Anexo #2 - GPER
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ASSINTEC<br />
Associação Inter-Religiosa de Educação<br />
e Cultura<br />
Organização:<br />
Borres Guilouski<br />
Diná Raquel D. da Costa
CANÇÃO<br />
Borres Guilouski<br />
Somos diversos<br />
E somos plurais<br />
Somos diferentes<br />
E somos iguais<br />
Respeito e amizade<br />
Vamos cultivar<br />
Escuta, escuta<br />
O que vou lhe falar
TEMA:<br />
Ritos e Rituais – gestos sagrados de fé<br />
Conteúdo estruturante:<br />
Universo Simbólico Religioso<br />
Conteúdo básico:<br />
Ritos e Rituais
Objetivos:<br />
a) Conceituar rito e ritual;<br />
b) Apresentar exemplos de ritos e rituais,<br />
descrevendo seus significados;<br />
c) Elencar diferentes tipos de rituais,<br />
explicando o significado dos mesmos.<br />
d) Perceber que o cotidiano das pessoas<br />
em diferentes culturas é permeado por<br />
expressões ritualísticas.
RITO<br />
O rito é um gesto<br />
simbólico repetitivo que<br />
pode expressar:<br />
uma crença religiosa;<br />
um desejo;<br />
uma intenção;<br />
uma saudação...
Por meio do rito religioso, o ser humano busca<br />
adentrar no mundo divino com a intenção de<br />
trazer esse mundo para sua realidade.
O rito é a poesia que o<br />
ser humano cria com o<br />
propósito de<br />
impressionar a<br />
divindade, os espíritos ou<br />
as forças da natureza e<br />
assim obter o seu favor.
Segundo Maria Angela<br />
Vilhena:<br />
“Sendo o rito expressão<br />
e síntese do ethos<br />
cultural de um povo,<br />
portanto expressão de<br />
sua vida há de se<br />
salientar que, como ação,<br />
é vida acontecendo,<br />
processando-se, sendo<br />
significada, interpretada,<br />
ordenada, criada”.<br />
VILHENA, 2005, p. 55
Ritos religiosos – gestos de fé
Ritual das águas de Oxalá<br />
O rito é a práxis do mito. É o mito em ação. O<br />
mito rememora e o rito comemora.
Oxalá
Na tradição yorubá Oxalá é pai<br />
de todos os outros orixás, um<br />
dos criadores do mundo, tendo<br />
recebido de Olorum a tarefa de<br />
modelar todos os seres<br />
humanos.<br />
O arquétipo a ele associado é o<br />
do pai sábio e austero, que tem<br />
sob suas mãos todos as<br />
decisões sobre a vida dos que<br />
o cercam.<br />
Ao mesmo tempo que<br />
autoritário é sensível e<br />
compreensivo.
O MITO DE OXALÁ<br />
Representa o poder procriador<br />
masculino;<br />
As suas representações incluem o<br />
branco, representando o ar, a água, a<br />
pró-forma e a formação das criaturas<br />
no Aiye (mundo visível) e no Orun<br />
(mundo invisível);<br />
Assume duas formas: Oxaguiã jovem<br />
guerreiro, e Oxalufã, um idoso<br />
apoiado num bastão de prata<br />
(Apoxorô);<br />
Orixá da paz, ordem, limpeza e<br />
pureza;<br />
Seus filhos devem vestir branco;<br />
Pertencem a ele os metais e as<br />
substâncias brancas.
Igreja do Bonfim<br />
Foi erguida a partir<br />
de 1745, ano em<br />
que chegaram as<br />
imagens do Senhor<br />
Jesus do Bonfim e<br />
de Nossa Senhora<br />
da Guia, trazidas de<br />
Portugal pelo<br />
capitão Teodósio<br />
Rodrigues de Faria,<br />
estando concluída<br />
em 1772.
Interior da Igreja do Bonfim
Preparação para a lavagem do Bonfim
RITUAIS<br />
Os rituais ou cerimônias são compostas<br />
por uma série de ritos.<br />
Os rituais podem ser religiosos e nãoreligiosos.
A dinâmica do Universo em permanente<br />
movimento cíclico é um fantástico exemplo<br />
de ritual.
“O rito refere-se, pois, à ordem<br />
prescrita, à ordem do cosmo, à ordem<br />
das relações entre deuses e seres<br />
humanos e dos seres humanos entre si.<br />
Reporta-se ao que rima e ao ritmo da<br />
vida, à harmonia restauradora, à junção,<br />
às relações entre as partes e o todo, ao<br />
fluir, ao movimento, à vida acontecendo.<br />
A busca pela ordem e o movimento são<br />
elementos constitutivos dos rituais”.<br />
VILHENA, Maria Ângela. Ritos expressões e propriedades. São Paulo:<br />
Paulinas, 2005, p. 21.
A vida de cada ser<br />
humano é vivida por meio<br />
de um ritual.<br />
Cada um realiza seu ritual<br />
diário no seu modo de<br />
realizar as tarefas e dividir<br />
o seu tempo.
Em diferentes<br />
ocasiões e culturas o<br />
ser humano serve-se<br />
da linguagem<br />
ritualística para<br />
administrar situações<br />
limites, celebrar a<br />
vida, a alegria, a<br />
vitória e legitimar sua<br />
posição no grupo<br />
social do qual faz<br />
parte.
