(Salanum tuhercisum L. ) , SOB TRÊS

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BALANÇO HfDRICO DA CULTURA DA BATATA (Salanum tuhercisum L. ) , SOB TRÊS NÍVEIS DE MANEJO DA IRRIGAÇXO por Alberto Elvino Franke Dissertação apresentada ao Curso de> Pós-Graduação em Engenharia Agrícola - Xrea de concentração em Irrigação e Drenagem da Universidade Federal de Santa Maria (RS), como requisito parcial para obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHA­ RIA AGRÍCOLA. Santa Maria, RS - Brasil 1990

BALANÇO HfDRICO DA CULTURA DA BATATA<br />

(<strong>Salanum</strong> <strong>tuhercisum</strong> L. ) , <strong>SOB</strong> <strong>TRÊS</strong><br />

NÍVEIS DE MANEJO DA IRRIGAÇXO<br />

por<br />

Alberto Elvino Franke<br />

Dissertação apresentada ao Curso<br />

de> Pós-Graduação em Engenharia<br />

Agrícola - Xrea de concentração em<br />

Irrigação e Drenagem da Universidade<br />

Federal de Santa Maria (RS),<br />

como requisito parcial para obtenção<br />

do grau de MESTRE EM ENGENHA­<br />

RIA AGRÍCOLA.<br />

Santa Maria, RS - Brasil<br />

1990


1 1<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA .<br />

CURSO DE PóS-GRADUAÇXO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA<br />

A COMISSXO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A DISSERTAÇXO<br />

BALANÇO HfDRICO DA CULTURA DA BATATA<br />

Isnuní ifiôírosüs L.), <strong>SOB</strong> <strong>TRÊS</strong><br />

NÍVEIS DE MANEJO DA IRRIGAÇXO<br />

ELABORADA POR<br />

ALBERTO ELVINO FRANKE<br />

COMO REQUISITO PARCIAL PARA A QBTENÇXQ DO GRAU DE<br />

MESTRE EM ENGENHARIA AGRÍCOLA<br />

COMISSXO EXAMINADORA:<br />

anta Maria, 11 de abril de 1990.


AGRADECIMENTOS<br />

Ao Prof. A d j . Osvaldo Konig, orientador e amigo, cujo<br />

incentivo<br />

e apoio possibilitaram a realização deste trabalho;<br />

Aos professores e funcionários dos Departamentos de Engenharia<br />

Rural e Fítotecnia;<br />

Ao professor Cláudio Lovato, pelas sugestões e colaboração neste<br />

traba 1h o ;<br />

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, em<br />

especial ao Luiz Carlos Pittol Martini;<br />

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul<br />

(FAPERGS), pelo apoio financeiro ao projeto;<br />

Ao Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq.);<br />

Aos bolsistas Engs Agr2 Eder Pozzebon e acadêmico Roberto<br />

Anto-<br />

nio Liberalesso;<br />

meus pais, DEDICO<br />

Ao Hans e a esposa Sandra, OFEREÇO


Sv<br />

SUHjíRIO<br />

RESUMO .......................................................................<br />

ASBTRACT ......................................................................<br />

LISTA DE TABELAS ...........................................................<br />

LISTA DE FIGURAS ...........................................................<br />

vi i<br />

ix<br />

xi<br />

xv<br />

1 - IHTRODUÇXO ................................... ..............<br />

2 - REVISXO DA L I T E R A T U R A _____ ,., .................... ........... 3<br />

CM<br />

vt<br />

- A água e a cultura da batata .................................. 3<br />

CM<br />

CM<br />

- Fenologia da cultura ............................................. 6<br />

2.3 - Exigências bio c 1imáticas da cultura ............ ............ 9<br />

2.4 - Balanço hídrico .................................................... 10<br />

2.5 - Evapotranspiração ................................................. 16<br />

2.6 - Eficiência de uso da água ........................... ........... 19<br />

2.7 - Produção e qualidade ............................................. 20<br />

3 - MATERIAIS E MÉTODOS ........................ . ,. ................. 24<br />

3. í - Caracterização geral do experimento ............ ........... 24<br />

3.1...1 - Local e época .................................................... 24<br />

3.1. 2 -- S o lo e clima ......................................... ........... 24<br />

3.1..3 - Cultura e práticas culturais ................... ............ 26<br />

3.2 _ Tratamentos ............................................. ........... 27


V<br />

3.3 - Delineamento experimental ...................................... ....28<br />

3.4 - Controle das irrigações .............................................28<br />

3.5 - Instalação do experimento ...................................... ... 3.1<br />

3.5.1 - Dimensões das parcelas experimentais .................... ....31<br />

3.5.2 - Sistema de isolamento entre parcelas .................... ....32<br />

3.5.3 - Sistema de coleta do escoamento superficial ...............32<br />

3.6 - Procedimentos para determinação dos componentes do balanço<br />

hídrico ...........................................................32<br />

3.6.1 - Variação do armazenamento da água no solo ( A, mm) .. 34<br />

3.6.2 - Drenagem profunda e/ou ascensão capilar (q!rmm) ..... ....35<br />

3.6.3 - Precipitação p 1 uv i ométr i ca (P, mm) ....................... ....36<br />

3.6.4 - Irrigação


v i<br />

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 43<br />

4.1 - Balanço hídrico ........................................................43<br />

4.1.1 - Irrigação ......................................................... ....44<br />

4.1.2 - Drenagem profunda e/ou ascensào capilar


vi i<br />

RESUMO<br />

BALANÇO HfDRICO DA CULTURA DA BATATA Isolaram tuberoswa L . ) r<br />

<strong>SOB</strong> <strong>TRÊS</strong> NÍVEIS<br />

DE MANEJO DA IRRIGAÇXO<br />

Autor: Alberto Elvino Franke<br />

Orientador: Osvaldo Konig<br />

Com a finalidade de se determinar a evapotranspiraçSo,<br />

rendimento,<br />

qualidade dos tubérculos e eficiência de uso da água na<br />

cultura da batata (.Solatnum tuòerosuin L. ) cultivar "Baronesa”,<br />

três níveis de irrigação em solo Podzólico Verme 1ho-Amare1 o ,<br />

sob<br />

conduziu-se<br />

um experimento aplicando a lei de conservação das<br />

massas<br />

num volume de controle de solo. O experimento foi conduzido no<br />

campus da Universidade Federal de Santa Maria, no ano agrícola<br />

de<br />

1989/90. Os resultados indicam que os subperíodos de maior exigência<br />

hídrica síSo a tuberização e desenvolvimento dos tubérculos. 0<br />

consumo de água no ciclo foi de 524,6 mm, 493.8 mm e 348,5 mm para<br />

os níveis de 45 kPa, 85 kPa de tens2o matricial e testemunha, respectivamente.<br />

A qualidade dos tubérculos níSo foi afetada embora<br />

tenha ocorrido défice hídrico no solo e temperatura do ar acima de<br />

níveis ótimos durante a maior parte do ciclo. A eficiência de uso


V i 3 3<br />

da água foi afetada pelo nível de umidade no solo e foi máxima a<br />

uma taxa de evapotranspiração abaixo da potencial<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA<br />

CURSO DE PdS-GRADUAÇXO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA<br />

Autor: Alberto Elvino Franke<br />

Orientador: Osvaldo König<br />

Título: Balanço hídrico da cultura da batata iSalanim tuberosum<br />

L.), sob três níveis de manejo da irrigação.<br />

Dissertação de Mestrado em Engenharia Agrícola<br />

Santa Maria, 11 abril de 1390.


ABSTRACT<br />

WATER BALANCE OF POTATO CROP (SoÎ3.n urn tuberosum L. ) ,<br />

UNDER THREE IRRIGATION MANAGEMENT LEVELS.<br />

Author: Alberto Elvino Franke<br />

Adviser: Osvaldo Konig<br />

Aiming to determine the évapotranspiration, yield, tuber<br />

quality and water-use efficiency of a potato crop (Solatium<br />

tuberosum L .,"Baronesa" cultivar), under three irrigation levels<br />

of Red Yellow Podzolic, an experiment was conducted applying the<br />

mass conservation law to a control volume of soil. The<br />

experiment<br />

was conducted at the campus of the Federal University of Santa<br />

Maria, during the 1989/90 agricultural year. The results indicated<br />

that the subperiods of higher water requiriments were tuberization<br />

and tuber development. Water consumption during the crop's cycle<br />

was of 524,6 mm, 493,8 mm and 348,5 mm for the levels of 45 kPa,<br />

85 kPa and check treatment, respectively. Tuber quality was not<br />

affected in spite of the occourence of soil water deficits and air<br />

temperatures higher than the optimal levels during the crop cycle.<br />

Water-use efficiency was affected by the soil moisture level and


X<br />

was maximum at a évapotranspiration rate lower than de potential<br />

evapotranspi rat i o n .<br />

FEDERAL UNIVERSITY OF SANTA MARIA<br />

POST-GRADUATE COURSE IN AGRICULTURAL ENGINEERING<br />

Author: Alberto El vino Franke<br />

Adviser: Osvaldo König<br />

Title: Water balance of potato crop (Solanum tuberosum L.),<br />

three irrigation manegament levels.<br />

M.S. Dissertation on Agricultural Engineering<br />

Santa Maria, apri1, 1990.<br />

under


LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 1<br />

- Subperfodos de desenvolvimento, características<br />

dos estádios f enó1ogicos, duração dos subperfodos<br />

em dias, para a cultura da batata, cultivar<br />

"Baronesa”, adaptado de LIS et alii (1964) e<br />

COSTA & LOPES (1982) ..................................<br />

TABELA 2<br />

- Valores dos componentes do balanço hídrico, em<br />

mm de água da precipitação (P), irrigação<br />

(I),<br />

escoamento superficial (í?) , ascensão capilar<br />

e/ou drenagem profunda (ql), variação do<br />

armazenamento<br />

(A), evapotranspiração real (ETa),<br />

e<br />

evaporação do tanque Classe A, para o Tratamento<br />

45 kPa, durante o ciclo da cultura da<br />

batata,<br />

cultivar "Baronesa" (Média de três repeti-<br />

çSes) .......................................................<br />

TABELA 3<br />

- Valores dos componentes do balanço hídrico, em<br />

mm de água da precipitação (P), irrigação (I),<br />

escoamento superficial (í?) , ascensão capilar<br />

e/ou drenagem profunda (ql), variação do<br />

armazenamento<br />

(A), evapotranspiração real (ETa),<br />

e<br />

evaporação do tanque Classe A, para o Tratamento<br />

85 kPa, durante o ciclo da cultura da<br />

batata,<br />

cultivar "Baronesa" (Média de três repeti-


x ii<br />

TABELA 4<br />

Valores dos componentes do balanço hídrico,<br />

em<br />

mm de água da precipitação (P), irrigação (I),<br />

escoamento superficial (R) , ascensão capilar<br />

e/ou drenagem profunda


xi ii<br />

TABELA 8 - índice de área foliar (IAF, cmí;V c m **) e<br />

massa<br />

seca da parte aérea (MSPA, g/míS) , durante o<br />

ciclo de desenvolvimento da cultura da batata,<br />

cultivar "Baronesa”, submetida a três níveis<br />

de manejo da umidade do solo, em Santa Maria<br />

(RS), no ano agrícola 89/90 (Média de três<br />

repetições) ................................................. 69<br />

TABELA 9 - Valores de produção de tubérculos e alguns compo<br />

nentes da produção da batata, cultivar<br />

"Baronesa”,<br />

cultivada sob três niveis de manejo da umidade<br />

do solo, em solo Podzólico<br />

Verme 1ho-Amare-<br />

lo, Santa Maria (RS), durante o ano agrícola<br />

89/90 (Média de três repetições) .................... 73<br />

TABELA 10 - Rendimento relativo e número de tubérculos<br />

em<br />

cada classe de tamanho dos tubérculos, na cultura<br />

da batata submetida a três níveis de umidade<br />

no solo, em Santa Maria (RS), durante o<br />

ano agrícola 89/90 (Média de três<br />

repetições)


TABELA 11 - Ocorrência de distúrbios fisiológicos externos<br />

e internos, e apodrecimento dos tubérculos, na<br />

cultura da batata, cultivar "Baronesa”, submetida<br />

a três níveis de manejo da umidade do solo,<br />

em Santa maria (RS), ano agrícola 89/90<br />

(Média de três repetições) ........................<br />

TABELA 12 - Valores da eficiência de uso da água (1/kg tu<br />

bérculos e g/m®/mm ) de batata, cultivar "Baronesa”,<br />

cultivada sob três níveis de<br />

manejo<br />

da umidade do solo Podzólico<br />

Verme 1ho-Amare-<br />

lo, Santa Maria (RS), no ano agrícola 89/90<br />

(Média de três repetições) ........................


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1<br />

- Dimensões das parcelas experimentais, distribuição<br />

dos tratamentos segundo o delineamento estatístico,<br />

blocos ao acaso e detalhes do sistema<br />

de coleta do escoamento superficial ...............<br />

FIGURA 2<br />

-• Esquema geral da umidade experimental com seus<br />

equipamentos de controle da irrigação ............<br />

FIGURA 3<br />

- Calha coletora do escoamento superficial ........<br />

FIGURA 4<br />

- Variação da precipitação (P.) , irrigação (I), escoamento<br />

superficial (R) , drenagem profunda (ql,<br />

acumulada do período), evapotranspiração real<br />

(ETa, acumulada do per iodo),evaporação do tanque<br />

classe A (ECA, acumulada do per iodo),e armazenamento<br />

da água no perfil


XV i<br />

FIGURA 5<br />

Variação da precipitação (P),<br />

irrigação


FIGURA<br />

9 - Evapotranspiração real (média dos subperiodos de<br />

desenvolvimento, mm/dia) e evaporação do<br />

tanque<br />

(média no subperiodos, mm/dia),na cultura da batata,<br />

cultivar "Baronesa” (Média de três repetições)<br />

.........................................................<br />

FIGURA<br />

10 - índice da área foliar (ÍAF), ao longo do ciclo<br />

da cultura da batata, cultivar "Baronesa", submetida<br />

a três níveis de manejo da umidade no<br />

solo, em Santa Maria (RS),no ano agrícola 89/90<br />

(Média de três repetições) ...........................<br />

FIGURA<br />

11 - Massa seca da parte aérea (g/m2) ao longo do<br />

ciclo da cultura da batata, cultivar "Baronesa"<br />

submetida a três níveis de manejo da umidade do<br />

solo, em Santa Maria (RS), ano agrícola 89/90<br />

(Média de três repetições) ...........................<br />

FIGURA<br />

12 - Variação da temperatura diurna (temp. máxima) e<br />

temperatura noturna (temp. mínima), ao longo do<br />

ciclo da cultura da batata, cultivar "Baronesa"<br />

em Santa Maria (RS), no ano agrícola 89/90 .....


