Fisioterapia na Recuperação Funcional do Ombro de um ... - APF
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Revista Portuguesa <strong>de</strong> <strong>Fisioterapia</strong> no Desporto<br />
para promover estabilida<strong>de</strong> durante as activida<strong>de</strong>s<br />
funcio<strong>na</strong>is bem como durante eventos<br />
<strong>de</strong>stabiliza<strong>do</strong>res e gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>.<br />
Por conseguinte, <strong>de</strong>ve promover-se a estabilida<strong>de</strong><br />
proximal para permitir <strong>um</strong> movimento a nível distal.<br />
A intervenção <strong>de</strong>ve ser direccio<strong>na</strong>da para o<br />
restabelecimento <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> controlo e da<br />
activida<strong>de</strong> muscular (Comeford & Mottram, 2001).<br />
Assim, os programas <strong>de</strong> exercicios com o objectivo<br />
<strong>de</strong> melhorar a estabilida<strong>de</strong> da omoplata e a<br />
(re)aprendizagem neuromotora para normalizar os<br />
padrões <strong>de</strong> movimento parecem constituir o tipo <strong>de</strong><br />
intervenção mais efectiva no tratamento <strong>de</strong><br />
disfunções <strong>do</strong> complexo articular <strong>do</strong> ombro<br />
(Michener et al., 2004).<br />
Para atingir resulta<strong>do</strong>s com sucesso n<strong>um</strong> programa<br />
<strong>de</strong> estabilização dinâmica, a reabilitação <strong>de</strong>ve ser<br />
centrada <strong>na</strong>s capacida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> utente. O ponto <strong>de</strong><br />
partida para a progressão <strong>do</strong>s exercicios <strong>de</strong>ve ser o<br />
padrão <strong>de</strong> recrutamento neuromuscular<br />
a<strong>de</strong>quadamente trei<strong>na</strong><strong>do</strong> (Sh<strong>um</strong>way-Cook &<br />
Woollacott, 2002).<br />
É importante <strong>um</strong>a estimulação frequente e a<br />
r e p e t i ç ã o u m a v e z q u e m e l h o r a m a<br />
consciencialização e a habilida<strong>de</strong> para a activação,<br />
mais <strong>do</strong> que <strong>um</strong> exercício isola<strong>do</strong> <strong>um</strong>a vez por dia<br />
(Margarey, M.E. & Jones, M.A., 2003).<br />
Estes resulta<strong>do</strong>s foram alcança<strong>do</strong>s através da<br />
implementação <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e<br />
<strong>de</strong>scrito anteriormente mas também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
colaboração e motivação <strong>do</strong> utente durante este<br />
processo. O sucesso <strong>do</strong> tratamento, isto é, a<br />
resolução eficaz da condição, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ainda <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
diagnóstico correcto e tão precoce quanto possivel,<br />
da <strong>na</strong>tureza, extensão e evolução da lesão e<br />
disfunções associadas e ainda da i<strong>de</strong>ntificação<br />
precisa das estruturas afectadas e incapacida<strong>de</strong>s<br />
referidas.<br />
Estes pressupostos requerem <strong>um</strong> investimento por<br />
parte <strong>do</strong>s médicos e fisioterapeutas <strong>na</strong>s técnicas <strong>de</strong><br />
avaliação clinica e diagnóstico, <strong>um</strong>a vez que os<br />
profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem fundamentar a sua<br />
intervenção <strong>na</strong> evidência e dirigida às causas –<br />
estruturais e/ou funcio<strong>na</strong>is – <strong>do</strong>s si<strong>na</strong>is e sintomas<br />
<strong>do</strong>s pacientes.<br />
Parece-nos interessante tentar fundamentar o<br />
nosso raciocinio clínico segun<strong>do</strong> <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
“Pathomecânico” (Esquema 1) que propõe a<br />
análise <strong>de</strong> <strong>do</strong>is factores que interagem - a<br />
disfunção/fadiga músculos escapulo torácicos Vs<br />
disfunção/fadiga músculos da coifa <strong>do</strong>s rota<strong>do</strong>res –<br />
potencia<strong>do</strong>s por <strong>um</strong>a lesão estrutural antiga <strong>do</strong><br />
labr<strong>um</strong> com repercussões directas <strong>na</strong> estabilida<strong>de</strong><br />
passiva da GU.<br />
Esquema 1 – Mo<strong>de</strong>lo “Pathomecânico”<br />
<br />
Disfunção/fadiga<br />
m.escapulo-torácicos<br />
Mo<strong>de</strong>lo “Pathomecânico”<br />
Disfunção/fadiga m.coifa<br />
Alteração da posição e<br />
movimentos da<br />
omoplata<br />
Instabilida<strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>l<br />
escapulo-torácica<br />
Sobrecarga estabiliza<strong>do</strong>res<br />
passivos<br />
Alterações ritmo<br />
escapulo-<strong>um</strong>eral<br />
Descentragem da<br />
cabeça<br />
Instabilida<strong>de</strong> Gleno-<strong>um</strong>eral<br />
Compensações<br />
Conflito sub-acromial secundário<br />
Dor e Incapacida<strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>l<br />
Alteração <strong>do</strong>s Padrões Motores<br />
FACTORES<br />
INDIVIDUAIS<br />
Vol<strong>um</strong>e 4 | Número 1 56