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Percepção dos moradores e avaliação da arborização em bairros ...

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INTRODUÇÃO<br />

O ser humano almeja o b<strong>em</strong> estar e o equilíbrio<br />

entre o físico e o psicológico, ou seja, uma quali<strong>da</strong>de de<br />

vi<strong>da</strong> adequa<strong>da</strong>. Esta está diretamente relaciona<strong>da</strong> a uma<br />

série de fatores, entre os quais a saúde se destaca. Porém,<br />

a definição de saúde, segundo a Organização Mundial <strong>da</strong><br />

Saúde, não é “simplesmente a ausência de doença ou<br />

enfermi<strong>da</strong>de”, mas sim “um estado de completo b<strong>em</strong>estar<br />

físico, mental e social”.<br />

O contato com el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> natureza, como a<br />

vegetação arbórea, é um quesito importante para<br />

proporcionar esse b<strong>em</strong>-estar. Segundo Moser et al.<br />

(2010a), as árvores pod<strong>em</strong> contribuir para a melhoria <strong>da</strong><br />

saúde nos aspectos físicos (e.g. melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do<br />

ar, que t<strong>em</strong> como conseqüência positiva a redução de<br />

pessoas com doenças respiratórias, entre outros) e<br />

psicológicos, minimizando a monotonia <strong>da</strong> paisag<strong>em</strong> por<br />

meio <strong>da</strong>s diferentes cores, formas e texturas. Além disso,<br />

segundo os mesmos autores, o convívio com a natureza<br />

r<strong>em</strong>ete a ancestrali<strong>da</strong>de, diminuindo índices de estresse e<br />

proporcionando b<strong>em</strong> estar.<br />

Assim, é importante a construção e a<br />

manutenção de praças arboriza<strong>da</strong>s e de ruas com espécies<br />

arbóreas de considerável beleza cênica. Estas tornam o<br />

ambiente mais atrativo, por propiciar o contato direto <strong>dos</strong><br />

<strong>moradores</strong> com um el<strong>em</strong>ento natural (Sheets e Manzer,<br />

1991). Porém, a arborização no Brasil não t<strong>em</strong> o devido<br />

planejamento e manutenção (Milano, 1994). Essa<br />

situação se agrava <strong>em</strong> <strong>bairros</strong> pobres ou periféricos onde,<br />

devido à ausência de preocupação por parte do Poder<br />

Público quanto à quali<strong>da</strong>de e à quanti<strong>da</strong>de de árvores, há<br />

o comprometimento <strong>dos</strong> benefícios que advém <strong>da</strong><br />

arborização e até a sua inexistência (Veiga et al., 1999).<br />

Portanto, estu<strong>dos</strong> nestes <strong>bairros</strong> são importantes para<br />

subsidiar ações que tenham como objetivo o<br />

planejamento e a manutenção de uma arborização<br />

adequa<strong>da</strong>.<br />

Em Lages, SC, e região, poucos estu<strong>dos</strong> sobre a<br />

arborização urbana <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des foram realiza<strong>dos</strong> (Moser<br />

et al., 2009; Pinheiro et al., 2009; Reis et al., 2009;<br />

Moser et al., 2010a; Moser et al., 2010b), porém, nenhum<br />

que englobasse estu<strong>dos</strong> <strong>em</strong> <strong>bairros</strong> periféricos,<br />

ressaltando a necessi<strong>da</strong>de desse tipo de estudo na região.<br />

Assim, este trabalho teve como objetivos: i) avaliar a<br />

percepção <strong>dos</strong> <strong>moradores</strong> <strong>em</strong> relação à arborização de<br />

três <strong>bairros</strong> localiza<strong>dos</strong> na região periférica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de<br />

Lages, SC, e ii) quantificar e qualificar a arborização<br />

destes <strong>bairros</strong>.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Descrição e amostrag<strong>em</strong> <strong>dos</strong> Bairros Caravágio, Gethal e Penha<br />

Foram estu<strong>da</strong><strong>dos</strong> três <strong>bairros</strong> localiza<strong>dos</strong> na<br />

região periférica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Lages, SC. Lages encontrase<br />

na região serrana do estado, possui uma área de 2.630<br />

km² e uma população de 156.737 habitantes (IBGE,<br />

2011). A vegetação nativa <strong>da</strong> região é forma<strong>da</strong> por<br />

floresta com Araucária e campos de altitude que, segundo<br />

o IBGE (1992), pode ser classificado, respectivamente,<br />

como Floresta Ombrófila Mista e Estepe Gramíneo-<br />

Lenhosa.<br />

Para o estudo <strong>dos</strong> <strong>bairros</strong>, foram sortea<strong>da</strong>s ruas para<br />

compor a amostra de ca<strong>da</strong> bairro. No Bairro Gethal foram<br />

sortea<strong>da</strong>s 24,1% <strong>da</strong>s ruas, totalizando sete ruas<br />

amostra<strong>da</strong>s, de um total de 29 ruas. No Bairro Penha<br />

25,0% foram sortea<strong>da</strong>s, sendo amostra<strong>da</strong>s nove ruas, de<br />

um total de 36 ruas. No Bairro Caravágio foram sortea<strong>da</strong>s<br />

28,6% <strong>da</strong>s ruas, amostrando-se seis ruas, de um total de<br />

21.<br />

PERCEPÇÃO DOS MORADORES E...<br />

Soc. Bras. de Arborização Urbana REVSBAU, Piracicaba – SP, v.7, n.2, p.24-36, 2012<br />

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