í - INTRODUÇXO<br />

No Brasil, a cultura da batata (<strong>Salanum</strong> tuberasum L.) é<br />

uma<br />

das principais hortaliças, com área plantada estimada em 200 mil<br />

ha/ano e produtividade média de 10 t./ha/ano que pode ser<br />

considerada<br />

baixa quando comparada com as melhores produtividades mundiais.<br />

No Rio Grande do sul, a situação da produtividade da<br />

bata-<br />

ticultura é ainda mais crítica, pois sendo o maior produtor em<br />

área, totalizando 60 mil hectares


2<br />

onerar o custo de produçào e desacreditar esta tecnologia entre os<br />

agricultores. Então, uma das exigências para o exito desta técnica<br />

é o conhecimento da demanda hídrica da cultura a ser irrigada.<br />

Neste sentido, existe uma série de métodos que permitem a determinação<br />

direta da evapotranspiração real ou sua estimativa a<br />

partir<br />

da evapotranspiração potencial por meio de coeficientes<br />

apropriados,<br />

denominados coeficientes de cultivo, os quais são uma<br />

função<br />

da cultura em estudo.<br />

Este trabalho teve como objetivo geral, obter um melhor<br />

entendimento<br />

da transferência da água no sistema<br />

s o 1o - p 1anta-atmos-<br />

fera na cultura da batata, visando a utilização mais racional<br />

dos<br />

recursos naturais. Os objetivos específicos, foram:<br />

- determinar a evapotranspiração real no ciclo e nos diversos<br />

subperiodos de desenvolvimento, identificando os de<br />

maior consumo hídrico da cultura da batata, cultivar<br />

"Baronesa”,<br />

cultivada sob três níveis de manejo da<br />

irrigação<br />

&m solo Podzólico Vermelho-Amarelo, em Santa Maria (RS);<br />

- determinar o rendimento, a qualidade dos tubérculos e a<br />

eficiência de uso da água na produção de tubérculos da<br />

cultura da batata, cultivar "Baronesa”, submetida à três<br />

níveis de manejo da irrigação do solo Podzólico<br />

Vermelho-<br />

Amare1 o ;


2 - REVISXO DA LITERATURA<br />

2.1 - A água e a cultura da batata<br />

A água é fundamental na produção agrícola. A sua falta ou<br />

o<br />

seu excesso afetam decisivamente o desenvolvimento das plantas e o<br />

seu manejo racional é fundamental na maximização da produção agrícola<br />

(REICHARDT, 1978).<br />

Para BOX et alii (1963), o crescimento das plantas e a<br />

produção<br />

de tubércu1o s .de batata são intensamente influenciados pelas<br />

condições de umidade e fertilidade do solo. Alguns processos fisiológicos<br />

são relativamente insensíveis à diminuição do<br />

conteúdo<br />

de água no solo, enquanto outros, são acentuadamente afetados.<br />

Desde que diferentes processos prevaleçam nos diferentes subperíodos<br />

de desenvolvimento das plantas, pode-se admitir que os efeitos<br />

dos défices hídricos sobre a produção das culturas devem variar<br />

com o período<br />

em que ocorrem. Dependendo da finalidade e natureza<br />

da produção e, da intensidade e duração dos défices, os efeitos<br />

podem ser indiferentes ou até mesmo favoráveis, em relação às<br />

plantas desenvolvidas em condições de umidade adequada (HAGAN et<br />

alii, 1957).<br />

Os efeitos do estresse hídrico nas plantas incluem principalmente,<br />

reduções na taxa de transpiração, taxa de assimilação de<br />

C 0 2 , tamanho das células foliares, potencial da água da planta,


4<br />

LHO, 1984). 0 valor do potencial da água da planta é<br />

influenciado<br />

pelo potencial da água do solo e pelo atraso que ocorre entre<br />

taxa de crescimento e abertura estomática (Ksiao apud SANTOS FI­<br />

absorção<br />

e transpiração (SLATYER, 1967).<br />

0 consumo de água é diferente nos diversos subper iodos d'e<br />

desenvolvimento da cultura. Os subperiodos de maior exigência<br />

hídrica<br />

para a cultura da batata ocorrem na esto 1onização e início<br />

de tuberização


5<br />

quando o potencíai matricial do solo é mantido a uma tensão<br />

entre<br />

30 a 50 kPa, segundo Vithum et alii e Pew apud MILLAR (1984). Para<br />

EPSTEIN & GRANT (1972) e HILLAR (1984), as plantas de batata<br />

mostram<br />

estresse quando o potencial de água ultrapassa uma tensão<br />

de<br />

25 kPa. SCALOPI et alii (1971), concluiram que a irrigação mais<br />

conveniente para a cultura da batata seria quando a tensão da água<br />

do solo chegasse a 100 kPa. Para Taylor & Rognerud apud EDMOND<br />

et<br />

alii


6<br />

livre, quando os poros livres de água não formarem uma fase contínua.<br />

0 valor mínimo de porosidade livre seria de 10 %. Mas, cita<br />

casos em que o nível crítico para o milho é de 12 a 15 %. Outros<br />

autores recomendam uma porosidade livre de água de 20 %, como mí ­<br />

nimo para uma aeração adequada do solo.<br />

2.2 - Fenologia da cultura<br />

A literatura é muito discordante em relação a divisão do ciclo<br />

da cultura em subperíodos de desenvolvimento, pois cada um baseia-se<br />

em algum aspecto da cultura, não havendo uma escala<br />

fenológica<br />

de aceitação geral.<br />

D00RENB0S 5 KASSAN (1979), dividiram o ciclo da cultura da<br />

batata, de uma cultivar de 120 a 150 dias de ciclo, em cinco<br />

etapas,<br />

sendo a primeira denominada de "ciclo inicial” que corresponde<br />

a um período de 20 a 30 dias. A segunda é a "etapa de desenvolvimento”<br />

cuja duração varia de 30 a 40 dias. A terceira é<br />

denominada<br />

de "média estação" que dura de 20 a 60 dias. A quarta denomina-se<br />

de "final de crescimento” e perdura por 20 a 35 dias. A<br />

etapa de "maturação” completa os 120 a 150 dias.<br />

KLEINK0PF (1983), divide o ciclo da batata em quatro<br />

subpe-<br />

ríodos. 0 primeiro denomina-se de "vegetativo inicial” e tem a duração<br />

de 30 a 60 dias. 0 segundo denomina-se de "fase de tuberiza-<br />

ção" que dura 15 dias. 0 terceiro denomina-se de<br />

"desenvolvimento


7<br />

dos tubérculos” e finalmente o denominado de "maturação", que se<br />

prolonga por 10 a 24 dias.<br />

NELSON & HÜANG (1975), trabalhando em uma câmera de<br />

crescimento,<br />

dividiram o ciclo da cultura baseado no desenvolvimento<br />

morfológico e uso da água. Estado de planta jovem, desde<br />

emergência<br />

até a tuberização, se caracterizando pelo rápido<br />

crescimento,<br />

alta taxa de transpiração por unidade de folha, transpiração<br />

significativa<br />

relacionada com a quantidade de folhagem e, mais alta<br />

porcentagem de umidade retida na planta. 0 segundo subperfodo é<br />

essencialmente curto, de transição, do início da tuberização, onde<br />

o crescimento aéreo continua, a transpiração se nivela e uma<br />

porcentagem<br />

menor de umidade é retida na planta. 0 terceiro subperiodo<br />

é um de aumento da massa dos tubérculos e, a transpiração e uso<br />

da água permanecem relativamente estáticos devido a que, não há<br />

crescimento da parte aérea e uma porcentagem menor de umidade é<br />

retida na planta durante o processo de aumento da massa dos tubérculos.<br />

A fase final, de senescência e maturação dos tubérculos é<br />

caracterizado por uma marcada redução do uso da água, principalmente<br />

devido a baixa transpiração e perda da folhagem funcional.<br />

Esta divisão não esta de completo acordo com aquelas sugeridas por<br />

Polevot. apud NELSON & HUANG (1975) ou SALTER ô GOODE (1967), que<br />

não consideram o uso da água como critério.<br />

A velocidade do crescimento do tubérculo varia amplamente<br />

com a cultivar, período de plantio, condições culturais e outros<br />

fatores (Moorby apud COSTA & LOPES, 1982).


8<br />

COSTA & LOPES (1982), anaiizando duração e velocidade de tuberização<br />

da cultivar "Baronesa”, concluíram que o início médio de<br />

tuberização ocorre aos 23 dias após a emergência; a velocidade má ­<br />

xima de tuberização ocorre aos 36 dias após a emergência; aos 83<br />

dias após a emergência ocorre o fim da tuberizaçSo e aos 91 dias<br />

ocorre a maturação e senescência completa.<br />

A curva de acréscimo do peso dos tubercúlos teve uma tendência<br />

cúbica com o tempo:<br />

Y = -1.287,86 + 6.679,94 t + 317,34 t!* - 52,60 t=> ........ Cl 1<br />

da qual pode ser obtido o momento de ocorrência dos subperiodos P5<br />

e P 6 . Na Tabela 1, estão bem caracterizados estes subperfodos.<br />

0 peso da parte aérea, segundo COSTA & LOPES (1982), apre-<br />

TABELA 1 - Subperfodos de desenvolvimento, característica dos e s ­<br />

tádios fenológicos, duração dos subperfodos em dias,<br />

para a cultura da batata, cultivar "Baronesa”, adaptado<br />

de LIS et alii (1964) e COSTA & LOPES (1982).<br />

Subpe- Caracterfticas morfológicas n 2 de dias<br />

rfodos observadas nas plantas DSP AE<br />

P2 desde emergência até aparecimento dos estolSes 14 14<br />

P3 início de e s t o 1onização até início tuberização 10 23<br />

P4 início da tuberização até 1/3 peso máx. tubérculos 12 35<br />

Põ desde 1/3 do peso máx. até 2/3 peso máx. tubérc. 18 53<br />

P6 desde 2/3 do peso máx. até maturação e senescência 37 91<br />

DSP - duração do subperiodo; AE - n£ de dias após a emergência.


9<br />

senta uma tendência qudrática de acréscimos com o tempo e foi de:<br />

Y = 943 + 268,34 t - 34,08 t® ....................... ........... [23<br />

Ainda do mesmo autor não há correlação entre peso da parte aérea e<br />

o peso e número de tubérculos. 0 peso da parte aérea atingiu o seu<br />

máximo aos 49 dias após emergência e depois decaiu, mas o peso dos<br />

tubérculos continuou a aumentar, evidenciando que o crescimento<br />

dos tubérculos causa uma translocação da parte aérea. SCALOPI &<br />

SCARDUA (1975), afirmam que o crescimento vegetativo não parece<br />

ser um indicativo seguro da produção de tubérculos.<br />

Para KLEINKOPF


10<br />

na adequadamente baixa é essencial ao bom desenvolvimento foliar e<br />

à alta produtividade. Há um estímulo hormonal para a<br />

tuberização,<br />

produzido pelas folhas, sob temperaturas adequadamente baixas, que<br />

é transmitido aos estolSes, resultando na formação dos tubérculos.<br />

Segundo D00RENB0S & KASSAN (1979), as produções são afetadas<br />

pela temperatura sendo a temperatura média diária dtima de 18 a 20<br />

2C. Em geral, é requerido uma temperatura noturna abaixo de 15 £C<br />

para início da tuberização. 0 crescimento dos tubérculos é drasticamente<br />

inibido quando a temperatura do solo chegar abaixo de 10<br />

—C ou acima de 30 sC. As variedades criadas para clima temperados<br />

requerem dias de 15 a 17 horas de comprimento.<br />

Segundo CARMO et alii (1980), temperaturas elevadas, luminosidade<br />

excessiva, alta umidade relativa do ar e relação temperetura<br />

diurna noturna pequena, são responsáveis por anomalias' como:<br />

excesso de ramos laterais, partindo de uma única haste e próximo<br />

ao solo; estolões grossos e compridos, emitindo brotação nas extremidades;<br />

florescimento e frutificação abundantes; reduzido<br />

número<br />

de tubérculos por planta e de formato irregular.<br />

2.4 -Baianço hídrico<br />

0 balanço hídrico de uma cultura não é nada mais que a somatória<br />

das quantidades de água que entram e saem de um elemento<br />

de<br />

volume de solo e, num dado intervalo de tempo, o resultado é a


lí<br />

quantidade líquida de água que nele permanece disponível às<br />

plantas.<br />

0 balanço hídrico é a própria lei da conservação das massas e<br />

está intimamente ligado ao balanço de energia pois os processos<br />

que envolve requerem energia, sendo por sua vez a própria lei de<br />

conservação da energia (REICHARDT,1985).<br />

0 balanço hídrico de uma cultura é representado matematicamente<br />

pela seguinte equação, sendo seus termos expressos em mm,<br />

isto é, lâmina de água (LIBARDI, 1984; REICHARDT, 1985).<br />

ts, tH tj. L ta<br />

pdt + idt - edt + qjdt - rdt = + dtdz.......... ...„.[33<br />

t5 t, t3 tt t* 0 t.,<br />

onde p, i, e, q , , e r representam os fluxos de precipitação, irrigação,<br />

evaporação, drenagem profunda em Z = L, e escoamento superficial,<br />

respectivamente.<br />

A equação (3) representa que a soma algébrica dos fluxos durante<br />

um intervcalo de t = t A - t0 , são iguais às variações da<br />

quantidade de água, no mesmo intervalo em uma camada de<br />

profundidade<br />

de 0 a L.<br />

□ método do balanço hídrico num volume de controle de<br />

utilizado neste trabalho, tem sido apresentado por vários<br />

solo,<br />

autores<br />

(SLATYER, 1967; REICHARDT, 1985), sendo seus componentes<br />

apresentados<br />

numa forma integral ou diferencial em uma equação gerai de<br />

balanço de massa.


