Cheng, J. Vi<strong>da</strong>l, H. J. Zeiger, G. Dresselhaus, M. S. Dresselhaus,<br />

and E. P. Ippen, Appl. Phys. Lett. 59, 1923 1991.<br />

18 W. Cochran, R. A. Cowley, G. Dolling, and M. M. Elcombe, Proc. R. Soc.<br />

London, Ser. A 293, 433 1966.<br />

19 V. A. Dubrovskiy and V. S. Morochnik, Izv. Earth Phys. 17, 494 1981.<br />

20 H. Lamb, Proc. London Math. Soc. 13, 187 1882.<br />

21 Al. L. Éfros and A. L. Éfros, Sov. Phys. S<strong>em</strong>icond. 16, 772 1982.<br />

22 L. Saviot, B. Champagnon, E. Duval, and A. I. Ekimov, Phys. Rev. B 57,<br />

341 1998.<br />

23 C. R. M. de Oliveira, A. M. de Paula, F. O. Plentz Filho, J. A. Medeiros<br />

Neto, L. C. Barbosa, O. L. Alves, E. A. Menezes, J. M. M. Rios, H. L.<br />

Fragnito, C. H. Brito Cruz, and C. L. Cesar, Appl. Phys. Lett. 66, 439<br />

1995.<br />

24 Kailash and K. Shanker, J. Acoust. Soc. India 17, 134 1989.


$SrQGLFH $UWLJRV SXEOLFDGRV<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

175


7358 G. E. TUDURY et al.<br />

PRB 62<br />

have performed a syst<strong>em</strong>atic study of the effects of the anisotropy<br />

in the electronic structure of the lead-salt quantum<br />

dots PbS, PbSe, and PbTe, which has not been done in<br />

previous work. The degree of anisotropy is a parameter that<br />

was syst<strong>em</strong>atically changed to understand its effects on the<br />

energy states and on the transition oscillator strengths. The<br />

dependence of these effects with the confin<strong>em</strong>ent was also<br />

studied. Each L point is treated separately, disregarding any<br />

coupling between th<strong>em</strong>.<br />

The paper is organized as follows. In the next section we<br />

present the formalism of the AFBEF model. Following, in<br />

Sec. III we show the results of energy-level calculations of<br />

PbS, PbSe, and PbTe spherical QD’s as functions of the dot<br />

size and we compare the obtained results with the isotropic<br />

case IFBEF. 6 We show and discuss the transition oscillator<br />

strengths for these three materials, still using the isotropic<br />

case as a reference for comparison. Also, we show that the<br />

probl<strong>em</strong> of a QD with the shape of an ellipsoid of revolution<br />

is math<strong>em</strong>atically equivalent to a spherical one with a set of<br />

renormalized band parameters. Fi<strong>na</strong>lly, in Sec. IV we present<br />

the conclusions of this paper.<br />

II. THE ANISOTROPIC FOUR-BAND<br />

ENVELOPE-FUNCTION MODEL<br />

The Pb salts have conduction-band minima and valenceband<br />

maxima at the points L, at the center of the hexago<strong>na</strong>l<br />

faces of the Brillouin zone. The valence-band edge is s-like,<br />

doubly degenerate, due to spin, with the Bloch spin-orbital<br />

pair L 6 ↑(r,) and L 6 ↓(r,). The conduction band edge is<br />

p-like, which, due to the crystal field and spin-orbit interaction,<br />

is doubly degenerate having the pair L 6 ↑(r,) and<br />

L 6 ↓(r,). 25 Valence and conduction bands have opposite<br />

parities at L. Away from this point, the eigen spin orbitals are<br />

combi<strong>na</strong>tions of these four spin orbitals modulated by envelope<br />

functions F i (r) such that<br />

r,F 1 r L6 ↑r,F 2 r L6 ↓r,<br />

F 3 r L6 ↑r,F 4 r L6 ↓r,.<br />

The envelope functions obey the equation<br />

<br />

H 0 V l k z V t k <br />

0 H V t k V l k z<br />

V l k z V t k H 0<br />

where<br />

V t k V l k z 0 H <br />

F<br />

1<br />

F 2<br />

F 3<br />

1<br />

F 2<br />

F 4EF<br />

F 3<br />

F 4,<br />

1<br />

2<br />

the unit of distance is the Bohr radius a 0 0.53 Å and the<br />

unit of energy is the hartree 1hartree27.21 eV. E g is the<br />

bulk band gap, z is the longitudi<strong>na</strong>l axis parallel to the 111<br />

direction, and x and y are the transverse axes, perpendicular<br />

to this direction, m l (m t ) are the far band contributions to<br />

the longitudi<strong>na</strong>l transverse band-edge effective masses, and<br />

V l and V t are the direct longitudi<strong>na</strong>l and transverse momentum<br />

matrix el<strong>em</strong>ents taken between the extr<strong>em</strong>e valence and<br />

conduction-band states.<br />

Equation 2 <strong>em</strong>bodies the traditio<strong>na</strong>l effective-mass<br />

theory as applied to the Pb salts. 6,23,24 For free Bloch electrons<br />

the envelope functions are plane waves exp(ik•r),<br />

where k is the displac<strong>em</strong>ent from the point L in the reciprocal<br />

space. The eigenvalues E are the energy-band dispersion<br />

functions E(k), which reproduce the true band functions,<br />

experimental or well calculated from first principles, up to<br />

energies of 1 eV approximately. In this case it turns out that<br />

the band functions deviate much from the simpler parabolic<br />

model. 6 For the case of spherical quantum dots with radius R<br />

we assume a boun<strong>da</strong>ry condition<br />

F i r 0 at r R 4<br />

and the envelopes are no longer plane waves but the solution<br />

of four coupled second-order differential equations. In Ref. 6<br />

the authors show a special solution for the isotropic case, that<br />

is when m l m t and V l V t . They also calculate the anisotropy<br />

perturbation to check the extent to which their isotropic<br />

model is valid for the salts PbS and PbSe. In this case<br />

the envelope functions F i (r) are proportio<strong>na</strong>l to a single<br />

spherical harmonics Y l m (rˆ), while when the anisotropy is<br />

large we need a whole series of th<strong>em</strong>.<br />

A. The choice of the basis<br />

An inspection of the Hamiltonian in Eq. 2 shows that it<br />

does not commute with the parity operator P itself but it does<br />

commute with<br />

P 0 0 0<br />

0 P 0 0<br />

P 0 0 P 0<br />

0 0 0 P<br />

having eigenvalues 1 and 1. Also it does not commute<br />

with the z angular momenta L z , but it does commute with<br />

H E g<br />

2 1<br />

2m t<br />

k t 2 1<br />

2m l<br />

k z 2 ,<br />

k t 2 k x 2 k y 2 , ki, k z i <br />

z ,<br />

3<br />

z <br />

J z L 1 2<br />

0 0 0<br />

0 L z 1 2<br />

0 0<br />

0 0 L z 1 2<br />

0<br />

0 0 0 L z 1 2<br />

k k x ik y i <br />

x y i<br />

<br />

,<br />

where we use the atomic unit syst<strong>em</strong> with the electron mass<br />

m o 1, 1, and the electronic charge e1. In this case,<br />

having eigenvalues m 1 2 .<br />

Therefore the following set of functions shows the desirable<br />

behavior for our basis:


