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Dinamizar o Empreendedorismo e promover a Criação de ... - IAPMEI

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<strong>Dinamizar</strong> o <strong>Empreen<strong>de</strong>dorismo</strong> e <strong>promover</strong> a Criação <strong>de</strong><br />

Empresas<br />

À semelhança do que acontece nas socieda<strong>de</strong>s contemporâneas mais<br />

avançadas, a socieda<strong>de</strong> portuguesa <strong>de</strong>fronta-se hoje com novos e mais<br />

intensos <strong>de</strong>safios à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar um crescimento sustentável<br />

e garantir o bem-estar.<br />

No essencial, reconhece-se que estes <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>correm dos movimentos<br />

associados ao processo <strong>de</strong> globalização, ao <strong>de</strong>senvolvimento das novas<br />

tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação e às mudanças contínuas nos<br />

comportamentos dos consumidores.<br />

Por outro lado, reconhece-se ainda que estes fenómenos constituem factores<br />

acrescidos <strong>de</strong> tensão interna que influenciam a capacida<strong>de</strong> competitiva dos<br />

indivíduos e organizações, <strong>de</strong>terminando um reposicionamento estratégico face<br />

às novas regras que lhes são impostas – novos mercados, consumidores cada<br />

vez mais exigentes, novas activida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> as fronteiras sectoriais são cada<br />

vez mais ténues e agentes económicos com estratégias concorrenciais cada<br />

vez mais ousadas.<br />

Surge, assim, como consensual a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>senvolvimento económico,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, essencialmente, do processo <strong>de</strong> renovação das pessoas, das<br />

empresas e das instituições e, da existência <strong>de</strong> um sector empresarial<br />

concorrencialmente equilibrado, capaz <strong>de</strong> <strong>promover</strong> uma evolução tecnológica<br />

ao serviço <strong>de</strong> um crescimento quantitativo, qualitativo e diversificado da oferta<br />

<strong>de</strong> bens e serviços à socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> contribuir para uma contínua geração <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valorização individual e colectiva dos cidadãos.<br />

É, sem dúvida, neste contexto que se insere a crescente atenção <strong>de</strong>dicada à<br />

promoção do empreen<strong>de</strong>dorismo e à generalização <strong>de</strong> uma “cultura<br />

empreen<strong>de</strong>dora” na socieda<strong>de</strong> portuguesa, na medida em que se assume<br />

tratar-se <strong>de</strong> uma dinâmica <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção e aproveitamento económico <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s, por parte <strong>de</strong> indivíduos que exibem <strong>de</strong>terminadas<br />

características e atitu<strong>de</strong>s particularmente favoráveis à inovação e à<br />

concretização <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias-projectos.<br />

1


Nesta perspectiva, estimular a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora parece passar por<br />

induzir comportamentos favoráveis à inovação sistemática, por criar dinâmicas<br />

<strong>de</strong> aperfeiçoamento contínuo e por acelerar o processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização e <strong>de</strong><br />

crescimento económico o que se configura como uma tarefa tão relevante<br />

como complexa e, pressupõe uma intervenção pluridisciplinar, abrangente e<br />

efectivamente mobilizadora <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

Não obstante a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar métodos e instrumentos consensuais<br />

para medir os níveis <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora existentes ou <strong>de</strong>sejáveis<br />

num <strong>de</strong>terminado país ou região, é possível i<strong>de</strong>ntificar alguns factores que se<br />

admitem capazes <strong>de</strong> influenciar a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada socieda<strong>de</strong>: uma envolvente empresarial facilitadora, um ambiente<br />

cultural favorável e, programas públicos <strong>de</strong> intervenção bem estruturados.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes factores levam-nos a reconhecer a importância <strong>de</strong> focar<br />

a intervenção em domínios como a educação/formação, a facilitação<br />

institucional e administrativa e o ambiente cultural em que a activida<strong>de</strong><br />

económica se <strong>de</strong>senvolve e, a admitir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forte concertação<br />

<strong>de</strong> acções configuradas com a flexibilida<strong>de</strong> suficiente para lidar com uma matriz<br />

