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Plano Urbano_ Av.Lusíada | Cidade Universitária | Telheiras ...

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PLANO URBANO_ AV. LUSÍADA | CIDADE UNIVERSITÁRIA | TELHEIRAS<br />

como deve ser numa cidade moderna, pautada por princípios racionais de utência prática e simbólica” (França<br />

J-A, 2005:44). Contudo, segundo V-M Ferreira (2004:289) “(...) nos finais do sé XIX aquele mesmo modo de<br />

urbanizar a cidade encontrava-se relativamente bloqueado, senão mesmo esgotado, não tanto nas suas (sempre<br />

actuais) potencialidades “modernistas”, mas na sua própria capacidade de urbanisticamente se desenvolver”<br />

devido ao seu modelo fechado, “(...) tendencialmente “centrípeto””.<br />

A <strong>Cidade</strong> Capitalista<br />

Durante cerca de cem anos após a intervenção pombalina a cidade pouco cresceu, pelo que, quando se reiniciou<br />

tal crescimento, o mesmo acabou por se apoiar “(...) na orientação, alinhamentos e dimensões determinados pelo<br />

Passeio (...)” (J-M Fernandes et al., 1989:45), pois o mesmo, através do seu perfil murado, desenhava o limite da<br />

cidade setecentista. A ideia ainda que utópica para abertura de um boulevard a norte do Passeio Público, cortando<br />

Valeverde e Vale do Pereiro em direção à Circunvalação, já datava pelo menos de 1859, quando o Presidente<br />

da Câmara (Júlio Máximo de Oliveira Pimentel) referiu uma “larga estrada, alameda ou ‘boulevard’ indispensável<br />

à grandeza actual da cidade” (cit. in J-A França, 2005:63), retomando assim uma intenção dos arquitectos pombalinos,<br />

apesar de a mesma não implicar necessariamente uma reflexão acerca da expansão cidade, mas talvez,<br />

um interesse estratégico em comunicar o centro urbano à sua envolvente rural.<br />

Em 1879 pelas mãos do Presidente Rosa Araújo, deu-se início à destruição do Passeio Público, embora as condições<br />

não fossem as mais favoráveis, pois não se aprovara ainda uma lei que viria a ser fundamental, a lei de<br />

expropriação por zonas [1] . Neste contexto, é fundamental referir o nome de Frederico Ressano Garcia, engenheiro<br />

da Câmara na época. Henriques da Silva et al. (1989:22) refere que o mesmo, partindo talvez de um estudo<br />

realizado por Bartolomeu Déjante intitulado «o projecto da <strong>Av</strong>enida Central», procedeu à sua correcção “(...)(integrando<br />

o Passeio Público como primeiro troço da <strong>Av</strong>enida e alargando significativamente as faixas de circulação)<br />

(...)”, enquadrando-a numa reflexão mais vasta acerca da necessidade de extensão da cidade para norte. Em<br />

1879 foi apresentado o projecto da «primeira parte da <strong>Av</strong>enida», na Memória Descritiva acentuava-se que «essa<br />

primeira parte» “(...) (terminará) em uma praça circular de 200 m de diâmetro d’onde irradiam quatro ruas de 30 - uma em<br />

direcção ao Rato, outra ao local do novo edifício da Penitenciária e Entre-Muros, outra para Santa-Marta e finalmente outra para<br />

os sítios do Campo Grande e Benfica.” (cit. in Henriques da Silva et al., 1989:22). Esta Memória Descritiva ilustrava<br />

assim, intenções de extrema importância relativas ao futuro da cidade, sobre as quais V-M Ferreira (2004:289)<br />

se pronunciou, dizendo que “(...) o Centro Histórico da cidade, isto é, a Baixa Pombalina, deixa de ser a exclusiva componente<br />

urbana centralizadora (...) de todo o processo de urbanização. Novos elementos, de amplo significado sócio-urbanístico, irão surgir<br />

no seguimento da ruptura daquele «tampão» ao crescimento urbano de Lisboa”.<br />

[1] A lei de expropriação por zonas , viria a ser fundamental para a construção da <strong>Av</strong>enida, esta permitia expropriar, por utilidade pública, não só o leito da <strong>Av</strong>enida<br />

mas também faixas laterais destinadas a loteamento e venda imediata.<br />

01 ANÁLISE HISTÓRICA E URBANA DE LISBOA 23

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