PRB 62 EFFECT OF BAND ANISOTROPY ON ELECTRONIC ...<br />

7359<br />

where<br />

<br />

<br />

F 4 r<br />

FF 1 r <br />

F 2 r <br />

F 3 r <br />

c 1,l,n Y m l rˆ j<br />

l,n<br />

0 n<br />

R<br />

r<br />

c 2,l,n Y m1 l rˆ j<br />

l,n<br />

0 n<br />

R<br />

r<br />

c 3,,n Y m rˆ j<br />

,n<br />

0 n<br />

R<br />

r<br />

c 4,,n Y m1 rˆ j<br />

,n<br />

0 n<br />

R,<br />

r<br />

5<br />

TABLE I. L point band parameters of the lead salts.<br />

Parameters PbS PbSe PbTe<br />

Reference 29 29 30<br />

E g (eV)(T300 K) 0.41 0.28 0.31<br />

<br />

m o /m t 1.9 4.3 11.6<br />

<br />

m o /m l 3.7 3.1 1.2<br />

<br />

m o /m t 2.7 8.7 10<br />

<br />

m o /m l 3.7 3.3 0.7<br />

2V 2 t H2P 2 t /m o eV 3.0 3.0 5.6<br />

2V 2 l H2P 2 l /m o eV 1.6 1.7 0.52<br />

1 l 1 ,<br />

6<br />

that is, l is summed over the even or odd integers while <br />

is summed over the odd or even integers. The Dirac-like<br />

eigenvector FF 1 (r),F 2 (r),F 3 (r),F 4 (r) is simultaneously<br />

an eigenstate of the operators P and J z above. The<br />

requir<strong>em</strong>ent that l and have different parity is necessary in<br />

order to make it an eigenfunction of P while the use of m and<br />

m1 values makes it an eigenfunction of J z . The functions<br />

F i (r) already contain the boun<strong>da</strong>ry condition at rR once<br />

j 0 (n)sin(n)/n0. The infinite set of roots of<br />

j 0 (nr/R) form a complete set satisfying this boun<strong>da</strong>ry<br />

condition. 26 Moreover, the eigenvector shows the Kramers<br />

degeneracy required by the time-reversal symmetry. One obtains<br />

the Kramers partner of the state 5 by applying the<br />

operator<br />

0 K 0 0<br />

K 0 0 0<br />

K<br />

,<br />

0 0 0 K<br />

0 0 K 0<br />

where K is the complex conjugation operator, KY l m Y l m *<br />

(1) m Y l m . One readily verifies that if J z F(m 1 2 )F<br />

then J z KF(m 1 2 )KF.<br />

We write the momentum operators of the Hamiltonian<br />

Eq. 2 in the following spherical polar form:<br />

<br />

z 4 3 Y 1 0 <br />

r 2 3<br />

<br />

x i <br />

y 8 3 Y 1 1 <br />

r<br />

8 3<br />

1<br />

r Y 1 1 L Y 1 1 L ,<br />

1<br />

r<br />

Y 1 1 L z 1<br />

2 Y 1 0 L ,<br />

where L z ,L are the usual angular momenta operators given<br />

in quantum mechanics textbooks. The Hamiltonian applied<br />

to our basis Eq. 5 leads to a set of homogeneous linear<br />

equations for the coefficients c i,l,n whose eigenvalues are the<br />

energy eigenvalues being looked for. The matrix dimension<br />

d is given by the number of coefficients c i,l,n , which depends<br />

on the quantum numbers l, n, and m, l being equal or<br />

larger than m. For a given parity dn(32 1 22 l1 2 <br />

2m). The secular matrix is symmetric and the diago<strong>na</strong>lization<br />

was made by the Householder reduction to tridiago<strong>na</strong>l<br />

7<br />

8<br />

form. 27 The six radial integrals necessary to calculate the<br />

matrix el<strong>em</strong>ents are listed in Appendix B. The product of the<br />

spherical harmonics can be evaluated using the Clebsh-<br />

Gordon coefficients. 28 It is worth noticing that the product of<br />

Y 1 m and Y L M always ends up with Y mM spherical harmonics<br />

and, therefore, that the k z operator does not change the m<br />

number while the k x,y raises or lowers this number by 1.<br />

The oscillator strengths for the direct interband transitions<br />

are obtained straightforwardly from the eigenvectors<br />

through: 6<br />

f i 2 cr ê•p v r <br />

2<br />

m o E i<br />

2<br />

m o E i dr ê•p Pl F 1 c *r F3 v r <br />

F c 3<br />

*r v F1 r c F2 *r v F4 r c F4 *r v F2 r <br />

4<br />

2<br />

F c i<br />

*r ê•p v Fi r , 9<br />

<br />

i1<br />

where ê represents the polarization of light, E i is the transition<br />

energy, p k, P l is the longitudi<strong>na</strong>l momentum matrix<br />

el<strong>em</strong>ent as defined in Table I, and c,v are the total electron<br />

wave functions, as given in Eq. 1. The indices c,v refer to<br />

the conduction and the valence bands, respectively. Only<br />

transitions between even and odd states are allowed. The<br />

oscillator strength calculation uses only three of the six radial<br />

integrals given in Appendix B and the product of spherical<br />

harmonics. 28<br />

We verified that the first term in the integral is usually<br />

much smaller than the second one and can be neglected in<br />

the calculation. This is due to the fact that although both c<br />

and v are expanded in the same set of Bloch functions,<br />

which includes valence (F 1,2 ) and conduction (F 3,4 ) functions,<br />

this coupling of the conduction and valence-band-edge<br />

states is small for quantum dot radius up to 1 nm. Only for<br />

very high confin<strong>em</strong>ent the first term in the integral becomes<br />

important, but this would go beyond the confin<strong>em</strong>ent energy<br />

range for which the four-band envelope-function approximation<br />

is still valid.<br />

If we can neglect the first integral, only transitions between<br />

states with the same quantum number m are allowed<br />

and only the dipole moment of the Bloch functions P l polarized<br />

along the z direction for a given L valley r<strong>em</strong>ains. Al-


7360 G. E. TUDURY et al.<br />

PRB 62<br />

though there is a selection rule for the light polarization for<br />

one L valley, it must be r<strong>em</strong><strong>em</strong>bered that each<br />

QD has 4 different L valleys located at Z 1<br />

1/3(1,1,1), Z 2 1/3(1¯,1,1), Z 3 1/3(1,1¯,1), and Z 4<br />

1/3(1,1,1¯). Assuming a generic light polarization ê<br />

(sin cos ,sin sin ,cos ), the transition strength will<br />

be proportio<strong>na</strong>l to the sum (ê•Z 1 ) 2 (ê•Z 2 ) 2 (ê•Z 3 ) 2<br />

(ê•Z 4 ) 2 4 3 , therefore being totally independent of the polarization<br />

angles and . The oscillator strength is thus<br />

simply 4/3 times the overlap integrals in Eq. 9 and the<br />

selection rules that apply for the direct transitions are different<br />

parities ( c v 1) and the same m quantum number<br />

(m0).<br />

III. RESULTS AND DISCUSSION<br />

The bulk parameters used in both isotropic and anisotropic<br />

calculations are presented in Table I for PbS, PbSe,<br />

and PbTe quantum dots. The anisotropy increases in going<br />

from PbS to PbSe to PbTe. For the isotropic calculations we<br />

used average band parameters (V,m ) defined by 6<br />

V 2 1 3 2V t 2 V l 2 ,<br />

1<br />

m 1 3 2<br />

m 1<br />

<br />

t<br />

m l<br />

<br />

.<br />

10<br />

Figure 1 shows the first three conduction and valenceband<br />

energy states with m0 obtained for spherical QD’s<br />

(T300 K) as a function of the radius. The solid lines correspond<br />

to the results of the spherical calculation IFBEF<br />

and the symbols correspond to the anisotropic calculation<br />

AFBEF. The eigenvalues resulting from the spherical calculation<br />

are labeled by the corresponding angular momentum<br />

quantum number j and by the parity . The results show that<br />

quantum confin<strong>em</strong>ent effects becomes stronger in going<br />

from PbS to PbSe to PbTe. This is expected since the exciton<br />

Bohr radius increases in the same way a 0 (PbS)<br />

a 0 (PbSe)a 0 (PbTe). There is almost no discrepancy between<br />

the spherical and the anisotropic calculation for the<br />

PbS QD’s states. For PbSe, there are appreciable differences<br />

only for the excited levels, while for PbTe QD’s this discrepancy<br />

is very important even for the ground states.<br />

We verified that the convergence of the Y l m j 0 n(r/R)<br />

expansions becomes slower for higher anisotropies, higher<br />

states and stronger confin<strong>em</strong>ent but, yet, the method does<br />

converge even for the extr<strong>em</strong>e cases. As an example, considering<br />