12<br />

A determinação destas componentes é feita por técnicas e<br />

meios diferentes. Precipitação e irrigação são normalmente as mais<br />

facilmente estimadas, através de pluviômetro e ou pluviógrafo e<br />

pelo controle da água de irrigação, respectivamente (SLATYER,<br />

1967; REICHARDT, 1985; PAULA SOUZA et alii, 1979a e b ) . 0 erro envolvido<br />

na determinação destas componentes varia de 1 a 5 %, desde<br />

que técnicas corretas sejam empregadas (Downey apud LUCHIARI JU­<br />

NIOR, 1978).<br />

0 escoamento superficial é medido através de técnicas e estruturas<br />

apropriadas para tal fim. PEREIRA et aliiC 1974),<br />

consideraram<br />

nula esta componente em função das condiç5es<br />

topográficas<br />

da área em estudo (declividade inferior a 3%). SILVEIRA & STONE<br />


13<br />

integração de perfis consecutivos de umidade do solo. Este pode<br />

ser obtido gravimetricamente (NISHIJIHA, 1986; SILVEIRA & S T O N E ,<br />

1979), pela moderação de nêutrons (PAULA SOUZA et alii, 1979a e b;<br />

CRUCIANI, 1974) ou pela combinação dos dois (LUCHIARI JUNIOR,<br />

1978). O erro que ocorre nas medidas de umidade está ao redor de<br />

10 %, devido as determinações de densidade do solo (Taylor apud<br />

LUCHIARI JUNIOR, 1978).<br />

A drenagem profunda ou ascensão capilar é a componente do<br />

balanço hídrico, que apresenta as maiores dificuldades em sua<br />

determinação<br />

,mot. ivo pelo qual tem sido freqüentemente desprezado<br />

e<br />

incluído como parte do armazenamento ou evapotranspiração (REI-<br />

CHARDT, 1985), como no trabalho de NISHIJIKA (1986), que<br />

considerou<br />

o volume de controle até a profundidade em que ocorre a presença<br />

do horizonte B-,. REICHARDT (1987), afirma que a drenagem<br />

profunda diminue rapidamente com o tempo e, por isso, ela deve ser<br />

considerada apenas por alguns dias depois de uma chuva e só para<br />

grandes quantidades de chuva. Porém, um trabalho conduzido por<br />

REICHARDT & LIBARDI (1974), mostra que esta componente não é<br />

sempre<br />

desprezível, podendo constituir 30 % ou mais do balanço hídrico<br />

total, principalmente em regiões tropicais. PAULA SOUZA et alii<br />

(1979a) , descreveram a metodologia para a sua determinação em condições<br />

de campo utilizando a equação de Darcy. SILVEIRA & STONE<br />

(1979), acharam um valor de drenagem profunda que representou 11 %<br />

da evaporação do Tanque Classe A, que consideraram alta.PAULA SOU­<br />

ZA et alii (1979a),mostram que no período úmido, a drenagem pro-


14<br />

funda representou cerca de 58,7 % das perdas totais de água, e durante<br />

o período seco, por apenas 6,6 %, embora o movimento da água<br />

fosse sempre descendente.<br />

CRUCIANI (1974), trabalhando com solo inundado, obteve na<br />

profundidade de 2,10 m uma drenagem profunda de 194,2 mm ou 52,4 %<br />

do total recebido pelo solo, resultando em uma baixa eficiência de<br />

aplicação da água.<br />

LUCHIARI JUNIOR (1978)r trabalhando em terra Roxa Estruturada,<br />

afirma que a drenagem profunda não pode ser desprezada, pois<br />

foi responsável por cerca de 10 % das perdas totais de água. Constatou<br />

também que quando a água está uniformemente distribuída no<br />

perfil, nota-se existir uma correlação entre a quantidade de<br />

água<br />

armazenada e o fluxo de drenagem profunda.SLATYER (1967), afirma<br />

que 40 % da variação da umidade do solo, em um período com<br />

chuva,<br />

num perfil de 1 m de profundidade, foi devido à drenagem ou perco-<br />

1a ção.<br />

LUCHIARI JUNIOR (1978), encontrou flutuações grandes nos valores<br />

diários da drenagem profunda, sugerindo efetuar-se a média<br />

do gradiente hidráulico durante o período do balanço e não usar<br />

o<br />

valor do gradiente de um dia isolado.<br />

Ascensão capilar ocorre somente depois que a drenagem profunda<br />

cessou e o gradiente matricial passa a ser negativo e de intensidade<br />

maior que o gravitacional. Estas condições de fluxo<br />

ascendente<br />

ocorrem, geralmente, em condições de solo com a umidade<br />

menor que a capacidade de campo, quando a condut.ividade hidráulica


15<br />

é muito pequena, resultando um fluxo desprezível. Assim, em<br />

solos<br />

com lençol freático muito profundo a ascensão capilar é<br />

desprezível<br />

em cálculos de balanço hídrico (REICHARDT, 1987). Uma obse r v a ­<br />

ção cuidadosa do fluxo da água na zona radicular, indica que<br />

con-<br />

form« vni secando a camada superficial, se estabelece um gradiente<br />

de potencial considerável entre esta camada e as mais profundas<br />

que tem um conteüdo de água maior, estabelecendo-se assim um fluxo<br />

de água ascendente e as plantas extraem cada vez maior volume de<br />

água destas camadas mais profundas (VÉLEZ & GARZA, 1978).<br />

PAULA SOUZA et alii (1979b), af irmam que nas medidas de po ­<br />

tencial da água do solo através de tensiômetros, os maiores<br />

erros<br />

foram devido a variabilidade espacial das características do solo;<br />

quando a operação de retirada do ar dos tensiômetros não foi<br />

sistematizada,<br />

ocorreram desvios da ordem de 1500 % nos valores do<br />

fluxo de água na profundidade de controle; os erros devido à variabilidade<br />

espacial em períodos que a operação de retirada do<br />

ar<br />

foi sistematizada, estiveram em torno de 40 %. Para minimização<br />

dos erros, é necessário que os equipamentos de medida sejam instalados<br />

após um estudo morfológico do perfil do solo, e que a água<br />

dos tensiômetros seja sistematicamente renovada, pelo menos a cada<br />

c i nco dias.<br />

Para Jensen apud LUCHIARI JUNIOR (1978), uma outra fonte<br />

de<br />

erro,na determinação da evapotranspiração, é o intervalo de<br />

tempo<br />

considerado para o balanço. Para intervalos de 3 a 5 dias, erros<br />

de 15 a 30 % podem ocorrer na estimativas da evapotranspiração.


16<br />

Jensen apud BERLATO 8 HOLION (1981), afirmam que dados<br />

confiáveis<br />

de evapotranspiração podem ser obtidos através de medida da variação<br />

da \.imidade do solo, desde que tomadas as seguintes precauções:<br />

1) locais de amostragem do solo representativos da área; 2) lençol<br />

freático muito abaixo do nível de profundidade atingida pelo<br />

sistema<br />

radicular; 3) utilização de períodos secos ou quando a precipitação<br />

for pequena; 4) no caso de culturas irrigadas, aplicar menos<br />

água do que a quantidade que pode ser retida pelo solo; 5)<br />

utilizar somente a profundidade da zona radicular ativa como<br />

profundidade<br />

de controle.<br />

Segundo EDHOND et alii (1967), a maior parte das raízes de<br />

batata têm de 0,15 a 0,6 m de comprimento lateral. Estas raízes<br />

estão situadas na camada superior do solo, com sua maior densidade<br />

nos 7,5 a 10 cm superiores. Para Vé LEZ S GARZA (1978), a planta da<br />

batata extrae cerca de 80 % da água dos 0,6 m superficiais, onde<br />

se concentram a maior parte do sistema radicular.<br />

2.5 - Evapotranspiração<br />

0 processo de transferência de água sob a forma de vapor do<br />

sistema solo-planta para a atmosfera é conhecido por evapotranspiração<br />

(BERLATO & HOLION, 1981; REICHARDT, 1978). A evaporação e a<br />

transpiração são processos físicos, sendo que a transpiração é a<br />

evaporação através da planta e a evaporção é o conversão da água


17<br />

ao estado de vapor a partir da superfície do solo (GAVANDE, 1976).<br />

A evaporação da água de um solo úmido é regido por leis<br />

puramente<br />

físicas, enquanto que os fenômenos biológicos limitam essas leis<br />

físicas na transpiração (REICHARDT, 1985)<br />

A evapotranspiração potencial (ETP) é definido como sendo<br />

o<br />

total de água transferido para a atmosfera por evaporação e transpiração,<br />

por unidade de tempo, de uma superfície extensa completamente<br />

coberta de vegetação de porte baixo, e bem suprida de água (<br />

penman apud BERLATO & MOLION, 1981). A evapot-ranspiração real<br />

(ETa) é a perda de água para a atmosfera por evaporação e transpiração,<br />

nas condições atmosféricas e de umidade do solo reinantes<br />

(gangopadhyaya apud BERLATO & HOLION, 1981). Se houver água disponível<br />

no solo e o fluxo de água na planta atender à demanda atmosférica,<br />

ETa será igual a evapotranspiração máxima (REICHARDT,<br />

1987).<br />

A evapotranspiração de um solo vegetado não depende<br />

somente<br />

da demanda evaporativa e da tensão de água do solo, mas também<br />

de<br />

outros fatores, como a textura do solo, condutividade hidráulica<br />

do solo, profundidade e desenvolvimento do sistema radicular, densidade<br />

e albedo da vegetação. Provavelmente, o fator que exerce<br />

maior influência é a demanda evaporativa da atmosfera (BERLATO &<br />

MOLION, 1981).<br />

Segundo BERLATO & MOLION (1981), os métodos de estimativa da<br />

evapotranspiração podem ser agrupados em três classes: a) os mí-<br />

crometeoro1ógic o s , b) os do balanço hídrico e c) os empíricos.<br />

Os


1 8<br />

métodos micrometeoro1ógicos e os do balanço hídrico possuem uma<br />

base física racional, enquanto que os empíricos precisam ter<br />

seus<br />

resultados corrigidos em função dos anteriores.<br />

Para DOORENBOS & KASSAN (1979), uma variedade de batata<br />

com<br />

um ciclo de 120 a 150 dias consome de 500 a 700 mm, dependendo das<br />

condições do clima. Para os mesmos autores, a fase de maior exigência<br />

hídrica ocorre na fase intermediária


19<br />

%, durante a tuberização (período crítico) alcança 162 % da ETP e<br />

quando se aproxima maturação alcança uma ETr de 76 % da ETP.<br />

2.6 - Eficiência de uso da água<br />

A eficência de uso da água (e.u.a.) é a relação entre o peso<br />

da matéria seca (g) produzida e a evapotranspiração total (mm)<br />

(KLAR, 1984), ou a relação entre o peso fresco produzido (kg) e<br />

a<br />

carga de água evapotranspirada pelo cultivo (m:s) (GUROVICH, 1985).<br />

A eficiência de uso da água aumenta com a produtividade e<br />

a<br />

água usada, até se atingir a taxa de evapotranspiração<br />

potencial.<br />

Há casos em que se atinge a (e.u.a.) máxima um ponto considerávelmente<br />

baixo da evapotranspiração potencial (KLAR, 1984). Para HUL-<br />

LER (1989), a eficiência de uso da água em relação a produção de<br />

grãos de milho não foi afetada com a redução do conteúdo de água<br />

no solo até a tensão de 600 k P a .<br />

GUROVICH (1985), obteve uma e.u.a. para batata, de 2,23 g de<br />

tubérculos frescos/mm de água evapotranspirada e com manejo melhorado<br />

da irrigação 3,45. Para o mesmo autor, um melhoramento<br />

prática de irrigação, adaptada as condições de clima, solo e<br />

na<br />

cultivos<br />

específicos, tem como resultado um incremento na<br />

eficiência<br />

de uso da água.<br />

Segundo REICHARDT (1987), a variedade "Russet Burbank”,<br />

com<br />

um consumo de 600 mm produziu 43,0 t/ha e com um consumo de 350


20<br />

mm, produziu apenas 33,9 t/ha, ou seja, uma e.u.a. de 7.17 e 9,68<br />

g de peso fresco de tubérculos por mm de água evapotranspirada,<br />

respectivamente. Já para ENCARNAÇXO (1987), trabalhando com a<br />

variedade<br />

IAC 5977, em lisímetro com nível freático constante, ou<br />

seja, com evapotranspiração máxima, obteve uma e.u.a. de 11.9 g de<br />

tubérculos frescos por mm de água consumida.<br />

SCALOPI & SCARDUA (1975), trabalhando com regimes de umidade<br />

do solo durante o ciclo fenoiógico da cultura da batata, encontraram<br />

e.u.a. variando de 5,06 a 4,19 g/mm de água consumida, com<br />

tratamento apenas irrigado até 60 dias após a emergência e irrigado<br />

durante todo ciclo, respectivamente. Os autores atribuíram a<br />

menor eficiência de uso da água nos tratamentos mais irrigados,<br />

a<br />

uma elevada proporção da radiação líquida total que atinge<br />

a . superfície<br />

de um solo cultivado em linhas, mesmo quando as plantas<br />

estiverem completamente desenvolvidas. Nestas condições, estando a<br />

superfície úmida, a evaporação da água do solo deverá contribuir<br />

significativamente para aumentar a evapotranspiraçlo da cultura,<br />

diminuindo a eficiência de uso da água.<br />

2.7 - Produção e qualidade dos tubérculos<br />

0 decréscimo na produção de tubérculos com o aumento na tensão<br />

da umidade do solo, tem sido observado por vários autores<br />

(FULTON & HURVIN, 1955; BOX et alii, 1963; LIS et alii, 1964; FUE-


21<br />

HRING et alii, 1966; SCALOPI et alii, 1971; SCALOPI & SCARDUA,<br />

1975; MILLER & MARTIN, 1985; HANG & MILLER, 1986; FRANKE et alii,<br />

1989), A redução do conteúdo de água no solo aumenta a tensão com<br />

a qual a água é retida e reduz a condutividade hidráulica, diminuindo<br />

a taxa de evaporação (EAGLEMAN & DECKER, 1965). Isto pode<br />

causar défices de água na planta e, consequentemente, reduzir a<br />

produção (KRAMER,1963).<br />

FUEHRING et alii (1966), verificaram redução no rendimento e<br />

tamanho dos tubérculos quando apenas 21 % da água disponível havia<br />

sido retirada do solo. SCALOPI et alii (1971), SEGÒVIA et alii<br />

(1972)', trabalhando com níveis de água disponível, não encontraram<br />

diferença significativa no número total de tubérculos.<br />

SCALOPI et alii (1971), afirmam que irrigações muito frequentes,<br />

procurando manter níveis superiores a 90 % da água disponível<br />

no solo, tendem a diminuir a produção. Nestas condições,<br />

segundo Rattam e Taylor apud SCALOPI et alii (1971), poderia haver<br />

redução na aeração do solo que poderia inibir a translocação<br />

de nutrientes da planta. Poderia também, causar mudanças<br />

morfológicas<br />

e fisiológicas na planta, reduzindo o desenvolvimento do<br />

sistema radicular.<br />

Regimes de umidade que mantenham uma adequada disponibilidade<br />

hídrica no solo, tendem a aumentar a proporção de tubérculos<br />

maiores em relação a produção total. Níveis mais reduzidos, ao<br />

contrário, acentuam a proporção de tubérculos pequenos (FULTON &<br />

MURVIN, 1955; FUEHRING et alii, 1966; LIS et alii, 1964; SCALOPI


22<br />

et alii, 1971; SEGóVIA et alii, 1972).<br />

FRANKE et alii, 1989 e HARTINI et alii, 1989), não encontraram<br />

diferenças na produção relativa por classes de tamanho,<br />

devidas<br />

ao défice hídrico.<br />

Para DOORENBOS & KASSAN (1979), o fornecimento e controle da<br />

água são importantes em termos de qualidade. Défice hídrico na<br />

parte inicial da tuberização aumenta a ocorrência de afilados. Seguindo-se<br />

a este período melhor disponibilidade hídrica, pode<br />

resultar<br />

em tubérculos rachados ou com coração preto. Ainda dos mesmos<br />

autores, irrigações frequentes podem reduzir ocorrência de tubérculos<br />

mal formados.<br />

Segundo FILGUEIRA (1982), o esverdeamento dos tubérculos é o<br />

distúrbio fisiológico mais comum em nossas condições tropicais.<br />

Devido a exposição à luz solar direta, os tubérculos desenvolvem<br />

uma coloração verde, devido a formação de clorofila e internamente<br />

ocorre um substancial aumento no teor do alcalóide solanina.<br />

0 embonecamento ou crescimento secundário é considerado pela<br />

maioria dos autores como sendo devido as variações acentuadas no<br />

conteúdo de água no solo.Quando há um suprimento insuficiente de<br />

água no solo, há um crescimento mais lento dos tubérculos, que pode<br />

chegar até a paraiização, iniciando-se a sua maturação precoce-<br />

mente. Sendo t.al situação alterada, por uma elevação acentuada<br />

no<br />

conteúdo de água no solo, há um reinicio do crescimento, em<br />

áreas<br />

ainda imaturas do tubérculo, porém as áreas já maduras são incapazes<br />

de voltarem a crescer, assumindo o tubérculo o conhecido as­


23<br />

pecto irregular (thompson e Kelly apud SINGH, 1969; FILGUEIRA,<br />

1982). El evadas temperaturas no solo também induzem o embonecamento,<br />

mesmo sendo adequado o suprimento hídrico (SONNENBERG, 1981).<br />

Fotopeíodos longos e alta disponibilidade de nitrogênio também<br />

favorecem a anomalia. No entanto, é mais frequente durante o verão,<br />

sob altas temperaturas, especialmente seguidas por chuvas copiosas<br />

< ROBINS & DOMINGO, 1956; FILGUEIRA, 1982). SEGdVIA et alii<br />

(1972), trabalhando com frequências de irrigação, concluíram que o<br />

embonecamento dos tubérculos não é afetado significativamente pelo<br />

défice hídrico. ROBINS & DOMINGO (1956), afirmam que reduzindo o<br />

número de hastes resulta numa menor produção e menor número de tubérculos<br />

e uma maior porcentagem de tubérculos com embonecamento e<br />

com rachaduras.<br />

A "mancha ferruginosa ou chocolate” é uma anomalia<br />

por altas temperaturas no solo e por oscilações hídricas,<br />

motivada<br />

durante<br />

a fase de formação dos tubérculos (SONNENBERG, 1981; FILGUEIRA,<br />

1982)<br />

0 "coração oco” é uma anomalia nos tubérculos que apresentam<br />

uma cavidade em seu centro, de formato irregular, provocado pelo<br />

crescimento rápido da parte externa, não acompanhada por igual<br />

crescimento interno. Tal pode ocorrer em solos excessivamente férteis<br />

ou quando aplicam-se irrigações pesadas continuadamente (FIL­<br />

GUEIRA, 1982).


