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Plano Urbano_ Av.Lusíada | Cidade Universitária | Telheiras ...

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ESTRATÉGIA DE CONTINUIDADE URBANA<br />

A <strong>Cidade</strong> Modernista ou do Estado Novo<br />

Durante as primeiras décadas do séc XX a cidade de Lisboa foi palco de um acentuado crescimento demográfico,<br />

fenómeno relacionado com as novas “capitais” que a guerra produzira, somadas às relações comercias estabelecidas<br />

com África e ao intenso movimento migratório que se verificara “do campo para a cidade”, densificando<br />

as zonas de expansão de Lisboa. Em 1932, como refere J-A França (2005) o papel do arquitecto encontrava-se<br />

bastante desvalorizado, reclamando-se o facto de entre os 600 ediffícios licenciados, 99% serem entregues<br />

a mestres-de-obras que satisfaziam o mercado dos capitais atraídos pelo imobiliário. Assistia-se assim a um<br />

crescimento arbitrário da cidade, multiplicando-se as “urbanizações privadas” que, de forma desarticulada e<br />

insdiscriminada preenchiam os espaços rurais do município, e no interior da cidade multiplicavam-se ao longo de<br />

arruamentos já existentes, ou à margem dos mesmos. O regime autoritário instaurado no país em 1926, permitiu<br />

que a referida “ liberdade urbana” perdurasse por mais alguns anos, sendo apenas em 1938, após a nomeação<br />

de Duarte Pacheco como Presidente da Câmara Municipal de Lisboa que tal situação se invertera, desencadeando<br />

uma mudança sócio-urbanística, “(...) ao nível de um determinado projecto urbano para Lisboa, assumido então,<br />

explicitamente, como um Projecto para a Capital do Império.” (Ferreira V-M, 2004:298).<br />

Relativamente à estratégia de planeamento urbano neste período, destaca-se a Praça do Areeiro (1938-1949)<br />

projectada pelo arquitecto Cristino da Silva, ao extremo da <strong>Av</strong>enida Almirante Reis. Esta define o paradigma da<br />

arquitectura de regime, através do seu desenho classizante baseado num padrão tradicionalista de estilização da<br />

arquitectura erudita de seiscentos ou setecentos, de modo a obter da sua composição a “máxima monumentalidade”.<br />

De realçar também o <strong>Plano</strong> de Estruturação do Bairro de Alvalade, da autoria do arquitecto João Guilherme<br />

Faria da Costa (primeiro urbanista portugês diplomado). O projecto estruturou-se no interior dos seus eixos limite,<br />

<strong>Av</strong>enida do Brasil, <strong>Av</strong>enida do Aeroporto e <strong>Av</strong>enida dos Estados Unidos da América, os quais faziam parte da via<br />

de Circunvalação da cidade. A sua organização interna suportava-se em três outras <strong>Av</strong>enidas, de Roma, da Igreja<br />

e do Rio de Janeiro, a partir das quais se desenhariam oito células de habitação, distintas no seu traçado, estruturadas<br />

em torno de um elemento central, a escola primária. Neste conjunto urbano existiam ainda outros serviços<br />

de apoio, tais como o mercado, o cinema, a igreja, os liceus e um parque desportivo. As vias que compõem o plano<br />

assumem um carácter mais pedonal à medida que se aproximam do interior das células, sendo possível distinguir<br />

entre a <strong>Av</strong>enida larga rodoviária composta por edifícios de cinco pisos e a rua mais estreita de acesso à habitação,<br />

composta por edifícios de quatro pisos, inseridos em percursos arborzidos.<br />

O plano de urbanização iniciado em 1938, foi definido sob autoridade de Duarte Pacheco [2] que chamara como<br />

consultor o urbanista Etienne de Gröer, que permaneu na cidade até 1948. As principais ideias e sugestões do<br />

plano, fundamentaram a metodologia da intervenção urbanística proposta, as quais mais tarde, após devida regu-<br />

[2] Duarte Pacheco foi Ministro das Obras Públicas de 1932 a 1936, e mais tarde, de 1938 até à sua morte em 1943. Este segundo período correspondeu<br />

à sua nomeação como Presidente da Câmara Muncipal de Lisboa, assumindo uma dupla condição política e institucional.<br />

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