the lowest radius 1-nm radius and the highest anisotropy<br />

PbTe QD studied, the convergence for the first three<br />

conduction and valence-band states was achieved for d<br />

200. All the calculation results presented in this paper<br />

were done for nl15 (d465).<br />

The fun<strong>da</strong>mental transition energies of PbS, PbSe, and<br />

PbTe QD’s, calculated by the AFBEF model, are presented<br />

in Fig. 2, as functions of the dots radii. The effect of the<br />

anisotropy in the energy position of these transitions is<br />

shown in Fig. 3, where the difference between the results of<br />

the IFBEF and the AFBEF calculation is plotted. For PbS,<br />

PbSe, and PbTe, this energy difference is, respectively, about<br />

0.3%, 0.5%, and 4% of the transition energy, for QD radius<br />

ranging from 1 to 5 nm. Although for PbS and PbSe the<br />

anisotropic contribution to the ground transition is almost<br />

FIG. 1. Energy levels obtained by the IFBEF lines and the<br />

AFBEF symbols calculations as functions of the QD radius. Parts<br />

a, b, and c show the results for PbS, PbSe, and PbTe, respectively.<br />

negligible, it is a significant contribution for PbTe (E<br />

250 meV for 1 nm PbTe QD.<br />

In order to better understand the role of the anisotropy in<br />

the energy spectrum, we play with the PbTe band parameters


PRB 62 EFFECT OF BAND ANISOTROPY ON ELECTRONIC ...<br />

7361<br />

FIG. 2. Calculated fun<strong>da</strong>mental transitions of PbS square,<br />

PbSe circle, and PbTe triangle QD’s. The dotted lines are guide<br />

for the eyes.<br />

FIG. 4. Transition strengths of a 4-nm PbTe QD assuming different<br />

sets of band parameters. From top to bottom the degree of<br />

band anisotropy increases: 0,0.25,0.5,0.75, and 1. The dotted<br />

and <strong>da</strong>shed arrows show the energy levels evolve by adding the<br />

anisotropy.<br />

starting from the isotropic case as defined in Eq. 10 and<br />

going to the true material parameters shown in Table I. Figure<br />

4 shows the transition energies and oscillator strengths<br />

for a 4-nm PbTe QD using a different set of parameters. The<br />

top graph shows the isotropic result and the bottom one the<br />

result using the true parameters. In between, the used parameters<br />

correspond to a linear interpolation between the spherical<br />

and true parameters, such as pp sph (p true p sph )<br />

where p stands for all band parameters. is a measure of the<br />

amount of anisotropy. From top to bottom it varies from 0 to<br />

1 in steps of 0.25. One sees that by increasing the anisotropy<br />

() the position of the transitions change significantly and so<br />

does the oscillator strengths. The transitions spread out in the<br />

energy spectrum and the oscillator strengths are redistributed.<br />

Figure 5 shows the AFBEF calculation of the energy<br />

spectra of the lead salt QD’s (R4 nm) with all the allowed<br />

transitions (m0) and the corresponding oscillator<br />

strengths. Parts a, b, and c refer to PbS, PbSe, and PbTe,<br />

respectively. For comparison, also presented in the same figure<br />

are the a<strong>na</strong>logous results using the IFBEF model top<br />

graphs. As explained in the previous section, the transitions<br />

strengths between states with different quantum number m<br />

are negligible. The obtained results show that for PbS, the<br />

spherical approximation and the complete calculation give<br />

similar energy spectra up to 1.5 eV. For higher-energy levels<br />

however the two calculations show different results. For<br />

PbSe and PbTe, in which the band anisotropy is more important,<br />

strong differences between the two calculations appear<br />

for much lower-energy levels. They are already significant<br />

for the first excited state in PbSe while for PbTe the difference<br />

is already important for the ground state.<br />

The technique presented here AFBEF calculation can<br />

FIG. 3. Energy difference between the IFBEF and AFBEF calculations<br />

of the ground-state energy for PbS square, PbSe circle,<br />

and PbTe triangle as a function of the QD radius.<br />

FIG. 5. Transition strengths of PbS a, PbSe b, and PbTe c<br />

QD’s with 4-nm radius. The isotropic anisotropic results correspond<br />

to the top bottom graphs.


7362 G. E. TUDURY et al.<br />

PRB 62<br />

also be applied in the case of QD’s with nonspherical shape.<br />

The math<strong>em</strong>atical difficulty of dealing with boun<strong>da</strong>ry condition<br />

in an ellipsoi<strong>da</strong>l surface is overcome by rescaling the<br />

coordi<strong>na</strong>te axes such that the ellipsoid is transformed in a<br />

sphere in the new coordi<strong>na</strong>te syst<strong>em</strong>. The simplest case<br />

would be an ellipsoid of revolution. For example, starting<br />

from an oblate or prolate ellipsoi<strong>da</strong>l z-oriented QD, we elongate<br />

or contract the z axis the new axis zz/a, a is a scale<br />

factor, transforming the ellipsoi<strong>da</strong>l QD in a spherical one in<br />

the new axes x,y,z. This means that the k z i(/z)<br />

operator must be replaced by k z k z /a in Eq. 2. By defining<br />

the longitudi<strong>na</strong>l band parameters such as m<br />

<br />

l a 2 <br />

m l<br />

and V l V l /a, the Hamiltonian r<strong>em</strong>ains the same and the<br />

math<strong>em</strong>atical probl<strong>em</strong> of the ellipsoi<strong>da</strong>l QD is reduced to the<br />

probl<strong>em</strong> of a spherical QD with renormalized band parameters.<br />

For instance, if one starts with an isotropic material in<br />

k space, m l m <br />

t and V l V t , with an ellipsoi<strong>da</strong>l shape<br />

where the longitudi<strong>na</strong>l axis (z axis is 10% longer than the<br />

transverse ones, this would be math<strong>em</strong>atically equivalent to<br />

the probl<strong>em</strong> of a spherical boun<strong>da</strong>ry condition with the parameters<br />

m l 1.21m t and V l 0.91V t . In this case the anisotropy<br />

in real space was transformed into an anisotropy in<br />

the reciprocal space. A<strong>na</strong>logously, an elongation of 20% is<br />

equivalent to m l 1.44m t and V l 0.83V t . We would like<br />

to point out that the resulting anisotropy showed by the<br />

renormalized parameters is weaker than the anisotropy of the<br />

true lead-salt material Table I, that is, (m t /m l ) <br />

1.96, (m t /m l ) 1.36, V l /V t 0.73 in PbS and<br />

(m l /m t ) 9.7, (m l /m t ) 14.3, V l /V t 0.30 in PbTe.<br />

IV. CONCLUSIONS<br />

We have calculated the energy spectrum of lead-salt<br />

spherical QD’s using a k•p formalism. The anisotropic fourband<br />

envelope-function model presented here accounts fully<br />

for the bands anisotropy, which allowed us to calculate, the<br />

electronic structure of PbTe QD’s. The effects of the anisotropy<br />

in the transition energies and strengths were syst<strong>em</strong>atically<br />

investigated, simply by changing the degree of anisotropy<br />

in the band parameters. Our results show that for PbS<br />

QD’s, where the band parameters are almost isotropic, the<br />

complete calculation is only important if one is interested in<br />

high-excited states. For PbSe and PbTe QD’s however the<br />

effects of the band anisotropy both in the transition positions<br />

and strengths are very pronounced, especially for the excited<br />

states, and they increase with the confin<strong>em</strong>ent. The complete<br />

anisotropic calculation is thus necessary to obtain the energy<br />

spectra of these materials. Furthermore, we have shown<br />

that the same technique can be applied to an ellipsoi<strong>da</strong>l QD<br />

by rescaling the coordi<strong>na</strong>te axes and transforming the QD in<br />

a spherical one, with renormalized band parameters.<br />

ACKNOWLEDGMENTS<br />

This work was supported by Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico–CNPq PRONEX.<br />