3. MATERIAIS E MÉTODOS<br />

3.1 - Caracterização geral do experimento<br />

3.1.1 - Local e época<br />

Rea]izou-se o experimento em área experimental do Departamento<br />

de Engenharia Rural, localizado no campus da Universidade<br />

Federal de Santa Maria, Município de Santa Maria, na região fisio-<br />

gráfica da Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul,<br />

cuja<br />

as coordenadas geográficas são: Latitude 29°41 ' S; longitude<br />

53 " 4 2 ' U e altitude de 153 m.<br />

A fase de campo iniciou-se em agosto de 1989 com a implantação<br />

da infra-estrutura do experimento. 0 término ocorreu em janeiro<br />

de 1990 com a colheita da cultura.<br />

3.1.2 - Solo e clima<br />

O tipo fundamental de clima que predomina na região é o<br />

"Cfa", temperado moderado chuvoso, de acordo com a classificação<br />

climática de Koeppen (MORENO, 1961).<br />

A precipitação anual, de acordo com MACHADO (1950), tem um<br />

valor normal de 1769 mm, variando entre 121 a 191 mm, nos meses de


25<br />

novembro e maio, respectivamente. 0 valor normal de temperatura<br />

média anual é de 19,3 ,:>C, sendo janeiro o mês mais quente, cujo<br />

valor normal da média das temperaturas máximas é de 31,5 °C, enquanto<br />

julho é o mês mais frio, com valor normal da média das temperaturas<br />

mínimas é de 9,3


26<br />

Anexo III, encontra-se a análise química do solo da área experimental<br />

.<br />

A curva característica da água no solo, determinada por LAMB<br />

& TIMM í«», para a camada de 0 - 20 cm de profundidade, ou seja,<br />

camada de controle da irrigação, é a seguinte:<br />

Y = 24,0064 - 4,9442947 Log X .......................... ...... 141<br />

onde X é o potencial matricial em kPa e Y a umidade (% de<br />

massa).<br />

A capacidade de campo para a camada de 0 - 20 cm de<br />

profundidade,<br />

determinada por LAMB & TIMM , é de 19,83 % de umidade (% de<br />

massa), correspondendo a um potencial matricial de 6 kPa.<br />

3.1.3 - Cultura e práticas culturais<br />

Ut.il izou-se a cultura da batata iSolanum tuberasaat L. ) , cultivar<br />

"Baronesa", que apresenta as características de ciclo de<br />

aproximadamente 83 dias após emergência (COSTA & LOPES, 1982); com<br />

70 % do sistema radicular nos 0,3 m superficiais e 100 % até a<br />

profundidade de 0,4 a 0,6 m (D00RENB0S & KASSAH, 1979).<br />

0 preparo do solo consistiu de uma araçüo profunda e uma<br />

gradagem pesada. 0 plantio realizou-se manualmente em 19 de set e m ­<br />

bro de 1989, estando a batata-semente previamente tratada com bis-<br />

(*) Projeto em andamento no CPG Engs Agrícola.


27<br />

sulfureto de carbono, na dosagem de 30 ml por m:3 durante 72 horas,<br />

para quebrar a dormência.<br />

Por ocasião do plantio, adubou-se, baseado na análise química<br />

do solo (Anexo III), na proporção de 60 kg/ha de nitrogênio,<br />

200 kg/ha de fósforo e 150 kg/ha de potássio. Misturou-se ao adubo,<br />

na ocasião do plantio, o inseticida de solo Forate para o controle<br />

das pragas de solo e parte aérea. Plantou-se as linhas de<br />

acordo com a declividade do terreno, para facilitar a coleta do<br />

escoamento superficial da água da chuva.<br />

Aos 11 dias após a emergência, realizou-se a adubação de cobertura<br />

com 60 kg/ha de nitrogênio, juntamente com a amontoa.<br />

Durante<br />

o desenvolvimento da cultura, efetuou-se quatro aplicações<br />

do fungicida Mancozeb, sob a forma de pulverizações, nas<br />

dosagens<br />

de 3,0 Kg/Ha. A colheita realizou-se manualmente, aos 91 dias após<br />

a emergência.<br />

3.2 - Tratamentos<br />

Para atender aos objetivos propostos no presente estudo, a<br />

cultura da batata , cultivar "Baronesa”, foi submetida aos seguintes<br />

níveis de manejo da irrigação: Tratamento 45 kPa - irrigação<br />

da cultura quando a tensão matricial da água no solo, na camada de<br />

0 - 0,2 m de profundidade, atingia 45 kPa, ou seja, 95 % do potencial<br />

produtivo da cultura, segundo a curva de rendimento em função


28<br />

do nfvel de umidade do solo de HILLAR (1984); Tratamento 85 KPa<br />

irrigação da cultura quando a tensão matricial da água no solo, na<br />

camada de 0 - 0,2 m de profundidade, atingia 85 kPa, ou seja, 85 %<br />

do potencial produtivo da cultura, segundo a curva de rendimento<br />

em função do nível de umidade do solo de MILLAR (1984); Tratamento<br />

testemunha - sem irrigação.<br />

3.3 - Delineamento experimental<br />

Utilizou-se o delineamento experimental blocos casualizados<br />

com três tratamentos e três repetições, perfazendo um total de nove<br />

unidades experimentais. Detalhes do<br />

delineamento experimental<br />

podem ser visualizados na Figura 1.<br />

3.4 - Controle das irrigações<br />

Wanejou-se a irrigação visando manter a tensão da água no<br />

solo, na camada de 0 - 0,20 m de profundidade, dentro dos<br />

estabelecidos nos diferentes tratamentos, efetuando-se o<br />

limites<br />

controle<br />

através de um tensiômetro com vacuômetro por parcela, marca<br />

meter, instalado na profundidade de 0,10 m. Utilizou-se a<br />

Irro-<br />

capacidade<br />

de campo como limite superior de disponibilidade hídrica.


M<br />

2?<br />

CA IX A c COt.ETORAS<br />

r o l -.C Ml M ENTO<br />

SUPERFICIAL ( 1.000 L !<br />

CALHAS COLETORAS 00<br />

ESCOAMENTO SUPER FICIAL<br />

Fonto d'dgua<br />

+<br />

2.00 450'<br />

-k-----——--------------------------------------------------u<br />


5- TE N S IÕMETRO ( I RROMETER )<br />

S- LINHAS DE PLANTIO<br />

7 - a' rea útil<br />

FIGURfl 2<br />

Esquema gorai da unidade exparimental com seus<br />

(Tientos dc controle da água no üüIo.<br />

equipa


31<br />

O controle do conteúdo de água no solo, para fins de<br />

irrigação, iniciou- se quando havia ocorrido a emergência, ou seja,<br />

22 dias após o plantio. Todos os tratamentos , até este estádio de<br />

desenvolvimento vegetativo, foram conduzidas em semelhantes c o n d i ­<br />

ções hídricas.<br />

A dose bruta de irrigação


32<br />

3.5.2 - Sistema de isolamento entre as parcelas<br />

O fluxo de água de escoamento superficial de uma parcela para<br />

outra foi impedida com a instalação de divisores.<br />

Contornou-se<br />

a« parcelas coro chapas de aço galvanizadas com 0,2 m de altura,<br />

cravando-as no solo de forma que permanecessem 0,1 m acima da<br />

superfície<br />

do solo.<br />

3.5.3 - Sistema de coleta do escoamento superficial<br />

Na parte inferior de cada parcela instalou-se uma calha<br />

coletora,<br />

construída em chapa de aço galvanizada (Figura 3). Esta<br />

calha foi acoplada a um tubo de PVC de 2” de diâmetro, para conduzir<br />

a água até a caixa coletora, adaptando-se a metodologia citada<br />

por H0NDARD0 et alii (1978).<br />

A caixa coletora do escoamento superficial const.ituiu-se<br />

de<br />

um tanque de cimento amianto com capacidade de 1000 1. A quantificação<br />

do volume do escoamento realizou-se através da leitura com<br />

auxílio de uma régua calibrada.<br />

*<br />

3.6 - Procedimentos para determinação dos componentes do balanço<br />

hídrico<br />

No presente estudo considerou-se um elemento de volume de<br />

solo de profundidade L = 0,53 m, no qual determinou-se para cada


V t STA<br />

GERAL<br />

4,M h><br />

FUN D O<br />

FIGURO 3<br />

■Calha coletora do escoamento superficial


34<br />

parcela experimental, os diversos componentes do balanço<br />

hídrico,<br />

conformo Equação 3.<br />

3.6.1 - VariaçSo do armazenamento da água no solo ( A, mm)<br />

Esta componente estimou-se a partir de perfis consecutivos<br />

de umidade do solo (cm3.cm-a ) , como sugerido por REICHARDT<br />


35<br />

3.6.2 - Drenagem profunda ou ascensão capilar


36<br />

guinte equação:<br />

.......................................... C8]<br />

sendo a diferença do potencial total (cm H20) médio da água entre<br />

as profundidades de 0,5 e 0,56 m, determinado por tensiome-<br />

tria, e<br />

2 (m) a distância vertical entre os tensiômetros.<br />

Definiu-se quando ocorre drenagem ou ascensão capilar na<br />

profundidade limite (0,53 m ) , através da diferença entre 0,53<br />

0,50. Quando esta for um valor positivo temos drenagem e caso contrário,<br />

ascensão, ou seja, entrada da água no volume de controle.<br />

3.6.3 - Precipitação pluviométrica (P, mm)<br />

0s dados do precipitação foram obtidos por meio de um pluviômetro,<br />

instalado na estação c 1imato 1ógica principal do Departamento<br />

de Fitotecnia da UFSM. A referida estação dista<br />

aproximadamente<br />

300 m da área experimental.<br />

3.6.4 - Irrigação


37<br />

4 microaspersores espaçadas de 3 X 4 m, com uma pressão de serviço<br />

de 2 a t m .<br />

O volume de água fornecida a cada parcela foi medido através<br />

de um hidrômetro, previamente calibrado. Conduziu-se a água até<br />

aos mícroaspersores através de uma mangueira de Polietileno flexível,<br />

de uma polegada de diâmetro.<br />

3.6.5 - Escoamento superficial (R, mm)<br />

Esta componente do balanço hídrico obteve-se através da<br />

medição<br />

do volume de água recolhido pelas calhas coletoras, nas caixas<br />

de cimento amianto, previamente calibrados (Figura 1).<br />

3.6.7 - Evapotranspiraçào real (Eta, mm)<br />

A evapotranspiração real determinou se pelo método do balanço<br />

hídrico, calculado para cada parcela experimental, aplicando-se<br />

a expressão geral da conservação de massa, conforme LIBARDI (1984)<br />

e HEICHARDT (1985),<br />

Eta = P + I + ql + A - R (mm) .................................. [93<br />

onde Eta representa a evapotranspiração real, P é a<br />

precipitação,<br />

I é a irrigação, ql é a percolação profunda ou ascensão capilar no<br />

nível Z = 0,53 m, A é a variação do armazenamento no volume de


38<br />

c ont r o l e e R é o e s c o a m e n t o superficial.<br />

Cal c u l o u - s e a e v a p o t r a n s p i r a c ã o real para ciclos de sete<br />

dias, ou seja, cada s e g u n da-feira da semana. Também r e a l izou-se<br />

tal p r o c e d i m e n t o toda vez que t e r minava um subpe r í o d o de d e s e n v o l ­<br />

vimento. A e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real em cada subpe r í o d o ob t e v e - s e<br />

através do s o m atório dos vários ciclos o c o rridos d u rante este.<br />

Os s u b p eriodos c o nsiderados para a d e t e r m i n a ç ã o da evapot<br />

r a n s p i r a ç ã o real foram os seguintes, segundo L I S et alii (1964):<br />

P2 - desde e mergência até o aparecimento dos estolSes<br />

(início da estol o n i z a ç ã o ) ;<br />

P3 - desde início da esto 1 o n ização até o início da tu<br />

ber i z a ç ã o ;<br />

P4 - início da t u b e r i z a ç ã o até 1/3 do peso máx i m o<br />

dos<br />

tubérculos;<br />

P5 - desde 1/3 do peso máximo até 2/3 do peso máximo<br />

dos tubérculos;<br />

P6 - desde 2/3 do peso máx i m o até m a t u r a ç ã o o<br />

senes-<br />

cencia das plantas.<br />

3.7 - C o n d u t i v i d a d e h i d r a u l i c a<br />

A cond u t i v i d a d e h idraulica não saturada k< ) para as p r o f u n ­<br />

d i d a d e s de 0,3, 0,6, 0,9 e 1,2 m, foi d e t e r m i n a d a antes do<br />

início<br />

do experimento, u t i l i z a n d o - s e a m e t o d o l o g i a propo s t a por H I L L E L et


39<br />

alii (1972). Para a p o r f u n d i d a d e de 0,53 m u t i l i z o u - s e a e q u a c à o<br />

da cond u t i v i d a d e hidra u l i c a não saturada da p r o f u n d i d a d e de 0,6 m,<br />

ou sej a :<br />

K < ) = 9,2393 * 10-^ * e*-**'«8,433® «<br />

> ....................... C103<br />

onde K( ) é a c o n d u tividade hidra u l i c a (cm/hora) e é a umidade<br />

v o l u m é t r i c a (ciis /cr's ).<br />

3.8 - Determ in ações fenométr icas<br />

No fim de cada subpe r f o d o de d e s e n v o l v i m e n t o prop o s t o por<br />

LIS et alii (1964) e em função da fenologia da cultivar d e t e r m i n a ­<br />

do por COSTA (1983), determinou-se: Índice de área foliar, massa<br />

seca da parte aérea, número de t ubérculos e d i s t ú r b i o s f i s i o l ó g i ­<br />

cos internos e externos.<br />

3.8.1 - fndice de área foliar (IAF)<br />

D e t e r m i n o u - s e o índice de área foliar em cada parcela e x p e ­<br />

rimental no fim de cada subpe r f o d o de desenvolvimento, com<br />

exces-<br />

são do P2, pois o "stand" e n c o n t r a v a - s e muito desuni forme. Na data<br />

de 19/12 e f e t u o u - s e a última coleta de área foliar e massa seca da<br />

parte aérea, para consequir obter um dado antes da colheita,<br />

pois


40<br />

nesta seria impossível obter este dado. Ob t e v e - s e a área foliar de<br />

duas plantas por parcela para cada determinação, colhidas ao acaso<br />

na bordadura, através do método do disco foliar, ou seja, tomou-se<br />

50 discos foliares que t o t a lizavam 316,6 cm® de área e levados à<br />

estufa até peso constante da massa seca. Também d e s t a c o u - s e<br />

todas<br />

as folhas das duas plantas e levadas à estufa até peso constante<br />

da massa seca.<br />

Pela r e 1a ç ã o :<br />

Massa seca das folhas x 316,6 cm2<br />

Xrea foliar = -------------------------------------------- ----------- C113<br />

Massa seca dos 50 d i s c o s foliares<br />

obt e v e - s e a área foliar de duas plantas. 0 índice de área foliar<br />

d e t e r m i n o u - s e pelo quo c i e n t e entre a área foliar e a área de<br />

solo<br />

oc u p a d o pelas duas plantas.<br />

3.8.2 - M a s s a seca da p arte aérea<br />

Ob t eve-se através do s o m atório da massa seca das folhas e<br />

massa seca dos talos, no fim de cada subpe r í o d o de d e s e n v o l v i m e n ­<br />

to .


41<br />

3.8.3 - R e n d i m e n t o de t u b é r c u l o s<br />

O rendi m e n t o de tubér c u l o s d e t e r m i n o u - s e pela colheita de<br />

uma area util de 6,16 m&- de cada parcela experimental, após c o m ­<br />

pleta maturação. 0 valor do rendi m e n t o foi expr e s s o em kg/ha.<br />

3.8.5 - C o m p o n e n t e s da p r o d u ç ã o<br />

D e t e r m i n o u - s e alguns componentes da p r o d u ç ã o para toda<br />

área<br />

util de cada parcela, quais sejam: número de tubérculos; c l a s s i f i ­<br />

cação dos tubér c u l o s em 4 classes de tamanho: extra (maior 45 mm),<br />

prime i r a (entre 45 - 33 mm), segunda (entre 33 - 23 mm) e terceira<br />

(menor 23 mm) (FILGUEIRA, 1982); d i s t ú r b i o s f i s iológicos<br />

internos<br />

e exte r n o s como: e m b o n e c a m e n t o , rachadura, coração oco, coração<br />

p r e t o e e s v e r d e a m e n t o .Os distú r b i o s fisio l ó g i c o s internos foram<br />

avaliados na última coleta de área foliar, massa seca da parte aérea,<br />

ou seja, 20 dias antes da colheita.<br />

3.9 - E f i c i ê n c i a d e uso da água<br />

A e ficiência de uso da água foi calculada b a s e a d o na massa<br />

de tubér c u l o s por unidade de volume água consumida pela cultura..


