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ICMBio em Foco
Edição 227
Voluntariado do Parna Tijuca
presta contas
Em breve, extrativistas poderão
morar de fato e de direito
na Resex Mata Grande
O ano de 2012 foi muito produtivo para o Programa
de Voluntariado do Parque Nacional da Tijuca,
que completará dez anos no próximo ano. Com a
dedicação de todos os 510 voluntários que compareceram
aos 12 mutirões, uma média de 2.550
horas de trabalho foram dedicadas em prol da preservação
do patrimônio natural, cultural e histórico
representado na UC.
A dedicada equipe da Monitoria Ambiental do parque,
que além de organizar os mutirões, acompanha
e orienta as atividades dos voluntários, merece
elogios, pois está sempre disposta e recebe os participantes
com alegria. Este ano foram realizados
mutirões de reflorestamento, manutenção de trilha,
recuperação de monumentos e recolhimento
de lixo em vários locais do parque.
Segundo Lúcio Meirelles Palma, coordenador do
Programa de Voluntariado do Parna, “mais do que
o trabalho, os maiores benefícios que vejo são as
amizades que fazemos durante essa jornada e o
efeito multiplicador de nossas ações, além do bemestar
de termos realizado tantas melhorias. Fazemos
parte da história de nosso parque. Com certeza
os voluntários deixaram registradas suas marcas
em cada degrau, dreno, placa colocada, cada lixo
recolhido e em cada ação feita durante toda a história
do voluntariado, procurando deixar um mundo
melhor para todos”.
Para fechar com chave de ouro, o 94º mutirão,
realizado no último dia 2, teve a presença de 63
Mutirões reuniram 510 voluntários
voluntários, com realização da palestra "Vivendo
em uma floresta replantada: A ecologia de anfíbios
como ferramenta de conservação ambiental", de
Thiago Arnt Dorigo, da UERJ, além de manutenção
de trilhas e sinalização, restauração do totem da
Cascatinha e uma bela confraternização preparada
pela equipe do Centro de Visitantes, para a qual
muitos levaram um prato especial, transformando
a festa em uma alegria de sabores.
Fabio Rael
A Reserva Extrativista de Mata Grande, em Imperatriz
(MA), vive um momento histórico. Criada há 20 anos, a
unidade realiza trabalho de vistoria com objetivo de iniciar
os pagamentos das fazendas existentes em seu interior.
Uma equipe formada por três servidores do Incra de Imperatriz
e um do ICMBio já vistoriou oito dessas fazendas.
A ideia é que em 2013 o Instituto consiga realizar
o processo de indenização para que assim as famílias de
extrativistas possam ter acesso às terras da UC, já que em
Mata Grande elas vivem no entorno.
Todo o trabalho tem causado grande euforia na região,
pois a maioria dos fazendeiros acreditava que o governo
nunca resolveria a situação. Por outro lado, também tem
despertado a ira de muita gente. Proprietários tentam a
qualquer custo intimidar as lideranças da Resex.
Tão logo seja concluído o trabalho, o Conselho Deliberativo
da unidade vai selecionar as primeiras famílias que
vão morar no interior da UC de fato e de direito. O chefe
da Resex, Euvaldo Pereira, e os diretores da Atramag
acompanham de perto as ações da equipe de vistoria. A
nossa Coordenação-geral de Consolidação Territorial, na
pessoa de Eliani Maciel, tem dado as condições para que
o trabalho venha a ser concluído no prazo combinado,
até o próximo sábado. Já há três fazendas para serem
vistoriadas em 2013, sendo que várias pessoas estão se
manifestando no sentido de que tão logo o ICMBio pague
a primeira das fazendas eles vão se apresentar para
que as suas sejam também avaliadas e pagas.
A Reserva Extrativista de Mata Grande, com 10.450 ha,
fica a 18 km de Imperatriz. Tem 94% de sua área em
Senador Laroque e 6% em Davinópolis. A UC tem como
principal riqueza o coco babaçu. No Brasil só há três UCs
onde esse coco ocorre. Dele são retirados cerca de 64
subprodutos. O uso do coco babaçu faz parte da cultura
da população local. É comum ouvir que o babaçu leva
nove meses para dar fruto, o mesmo tempo que a mulher
leva para gerar uma criança. É muita coincidência,
porém ambos são geradoras de vida, alegria, esperança.
Dizem os integrantes da equipe gestora da Resex que,
após 20 anos de luta, creem que 2013 será um ano de
mudança, pois os extrativistas haverão de entrar para
morar na reserva e assim plantar, colher e ser felizes.
Reunião movimenta
conselho da Resex
Moradora da Resex apresenta o óleo, um dos
subprodutos do coco babaçu
Pauta cheia teve a reunião do Conselho Deliberativo
da Resex Mata Grande realizada na semana passada,
no auditório da Universidade Estadual do Maranhão,
e que contou com a presença de 85% dos
conselheiros. Entre outras coisas, houve a posse dos
conselheiros restantes; foram dadas informações da
vistoria Incra e ICMBio e do andamento para indenização
de terras; da instalação do Telecentro de
Cumaru e do Programa Bolsa Verde; do acordo de
gestão e perfil do beneficiário; do Projeto GEF Cerrado;
dos avanços nos trabalhos da Resex; e da mobilização
e articulação para viabilizar a indenização
das fazendas dentro da UC. Também se falou sobre
a produção de um vídeo para divulgar o trabalho da
Resex e a importância das quebradeiras de coco; a
aquisição de uma mini usina de produção de óleo;
a aquisição de viatura e moto, e de balanças para
compra de coco babaçu; a capacitação dos conselheiros
em 2013; a construção de estruturas para
mesocarpo e óleo; a visita, já ocorrida, dos conselheiros
à Resex do Extremo Norte do Tocantins para
conhecerem as instalações da mini usina de óleo; e a
aprovação do regimento interno do conselho.
Franscicleide Damaceno Coelho
Acervo Resex Mata Grande
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