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Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo<br />

Modo ventilatório e ajuste da PEEP<br />

Marcelo Alcantara Holanda<br />

Prof Adjunto de Medicina Clínica, UFC<br />

UTI respiratória do Hospital de Messejana, Fortaleza


AMS, 27a, fem, pancreatite necro-hemorrágica complicada com sepsis<br />

No 30 0 dia de internação, insuficiência respiratória com necessidade de<br />

VM . Pós-intubação: pH:7,45 PaCO2:42 PaO2:50 SaO2:86%<br />

VM A/C VC:460mL PEEP:5cmH2O FIO2:60% PaO2/FIO2:83 (50 / 0,6)<br />

PA:125x79mHg PVC:14cmH2O<br />

Qual o diagnóstico? Qual a melhor estratégia ventilatória?<br />

Basal<br />

D0


SDRA - Definição<br />

• Síndrome inflamatória aguda com<br />

aumento da permeabilidade capilar<br />

pulmonar associada a alterações clínicas,<br />

radiológicas e funcionais pulmonares.


SDRA Fisiopatologia<br />

Lesão alveolar aguda<br />

edema, ⇑ proteínas<br />

descamação do<br />

epitélio<br />

↓ surfactante<br />

Desnudamento<br />

da m. basal<br />

neutrófilo<br />

fibroblasto<br />

Ware & Matthay, NEJM, 2000


SDRA - Causas<br />

• Pulmonares:<br />

- pneumonia<br />

- aspiração<br />

- trauma<br />

- isquemia-reperfusão<br />

- quase afogamento<br />

- inalação de gases<br />

• Extra-pulmonares:<br />

- sepsis<br />

- derivação cardio-pulmonar<br />

- pancreatite<br />

- choque<br />

- politransfusões<br />

- politraumatismo<br />

Misto: trauma torácico + choque...