42<br />

3..10 - Dados meteorológicos<br />

Ob t eve-se os valores diários de precipitação, t e m p e r a t u r a<br />

máxima e mínima do ar, insolação evapo r a ç ã o do tanque Clas s e A,<br />

não c o r r i g i d a , p a r a tod o o p e r í o d o da ciclo da cultura. A t e m p e r a ­<br />

tura m á x i m a e mínima diária foram c o nsideradas como t e mperaturas<br />

diurnas e noturnas, respectivamente.<br />

Os dados foram obtidos na estação c 1 i m a t o 1ogica principal da<br />

UFSM (Anexo II).<br />

3.11 - Análise estatística<br />

Os r e s u l t a d o s foram analisados e s t a t i s t i c a m e n t e através da<br />

análise da v a r iância e pela análise da regressão. As difer e n ç a s<br />

e ntre médias foram comparados pel o teste Duncan, ao nível de 5 %<br />

de probabilidade.


4 -RESULTADOS E DISCUSSXO<br />

4.1 - Balanço hídrico<br />

Efetu o u - s e o b a l a n ç o hídrico d urante todo o ciclo da cultura<br />

da batata, era períodos com intervalos de 7 dias, conforme m e t o d o ­<br />

logia desc r i t a em ma t e r i a i s e métodos. Alguns períodos tiveram d u ­<br />

ração menor, pois toda vez que se compl e t a v a um subperíodo de d e ­<br />

se n v o l vimento da cultura, efe t u a v a - s e o balanço, oc o r r e n d o assim<br />

11 períodos de b alanço com 7 dias de d u ração e 4 com menos.<br />

Nas Tabelas 2, 3 e 4 são apresentados os componentes do b a ­<br />

lanço hídrico, bem como a evapo r a ç ã o do tanque Classe Ã, para os<br />

tr a t amentos 45 kPa, 85 kPa e testemunha, respectivamente.<br />

A varia ç ã o dos diversos componentes do balanço, durante todo<br />

ciclo da cultura (emergência à colheita), são m o s trados nas F i g u ­<br />

ras 4, 5 e 6 para os t r a t a mentos 45 kPa, 85 kPa e testemunha, r e s ­<br />

pectivamente, onde: A = a lâmina armazenada, em mm, a partir da<br />

Tabela 6; ETa = a e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real acumulada do período; ECA<br />

= evapo r a ç ã o do tanque Cla s s e A acumulado do período; q, = d r e n a ­<br />

gem profunda e/ou ascensão capilar acumulada do período; P e I<br />

=precipitação e irrigação tirados da Tabela 5 e R = e s c o a m e n t o su ­<br />

perficial acumulado do período do balanço.


44<br />

4.1.1 - Irrigaç3o<br />

Do plantio a emergência, todos os t r a t amentos foram mantidos<br />

nas mesmas condições hídricas, ou seja, somente com chuva natural.<br />

D u rante este período, 19/09 a 09/10, o total de p r e c i p i t a ç ã o foi<br />

de 118 mm. Após esta data aplicou-se os tratamentos e as irrigações<br />

foram dife r e n c i a d a s para cada um deles. Este atraso na a p l i ­<br />

cação dos tratamentos, j u s t i f i c a - s e pelo pouco interesse em se co-<br />

TABELA 2 - Valores dos componentes do b a lanço hídrico, em mm de<br />

água da p r e c i p i t a ç ã o ( P ) , irrigação (I), E s c o a m e n t o s u ­<br />

perficial (R) , Ascen s ã o capilar ( q t>, vari a ç ã o do armaze<br />

n amento ( A ) , e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real


45<br />

T AB E L A 3 - Valores dos componentes do b a lanço hídrico, em mm de<br />

água da p r e c i p i t a ç ã o ( P ) , irrigação < I),E s c o a m e n t o s u ­<br />

perficial ( R ) , A s c e n s ã o capilar < q (), v a r i a ç ã o do araze<br />

n a m e n t o < A ) , e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real (ETa) e e v a p o r a ­<br />

ção tanque Classe A (EGA),para o t r a t a m e n t o 85 kPa,<br />

durante o ciclo da cultura da batata, cultivar " B a r o n e ­<br />

s a ” (Média de três repetições).<br />

P e ríodo Data P I R qi A ETa ECA<br />

1 9/10-15/10 8,6 17,53 1 ,90 + 0,04 + 15,04 9, 23 32,98<br />

2 1 6/10-22/10 0,0 33,85 0,00 + 0,27 - 3,29 37,41 36,08<br />

3 23/10-29/10 90, 5 17,53 42, 15 - 6,21 + 25,64 34,03 33,6 2 a<br />

4 30/10-01/11 0,0 17,53 0,00 + 0,09 - 9,30 26,92 17,30<br />

5 02/11-05/11 5,2 17,53 0,00 + 0, 10 - 6, 59 29,40 23,91<br />

6 06/11-12/11 45,3 37,26 19,42 - 2,24 + 25, 17 35,73 40,24«<br />

7 13/11-19/11 24,7 17,53 10,43 + 0,25 - 13,84 45,89 34,31<br />

8 20/11-26/11 94,4 0 ,00 55,53 - 7,28 - 3,97 35,56 31,24 *<br />

9 27/11-01/12 0,0 17,53 0,00 + 0,09 - 18,96 36,58 36, 10<br />

10 0 2/ 1 2 - 0 3 / 1 2 0,0 0,00 0,00 + 0,05 - 13,40 13,45 16,00<br />

11 04/12-10/12 52,4 21,35 15,67 + 0,06 + 21 ,45 36,69 50,22®<br />

12 11/12-17/12 36, 1 17,53 10,47 + 0,02 - 0,58 43,76 53,98<br />

13 18/12-24/12 0,0 17,53 0,00 + 0,01 - 18,29 35,83 39,04<br />

14 25/12-31/12 15,5 17,53 0,00 + 0,02 - 16,53 49, 12 50, 91<br />

15 01/01-07/01 0,0 0,00 0,00 + 0,01 - 24, 16 24, 17 54,44<br />

Total do ciclo 372,7 250,23 155,57 - 14,72 - 41 ,13 493,77 550,37<br />

1- 0 tanque Classe A t r a n s bordou duas vezes d u rante o período; 2<br />

O tanque classe A t r a n sbordou uma vez d u rante o período<br />

nhecer o consumo h í drico da cultura da batata no subperíodo<br />

plantio-emergência, pois somente ocorre e v a p o r a ç ã o do solo. 0 c o n ­<br />

trole das irrigações, nos d i ferentes tratamentos, p r o l o n g o u - s e até<br />

83 dias após a emergência, que corresponde ao fim da tub e r i z a ç ã o<br />

(maturação fisiológica) para a cultivar em qu e s t ã o (COSTA & LOPES,<br />

1982).<br />

C a l c u l o u - s e a lâmina de irrigação, para cada tratamento, com<br />

auxílio das Equações 4 e 5. A lâmina aplicada para o t ratamento 45


46<br />

TABELA 4 - Vai ores dos componentes do b a lanço hídrico, em mm de<br />

água da precip i t a ç ã o ( P ) , irrigação


47<br />

FIGURO 4 - Variação precipitação CP), irrigação (I), escoamentè*<br />

s u p e r f i c i aT~~riT^'7-d renagem profunda ( q l , acumulada do<br />

período), evapotranspiração real (ETa, acumulada do período),<br />

evaporação do tanque classe fl (ECO, acumulada<br />

do período) e armazenamento da água no perfil (0,53 m<br />

prof.), para o tratamento 45 kPa, ao longo do ciclo da<br />

cultura da batata, cultivar "Baronesa


48<br />

FIGURR 5 - Variaç3o da precipitação CP), irrigação (I), escoamento<br />

superficial (R), drenagem profunda ( «'|l » •" 'xinn 1 .íd.i do<br />

período), e v a p o t ranspiração real (ETa, acumulada do período),<br />

evaporação do tanque classe R (ECO, a c u w 111n d a<br />

do período) e armazenamento da água no perfil (0,53 m<br />

prof.), para o tratamento 85 kPa, ao longo do r trio da<br />

cultura da batata, cultivar "Baronesa"


49<br />

mm<br />

p ( m m )<br />

E T a ( m m )<br />

£ C A I m m )<br />

A r m z í m m )<br />

E s c o la f e n o l ó g i c a<br />

I 60<br />

- I 50<br />

FIGURO B - Variação da precipitação CP), irrigação Cl), cscoamonto<br />

superficial CR), drenagem profunda Cql, acumulada do<br />

período), evapotranspiração real CETa, acumulada do período),<br />

evaporação do Ianque classe R CECfl, acumulada<br />

do período) e a rmazenámen-ta_.d.a .água .npj;.p.e r f-i I -~{üyS3 m<br />

prof.), para o tratamento testemunha, ao longo do ciclo<br />

da cultura da batata, cultivar "Baronesa"


50<br />

kPa e 85 kPa, respectivamente. As Figuras 7 e 8, mostram a v a r i a ­<br />

ção dos valores da tensão da água no solo, ao longo do ciclo, para<br />

a camada de 0 a 0,2 m de profundidade, dos tratamentos 85 kPa e 45<br />

kPa, respectivamente. Os valores da lâmina armazenada nesta c a m a ­<br />

da, para todos os tratamentos, são apresentados na tabela 6.<br />

A p e quena d i f erença observada, de apenas 4,45 mm, entre a<br />

lâmina irrigação aplicada nos dois tratamentos irrigados, deve u - s e<br />

em parte ao fato do solo em q uestão possuir uma baixa capacidade<br />

de r e t e n ç ã o de água (BRASIL, 1973). Além disso, algumas irrigações<br />

foram e f e tuadas um dia antes ou no mesmo dia em que oc o r r e r a m p r e ­<br />

cipitações, como é o caso da irrigação no dia 11/11, em que choveu<br />

na noite do dia em que se efetuou irrigação; e, na situ a ç ã o do dia<br />

09/12, em que a chuva interrompeu a irrigação no t r a t a m e n t o 85<br />

kPa, sem que se tivesse aplicado toda lâmina. 0 maior número de<br />

irrigações o b servadas no trata m e n t o 45 kPa era esperado, pois a<br />

lâmina de irrigação foi menor em 4,45 mm, confer i n d o - l h e um<br />

turno<br />

de rega menor que o t r a t a m e n t o 85 k P a .<br />

V e r i f i c o u - s e alta frequência na os c i l a ç ã o dos valores da<br />

t en s ã o da água no solo, nos dois tra t a m e n t o s irrigados, devido aos<br />

elevados níveis da e v a p o t r a n s p i r a ç ã o (Tabela 2 e 3). O b s e r vando-se<br />

as F i guras 7 e 8, v i s u a l i z a - s e que a os c i l a ç ã o da tensão da água<br />

no solo, para o trata m e n t o 45 kPa, foi mais gradual no<br />

subperíodo<br />

P2 (Tabela 1), a centuando-se desde o 302 ate o 60s dia após a<br />

emergência, ou seja, tub e r i z a ç ã o e d e s e n v o l v i m e n t o dos tubérculos,


51<br />

T A B E L A 5 - Lâmina de irrigação aplicada e precipitação, em m i l í ­<br />

metros, nos d iferentes tratamentos ao longo do ciclo<br />

da cultura da batata (Média de três repetiçSes).<br />

Data<br />

DAE<br />

Níve i s de manejo da irrigação<br />

45 kPA 85 kPa Teste m u n h a<br />

r r e c í p iudÇOGS<br />

ta O v s y*\ A t V \ 1 4* PS y n A 4BV<br />

12/10 04 13.08 17.53<br />

-<br />

3.2<br />

13/10 05 - - - 5.4<br />

18/10 10 13.08 - - -<br />

19/10 11 - 1 6 . 3 2 > - -<br />

20/10 12 13.08 - ■ - -<br />

21/10 13 - 17.53 - -<br />

23/10 15 13.08 - - -<br />

24/10 16 - 17.53 - -<br />

26/10 18 - - - 68.8<br />

27/10 19 - - - 21 .7<br />

30/10 22 - 17.53 - -<br />

02/11 25 13.08 - - -<br />

03/11 26 - - - 5.2<br />

04/11 27 - 17.53 - -<br />

05/11 28 1 7 . 5 3 * - - -<br />

07/11 30 - 19.73 - -<br />

08/11 31 13.08 - - 0.3<br />

11/11 34 13.08 17. 53 - -<br />

12/11 35 - - - 47.3<br />

16/11 39 13.08 - - -<br />

18/11 41 13.08 17.53 - -<br />

20/11 43 - - - 22.4<br />

23/11 46 - - - 64.8<br />

24/11 47 - - - 29.6<br />

28/11 51 13.08 - - -<br />

29/11 52 - 17.53 - -<br />

30/11 53 13.08 -<br />

... -<br />

02/12 55 13 .86


S IS PER IODOS<br />

POTENCIAL MATRICIAL IK P Q<br />

70 ( 80<br />

DIAS APÓS EMERGÊNCIA<br />

FIGURPI 7 - Variação da tensão da água no solo, na profundidade 0,1<br />

m para o Tratamento 85 kPa, ao longo do ciclo da cultura.<br />

DIAS APÓS EMERGÊNCIA<br />

FIGURfl 8- Variação da tensão da água no solo , na profundidade de<br />

0,1 m para o Tratamento 45 KPa, ao longo do ciclo da<br />

cultura.


53<br />

TABELA 6 - A r m a z e n a m e n t o de água no perfil do solo (até 53 cm de<br />

profundidade) durante o ciclo da cultura da batata, m a ­<br />

nejada sob três níveis de umidade no solo (Média de<br />

três repetições).<br />

Níveis de manejo da irrigação<br />

DATA 45 kPa 85 kPa testemuha<br />

0-20 20-40 40-53 0-20 20-40 40-53 0-20 20-40 40-53<br />

mm<br />

9/10 34.74 48.53 35.60 34.34 49.03 36.82 36.73 51.51 36.29<br />

13/10 53.22 54.47 37.12 53.37 57.27 39.11 43.35 51.89 35.18<br />

16/10 45.92 51.17 35.56 46.00 52.13 37.10 41.91 51.91 35.11<br />

18/10 43.38 49.29 34.47 42.64 50.79 36.05 40.81 50.82 34.23<br />

20/10 48.55 52.81 36.36 48.15 52.21 36.80 39.17 50.26 33.08<br />

23/10 44.16 50.91 35.29 44.26 50.98 36.70 37.31 48.60 31.72<br />

25/30 40.18 47.70 33.28 38.69 47.98 34.98 35.34 47.01 30.63<br />

27/10 57.67 60.13 43.97 57.75 61.32 44.86 57.13 61.32 43.96<br />

30/10 43.27 53.93 37.98 44.27 53.82 39.49 42.95 55.18 39.06<br />

01/11 41.72 50.91 36.54 41.11 50.13 37.04 40.86 52.60 37.60<br />

03/11 51.86 50.63 35.57 52.77 49.89 35.79 43.14 49.15 35.95<br />

06/11 49.95 50.89 34.13 44.94 47.55 34.51 35.91 48.17 32.87<br />

08/11 41.41 47.13 33.31 44.43 47.17 33.84 32.74 44.35 31.14<br />

IO/U 47.84 47.18 31.64 49.65 48.35 33.88 30.43 41.38 29.26<br />

13/11 56.08 55.83 37.43 54.91 55.38 36.57 51.60 50.14 31.61<br />

17/11 48.15 48.26 33.92 37.75 45.75 32.32 33.07 40.74 28.99<br />

20/11 58.06 48.39 31.77 57.43 45.89 29.71 49.85 35.23 24.83<br />

22/11 47.81 47.10 31.42 45.67 45.25 31.21 38.94 36.27 24.69<br />

24/11 61.20 57.76 37.02 59.54 56.98 35.09 57.98 57.85 34.83<br />

27/11 48.95 49.66 34.00 46.46 49.31 33.29 44.41 49.67 34.07<br />

29/11 50.93 48.21 31.78 38.83 43.93 31.03 37.29 44.78 31.40<br />

01/12 50.33 44.83 30.32 40.75 41.65 27.69 30.53 37.67 25.88<br />

04/12 42.67 39.25 24.42 37.40 36.67 22.62 25.55 28.03 17.51<br />

06/12 44.48 38.26 23.05 39.04 35.26 20.21 23.62 22.57 13.96<br />

11/12 55.52 49.79 27.40 52.05 44.99 21.10 48.39 37.63 13.22<br />

13/12 44.19 41.02 24.06 40.30 32.69 21.58 36.61 33.69 13.69<br />

15/12 44.19 41.02 24.06 33.05 32.69 16.93 30.96 30.51 13.69<br />

18/12 59.05 50.79 24.81 56.59 44.21 16.77 54.83 40.30 13.97<br />

20/12 50.03 46.66 26.82 45.84 41.56 17.58 41.93 40.04 16.27<br />

22/12 48.51 43.71 24.81 37.22 35.93 16.59 33.83 36.53 17.11<br />

27/12 53.23 40.11 20.73 50.61 34.18 14.19 30.34 30.38 15.82<br />

29/12 51.72 41.35 21.63 49.21 35.98 14.96 32.24 29.59 15.48<br />

02/01 38.21 38.58 21.07 35.51 33.33 14.37 26.76 28.55 15.45<br />

07/01 25.92 28.60 15.52 23.20 23.87 11.98 20.85 25.61 14.27


54<br />

coincide com os subperiodos de maior e x i gência hídrica<br />

(STRUCHTE-<br />

HEYER, 1960; LIS et al i i , 1964; SCALOPI & S C A R D U A , 1975 e D 0 0 R E N -<br />