G.E.T. and M.V.M. acknowledge support from FAPESP and<br />

CNPq PRONEX, Brazilian agencies.<br />

APPENDIX A: MIXING OF THE FOUR L POINTS<br />

We assume that the dot eigenfunctions have the form<br />

k,r expl 2 /X 2 expik• l r l ,<br />

l<br />

where the are Wannier functions that can be constructed<br />

with small enough width, 31 and k means each of the wave<br />

vectors of the four points L. The parameter X controls how<br />

extensive in space is the function and is related to the radius<br />

of the dot. When X tends to infinity these wave functions<br />

tend to become Bloch waves.<br />

With the four wave functions we construct a 44 secular<br />

matrix of HE, where H is the one-electron Hamiltonian for<br />

the perfect crystal made out of the dot material. Among the<br />

eigenvalues, three are degenerate and the fourth is a singlet.<br />

The energy difference between the triplet and the singlet is<br />

E4 S 1 (110) N 0 S 0 (110) N 1<br />

N 0 3N 1 N 0 N 1 V 110<br />

4 S 1 (200) N 0 S (200) 0 N 1<br />

N 0 3N 1 N 0 N 1 V 200••• A1<br />

the sum extending over the many shells of neighbors (110),<br />

(200), (211), . . . . The many symbols are the following:<br />

N 0 k k exp2l 2 /X 2 ,<br />

l<br />

which is effectively the number of cells inside the dot,<br />

N 1 k k <br />

l<br />

A2<br />

exp2l 2 /X 2 expil•kk <br />

for different L point vectors k and k. Further, letting n mean<br />

the vectors of a shell of neighbors such as the shell of vectors<br />

a/2(110), a/2(101), ..., or the shell a/2(200), ..., we<br />

have<br />

S 0<br />

n <br />

l<br />

expl 2 /X 2 ln 2 /X 2 expik•n ,<br />

n , shell<br />

S 1<br />

n <br />

l<br />

expl 2 /X 2 ln 2 /X 2 <br />

n , shell<br />

expik•n expil •k k ,<br />

where the last definition refers to L points with different<br />

wave vectors k.<br />

The energy parameters V n are the matrix el<strong>em</strong>ents of the<br />

Wannier functions<br />

V n r Hr n <br />

and determine the energy-band functions of the periodic<br />

crystal<br />

Ek H0 <br />

n V n e ik •n .