<strong>de</strong> especificida<strong>de</strong>s locais e regionais <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> muito variável.<br />

Trata-se efectivamente <strong>de</strong> procurar contribuir para que as qualida<strong>de</strong>s pessoais,<br />

inatas nos empreen<strong>de</strong>dores, sejam aperfeiçoadas e projectadas para a acção<br />

para que a envolvente empresarial seja mais estimulante e para que o<br />

ambiente social reconheça e valorize <strong>de</strong>vidamente o mérito e a ousadia do<br />

empreen<strong>de</strong>dor.<br />

Nestes termos e, em última análise, estamos perante uma tarefa essencial da<br />

socieda<strong>de</strong>, a quem compete gerar o contexto cultural mobilizador <strong>de</strong> todos os<br />

agentes e, muito em particular, das diversas entida<strong>de</strong>s vocacionadas para<br />

induzir comportamentos empreen<strong>de</strong>dores, para seleccionar os processos <strong>de</strong><br />

actuação mais a<strong>de</strong>quados e, para criar os programas <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong>stinados a<br />

melhorar e ampliar a sua intervenção.<br />

De entre as entida<strong>de</strong>s referidas importa, sem dúvida, <strong>de</strong>stacar as que se<br />

constituem o “ambiente propício à manifestação do espírito empreen<strong>de</strong>dor”,<br />

nomeadamente as que se distribuem pelo sistema <strong>de</strong> ensino (profissional,<br />

2


universitário ou especializado), pela “vida activa” (empresas, autarquias,<br />

instituições <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e associações<br />

empresariais, instituições do sistema financeiro, entre outras) e, pelo “meio<br />

social”.<br />

Admite-se assim que a dinamização do empreen<strong>de</strong>dorismo assente numa<br />

abordagem sistémica, estruturante e facilitadora do relacionamento entre todas<br />

as entida<strong>de</strong>s envolvidas e privilegie o estabelecimento <strong>de</strong> regimes <strong>de</strong> parceria<br />

capazes <strong>de</strong> assegurar uma lógica <strong>de</strong> trabalho em re<strong>de</strong>, cultivem sinergias e<br />

evitem redundâncias.<br />

Neste domínio, a actuação recente do <strong>IAPMEI</strong>, enquanto agência pública,<br />

insere-se na vertente <strong>de</strong> intervenção do Estado na perspectiva <strong>de</strong> agente<br />

indutor/facilitador e caracteriza-se pelo reforço <strong>de</strong> iniciativas que promovam e<br />

consoli<strong>de</strong>m as bases <strong>de</strong> operacionalização <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro sistema integrado<br />

<strong>de</strong> dinamização e promoção do empreen<strong>de</strong>dorismo – da i<strong>de</strong>ia à consolidação<br />

do negócio – capaz <strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong>cisivamente para acelerar o ritmo da<br />

renovação do tecido empresarial português e da mo<strong>de</strong>rnização das estruturas<br />

produtivas e da sua internacionalização.<br />

Valorizar o conhecimento, privilegiar estratégias <strong>de</strong> inovação sistemática,<br />

apostar em novas formas <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> organização, na extensão da ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> valor, na diversificação, na qualida<strong>de</strong> e na re-qualificação dos recursos<br />

prefiguram-se como factores <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> uma actuação estratégia<br />

ajustada aos <strong>de</strong>safios das socieda<strong>de</strong>s contemporâneas.<br />

São estes os princípios que norteiam a intervenção do <strong>IAPMEI</strong> no âmbito da<br />

dinamização da renovação do tecido empresarial, intervenção consubstanciada<br />

num projecto <strong>de</strong> parceria direccionado para a indução selectiva da criação <strong>de</strong><br />

empresas.<br />

No sentido <strong>de</strong> consolidar o reforço da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta do <strong>IAPMEI</strong>, às<br />

necessida<strong>de</strong>s do seu público alvo, o Instituto aposta <strong>de</strong>cisivamente numa<br />

relação <strong>de</strong> maior proximida<strong>de</strong> com os empreen<strong>de</strong>dores e com os diferentes<br />

actores da envolvente da criação <strong>de</strong> empresas.<br />

Privilegia-se, nesta abordagem, um progressivo alargamento <strong>de</strong> competências<br />

e <strong>de</strong> domínios <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> no quadro do reforço do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