B O S & KASSAN, 1979). Já no trata m e n t o 85 kPa, a os c i l a ç ã o da t e n ­<br />

são da água no solo foi mais uniforme d urante o ciclo da<br />

cultura,<br />

não se v e r i f i c a n d o tão claramente picos de consumo, o que pode ser<br />

e x p l i c a d o pelo fato do limite inferior ser a uma tensão maior, a<br />

qual demo r a v a mais a ser atingida.<br />

E s t i m o u - s e os valores superiores da tensão da água no solo, o b ­<br />

servados nas F iguras 7 e 8, com base na lâmina de irrigação apl i ­<br />

cada e a tensão da água no solo antes da irrigação, indicada<br />

t en s i ô m e t r o de controle da irrigação. Como p o d e - s e verificar,<br />

pelo<br />

não<br />

foi possível manter rigidamente, durante todo o ciclo da<br />

a u m idade do solo na faixa entre a c apacidade de campo e o<br />

cultura,<br />

limite<br />

inferior de d i s p o n i b i l i d a d e hídrica e s t a b e l e c i d o para cada t r a t a ­<br />

mento. Isto foi devido a que, algumas vezes, ao pro c e d e r - s e as<br />

leituras dos t e n s i Ô m e t r o s , estes ainda não indicavam o m o mento<br />

exato de irrigação. Quan d o pro c e d i a - s e a irrigação nestas c o n d i ­<br />

ções, aplicava-se uma lâmina menor. Esta foi a situação do ll£ dia<br />

após a e m ergência no t r a t a m e n t o 85 kPa e do 612 dia após a e m e r ­<br />

gência no t ratamento 45 kPa. Mas, quando esp e r a v a - s e para<br />

no dia seguinte, a tens ã o já havia u l t r a p a s s a d o o limite<br />

irrigar<br />

inferior<br />

de d i s p o n i b i l i d a d e hídrica estabelecido, como o c orreu no 552 e 572<br />

e no 272 dia após a e mergência no t r a t a m e n t o 45 kPa e 85 kPa, respect<br />

i v ã m e n t e .<br />

A adequação da irrigação e da lâmina aplicada na camada de 0


55<br />

a 0,2 m, ver i f i c a - s e nos valores do armazenamento da Tabela 6, e n ­<br />

tre os dias 8 e 10/11. 0 valor da lâmina armazenada, no t r a t a m e n t o<br />

45 kPa, no dia 8/11, antes da irrigação era de 41,41 mm e 47,13<br />

mm, nas prof u n d i d a d e s de 0 a 0,2 m e 0,2 a 0,4 m, respectivamente.<br />

No dia 10/11, o armazenamento era de 47,84 mm e 47,14 mm nas c a m a ­<br />

das d e O a0,2me0,2 a0,4m, respectivamente. Este dado<br />

mostra<br />

que a água aplicada na superfície no dia 8/11, r e d i s t r i b u i u - s e s o ­<br />

mente na camada superficial e parte pe r d e u - s e novamente em ETa,<br />

pois na segunda camada não variou o armazenamento no período c o n ­<br />

siderado. 0 mesmo fato ver i f i c a - s e no t r a t a m e n t o 85 kPa, entre<br />

os<br />

dias 17 e 20/11 e 22 e 27/12.<br />

Não se apresenta os valores da tens ã o da água no solo na c a ­<br />

mada superficial, deduzidas a partir dos dados da Tabela 6, com<br />

auxílio das EquaçSes 4 e 6, mas sim, os obtidos com ten s i ô m e t r o<br />

(Figura 7 e 8). ± que os valores da Tabela 6, foram obtidos at r a ­<br />

vés da sonda de neutrons, que faz uma integração da umidade a r m a ­<br />

zena d a na camada e assim, o valor da tensão na profu n d i d a d e de<br />

0,10 m (profundidade de controle da irrigação) seria bem inferior<br />

ao re a l m e n t e observado, devido a baixa u m idade na superficial do<br />

sol o .


56<br />

4.1.2 - D r e n a g e m p r o f u n d a e/o u ascensão capilar ( q * , mm)<br />

Pela análise da Tabela 2, obser v a - s e que a drenagem profunda<br />

d e t e r m i n a d a s e m analmente através da E q u a ç ã o 7, não pode ser d e s ­<br />

prezada no cálculo do b alanço hídrico, pois durante o ciclo da<br />

cultura submetida ao nível de manejo da umidade co r r e s p o n d e n t e a<br />

45 kPa de tensão; ela foi iqual a 2,53 % do volume e v a p o t r a n s p i r a -<br />

do pela cultura e 2,41 % da e v a p o r a ç ã o do tanque Classe A, ou s e ­<br />

ja, a dren a g e m profunda foi de 13,28 mm. Estes resul t a d o s c o n c o r ­<br />

dam com R E I C H A R D T & LIBARDI


57<br />

des a c o r d o com as verifi c a ç õ e s de CRUCIANI (1974); LUCHIARI<br />

JUN I O R<br />

(1978); P AULA S OUZA et alii


58<br />

tra t a m e n t o s irrigados, apesar de ser esperado um fluxo<br />

ascendente<br />

maior que nestes. Isto deve-se a umidade armazenada no perfil e<br />

p r i n c i p a l m e n t e na camada limite ter sido bem inferior ao do a r m a ­<br />

zenado nos t r a t a m e n t o irrigados (Tabela 6 e Figuras 2, 3 e 4) , r e ­<br />

d u z i n d o assim a cond u t i v i d a d e hidráulica não saturada, apesar do<br />

gra d i e n t e hidrá u l i c o maior.<br />

V e r i fica-se de uma m a neira geral que o fluxo de água no p e r ­<br />

fil foi influenciado pelo nível de man e j o da umidade do solo e p e ­<br />

la m a g n i t u d a d e e intensidade da precipitação.<br />

D e ve-se ressaltar um aspecto importante. Os valores da d r e ­<br />

nagem profu n d a podem ter sidos bem maiores do que aqueles o b s e r v a ­<br />

dos e apresentados nas Tabelas 2 e 3. Pela met o d o l o g i a adotada p a ­<br />

ra deter m i n a r o gr a d i e n t e hidrá u l i c o na p r o f u n d i d a d e limite do v o ­<br />

lume de controle, fazendo-se a média dos valores o b s e r v a d o s no p e ­<br />

ríodo do balanço, p o de-se subestimar a grandeza deste, por q u e o<br />

gr a d i e n t e h i d r á u l i c o e a umidade na camada limite dimin u í r a m r a p i ­<br />

d amente com o tempo, após as prec i p i t a ç õ e s intensas, r e s u l t a n d o em<br />

um gr a d i e n t e h i dráulico menor no período. O utro aspecto a c o n s i ­<br />

derar é a d e t e r m i n a ç ã o diária do gr a d i e n t e hidráulico, em dias<br />

de<br />

p r e c i p i t a ç õ e s intensas. Pode ter ocor r i d o que nestes dias o c o m ­<br />

p o r t a m e n t o do gr a d i e n t e hidrá u l i c o e co n s e q u e n t e m e n t e a drenagem<br />

profunda se apresentassem d iferentes daqueles d e tectados nas<br />

duas<br />

leituras consecutivas, com intervalos de 24 horas.


59<br />

4.1.3 - Escoamento superficial (R, mm)<br />

Os valores médios do e s c o a m e n t o superficial acumulado no c i ­<br />

clo e durante cada período do b a lanço hídrico, são apresentados<br />

nas Tabelas 2, 3 e 4, para os t r a t amentos 45 kPa, 85 kPa e t e s t e ­<br />

munha, respectivamente. Esta componente também está representada<br />

nas F i guras 4, 5 e 6.<br />

A n a l i s a n d o - s e os r e s u l t a d o s de p r e c i p i t a ç ã o e escoa m e n t o s u ­<br />

perficial nos diferentes períodos, demon s t r a d o s nas Tabelas 2, 3 e<br />

4, o b s e r v a - s e que o e s c o a m e n t o foi afetado pelo nível de man e j o da<br />

u midade do solo. Um exemplo é o 3s período do balanço, no qual,<br />

antes da p r e c i p i t a ç ã o a limina armazenada, no perfil, nos t r a t a ­<br />

mentos irrigados era maior que na testemunha, resul t a n d o em um e s ­<br />

coamento de 50,83%, 46,57 5 e 30,82 % da precipitação, para os<br />

t r a t a mentos 45 kPa, 85 kPa e testemunha, respectivamente. Outro<br />

dado é o e s c o a m e n t o o c o r r i d o d urante a p r e c i p i t a ç ã o de 52,4 mm, no<br />

dia 9/12. 0 armazenamento, no perfil, antes da preci p i t a ç ã o era de<br />

105,79 mm, 94,51 mm e 60,09 mm, o e s c o a m e n t o r e p r esentou 39,82 %,<br />

24,9 % e 3,7 % da precipitação, para os tra t a m e n t o s 45 kPa, 85 kPa<br />

e testemunha, r e s p e c t i v a m e n t e (Tabelas 2 ,3, 4, 5 e 6). 0s r e s u l ­<br />

tados demon s t r a m que o e scoamento esta dir e t a m e n t e rel a c i o n a d o com<br />

a u m idade no solo no momento da precipitação, além é claro, com<br />

a<br />

intensidade da precipitação. 0s valores do e scoamento d u rante todo<br />

o ciclo da cultura foram de 47,37 %, 41,74 % e 24,23 % da p r e c i ­<br />

p i tação e 32,07 %, 28.27 % e 16,41 % da evapo r a ç ã o do tanque C i a s ­


6 0<br />

se A, para os tratamentos 45 kPa, 85 kPa e testemunha, r e s p e c t i v a ­<br />

m ente .<br />

Estes valores de e s c o a m e n t o podem ser c o nsiderados altos<br />

se<br />

c omparados com os obtidos por N I S H I J I H A


61<br />

D e t e r m i n o u - s e o armazenamento da água no solo, util i z a n d o - s e<br />

a E q u a ç ã o 6 para e x p r e s s á - l o em mm. Na Tabela 6, apresenta-se os<br />

v alores do armazenamento no perfil do solo até a p r o f u n d i d a d e de<br />

0,53 m. Nas Figuras 4, 5 e 6, v e r i f i c a - s e também a variação do arm<br />

a z e n a m e n t o ao longo do ciclo da cultura, para os r e s p e ctivos t r a ­<br />

tamentos .<br />

Os valores da lâmina armazenada o s c ilaram r a p i d a m e n t e com<br />

o<br />

tempo, du r a n t e o ciclo da cultura, para os t r a t a mentos 45 kPa e 85<br />

kPa (Tabela 6 e Figuras 4 e 5). Estas variações podem ser e x p l i c a ­<br />

dos pela alta ETa do p e ríodo e pelas frequentes irrigações que r e ­<br />

conduziam o nível de u m idade à capacidade de campo.<br />

Já no t ratamento testemunha, a variação na lâmina armazenada<br />

não se verificou tão acentuada e frequentemente. Houve uma r e dução<br />

gradual da água armazenada, sendo o solo r e a b a s t e c i d o somente p e ­<br />

las chuvas. 0 armazenamento, no perfil, m a nteve-se acima de 105 mm<br />

até o 532 dia após a e m ergência (Figura 6 e Tabela 6). A lâmina de<br />

105 mm, corresponde a uma ten s ã o da água no solo de 100 kPa, para<br />

o solo em questão, que s e gundo SCAL0PI et a l 1i (1971) é um nível<br />

adequado para a cultura. Porém, numa análise da Tabela 6, v e r i f i ­<br />

ca-se que na camada superficial, o armazenamento estava em<br />

grande<br />

p arte abaixo deste nível, que seria de 39 mm para a camada em<br />

questão, d e s e n v o l v e n d o - s e assim a cultura sob défice hídrico. Após<br />

esta data, a u m idade do p e r f i 1 caiu d r a s t icamente devi d o a r edução<br />

nas pre c i p i t a ç õ e s no mês de dezembro.<br />

Para o t ratamento 45 kPa, o armazenamento mante v e - s e acima


62<br />

do nível de 105 mm, d u rante todo o ciclo da cultura, devido as<br />

frequ e n t e s irrigações. Na Figura 4, v e r í f i c a - s e que somente após a<br />

s u s pensão das irrigações este nível de armazenamento não foi<br />

superado. Por sua vez, o t r a t a m e n t o 85 kPa m a n t e v e - s e acima<br />

mais<br />

deste<br />

nível até o 732 dia após a emergência, caindo gradu a l m e n t e após<br />

esta data até a colheita. Mas f azendo-se uma análise d e t alhada<br />

da<br />

Tabe l a 6, constata-se que esta d i m i n u i ç ã o d e v e - s e à redução do arm<br />

a z e n a m e n t o nas camadas mais profundas, p e r m a n e c e n d o a u m i d a d e<br />

adequada na camada superficial, que também pode ser vis u a l i z a d o na<br />

Figura i4.<br />

Co n t i n u a n d o - s e a análise dos valores do a rmazenamento a p r e ­<br />

s entado na Tabela 6, ver i f i c a - s e com clareza que a camada de 0,2 a<br />