PRB 62 EFFECT OF BAND ANISOTROPY ON ELECTRONIC ...<br />

7363<br />

&R<br />

a<br />

TABLE II. Factors determining L point mixing.<br />

4 S 1 (200) N 0 S 0 (200) N 1<br />

N 0 3N 1 N 0 N 1 <br />

4 S 1 (220) N 0 S 0 (220) N 1<br />

N 0 3N 1 N 0 N 1 <br />

10.317 6.03110 8 2.67610 8<br />

9.251 5.54910 7 1.51810 6<br />

8.261 1.37510 6 5.31310 6<br />

5.004 1.69310 4 5.51210 4<br />

4.353 4.79710 4 1.53010 3<br />

2.309 1.81110 2 5.11810 2<br />

1.290 1.52510 1 3.60710 1<br />

1.033 2.73910 1 5.88710 1<br />

1<br />

t 2 f n,t d2 f p,t<br />

dtnSinp<br />

0 dt 2<br />

<br />

0<br />

1<br />

t 2 f n,t 1 t<br />

nSipn<br />

1 2 2 p 2 n,p ,<br />

dfp,t<br />

dt 1 dt 2 nSinp<br />

B2<br />

1 nSipn, B3<br />

2<br />

Therefore, the energy parameters V n are related to the bandwidth.<br />

Typically, for bandwidths in the order of 10 eV Ref.<br />

32 the energy parameters V are in the order of 0.5 eV.<br />

Therefore we can make a crude estimate of the splitting<br />

E using this value for the V’s and calculating the multipliers<br />

Table II as functions of the effective radius R, given by<br />

4R 3 /3a 3 N 0 /4. The first nonzero multiplier belongs to the<br />

shell (200). The lattice parameter of PbTe is a6.462 Å. 33<br />

For a dot radius of R1.0 nm (2R/a2.2), and V n <br />

0.5 eV we obtain E30 meV, and falls by a factor of<br />

100 when the radius doubled to 2 nm. Further, with increasing<br />

R, E falls off exponentially and becomes increasingly<br />

negligible.<br />

APPENDIX B: RADIAL INTEGRALS<br />

The solutions of the radial integrals that appear in the<br />

calculation are presented below:<br />

1<br />

t 2 f n,tfp,tdt 1<br />

0 2 m,n , B1<br />

where<br />

f n,t sinnt<br />

;<br />

t<br />

n and p are integers and tr/R.<br />

<br />

0<br />

1<br />

t 2 f n,t 1 t 2 f p,tdt 2 npSinp<br />

1<br />

t 2 f n,t dfp,t<br />

dt 1<br />

0 dt 2 Cinp<br />

2 npSinp, B4<br />

1 2 Cinp 1 2 lnnp<br />

1 2 lnnp<br />

<br />

2np<br />

n 2 p 2 if npodd<br />

0 if npeven,<br />

B5<br />

<br />

0<br />

1<br />

t 2 f n,t 1 t f p,tdt 1 2 Cinp 1 2 Cinp<br />

1 2 lnnp 1 2 lnnp<br />

B6<br />

1 For a review see, for instance, A.D. Yoffe, Adv. Phys. 42, 173<br />

1993, and references therein.<br />

2 M.G. Burt, U.S. Patent No. 5881200, 1999.<br />

3 Y. Wang, A. Su<strong>na</strong>, W. Mahler, and R. Kasowski, J. Ch<strong>em</strong>. Phys.<br />

87, 7315 1987.<br />

4 N.F. Borrelli and D.W. Smith, J. Non-Cryst. Solids 180, 25<br />

1994.<br />

5 V.C.S. Reynoso, A.M. de Paula, R.F. Cuevas, J.A. Medeiros<br />

Neto, O.L. Alves, C.L. Cesar, and L.C. Barbosa, Electron. Lett.<br />

31, 1013 1995.<br />

6 I. Kang and F.W. Wise, J. Opt. Soc. Am. B 14, 1632 1997.<br />

7 A. Lipovskii, E. Kolobkova, V. Petrikov, I. Kang, A. Olkhovets,<br />

T. Krauss, M. Thomas, J. Silcox, F. Wise, Q. Shen, and S.<br />

Kycia, Appl. Phys. Lett. 71, 3406 1997.<br />

8 E.R. Thoen, G. Steinmeyer, P. Langlois, E.P. Ippen, G.E. Tudury,<br />

C.H. Brito Cruz, L.C. Barbosa, and C.L. Cesar, Appl. Phys. Lett.<br />

73, 2149 1998.<br />

9 P.C. Sercel and K.J. Vahala, Phys. Rev. B 42, 3690 1990.<br />

10 K.J. Vahala and P.C. Sercel, Phys. Rev. Lett. 65, 239 1990.<br />

11 L.W. Wang and A. Zunger, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 100, 2394 1994.<br />

12 H. Fu, L.W. Wang, and A. Zunger, Phys. Rev. B 57, 9971 1998.<br />

13 P.E. Lippens and M. Lannoo, Phys. Rev. B 39, 10 935 1989.<br />

14 P.E. Lippens and M. Lannoo, Phys. Rev. B 41, 6079 1990.<br />

15 B. Zorman, M.V. Ramakrish<strong>na</strong>, and R.A. Friesner, J. Phys.<br />

Ch<strong>em</strong>. 99, 7649 1995.<br />

16 R.S. Kane, R.E. Cohen, and R. Silbey, J. Phys. Ch<strong>em</strong>. 100, 7928<br />

1996.<br />

17 A.I. Ekimov, F. Hache, M.C. Schanne-Klein, D. Ricard, C. Flytzanis,<br />

I.A. Kudryavtsev, T.V. Yazeva, A.V. Rodi<strong>na</strong>, and Al.L.<br />

Efros, J. Opt. Soc. Am. B 10, 100 1993.


7364 G. E. TUDURY et al.<br />

PRB 62<br />

18 D.J. Norris, A. Sacra, C.B. Murray, and M.G. Bawendi, Phys.<br />

Rev. Lett. 72, 2612 1994.<br />

19 D.J. Norris and M.G. Bawendi, Phys. Rev. B 53, 16 338 1996.<br />

20 L.E. Brus, Al.L. Efros, and T. Itoh, J. Lumin. 70, 11996.<br />

21 C.R.M. de Oliveira, A.M. de Paula, F.O. Plentz Filho, J.A. Medereiros<br />

Neto, L.C. Barbosa, O.L. Alves, E.A. Menezes, J.M.M.<br />

Rios, H.L. Fragnito, C.H. Brito Cruz, and C.L. Cesar, Appl.<br />

Phys. Lett. 66, 439 1995.<br />

22 G. Bastard, Wave Mechanics Applied to S<strong>em</strong>iconductor Heterostructures<br />

Wiley, New York, 1991.<br />

23 D.L. Mitchell and R.F. Wallis, Phys. Rev. 151, 581 1966.<br />

24 J.O. Dimmock, in The Physics of S<strong>em</strong>imetals and Narrow-Gap<br />

S<strong>em</strong>iconductors, edited by D.L. Carter and R.T. Bates Pergamon,<br />

Oxford, 1971.<br />

25 R. Dalven, in Solid State Physics: Advances in Research and<br />

Applications, edited by F. Seitz, D. Turnbull, and H. Ehrenreich<br />

Acad<strong>em</strong>ic, New York, 1973, Vol. 28, p. 179.<br />

26 The use of these radial functions over the set j l (k l n r) with<br />

j l (k l n R)0 makes the calculation very convenient once they do<br />

not depend on l and lead to a fast converging sine Fourier series.<br />

Furthermore, the resulting radial integrals used in both, the energy<br />

levels and oscillator strengths calculation, are easily performed,<br />

as shown in Appendix B.<br />

27 W.H. Press, S.A. Teukolsky, W.T. Vetterling, and B.P. Flannery,<br />

Numerical Recipes in Fortran Cambridge University Press,<br />

Cambridge, 1992.<br />

28 M.E. Rose, El<strong>em</strong>entary Theory of Angular Momentum Wiley,<br />

New York, 1957.<br />

29 H. Preier, Appl. Phys. 20, 189 1979.<br />

30 C.R. Hewes, M.S. Adler, and S.D. Senturia, Phys. Rev. B 7, 5195<br />

1973.<br />

31 L.G. Ferreira and N.J. Para<strong>da</strong>, J. Phys. C 4, 151971.<br />

32 S.-H. Wei and A. Zunger, Phys. Rev. B 55, 13 605 1997.<br />

33 R. Dalven, Infrared Phys. 9, 141 1969.


$SrQGLFH 6OLGHV GD GHIHVD GH WHVH<br />

BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

$SrQGLH6OLGHVGDGHIHVDGHWHVH<br />

___________________________________________________________________________<br />

Após a apresentação <strong>da</strong> defesa <strong>da</strong> <strong>tese</strong> de doutorado, achamos que os “slides” usados<br />

<strong>na</strong> apresentação poderiam se transformar <strong>em</strong> mais um apêndice, já que têm algumas novas<br />

figuras compl<strong>em</strong>entares às presentes no corpo <strong>da</strong> <strong>tese</strong>.<br />

183


Medi<strong>da</strong>s de proprie<strong>da</strong>des não lineares<br />

resolvi<strong>da</strong>s no t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> vidros<br />

dopados com PQ s<strong>em</strong>icondutores<br />

Gastón E. Tudury, Carlos Lenz Cesar<br />

UNICAMP IFGW DEQ<br />

13083-970 CP 6165<br />

Campi<strong>na</strong>s - São Paulo - Brazil<br />

1 2<br />

Overview<br />

• Desirable properties;<br />

• Material choice;<br />

• Basic characterization:<br />

• Absorption;<br />

•PL(Photo Luminescence);<br />

• Size selection experiments:<br />

•FLN(Fluorescence Line Narrowing);<br />

•PLE(Photo Luminescence of Excitation);<br />

• Time resolved experiments: Pump&probe;<br />

• Coherent Phonons!<br />

• Calculation of energy levels (Quantum confin<strong>em</strong>ent);<br />

• Conclusions and perspectives;<br />

3<br />

Optical Devices<br />

∆n, ∆α<br />

100Gbit/s<br />

10ps, τ < 3ps<br />

Quantum Dots:<br />

Materials<br />

• Reso<strong>na</strong>nt;<br />

• Non Reso<strong>na</strong>nt;<br />

•Reso<strong>na</strong>nt:∆n ,∆τ τ<br />

• Non Reso<strong>na</strong>nt: ∆n n ,∆τ<br />

∆n<br />

, ∆τ<br />

4<br />

Devices<br />

PbX Structure<br />

Absorption Coefficient (cm -1 )<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