Definição de lesão pulmonar aguda (LPA) e de<br />

Sd. de Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)<br />

Instalação<br />

Oxigenação<br />

Raio-X<br />

Excluir edema<br />

cardiogênico<br />

LPA*<br />

aguda<br />

PaO 2 /FIO 2<br />

Infiltrados<br />

Pcap


High lung volume increases stress failure in pulmonary<br />

capillaries. Fu Z e col. J Appl Physiol 1992.<br />

Fratura do capilar


A VM pode contribuir para IMOS?<br />

PMN<br />

LESÃO BIOQUÍMICA LESÃO MECÂNICA<br />

CITOCINAS<br />

RLO<br />

PROSTANOIDES<br />

PROTEASES<br />

Mφ - BACTÉRIAS<br />

Hiperdistensão alveolar<br />

Estiramento cíclico<br />

Aumento da p. intra-torácica<br />

Permeab. alvéolo-capilar<br />

Débito cardíaco<br />

Perfusão de órgãos<br />

Órgãos à<br />

distância<br />

IMOS


SDRA – potenciais efeitos lesivos da VM


SDRA, objetivos da VM<br />

❑ Reverter a hipoxemia - SaO2 > 90%<br />

❑<br />

❑<br />

❑<br />

Minimizar a lesão pulmonar, favorecer reparo<br />

Preservar áreas aeradas - evitar hiperinsuflação<br />

Reverter a acidose respiratória<br />

PaCO 2 variável desde que pH>7,20<br />

❑<br />

❑<br />

Possibilitar resolução da causa básica<br />

Viabilizar um desmame precoce


Reverter a hipoxemia na SDRA<br />

❑<br />

Metas: SaO2 > 90% e PaO2 > 60mmHg<br />

❑<br />

Ajustes FIO2 e PEEP<br />

❑<br />

PEEP ideal<br />

❑<br />

❑<br />

❑<br />

❑<br />

Curva de complacência<br />

Curva PxV<br />

Stress index<br />

Outros: TC, impedância elétrica<br />

❑<br />

Menor FIO2 possível, sempre<br />

❑<br />

Evitar atelectasia de absorção


Paciente 65 anos com paralisia diafragmática bilateral<br />

ZEEP CPAP 10 CPAP 25<br />

PaO2: 52 84 82<br />

PaCO2: 47 48 52


Ajuste da PEEP pela resposta ao O2<br />

Sem diferenças<br />

PEEPs: 8,3+/-3 vs 13,2+/-3cmH2O<br />

FIO2% PEEP<br />

30 5<br />

40 5<br />

40 8<br />

50 10<br />

60 10<br />

70 10<br />

70 12<br />

70 14<br />

80 14<br />

90 14<br />

90 16<br />

90 18<br />

100 18<br />

100 20<br />

100 22<br />

100 24


Paciente com sepsis e PAV, 2a semana de VM-SDRA<br />

PEEP 0<br />

PEEP 5<br />

PEEP 10<br />

PEEP 20


Efeito da PEEP em pulmão normal<br />

PEEP: 0 cmH2O


Efeito da PEEP em pulmão normal<br />

PEEP: 5 cmH2O


Efeito da PEEP em pulmão normal<br />

PEEP: 10 cmH2O


Efeito da PEEP em pulmão normal<br />

PEEP: 15 cmH2O<br />

DC<br />

Homogeneização e hiperdistensão pulmonar


Curva PxV<br />

Escolha da PEEP e do VC<br />

Amato e col. 1995<br />

Am J Respir Crit Care Med, 1995


Ajuste da PEEP pela Complacência<br />

Suter PM e col. NEJM, 1975


Ajuste da PEEP “ideal” na SDRA<br />

❑<br />

❑<br />

paciente sedado (S/N: curarizado)<br />

ventilação volume controlado<br />

❑ ajustes: f=15irpm - VC= 6ml/kg -<br />

Fluxo=60l/min Pausa=2s - F I O 2 =100%<br />

❑<br />

❑<br />

❑<br />

variações decrescentes da PEEP<br />

complacência estática para cada PEEP<br />

PEEP ideal: PEEP com maior Cest sem<br />

repercussões hemodinâmicas, melhor SpO2


Ajuste da PEEP “ideal” na SDRA<br />

Exemplo: paciente 60kg – sedado e curarizado. Testar vazamentos<br />

VC=360ml - f=15irpm - Fl=60l/min - FIO 2 =100% - Pausa=2s<br />

PEEP=5 PLATÔ=20 CST=24 SpO 2 :86% PAM: 75<br />

PEEP=8 PLATÔ=21 CST=28 SpO 2 :88% PAM: 80<br />

PEEP=11 PLATÔ=23 CST=30 SpO 2 :89% PAM: 70<br />

PEEP=14 PLATÔ=25 CST=33 SpO 2 :92% PAM: 75<br />

PEEP=17 PLATÔ=26 CST=40 SpO 2 :95% PAM: 70<br />

PEEP=20 PLATÔ=29 CST=40 SpO 2 :97% PAM: 70<br />

PEEP=23 PLATÔ=35 CST=30 SpO 2 :99% PAM: 60<br />

PEEPideal=20cmH 2 O<br />

Obs.:Reavaliar no máximo após 12-24h


Minimizar a lesão pulmonar<br />

❑ Monitorizar a Pressão Alveolar<br />

- Pressão de pausa < 30 a 35cmH 2 O<br />

❑ Usar baixo volume corrente - 5 a 7ml/kg<br />

- Peso ideal vs real<br />

Masc.: 50+0,91(altura-152,4cm)<br />

Fem.: 45,5+0,91(altura-152,4cm)