0,4 m de profundidade, c ontribuiu s i g n i f i c a t i v a m e n t e com o total<br />

ev a p o t r a n s p i r a d o , pois o c o rreram variações no armazenamento nesta<br />

camada, sem que aumentasse o total de água armazenado na camada<br />

logo abaixo, com c o n c ordando com V É L E Z & G A R Z A


63<br />

4.1.5 - E v a p o t r a n s p iração real (ETa, mm)<br />

Os valores da e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real (ETa) da cultura da b a ­<br />

tata, s u b metida a três níveis de manejo da irrigação, d e t e r m i n a d o s<br />

por s u b p eriodos de desenvolvimento, desde o subpe r i o d o P2 at.é P6<br />

da escala f enológica apresentada na Tabela 1, para os diferentes<br />

tratamentos, são apresentados na Tabela 7 e Figura 9. Também é<br />

apresentada a evapo r a ç ã o do tanque Classe A < E C A ) , nestes subper<br />

i o d o s .<br />

O b s e r v a - s e que os valores da ETa d i f eriram<br />

e s t a t i s t i c a m e n t e<br />

entre si, sendo de 524,58 mm, 493,77 mm e 348,52 mm d u rante o c i ­<br />

clo da cultura e um consumo médio de 5,77 mm/dia, 5,43 mm/dia e 3,<br />

83 mm/dia, para os tratamentos 45 kPa, 85 kPa e testemunha, r e s ­<br />

pectivamente. A e v a p o t r a n s p i r a ç ã o aumentou com a dimin u i ç ã o da<br />

tensão da água no solo, concordando com E A G L E A H A N & D E C K E R (1963)<br />

e B E R L A T O & H 0 L 1 0 N (1981). Estes dados apresentam-se lógicos e d e ­<br />

vem-se a maior d i s p o n i b i l i d a d e da água d u rante o ciclo, nos t r a t a ­<br />

mentos que apresentaram maior consumo. Esta maior<br />

d i s p o n i b i l i d a d e<br />

hídrica, além de favorecer a t r a n s p i r a ç ã o da cultura, favoreceu<br />

a<br />

e v a p o r a ç ã o da s u perfície do solo que é acentuada em culturas p l a n ­<br />

tadas em linhas (SCALOPI & SCARDUA, 1975), ele v a n d o - s e assim a<br />

e v a p o t r a n s p i r a ç ã o total da cultura.<br />

Não houve d i f erença s i g n i ficativa entre a ETa do<br />

t ratamento<br />

45 kPa e a e v a p o r a ç ã o do tanque Classe A, provavelmente, devido a<br />

uma boa d i s p o n i b i l i d a d e hídrica no solo d u rante o<br />

d e s e n v o l v i m e n t o


64<br />

TAB E L A 7<br />

- E v a p o t r a n s p i r a ç ã o real (mm) nos diversos s u b p eríodos de<br />

d e s e n v o l v i m e n t o da cultura da batata, cultivar " B a r o n e ­<br />

sa", submetida a três níveis de manejo da u m idade do<br />

solo e evapo r a ç ã o do Tanque Classe A ( m m ) , em Santa M a ­<br />

ria (RS), no ano agrícola de 83/90 (Média de três repet<br />

iç S e s ) .<br />

N í ve is de manejo da irrigação Tanque<br />

Cl asso<br />

Subpe- 45 kPa 85 kPa testemunha A<br />

r iodo<br />

XI X2 XI X2 XI X2 XI X2<br />

P2 2, 54 c 35,63 3,33 b 46,64 1,17 d 16,35 5,00 a 69,96<br />

P3 7,28 a 72,79 6.09 b 60,95 4.95 c 49, 56 5.09 c 50.92<br />

P4 6,06 a 112,91 5,92 a 111,02 3,58 b 83,46 5,83 a 98,46<br />

P5 6.02 3 68, 13 6,21 a 72, 14 5, 70ab 64, 11 5,35 b 67,34<br />

P6 6,36 b 235,39 5,49 c 203,02 3,65 d 135,04 7,15 a 264,59<br />

Total ( mm) 524,86 a 493,77 b 348,52 c 550,37 a<br />

Méd ia (mm/di a) 5,77 5,43 3,83 6,05<br />

xl - e v a p o t r a n s p i r a ç ã o m édia do subperíodo; x2 -<br />

acumulada do subperíodo.<br />

e v a p o t r a n s p i r a ç ã o<br />

da cultura (Tabela 6 e Figura 4), que permitiu uma e levada<br />

eva-<br />

potranspiração, aproxímando-se ao consumo do tanque classe A, s u ­<br />

g e r i n d o que o t r a t a m e n t o mane j a d o com um limite inferior de d i s ­<br />

p o n i b i l i d a d e hídrica na tensão de 45 kPa, de s e n v o l v e u - s e sem<br />

grandes r estrições hídricas.<br />

Em termos percentuais, os valores da ETa durante o ciclo da<br />

cultura apresentaram uma dimin u i ç ã o de 5,92 % e 33,60 % nos t r a ­<br />

tamen t o s 85 kPa e testemunha, respectivamente, em re l a ç ã o ao t r a ­<br />

ta mento 45 kPa, enqu a n t o que, a lâmina fornecida (precipitação<br />

e<br />

irrigação) diminuiu 2,45 % e 41,70 %, nos mesmos tratamentos. Es-


65<br />

tes dados sugerem que houve um consumo da água das camadas mais<br />

profundas, no tratamento testemunha, identificando-se um controle<br />

pouco eficiente da ascensão-capilar.<br />

Observou-se os valores mais elevados de ETa no tratamento<br />

45 kPa, atingindo no subperíodo P3 um valor de 7,28 mm/d ia, que<br />

diferiu estatisticamente da ETa dos outros tratamentos, neste<br />

subperíodo. Este/ maior valor explica-se pela contribuição da e v a ­<br />

poração do solo na ETa, porque a d i sponibilidade hídrica foi su- '<br />

E T a (mm/dia);<br />

FIGURO 9 - Evapotranspiração real (média dos subperíodos de desenvolvimento,<br />

mm/dia) e evaporação do tanque Classe R<br />

(média no subperíodo, mm/dia), na cultura dá batata,<br />

cultivar "Baronesa’ (Média de três repetiçSes).


66<br />

perior do que no 85 kPa e área foliar inferior (Tabela 8). Q v a ­<br />

lor míni m o obs e r v a d o para o trata m e n t o 45 kPa, como para os d e ­<br />

mais , ocorreu d u rante o subperfodo P2 (emergência-início da<br />

es-<br />

t o 1o n i z a ç ã o ) , sendo inferior e s t a t i s t i c a m e n t e ao consumo o b s e r v a ­<br />

do no 85 kPa e superior ao trata m e n t o testemunha. Esta<br />

d i f erença<br />

d e ve-se ao d e s e n v o l v i m e n t o veget a t i v o ter sido d e s u n i f o r m e e o<br />

t r a t a m e n t o 85 kPa apresentou-se mais unif o r m e m e n t e<br />

desenvolvido,<br />

numa o b s e r v a ç ã o visual.<br />

No subperíodo P 4 , o consumo m édio entre 45 kPa, 85 kPa e<br />

ECA foi semelhante, d i f erindo e s t a t i s t i c a m e n t e da testemunha.<br />

Neste, a massa foliar e q u i l i b r o u - s e entre os t r a t a m e n t o irrigados<br />

(Tabela 8), r e d u z i n d o - s e assim o efeito da e v a p o r a ç ã o da s u p e r f í ­<br />

cie do solo na e v a p o t r a n s p i r a ç ã o da cultura. 0 consumo no t r a t a ­<br />

m ento t estemunha foi inferior pela menor d i s p o n i b i l i d a d e hídrica,<br />

que aumentou a tensão da água no solo, reduziu a c o n d u t ividade<br />

hidráulica, dimin u i n d o a taxa de ETa (EAGLEHAN & DECKER, 1963)<br />

e<br />

também pela reduzida s u perfífie transp i r a n t e da cultura neste<br />

t r a t a m e n t o .<br />

No s u bperíodo P5, não h o u v e d i f erença estatística e ntre<br />

os<br />

tratamento. Isto se e x plica pelos valores das p r e c i p itações o c o r ­<br />

ridas no s ubperíodo e, em consequência, elevaram a d i s p o n i b i l i d a ­<br />

de hídrica do solo, que pode ser c onstatado nas Figuras 2, 3 e 4.<br />

Esta constatação r e f o r ç a - s e pela v e r i f i c a ç ã o do maior consumo, no<br />

ciclo, nos t r a t amentos 85 kPa e testemunha, que foram de 6,21<br />

mm/dia e 5,70 mm/dia, respectivamente.


67<br />

No subperíodo P6 (fim da t u b e rização e maturação), v e r i f i ­<br />

ca-se uma d i f erença est a t í s t i c a entre o consumo da cultura s u b m e ­<br />

tida aos d iferentes t r a t amentos e a E C A . £ um subpe r í o d o de d i m i ­<br />

nui ç ã o do consumo pela cultura


68<br />

4.2 - P a r â m e t r o s fenomé t r i c o s<br />

Os resul t a d o s do índice de área foliar (IAF) bem como da<br />

massa seca da parte aérea (MSPA, g / m ía) , durante o ciclo de d e s e n ­<br />

v o l v i m e n t o da cultura, são apresentados na Tabela 8 e nas Figuras<br />

10 e 11, os r esultados da análise da regressão, com os seus r e s ­<br />

pect i v o s modelos m a t e m áticos que melhor se ajustam aos dados.<br />

V er i f i c a - s e que o índice de área foliar e a massa seca da<br />

parte aérea tiveram um c o m p o rtamento q u a d r á t i c o com o tempo, c o n ­<br />

cordando com COSTA & L O P E S


69<br />

T A B E L A 8 - índice de área foliar (IAF, cm^/cm*) e massa seca da<br />

parte aérea (MSPA, g / m * ) , d u rante o ciclo de d e s e n v o l ­<br />

vimento da cultura da batata, cultivar "Baronesa",<br />

s ubmetida a três níveis de man e j o da umidade do solo,<br />

em Santa Maria (RS), no ano agrícola 88/90 (Média de<br />

três repetiçSes).<br />

Níveis de manejo da u midade<br />

Data<br />

DAE<br />

45 kPa 85 :kPa Testemunha<br />

IAF MSPA IAF MSPA IAF MSPA<br />

01/11 23 3,23 90,35 3,37 100,92 2, 37 74,60<br />

13/11 35 8. 43 214,77 10,30 255,83 6,69 185,43<br />

01/12 53 15, 55 388,47 11 ,33 312,56 7,58 212,71<br />

19/12 72 11 ,42 362,64 9,84 284,93 7,53 246,67<br />

D A E - Dias após a e mergência<br />

dução física. 0 número de t ubérculos por h e c t a r e é afetado pelo<br />

défice h í drico no solo, pois houve d i f erença est a t í s t i c a entre os<br />

tra t a m e n t o s irrigados e a t estemunha (sem irrigação), dis c o r d a n d o<br />

de S E G ó V I A et alii (1972) e SCALOPI et alii (1971), que não ach a ­<br />

ram difer e n ç a s com a re d u ç ã o da umidade do solo. Esta c o n s tatação<br />

r e f o r ç a - s e na o b s e r v a ç ã o de que não houve di f e r e n ç a s i g n i f icativa<br />

entre peso médio dos tubérculos, pois como houve uma r e dução<br />

acentuada na produção, mas não no peso médio, indica que<br />

somente<br />

poderia haver r e dução no número de tubérculos, c o n firmando-se assim<br />

que não houve d i m i n u i ç ã o na q u a lidade dos tubérculos, em f u n ­<br />

ção do défice hídrico. Peso m édio e peso médio dos t ubérculos co ­<br />

merci a i s também não foram afetados pela r e d u ç ã o do teor de u m i d a ­<br />

de do s o 1 o .


14<br />

ÍNDICE DE ÁREA FO I.I AR<br />

)O<br />

4 -<br />

-_____ 2 9<br />

TEST. ~ Y= 7,097 + 0 ,5 3 3 * — 0,00462 * , r* =0,94<br />

O T "<br />

~I.............. ...."1--------<br />

23 35<br />

53 72<br />

DIAS APOS EMERGÊNCIA<br />

FIGURfl 10 - índice de área foliar CIPF) ao longo do ciclo da cultura<br />

da batata, cultivar "Baronesa" submetida a três<br />

níveis de manejo da umidade do solo, em Santa Maria<br />

CRS), ano agrícola 89/90 (^Média iio ír?5 ropotiçfíRs)'


I<br />

390<br />

71<br />


72<br />

A produção de t ubérculos por hectare foi afetado pelo nível<br />

de man e j o da umidade do solo. V e r i fica-se uma r e dução est a t í s t i c a<br />

na produção, com o manejo da umidade do solo a uma tensão de 45<br />

kPa em r e l a ç ã o ao de 85 kpa, d i s c o r d a n d o de E P S T E I N & G R A N T<br />

(1972) e H I L L A R


73<br />

p o deria explicar, em parte, os r esultados de produção, são a p r e ­<br />

sentados na Tabela 8 e Figuras 10 e 11. ver i f i c a - s e que o t r a t a ­<br />

mento 45 kPa teve uma área foliar bem superior ao t r a t a m e n t o 85<br />

kPa. Este IAF maior poderia sugerir um e x cesso ou d e s e q u i l í b r i o<br />

entre área foliar fo t o s s inteticamente ativa e aquele que<br />

somente<br />

e s t a r i a consumindo e n ergia acumulada pelas primeiras. Assim, a<br />

t o t a l i d a d e da e n ergia acumulada na parte aérea não seria c o n v e r ­<br />

tida na produção de tubérculos.<br />

A r edução na prod u ç ã o verif i c a d o para o t r a t a m e n t o t e s t e m u ­<br />

nha, concorda amplamente com a literatura (FULTON & HURVIN, 1955;<br />

H A G A N et alii, 1957; B O X et alii, 1963; L I S et alii, 1964; FUE-<br />

H R I N G et alii, 1966; SCALOPI et alii, 1971; S E GóVIA et alii,<br />

1972; R E I C H A R D T ,1987), causado pelo défice h í drico (KRAHER, 1963)<br />

que o r igina uma r e duçào na taxa de transpiração, t a manho das cé-<br />

T A B E L A 9 - Produção de tubér c u l o s e alguns componentes da produ ç ã o<br />

da batata, cultivar "Baronesa", cultivada sob três n í ­<br />

veis de mane j o da umidade do solo, em solo P o d zólico<br />

Verme 1h o - A m a r e 1 o , Santa Maria (RS), durante o ano a g r í ­<br />

cola 89/90 (Média de três repetições).<br />

Níveis de N£ total Peso médio Peso m édio Produção<br />

um idade tubérculos t u b é r c u 1 os t u b . c o m e r . t u b é r c u 1 os<br />

do solo (Ha) (Kg/Ha)<br />

4 5 1


74<br />

T A B E L A 10 -Rendi mento rela t i v o e núm e r o total de tubérculos em c a ­<br />

da classe de tamanho dos tubérculos, na cultura da b a ­<br />

tata, submetida a três níveis de mane j o da u m idade do<br />

solo, em Santa Maria (RS), durante o ano agrícola 89/90<br />

(Média de três repetições).<br />

Cl asse<br />

Níveis de man e j o da um i d a d e do solo<br />

tamanho Par âmetro<br />

(mm) 45 kPa 85 kPa testemunha<br />

> 45 N2 h a N1 81 .169 a 86.039 a 61 .147 b<br />

% 43,72 a 43.54 a 44.80 a<br />

45-33 Ns ha 137.987 a 163.961 a 97.944 b<br />

% 32.67 a 37,50 a 33,29 a<br />

33-23 Ns ha 163.961 a 172.619 a 121.753 a<br />

% 18,04 a 15,25 a 17,49 a<br />

< 23 Ns ha 166.666 a 156.926 a 116.342 a<br />

% 5,56 a 3,70 a 4.31 a<br />

\1 - Número de tubér c u l o s por h e ctare em cada classe de tamanho;<br />

(*) - Méd i a s seguidas pela mesma, na linha, não apresentam d i f e ­<br />

rença sig n i f i c a t i v a ao nível de 5 % pelo teste Duncan.<br />

lulas foliares (Hsiao apud S A N T O S FILHO, 1984), r e dução no IAF e<br />

na MSPA.<br />

Na Tabela 10, v e r i f ica-se que houve di f e r e n ç a est a t í s t i c a no<br />

núm e r o de t u b é r c u l o s por hectare, nas classes maior de 45 mm e<br />

na<br />

de 45 - 33 mm, entre os trata m e n t o irrigados e a testemunha. Nas<br />

outras duas classes não houve d i f erença e s t a t í s t i c a entre o número<br />

de tubérculos, apesar da t estemunha apresentar um número menor<br />

de<br />

t u b é r c u l o s por hectare. Estes dados vém confirmar a c o n s tatação da<br />

tabela 9, que no peso médio não houve diferença, logo não foi afeta<br />

a q u a l i d a d e da produção, com o aumento da tensão da umidade<br />

do<br />

solo. Estas o b s e r vações discordam de F U L T O N & M U R V I N (1955); LIS<br />

et alii (1964); F U E H R I N G et alii (1966); SCALOPI et alii (1974),


75<br />

T A B E L A 11 - Ocorr ê n c i a de distú r b i o s f i siológicos exter n o s e internos,<br />

e apodrecimento dos tubérculos, na cultura da<br />

batata, cultivar " B a r o n e s a ”, submetida a três níveis<br />

de manejo da umidade do solo, em Santa mar ia (RS), ano<br />

agrícola 89/90 (Média de três repetições).<br />

Níveis de<br />

um i dade<br />

do s o 1o<br />

D i s t ú r b i o s fisiológ icos<br />

E m b o n e c a m e n t o Rachadura Tub. verdes<br />

iUDsrcuios<br />

podres<br />

45 kPa<br />

85 kPa<br />

teste m u n h a<br />

10.23 a«<br />

9,15 a<br />

14,37 a<br />

0, 80 a<br />

0,29 a<br />

0,14 a<br />

7o<br />

1,68 a<br />

2,38 a<br />

3,72 a<br />

3,49 b<br />

2,40 b<br />

8, 26 a<br />

* - Médias seguidas da m esma letra não apresentam diferença s i g n i ­<br />

f icativa peio teste de Duncan ao nível de 5 %.<br />

porém, concordam com os resul t a d o s obidos por F R A N K E et alii<br />

(1989) e MARTINI et a l i i (1989).<br />

Outro fato que comprova que o nível de man e j o da umidade do<br />

solo não afetou a q u a lidade da produção, constata-se na Tabela 10.<br />

Não houve d i f erença s i g n i ficativa entre tratamentos, na produ ç ã o<br />

r ela t i v a em cada classe de tamanho. Na Tabela 11, v e r i fica-se o<br />

efe i t o dos níveis de umidade do solo sobre os d i stúrbios f i s i o l ó ­<br />

g icos internos e externos, onde se constata que o nível de<br />

manejo<br />

da um i d a d e não afetou a qualidade, ou seja, não aumentou s i g n i f i ­<br />

c at i v a m e n t e os d istúrbios fisiológicos, d i s c o r d a n d o de R O B I N S &<br />