3


instrumentos <strong>de</strong> políticas públicas complementares<br />

investimento.<br />

à promoção do<br />

Neste contexto, assumindo que um dos principais eixos indutores <strong>de</strong> inovação<br />

passa por acelerar processos <strong>de</strong> renovação do tecido empresarial e,<br />

reconhecendo a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensaiar uma abordagem sistémica <strong>de</strong>stinada<br />

a estimular o empreen<strong>de</strong>dorismo e apoiar a criação selectiva <strong>de</strong> empresas, o<br />

“Projecto FIVE – Fomento da Inovação e Valorização Empresarial” assumiu<br />

dois objectivos centrais.<br />

Por um lado preten<strong>de</strong>u criar condições para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias inovadoras, com a<strong>de</strong>quada valia económica, susceptíveis <strong>de</strong> se<br />

transformarem em empresas viáveis e, por outro, facilitar a prestação <strong>de</strong> apoio<br />

qualificado aos empreen<strong>de</strong>dores seleccionados - e reconhecidos como<br />

potenciais criadores <strong>de</strong> empresas - visando a consolidação dos seus projectos<br />

e a sustentabilida<strong>de</strong> do seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Através <strong>de</strong>ste projecto, o <strong>IAPMEI</strong> empenha-se numa actuação direccionada<br />

para o conjunto do tecido empresarial português e da sua envolvente,<br />

privilegiando empreen<strong>de</strong>dores e empresas que, por razões associadas à<br />

dimensão ou à escassez <strong>de</strong> recursos próprios, não exibem ainda a<strong>de</strong>quados<br />

níveis <strong>de</strong> assimilação e <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong> práticas inovadoras.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma iniciativa cujo objectivo estratégico essencial se pren<strong>de</strong> com a<br />

dinamização em Portugal do empreen<strong>de</strong>dorismo inovador, em geral, e do<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo <strong>de</strong> base tecnológica, em particular.<br />

Para atingir este objectivo propõe-se <strong>promover</strong> a indução <strong>de</strong> um processo<br />

interactivo e dinâmico <strong>de</strong> valorização da tecnologia numa lógica empresarial<br />

através da promoção da interacção entre a oferta e a procura tecnológica e da<br />

criação <strong>de</strong> sinergias entre todos os actores que operam no sistema nacional <strong>de</strong><br />

inovação (empresas, universida<strong>de</strong>s, centros <strong>de</strong> saber, infraestruturas<br />

tecnológicas, instituições financeiras), assim como com a valorização <strong>de</strong>sta<br />

abordagem noutras iniciativas <strong>de</strong> carácter inovador.<br />

Na presente abordagem houve a preocupação da não capturar as restantes<br />

intervenções, quer em termos espaciais, quer temáticos, privilegiando-se <strong>de</strong>ste<br />

modo a complementarida<strong>de</strong> e a criação <strong>de</strong> sinergias.<br />

4


Exemplo <strong>de</strong>sta procura <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> sinergias é a<br />

preocupação <strong>de</strong>, segundo critérios <strong>de</strong> selectivida<strong>de</strong>, complementar ou valorizar<br />

os apoios já disponibilizados pelos projectos dinamizados pelos nossos<br />

parceiros, através dos apoios susceptíveis <strong>de</strong> ser disponibilizados no âmbito do<br />

projecto FIVE.<br />

A concretização <strong>de</strong>ste objectivo passa pela criação e operacionalização <strong>de</strong> um<br />

verda<strong>de</strong>iro sistema integrado <strong>de</strong> dinamização e promoção do<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo - REDE DE FACILITADORES DO EMPREENDEDORISMO<br />

- capaz <strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong>cisivamente para acelerar o ritmo da renovação do<br />

tecido empresarial português e da mo<strong>de</strong>rnização das estruturas produtivas,<br />

promovendo a explorando as complementarida<strong>de</strong>s possíveis nos diversos<br />

domínios <strong>de</strong> intervenção, estimulando a cooperação inter-institucional e interempresarial.<br />

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