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PLANO URBANO_ AV. LUSÍADA | CIDADE UNIVERSITÁRIA | TELHEIRAS
O tema referente à evolução urbana ao longo do tempo é em si bastante complexo, contudo, Borja e Muxi
(2004) destacam três momentos fundamentais que permitem com alguma objectividade direccionar a atenção
para alguns factores que de forma determinante marcaram o desenvolvimento dos territórios, procurando
assim perceber quais as novas dinâmicas urbanas, quais os novos desafios e objectivos desta cidade actual
e futura. Das três etapas referidas, surge em primeiro lugar a cidade compacta; em segundo lugar a cidade
metrópole, associada a uma rarefacção demográfica e consequente “explosão de mobilidade”, dando origem
aos territórios urbanos alargados ; e por último a cidade do presente, “ (...) a de a cidade a “repensar” na
globalização. a cidade-região, a cidade-rede, multipolar, ou policêntrica, inserida em sistemas urbanos macroregionais,
eixos continentais e fluxos globais.”(Borja; Muxi, 2004: 82)
Território Fragmentado
A cidade metropolitana despoletou a necessidade de novas infraestruturas capazes de articular a cidade
consolidada aos novos territórios que rapidamente surgiam. Estes, associados a um processo de expansão
muitas vezes descontrolado, traduziam-se em tecidos urbanos descontínuos, verificando-se frequentemente
a inexistência de qualquer tipo de regra de ocupação. Os novos aglomerados urbanos, dispersos no território,
passam então a funcionar como grandes “bairros-dormitório” contribuíndo assim, para uma grave desertificação
do centro e também para o incentivo do uso do automóvel, tornando-se o mesmo o principal meio de
deslocação da população urbana, “sobretudo a que habita as periferias e os novos conjuntos residenciais
afastados das cidades tradicionais” (Silva Nunes, 2008:69). A cidade é hoje composta por múltiplos centros,
dispersos no território, os quais apresentam tecidos urbanos fragmentados e desestruturados, traduzindo-se
nas denomindas “ilhas urbanas”. Diversos factores contribuiram para o despoletar deste fenómeno, tais como,
as artérias de mobilidade de forte impacto e a privatização dos espaços públicos.
Os territórios de charneira surgindo como consequência das relações centro/perferia, partilham também de
certas patologias frequentes em áreas periféricas, tais como, a segregação do espaço, a dispersão e a má
qualidade do espaço público. Acerca desta problemática, Portas (2002:13) faz a seguinte reflexão,“Ora, a
questão que está em aberto é: que tipo de elementos poderão dar a unidade mínima à nova cidade partida, que é feita
de mosaicos profundamente diferentes, na sua idade, na sua morfologia, na sua densidade, nos seus graus de mistura
de actividades?”
A presença de múltiplos “mosaicos profundamente diferentes” na cidade, leva a que o desafio de hoje passe então
por regenerar esses antigos núcleos, criando novas centralidades à escala metropolitana através de artérias
urbanas que promovam a continuidade física e simbólica. Propondo boas condições de acessibilidade não só no
seu interior, mas procurando relações com a sua envolvente, incentivando a aproximação entre a cidade consolidada
e os centros emergentes. O espaço público deverá assim actuar como elemento ordenador, procurando a
continuidade urbana e a organização do território, propondo a existência de diversos usos e funções como forma
de promover a interacção social.
02 NA PROCURA DA CONTINUIDADE URBANA
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