D O M I N G O (1956); S I N G H (1969); S E GÓVIA et alii (1972); D 0 0 R E N B 0 S<br />

&<br />

K A S S A N (1979); S O N N E N B E R G (1981) e F I L G U E I R A (1982). Também não se<br />

v e r i f i c o u a ocorr ê n c i a de coração oco e mancha ferruginosa. A<br />

maior per c e n t a g e m estatística, em tubér c u l o s podres, verificados<br />

para o t ratamento testemunha, e xplica-se pela morte antecipada das


76<br />

plantas, que permitiu que ficas<br />

raios solares que lhes-causavam<br />

per f ic ia is , a 1 é1m d o a ume n t o d a<br />

2 ida umidade no fim do c ic 1 o . 0<br />

se ma is tempo em e :p o 5 iç ao ao 5<br />

danos. principalmen te aos fi'iriÍ5 SU“<br />

temperatura do solo devi d o á r e d u -<br />

emb one camento, que segundo cl 1 ite­<br />

ratura é a f e t-a do pelo d è f ic e h íd r ico e altas teoiper a t u r a s do so 1 o ?<br />

TEMPEBATUBA 00 AR(0*C<br />

r= " 1 2 - Vstz-zZz cs t e u p a r a t u r a d i c f f . a Cz~. tíc . iv.àximz) e ^ isr.zsra<br />

lura noturna ( snírtisis 5, õo Lanço do i_i c L o tía<br />

cultura da batata, cultivar 'Baronesa', e


77<br />

não se apresentou d i f erente estatisticamente, entre os t r a t a m e n ­<br />

tos, c o n c ordando com S E G ó V I A et alii (1972).<br />

Em r e lação as condiões de t e m p eratura do ar, d u rante o ciclo<br />

cultural, p o de-se constatar que a d i f erença entre tem p e r a t u r a<br />

d iur n a e noturna, ao nível de 10 sC, r e c o n h e c i d o pela literatura<br />

como fundamental para o bom d e s e n v o l v i m e n t o e boa t u b e r i z a ç ã o da<br />

cultura, v e r i f i c o u - s e durante boa parte do ciclo (Figura 12). P o ­<br />

rém, as t e m p e r a t u r a s médias mensais do ar (Anexo II), estiveram<br />

sempre acima dos valores ótimos para a cultura (D00RENB0S & KAS-<br />

5AN, 1979 e FILGUEIRA, 1982), entretanto, não se verificou um<br />

e fei t o n e g a t i v o sobre a prod u ç ã o e qualidade, dem o n s t r a d o pelas<br />

altas p r o duções obtidas e os dados da Tabela 11. Tal v e z a cultivar<br />

seja mais to l e r a n t a a temper a t u r a s mais elevadas, por ser uma c u l ­<br />

tivar criada em nossas condições, p o r t a n t o adaptada ao meio. Dev<br />

e-se r e s saltar que se verificou alguns aspectos que pudessem s u ­<br />

gerir p r o blemas dec o r r e n t e s das condições ambientais<br />

inadequadas,<br />

c o m o : ex c e s s o de ramos laterais partindo p r ó x i m o ao solo, em p l a n ­<br />

tas que apresntavam haste única; f l o r e s c i m e n t o abundante e p r o l o n ­<br />

gado, desde o 30 2 dia após a e m e r g ê n c i a até a maturação, c o n c o r ­<br />

d ando com C A R M O et alii (1980).


78<br />

4.3 - E f i c i ê n c i a de u s o da água (e.u.a.)<br />

Na Tabela 12, são apresentados a e ficiência de uso da<br />

água,<br />

em litros de água e v a p o t r a n s p i r a d o para produzir um quilo de t u ­<br />

bérculos frescos ou gramas de tubér c u l o s produ z i d o s por m a por<br />

mm<br />

de água e v a p o t r a n s p i r a d a pela cultura da batata, cultivar " B a r o n e ­<br />

sa", submetida a três níveis de manejo da umidade do solo.<br />

V e r i f i c a - s e na Tabela 12, que houve d i f erença e s t a t í s t i c a<br />

entre a e.u.a. no trata m e n t o com limite inferior de d i s p o n i b i l i d a ­<br />

de h í drica a uma tensão de 85 kPa e nos t r a t amentos 45 kPa e t e s ­<br />

temunha. Esta maior e.u.a. no trata m e n t o 85 kpa, expli c a - s e pela<br />

menor c o n t r i b u i ç ã o da e vaporação do solo na e v a p o t r a n s p i r a ç ã o da<br />

cultura, porque a uma menor u m idade disponível no solo, p r i n c i p a l ­<br />

m ente na superfície, permitiu uma menor e v a p o r a ç ã o do solo (EAGLE-<br />

HAN & DECKER, 1963), que é grande em culturas em p l a ntadas em li-<br />

T A B E L A 12- Efici ê n c i a de uso da água < 1/kg tubér c u l o s e g / m S!/mm)<br />

de batata, cultivar " B a r o n e s a ”, cultivada sob três n í ­<br />

veis de man e j o da umidade do solo Pod z ó l i c o Vermelho-Amarelo,<br />

Santa Maria (RS), no ano agrícola 89/90 (Média<br />

de três repetições).<br />

Níveis de m a n e j o<br />

E ficiência do uso da água<br />

da -------------------------------------------------------------<br />

um idade do solo (l/kg) (g/m;B/mm<br />

45 kPa 144,01 b 6,94 b<br />

85 kPa 122,97 a 8,13 a<br />

Teste m u n h a 142,81 b 7,00 b<br />

\1 - Médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo<br />

teste Duncan, ao nível de 5 X.


79<br />

nha (SCALOPI & SCARDUA, 1975). Outro fato que contribuiu para r e ­<br />

duzir a e.u.a no trata m e n t o 45 kPa foi a produção e s t a t i c a m e n t e<br />

inferior, apesar do nível de u m idade ter sido superior.<br />

0 r e s u l t a d o de e.u.a. obtido neste trabalho concorda com<br />

K L A R (1984) e R E I C H A R D T (1987), porque a maior e.u.a. ocorreu a<br />

uma taxa de e v a p o t r a n s p i r a ç ã o inferior a taxa potencial.<br />

C o m p a r a n d o - s e os valores da e.u.a. nos t r a t amentos 4 5 kPa e t e s t e ­<br />

munha, poder i a - s e recomendar adotar o manejo de u midade do solo do<br />

t r a t a m e n t o testemunha, em locais onde a água é fator limitante.<br />

Porém, ao se analisar a e.u.a. j u n t a m e n t e com a p r o d u ç ã o física<br />

obtida, d e v e - s e fazer a seguinte pergunta: Se a água é o fator limitante,<br />

qual é o nível de manejo da umidade do solo que<br />

propicia<br />

a melhor e f i c i ê n c i a e c o nômica de uso da água?<br />

As difer e n ç a s entre a e ficiência de uso da água o b tidos n e s ­<br />

te trab a l h o e as dos trabalhos de SCALOPI & S CARDUA (1975);<br />

GURO-<br />

VIC H (1985); R E I C H A R D T (1987) e E N C A R N A Ç X O (1987), deve m - s e p o s s i ­<br />

velm e n t e a d i f erença entre cultivares, a d i f erença nas condições<br />

ambientais e a adaptação da cultivar a estas condições ambientais.


5 - C0NCLUS8ES<br />

B aseado nos resul t a d o s obtidos em função da met o d o l o g i a e m ­<br />

p r egada e nas condições em que se des e n v o l v e u o experimento, c o n ­<br />

clui -se que:<br />

a) em e s tudos de b a lanço hídrico, que se utili z e m da lei da<br />

c o n s ervação das massas, aplicada d i r e t a m e n t e num volume<br />

de controle de solo, em condições de campo, d e ve-se c o n ­<br />

siderar e medir, todas as c o m p o nentes e nvolvidas no p r o ­<br />

cesso, para n2o se incorrer em erros nas e s t i m ativas da<br />

e v a p o t r a n s p ir a ç ã o ;<br />

b) os subperiodos de maior e x i gência hídrica são a tuberização<br />

e d e s e n v o l v i m e n t o dos tubérculos, com um consumo d e ­<br />

crescente para os tratamentos de 45 kPa, 85 kPa tens ã o da<br />

água nbo solo e testemunha, respectivamente;<br />

c) a def i c i ê n c i a de água no solo e a t e m p e r a t u r a do ar acima<br />

do ótimo durante pratic a m e n t e todo o ciclo, não<br />

afetaram<br />

s igni f icaí. iv ã mente a qu a l i d a d e dos tubérculos;<br />

d) a efici ê n c i a de uso da água é afetada pelo nível de u m i ­<br />

dade disponível no solo durante o ciclo da cultura da b a ­<br />

tata e é máxima a uma taxa de e v a p o t r a n s p i r a ç ã o abaixo da<br />

potenc ia 1.


6 - SUGEST3ES<br />

Após a conclusão do presente experimento, sugere-se:<br />

a) que em futuros trabalhos que u tilizarem a met o d o l o g i a do b a l a n ­<br />

ço hí d r i c o para d eterminar a e v a p o t r a n s p i r a ç ã o real, o g r a d i e n ­<br />

te h i d r á u l i c o na camada limite seja d e t e r m i n a d o em intervalos<br />

menores de um dia, para precisar melhor a drenagem profunda,<br />

nos perí o d o s em que o armazenamento da água no solo estiver e n ­<br />

tre c a pacidade de campo e a saturação, qua n d o a condut.ividade<br />

h i d r á u l i c a é alta;<br />

b) que se aumente o número de t r a t amentos com níveis de mane j o da<br />

u m idade disponível no solo, a tensões maiores, intermediárias e<br />

m e nores das aqui testadas, para avaliar com melhor prec i s ã o o<br />

efei t o do excesso de u m idade e aeração d e f i c i e n t e sobre a p r o ­<br />

dução e q u a lidade dos t u bérculos e obter a curva de<br />

r endimento<br />

em função da tensão da água no solo;<br />

c) que se faça um estudo da e f iciência e c o nômica de uso da água,<br />

principalmente, para r e giSes onde a água é fator limitante.


7 - R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S<br />

A G R O A N A L I S Y S , Rio de Janeiro, Fundação G e túlio Vargas, 1 0 ( 1 ) :4-5,<br />

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BERLATO, M.A. & M0LI0N, L.C.B. E v a p o r a ç ã o e evapotranspiração.<br />

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158p. Tese de Doutoramento.


90<br />

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1972.<br />

SILVEIRA, P.M. da & STONE, L.F. Ba l a n ç o da água na cultura do f e i ­<br />

jão em L a t ossolo Vermelho-Amarelo. Pesq. agrop. b r a s . ,<br />

14(2)-.lll-5, abr. 1979.<br />

SINGH, G. A rev i e w of the soil moist u r e r e ) a i i o n s h i p in p o t a t o e s .<br />

Am. P o t a t o J . , 46:398-403, 1969.<br />

SLATYER, R.O. P l a n t - w a t e r relationships. 3.ed. London, Academic<br />

Press, 1967. 365p.


91<br />

SONNENBERG, P . E. C u ltura da batata. In:___ . O l e r i c u l t u r a<br />

especial. 3.ed. Goiânia, UFG, 1981. p . 79-110. (is parte).<br />

S T R U C H T E M E Y E R , R.A. Effic i e n c y of the use of water by potatoes.<br />

Am. P o t a t o J . , 38


8 - ANEXOS<br />

A N E X O I - Vai ores médios de quatro repet i ç S e s dos parâm e t r o s f í s i ­<br />

cos do perfil do solo Po d z ò l i c o Verme 1h o - A m a r e 1 o (Unidade<br />

de M a p e a m e n t o São P e d r o ) , adaptado de NI S H I J I M A<br />

(1986).<br />

PARÂMETROS<br />

P r o f u n d i d a d e (cm)<br />

0 - 1 6 16 - 42 42 - 57<br />

D e n s i d a d e do solo (g/cm3) 1 ,39 1,41 1 ,43<br />

D e n s i d a d e de partícula (g/cm3) 2,57 2.61 2.65<br />

M a c r o p o r o s i d a d e (% vol. ) 11.17 12.69 15.96<br />

M i c r o p o r o s i d a d e


ANEXO I I I • A nálise quíiúica do solo<br />

93<br />

C — UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS - DEPARTAMENTO DE SOLOS<br />

TORATR TO r IT N'TRAI.. Dl~ AN Al... T G IIS Dl" f>OI. O Get o r F s r t i -1idade do Solo<br />

Fone: (055) 226-1616 Ramal 2153<br />

culado à Rede Oficial de Laboratórios de Análises de Solos do RS e SC - ROLAS<br />

L A U D O D E A N Á L I S E DE S O L O<br />

: : ALBERTO E . FRANKE<br />

[CiP IC): SANTA MAR IA LOCALIDADE: NF<br />

r . 17/8/8? " SOLICITANTE: 0 MEMSO (PESQUISA)<br />

Jmosf. r a.<br />

RESULTADOS ANALÍTICOS<br />

1"e t . A r g ila p H - I I2 0 I n d . P K M . 0 .<br />

R e g is tro ( % ) 1:1 S M P p p ivi p p m 7.<br />

Al Ca+hg<br />

,..me/í00ml...<br />

SM 1556<br />

SM 1557<br />

4.7<br />

4 „ B<br />

16.3 106 1.7<br />

126<br />

0 .65<br />

0.60<br />

3.90<br />

4.65<br />

idades: ppm=ug/ml(peso/volume), me=miíequivalente;<br />

NF-~nao fornecido.<br />

ND=não determinado;<br />

1N S U !.. T E .. JJ M A G R 6 N ü M 0 P A R A I N T E R P R E T A -<br />

ÇSO E RECOMENDACS0 DE ADUBACS0 .<br />

jmbata. a erosão ! não deixeis<br />

c h mV a s c a r r e g a r a t e r r a , o c a 1c á I<br />

a agua^-L<br />

io , o adubo, e o fu tu ro de seus des<br />

•n d en tes.<br />

Responsave 1 Téc ico<br />

ENG.AGR^ HARDI<br />

CREA

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