CdTe<br />

E g<br />

=1.49eV<br />

(765nm)<br />

450 550 650 750<br />

Wavelength (nm)<br />

α (cm -1 )<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

PbTe<br />

E g<br />

= 0.31eV<br />

(4µm)<br />

1.0 1.2 1.4 1.6<br />

Wavelength (µm)<br />

90 min.<br />

60 min.<br />

45 min.<br />

30 min.<br />

20 min.<br />

• NaCl structure;<br />

• Min @ L point;<br />

• Narrow gap<br />

material;<br />

• E g = 0.41, 0.28,<br />

0.31eV;<br />

• 4 equivalent<br />

Fermi Surfaces;<br />

• Star degeneracy;<br />

E g = 3µm, 4.42µm, 4µm<br />

5<br />

6<br />

1


Absorption & Luminescence Experiments<br />

Open Questions:<br />

Ar<br />

D<br />

Spec<br />

Intensity ( a.u. )<br />

Intensity ( a.u. )<br />

Abs.<br />

PL<br />

5K<br />

Abs.<br />

PL<br />

300K<br />

Intensity ( a.u. )<br />

Abs<br />

PL<br />

5K<br />

• Stokes Shift;<br />

• T dependence of α;<br />

• Low T shoulder in α<br />

(is it real??);<br />

• Hom. & Inh. widths;<br />

• Where does it come<br />

from?;<br />

L2<br />

Tsu<strong>na</strong>mi<br />

OPAL<br />

L1<br />

S<br />

Crio<br />

1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4<br />

7<br />

Wavelegth ( µm )<br />

1.8 2.0 2.2 2.4<br />

Wavelegth ( µm )<br />

8<br />

Luminescence Experiments<br />

Luminescence Experiments<br />

Intensity ( a.u. )<br />

1.2 1.4 1.6 1.8 2.0<br />

Energy<br />

1.2 1.4 2.2 1.2 1.4 2.4<br />

Wavelength ( µm )<br />

1.6 1.8 2.0<br />

Wavelength ( µm )<br />

1.6 1.8 2.0 2.2<br />

Wavelength ( µm )<br />

t = 105min t = 150min t = 300min<br />

ABS<br />

PL<br />

• So many carriers are created that<br />

energy band levels are modified;<br />

9<br />

Sample Radii (nm) r s ∆E BGR (meV) ∆E Exp (meV)<br />

105min. 3.9 0.28 60 83<br />

150min. 4.5 0.32 54 78<br />

300min. 5.4 0.38 46 40<br />

r = R /<br />

s a B<br />

r =<br />

s<br />

( )<br />

1<br />

1/ 3<br />

4 π n<br />

1<br />

a<br />

B<br />

∆E<br />

BGR<br />

a + br<br />

=<br />

c + dr<br />

s<br />

2<br />

s + rs<br />

10<br />

Absorption Experiments & T<br />

Stress effects<br />

E (eV)<br />

0.84<br />

0.80<br />

0.76<br />

0.72<br />

0.68<br />

0.64<br />

∆E = 9.5 meV<br />

t = 105min<br />

∆E = 24.4 meV<br />

t = 150min<br />

∆E = 40.4 meV<br />

t = 300min<br />

0.60<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T (K)<br />

E(T) − E(T=0), (eV)<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Bulk<br />

∆E = 124 meV<br />

∆E = 40.4 meV<br />

∆E = 24.4 meV<br />

∆E = 9.5 meV<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

T (K)<br />

11<br />

k th band, l th valley<br />

(lk)<br />

D ij<br />

δE (lk) (lk)<br />

= Σ ij ε ijc<br />

, = D<br />

(k) d δ ij<br />

+ D<br />

(k) u U<br />

(l) i U<br />

(l) j<br />

D ij<br />

ε = strain<br />

D u<br />

(k)<br />

, D d (k) uniaxial and dilatio<strong>na</strong>l deformation potential constants,<br />

U i<br />

cosines of angle between the x i crystal axis and the l th ellipsoid major axis<br />

δE ~ 15meV<br />

12<br />

2


Absorption<br />

Termal differential absorption<br />

α ( a.u. )<br />

0.50<br />

0.45<br />

0.40<br />

0.35<br />

0.30<br />

0.25<br />

0.20<br />

0.15<br />

0.5 0.6 0.7 0.8 0.9<br />

Energy ( eV )<br />

13<br />

Diferential Absorption ( a.u. )<br />

6e -3<br />

4e -3<br />

2e -3<br />

0e -3<br />

-2e -3<br />

-4e -3<br />

-6e -3<br />

-8e -3<br />

-10e -3<br />

0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80<br />

Energy ( eV )<br />

• Only using two gaussian<br />

functions we can get a<br />

good fit;<br />

• This experiment clearly<br />

shows the existence of<br />

two lines;<br />

14<br />

Absorsoption linewidth & T<br />

Size selective Techniques<br />

α (a.u.)<br />

0.55<br />

0.50<br />

0.45<br />

0.40<br />

0.35<br />

0.30<br />

0.25<br />

0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90<br />

Energy (eV)<br />

ΓTot<br />

( T)<br />

=<br />

2 2<br />

ΓInhom<br />

+ ΓHom(<br />

T)<br />

=<br />

Width FWHM (meV)<br />

76<br />

75<br />

74<br />

73<br />

72<br />

71<br />

2<br />

ΓInhom<br />

+<br />

Γ Inhom<br />

= 70.8meV e Γ H<br />

= 20.3meV<br />

Abs. Exp. Width<br />

Model<br />

70<br />

0 50 100 150 200 250 300<br />

2<br />

Γ<br />

T<br />

[ exp(<br />

H<br />

T ) 1] 2<br />

0<br />

−<br />

T (K)<br />

T 0<br />

=180K (15meV)<br />

LO phonon!<br />

Γ Hom (300Κ) = 24.7meV<br />

15<br />

α (cm -1 )<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

Typical pulse<br />

spectral width<br />

0<br />

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8<br />

Wavelength (µm)<br />

Tsu<strong>na</strong>mi<br />

α, FLN, PLE ( a.u.)<br />

Ar<br />

Abs<br />

PLE<br />

FLN<br />

5K<br />

1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4<br />

OPAL<br />

Wavelength ( µm )<br />

PM<br />

L1<br />

D<br />

Spec<br />

S<br />

Crio<br />

L2<br />

16<br />

FLN Experiments<br />

PLE Experiments<br />

FLN Intensity ( a.u. )<br />

λ exc<br />

= 2.00µm<br />

λ exc<br />

= 1.95µm<br />

λ exc<br />

= 1.90µm<br />

λ exc<br />

= 1.85µm<br />

λ exc<br />

= 1.80µm<br />

λ exc<br />

= 1.70µm<br />

1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4<br />

Wavelength (µm)<br />

• PbTe LO phonon:<br />

15meV. Replica?<br />

• Stress effects??<br />

17<br />

PLE Sig<strong>na</strong>l ( a.u.)<br />

300K<br />

5K<br />

1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4<br />

Wavelength (µm)<br />

Wavelegth (µm)<br />

18<br />

3


PLE Experiments<br />

Conclusions and Perspectives<br />

PLE Sig<strong>na</strong>l ( a.u.)<br />

1.86 µm<br />

1.90 µm<br />

1.94 µm<br />

1.98 µm<br />

2.02 µm<br />

2.06 µm<br />

T5K<br />

T53K<br />

T100K<br />

T153K<br />

T300K<br />

• BGR describes Stokes Shift between Abs&PL;<br />

• We d<strong>em</strong>onstrate the existence of a double line in ground state;<br />

• Stress effects (mismatch of dilatation coeff. of glass and s<strong>em</strong>iconductor):<br />