Monitorização<br />

mecânica<br />

30<br />

0<br />

Pressão x tempo


A complacência estática do sistema respiratório<br />

Cst =<br />

∆<br />

∆V<br />

P<br />

no ventilador:<br />

Volume corrente (mL)<br />

Cst =<br />

P. pausa - PEEP (cmH 2 O)<br />

Valor normal = 50 a 80 mL/cmH2O


Monitorização<br />

mecânica<br />

30<br />

VC:600mL<br />

0<br />

40<br />

30<br />

Cst = 600/30-0<br />

Cst=20mL/cmH2O


30<br />

0<br />

Pressão<br />

30<br />

0<br />

Pmax<br />

P alveolar =<br />

Pva = VxRsr + VC/Csr + PEEP(i+e)<br />

Fluxo<br />

Volume<br />

Conseqüências do aumento de fluxo na VCV


30<br />

0<br />

30<br />

0<br />

P alveolar<br />

Pressão<br />

Fluxo<br />

Pva = VxRsr + VC/Csr + PEEP(i+e)<br />

Volume<br />

Conseqüências do aumento de VC na VCV


Ventilação pressão controlada<br />

P alveolar<br />

Pva = VxRsr + VC/Csr + PEEP(i+e)<br />

O tempo passa a ser ajustado diretamente


Ventilação pressão controlada<br />

P alveolar<br />

Elevação do nível de pressão<br />

O que aconteceu a partir do terceiro ciclo e porquê?<br />

Pva = VxRsr + VC/Csr + PEEP(i+e)


Ajustando o Ti na VPC<br />

P via aérea = Palveolar<br />

P alveolar


AJRCCM, 2005


max<br />

alta PEEP PEEP intermediário baixa PEEP<br />

edema<br />

m. hialina<br />

inflamação<br />

fibrose e reparo<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 9 10 11 12 13 14<br />

Dias<br />

Evolução fisiopatológica da SDRA


SDRA, Rx de tórax e TC<br />

42a,<br />

sepsis,<br />

GRAM-<br />

Pcap: 4mmHg<br />

60a, VM 7dias<br />

Precoce<br />

Tardia


Reversão da acidose respiratória<br />

Hipercapnia permissiva<br />

Tolerância com níveis supranormais de PaCO2<br />

• 50 a 90mmHg com pH >7,20<br />

• Elevação gradual<br />

• Evitar se hipertensão intracraniana<br />

• Otimizar ajustes da f respiratória<br />

– auto-PEEP<br />

Kacmarek, Hickling - Resp Care, 38:373; 1993


AJRCCM,1997


AJRCCM,1997


Viabilização de rápido início de desmame<br />

Boa interação paciente x ventilador desde o<br />

início da VM<br />

Titular sedação<br />

Evitar bloqueio neuro-muscular se possível


30 pacientes,<br />

-15 em APRV, sedação leve, ciclos espontâneos<br />

-15 em PCV sedação p/ ciclos controlados por 72h<br />

Putensen C e col. AJRCCM, 2001


Putensen C e col. AJRCCM, 2001 - Desfechos<br />

APRV Group PCV Group p<br />

N (%) 15 (100) 15 (100)<br />

Sobreviventes, n (%) 12 (80) 11 (74) ns<br />

Duração da VM, d 15+/-2 21+/-2 0.032<br />

Intubação, d 18+/-2 25+/-2 0.011<br />

Internação na UTI, d 23+/-2 30+/-2 0.032


Sobrevida na SARA – Boas novas...<br />

Bernard GR, AJRCCM, 2005


Estratégia convencional vs protetora em diferentes estudos<br />

Mortalidade %<br />

*<br />

*<br />

Brasil Canadá França EUA NIH<br />

n=53 n=120 n=116 n=52 n=861<br />

Carvalho e col., 2001


Eichacker e col.AJRCCM, 2002<br />

G controle Baixos Volumes


SDRA<br />

❑<br />

❑<br />

Doença sistêmica complexa e dinâmica.<br />

O suporte ventilatório deve ser individualizado<br />

❑<br />

❑<br />

Titulação do VC e PEEP<br />

Baixos volumes, altas PEEPs(??) na fase precoce<br />

❑<br />

❑<br />

❑<br />

Monitorização obrigatória da pressão alveolar<br />

Implementação de modos com RE precocemente<br />

Reavaliação seqüencial e sistemática

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