Abs vs. T;<br />

Double line of ground state;<br />

1.70 1.75 1.80 1.85 1.90 1.95 2.00 2.05<br />

Wavelegth (µm)<br />

1.70 1.75 1.80 1.85 1.90 1.95 2.00<br />

Wavelength ( µm )<br />

• Phonon replica or stress effects in FLN and PLE experiments??;<br />

• Colloi<strong>da</strong>l QD´s;<br />

19<br />

20<br />

Pump & Probe experiments<br />

Pump & Probe experiments<br />

10<br />

8<br />

Range of<br />

experim.<br />

α (cm -1 )<br />

6<br />

4<br />

2<br />

Typical pulse<br />

spectral width<br />

0<br />

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8<br />

Wavelength (µm)<br />

21<br />

22<br />

Pump & Probe experiments<br />

Pump & Probe experiments<br />

∆T/T ·10 -6<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

43<br />

42<br />

41<br />

40<br />

2 4 6 8<br />

∆T/T ·10 -6<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

43<br />

42<br />

41<br />

40<br />

2 4 6 8<br />

0<br />

-2 0 2 4 6 8 10 12<br />

Delay (ps)<br />

• excitation and phase;<br />

• detection;<br />

• amplitude;<br />

• frequency and <strong>da</strong>mp;<br />

• accurate model;<br />

• comparison with<br />

other experiments;<br />

0<br />

-2 0 2 4 6 8 10 12<br />

Delay (ps)<br />

23<br />

24<br />

4


Coherent Phonons: excitation and phase<br />

Coherent Phonons: detection<br />

a. b. c.<br />

Models to describe the observation of acoustical coherent phonons<br />

25<br />

26<br />

A<br />

2<br />

1⎛<br />

E−E0<br />

⎞<br />

−<br />

2<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝ σTot<br />

⎠<br />

=<br />

A0 exp<br />

Coherent Phonons: amplitude<br />

2<br />

2 ⎛ ⎞<br />

1 1 ⎜<br />

δE<br />

δT<br />

δA<br />

⎛ δE<br />

⎞ E ⎟<br />

0<br />

= ≈ = ⎜ ⎟<br />

2<br />

⎜<br />

⎟<br />

T A ⎝ σ ⎠ 2 ⎜ σ<br />

Tot<br />

Tot ⎟<br />

⎝ E0<br />

⎠<br />

E<br />

conf<br />

α<br />

( r)<br />

=<br />

r<br />

δE<br />

conf<br />

, = −2<br />

2<br />

E0<br />

δr<br />

r<br />

PdV = Fdr = 4πr<br />

Pdr = dE<br />

1 dEconf<br />

⇒ P =<br />

2<br />

4πr<br />

dr<br />

2<br />

0<br />

conf<br />

3 3<br />

3<br />

∆V<br />

( r − r )<br />

⎡<br />

0 ⎛ r ⎞ ⎤<br />

P = −K<br />

= −K<br />

= −K<br />

⎢ 1⎥<br />

⇒<br />

3<br />

V0<br />

r0<br />

⎢<br />

⎜<br />

r<br />

⎟ −<br />

⎣⎝<br />

0 ⎠ ⎥<br />

⎦<br />

δr<br />

1<br />

⇒ = P<br />

r0<br />

3K<br />

0.82meV (≈ 1.5µm) correspond to R=3.87nm<br />

δr / r 0<br />

=1.5x10 -5<br />

−6<br />

δA<br />

⎧4.4<br />

× 10 , T = 300K<br />

= ⎨ −6<br />

A ⎩ 16×<br />

10 , T = 0K<br />

27<br />

∆T/T ·10 -6<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

Pump & Probe experiments<br />

43<br />

42<br />

41<br />

40<br />

2 4 6 8<br />

0<br />

-2 0 2 4 6 8 10 12<br />

Delay (ps)<br />

28<br />

Coherent Phonons: frequency and <strong>da</strong>mping<br />

Coherent Phonons: frequency, <strong>da</strong>mping and phase<br />

ν (THz)<br />

0.64<br />

0.62<br />

0.60<br />

0.58<br />

0.56<br />

0.54<br />

Damp time (ps)<br />

4.5<br />

4.0<br />

3.5<br />

3.0<br />

2.5<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

0.5<br />

1.40 1.45 1.50 1.55 1.60<br />

Wavelength (µm)<br />

( b )<br />

ν 2 som= kl 2 /m<br />

ω = (k/m) 1/2 = 2ν som / L<br />

0.52<br />

0.50<br />

1.40 1.45 1.50 1.55 1.60<br />

Wavelength (µm)<br />

φ ≈ 0<br />

Phase (rad)<br />

0.2<br />

0.1<br />

0.0<br />

-0.1<br />

-0.2<br />

29<br />

1.40 1.45 1.50 1.5530<br />

1.60<br />

Wavelength (µm)<br />

5


&<br />

∂ u<br />

ρ<br />

∂ t<br />

2<br />

o<br />

2<br />

Coherent Phonons: accurate model<br />

Linear diff. eq. for u o in ideal, uniform, isotropic and elastic medium<br />

+ µ rot rot u − ( λ + 2µ<br />

) grad div u<br />

o<br />

o<br />

= 0<br />

Ω 1+<br />

iγΩ<br />

αγΩ<br />

ctg( αγΩ)<br />

= 1−<br />

2<br />

η Ω + 4<br />

2<br />

( 1 −1) (1 + iγΩ)<br />

p<br />

ρ density<br />

λ, µ Lame coefficients<br />

For a spherical inclusion, the lowest energy radial modes have<br />

the dispersion relation<br />

ν = Re (Ω) C long.int.<br />

/ 2r<br />

τ = Re (Ω) / 2π Im (Ω) / ν<br />

α =C l ext /C l int<br />

β =C t ext /C t int<br />

γ =C t ext /C l ext<br />

η = ρ ext / ρ int<br />

p = β 2 η 31<br />

ν (THz)<br />

Pump & Probe experiments<br />

r + material properties<br />

Pump&Probe ν(λ) or ν(r)<br />

Abs(λ) + SAXS (r)<br />

SAXS λ(r) or r(λ)<br />

Energy levels calculation<br />

1.0<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

SAXS <strong>da</strong>ta<br />

Experimental <strong>da</strong>ta<br />

Anisotropic band<br />

calculation<br />

Calculation<br />

Parabolic band approximation<br />

1.4 1.5 1.6<br />

Wavelength (µm)<br />

Ε(r) or λ(r)<br />

32<br />

Conclusions<br />

PbX Structure<br />

• First observation of coherent phonons in PbTe;<br />

• Frequency and <strong>da</strong>mping time as function of the pump&probe<br />

wavelength (size selection!!);<br />

• Complete characterization of parameters that describe the<br />

oscillations;<br />

• Acoustic continuum model that accurately describes the modes;<br />

• “Coherent acoustic phonons in PbTe quantum dots”, Appl. Phys. Lett., 73 (15),<br />

2149-51;<br />

33<br />

• NaCl structure;<br />

• Min @ L point;<br />

• Narrow gap<br />

material;<br />

• E g<br />

= 0.41, 0.28,<br />

0.31eV;<br />

• 4 equivalent<br />

Fermi Surfaces;<br />

• Star degeneracy;<br />

34<br />

Calculation<br />

Band parameters<br />

Ψ(r,σ) = F 1<br />

(r)|L 6+<br />

↑(r,σ)>+ F 2<br />

(r)|L 6+<br />

↓(r,σ)>+ F 3<br />

(r)|L 6<br />

-<br />

↑(r,σ)>+ F 4<br />

(r)|L 6<br />

-<br />

↓(r,σ)><br />

+<br />

L ↑<br />

6<br />

+<br />

L ↓<br />

−<br />

L ↑<br />

⎡ H−<br />

0 Vl<br />

kz<br />

⎢<br />

⎢<br />

0 H−<br />

Vt<br />

k+<br />

⎢V l kz<br />

Vt<br />

k−<br />

−H+<br />

⎢<br />

⎣V t k+<br />

−Vl<br />

kz<br />

0<br />

6<br />

6<br />

−<br />

L ↓<br />

6<br />

Vt<br />

k−<br />

⎤ ⎛F1<br />

⎞ ⎛F1<br />

⎞<br />

⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

−<br />

⎥<br />

Vl<br />

kz⎥<br />

⎜F2<br />

⎟ ⎜F2<br />

⎟<br />

⎜ ⎟=<br />

E<br />

0 ⎥ F<br />

⎜ ⎟<br />

3 F3<br />

⎥ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

−H<br />

+ ⎦ ⎝F4<br />

⎠ ⎝F4<br />

⎠<br />

Eg<br />

1 2 1<br />

H±<br />

= + ± k t + ± k<br />

2 2mt<br />

2ml<br />

2<br />

z<br />

2 2 2<br />

∂<br />

k t = k x + k y,<br />

k = −i∇,<br />

kz<br />

= −i<br />

∂z<br />

⎛ ∂ ∂ ⎞<br />

k ± = k x ± ik y = −i<br />

⎜ ±<br />

⎟<br />

⎝∂<br />

∂ ⎠<br />

First isotropic calculation: ‘Electronic structure and optical properties<br />

of PbS and PbSe quantum dots’, I. Kang, F. W. Wise.<br />

JOSA B, 14 (7). July 1997;<br />

35<br />

Parameter PbS PbSe PbTe<br />

E g<br />

(eV) (T=300K) 0.41 0.28 0.31<br />

m o<br />

/m- t<br />

1.9 4.3 11.6<br />

m o<br />

/ m<br />

-<br />

l<br />

3.7 3.1 1.2<br />

m -<br />

l<br />

/m- t<br />

0.51 1.38 9.7<br />

m o<br />

/m+ t<br />

2.7 8.7 10<br />

m o<br />

/ m<br />

+<br />

l<br />

3.7 3.3 0.7<br />

m +<br />

l<br />

/m+ t<br />

0.73 2.64 14.3<br />

2P t2<br />

/m o<br />

(eV) 3.0 3.0 5.6<br />

2P 2<br />

l<br />

/m o<br />

(eV) 1.6 1.7 0.52<br />

P t2<br />

/P<br />

2<br />

l<br />

1.87 1.76 10.7<br />

Table 1: L point parameters<br />

for PbX (X = S, Se, Te).<br />

Landolt-Börnstein Ed.,<br />

Vol. 17f, cap. 9.10<br />

36<br />

6


&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

&<br />

⎡P<br />

0<br />

⎢<br />

0<br />

⎢<br />

⎢0<br />

P<br />

0<br />

⎢<br />

⎣0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

− P<br />

0<br />

[ H , P ] = 0<br />

0 ⎤ ⎡ Yl<br />

⎤ ⎡ Yl<br />

⎤<br />

0<br />

⎥ ⎢<br />

Y<br />

⎥ ⎢<br />

Y<br />

⎥<br />

⎥ ⎢ l ⎥<br />

l<br />

= ( − ) ⎢ l<br />

1 ⎥<br />

0 ⎥ ⎢Y<br />

⎥ ⎢Y<br />

⎥<br />

l+<br />

1<br />

l+<br />

1<br />

⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥<br />

− P⎦<br />

⎣Yl<br />

+ 1⎦<br />

⎣Yl<br />

+ 1⎦<br />

Calculation<br />

⎡Lz<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎣<br />

+<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

2<br />

0<br />

L − 1<br />

z 2<br />

0<br />

0<br />

[ H , J z<br />

] = 0<br />

0<br />

0<br />

L + 1<br />

z 2<br />

0<br />

m<br />

m<br />

0 ⎤ ⎡ Y ⎤ ⎡ Y ⎤<br />

⎥ ⎢ m+<br />

1⎥<br />

⎢ m+<br />

1⎥<br />

0 ⎢<br />

Y<br />

⎥ = ( + ) ⎢<br />

Y<br />

⎥ m 1 ⎥<br />

⎥ ⎢ m<br />

2 ⎥ ⎢ m<br />

0 Y<br />

Y ⎥<br />

⎥ ⎢ + 1⎥<br />

⎢ + 1⎥<br />

− 1 m<br />

m<br />

Lz<br />

2⎦<br />

⎢⎣<br />

Y ⎥⎦<br />

⎢⎣<br />

Y ⎥⎦<br />

Ψ(r,σ) = F 1<br />

(r)|L 6+<br />

↑(r,σ)>+ F 2<br />

(r)|L 6+<br />

↓(r,σ)>+ F 3<br />

(r)|L 6<br />

-<br />

↑(r,σ)>+ F 4<br />

(r)|L 6<br />

-<br />

↓(r,σ)><br />

Energy (eV)<br />

2.0<br />

1.5<br />

1.0<br />

PbS<br />

PbSe<br />

PbTe<br />

Results<br />

∆E (eV)<br />

0.25<br />

PbS<br />

0.20<br />

0.15<br />

0.10<br />

PbSe<br />

PbTe<br />

⎛<br />

⎜ ∑ c<br />

⎜ n,<br />

l<br />

⎛ F1<br />

( r)<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎜∑<br />

c<br />

⎜ F2<br />

( r)<br />

n,<br />

l<br />

Where F = ⎜ ⎟ = ⎜<br />

F3<br />

( r)<br />

⎜ ⎟<br />

⎜<br />

⎜ ∑c<br />

, λ<br />

⎝ F4<br />

( r)<br />

n<br />

⎠ ⎜<br />

⎜∑c<br />

⎝ n,<br />

λ<br />

1, n<br />

2, n,<br />

3, n<br />

4, n,<br />

m r ⎞<br />

, lΥl<br />

( rˆ)<br />

j0<br />

( nπ<br />

) ⎟<br />

R ⎟<br />

m+<br />

1 r ⎟<br />

lΥl<br />

( rˆ)<br />

j0<br />

( nπ<br />

)<br />

R ⎟<br />

⎟<br />

m r<br />

Υ<br />

⎟<br />

, λ λ<br />

(ˆ) r j0(<br />

nπ<br />

)<br />

R ⎟<br />

⎟<br />

m+<br />

1 r<br />

Υ<br />

⎟<br />

λ λ<br />

(ˆ) r j0(<br />

nπ<br />

)<br />

R ⎠<br />

The functions F already contain the<br />

boun<strong>da</strong>ry condition at r = R, once<br />

j o<br />

sin( nπ<br />

)<br />

( nπ<br />

) = = 0<br />

nπ<br />

37<br />

0.5<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R (nm)<br />

Fun<strong>da</strong>mental transition for QD’s<br />

of PbS, PbSe and PbTe;<br />

0.05<br />

0.00<br />

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0<br />

R (nm)<br />

Energy difference between isotropic<br />

and anisotropic calculation for the<br />

fun<strong>da</strong>mental transition; 38<br />

Oscillator strength (a.u.)<br />

Results<br />

PbS<br />

•4 nmQD – isotropic<br />

PbSe •4 nmQD - anisotropic<br />

Significant changes in<br />

PbTe the energy spectrum<br />

Oscillator strength (a. u.)<br />

p = p iso<br />

+ λ(p true<br />

-p iso<br />

)<br />

λ = 0<br />

λ = 0.2<br />

λ = 0.4<br />

Anisotropy<br />

Results<br />

• Anisotropy effects: we study the<br />

increase of anisotropy from isotropic<br />

to anisotropic 4nm PbTe QD;<br />

⇒ Effect: redistribution of oscillator<br />

strength and position of transitions;<br />

λ = 1<br />

0.6 0.8 1.0 1.2 1.4<br />

Energy ( eV )<br />

39<br />

0.75 1.00 1.25 1.50 1.75<br />

Energy ( eV )<br />

40<br />

Conclusions<br />

• First calculation of PbTe levels accounting for anisotropy;<br />

• Syst<strong>em</strong>atic study of anisotropy effects on oscillator strength and<br />

levels positions;<br />

• Big differences obtained for excited states;<br />

• “Effect of band anisotropy on the electronic structure of PbS, PbSe, and PbTe<br />

quantum dots”, Phys. Rev. B, 62 (11), 7357-64<br />

G. E. Tudury acknowledges support from<br />

41<br />

42<br />

7


%LEOLRJUDILDBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB<br />

___________________________________________________________________________<br />

%LEOLRJUDILD<br />

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