O ritual religioso pode propiciar ao individuo<br />
adentrar na profundidade do seu sentimento e<br />
realizar a experiência do sagrado.
TIPOS DE RITUAIS<br />
Iniciação ou passagem;<br />
Litúrgicos;<br />
Comemorativos, celebrativos ou festivos;<br />
Propiciatórios;<br />
Votos religiosos;<br />
Mortuários ou funerários;<br />
Divinatórios;<br />
Cura.
Rituais de iniciação ou passagem;
Bar mitzvah e bat mitzvah<br />
Ritual judaico de passagem à vida<br />
adulta.<br />
Bar Mitzvah significa “filho do<br />
mandamento ou da obrigação”e Bat<br />
Mitzvah significa filha do mandamento<br />
ou da obrigação.<br />
Os homens usam a kippa que<br />
representa o respeito a Deus no<br />
momento em que são feitas as<br />
cerimônias.<br />
As velas simbolizam a luz de Deus.<br />
Esse ritual consiste na leitura de um<br />
trecho da Torá, num sábado, diante da<br />
comunidade reunida na sinagoga.<br />
Com este gesto o jovem assume o<br />
compromisso de viver como judeu.
Casamento judaico e cristão ortodoxo.
Crisma ou Confirmação<br />
É um ritual de iniciação à vida<br />
cristã adulta em algumas<br />
tradições cristãs.<br />
Na igreja católica é ministrado<br />
pelo bispo, geralmente aos<br />
adolescentes.<br />
A unção do crisma é<br />
preparada com óleo de oliva e<br />
bálsamo.<br />
Ser ungido com o óleo do<br />
crisma é ser marcado com o<br />
sinal de Cristo.<br />
Significa também o<br />
recebimento do dom do Espírito<br />
Santo e fortalecimento na fé.
Samskaras<br />
São as cerimônias para celebrar os momentos<br />
importantes na vida dos adeptos do Hinduísmo:<br />
nascimento;<br />
maioridade;<br />
casamento;<br />
morte;<br />
primeiro corte de cabelo;
Ritual da Linha Sagrada<br />
no Hinduísmo - (aos<br />
nove anos)<br />
O menino posicionado<br />
diante do fogo sagrado<br />
recebe a Linha Sagrada<br />
significando um segundo<br />
nascimento e início na<br />
vida adulta.
Rituais litúrgicos: Culto na Igreja<br />
Presbiteriana e missa na Igreja Católica.
A gira na Umbanda.
Rituais comemorativos<br />
ou festivos:<br />
Natal – nascimento de<br />
Cristo;<br />
Páscoa cristã –<br />
ressurreição de Cristo;<br />
Páscoa judaica –<br />
êxodo – Libertação,<br />
saída da escravidão;<br />
Hana Matsuri - na<br />
tradição japonesa –<br />
nascimento de Buda, é a<br />
festa das flores e da<br />
liberdade.
Nas comunidades indígenas os rituais fazem<br />
parte do cotidiano, é celebrada a época das<br />
colheitas, da caça, da pesca, o nascimento, à<br />
iniciação à vida adulta, o casamento e a<br />
despedida na ocasião de um falecimento.
Ritual mortuário – Kuarup<br />
Ritual indígena realizado para libertar a alma dos<br />
falecidos que são representados por toras<br />
(Kuarup).<br />
A tora é extraída de uma árvore chamada mavunha<br />
– a mesma usada pelo herói criador Mavutsinim, no<br />
mito da criação.<br />
A cerimônia é uma encenação deste mito e<br />
homenagem aos falecidos que foram figuras<br />
importantes para a comunidade.<br />
O ritual inicia-se com a pintura dos corpos.<br />
Pajés, casais e guerreiros, choram, cantam,<br />
dançam e tocam maracás e flautas em<br />
homenagem aos mortos.<br />
Um dos momentos importantes do ritual é a<br />
formação do círculo sagrado com todos os<br />
presentes em respeito às famílias dos<br />
homenageados.<br />
Outro ponto alto da celebração é a luta “hukahuka”.<br />
No final da festa, os troncos são lançados no rio,<br />
simbolizando a libertação da alma dos falecidos.
Rituais propiciatórios:<br />
são rituais que propiciam a<br />
participação das<br />
cerimônias ou acesso aos<br />
mistérios sagrados.<br />
Exemplo: A purificação<br />
(lavagem) das mãos e do<br />
rosto três vezes antes da<br />
prece, na tradição<br />
muçulmana...
Rituais de votos<br />
religiosos:<br />
A solene investidura e<br />
celebração dos votos<br />
dos freis, freiras,<br />
monjas e monges<br />
cristãos, budistas,<br />
hinduístas...
Rituais divinatórios:<br />
São os oráculos ou<br />
rituais que propiciam um<br />
prognóstico ou presságio,<br />
como o jogo dos búzios,<br />
a consulta aos textos<br />
sagrados para obter<br />
respostas ou orientações<br />
sobre determinada<br />
situação, entre outros.
Ritual de cura<br />
Benzeção - Os rituais de<br />
benzeção fazem parte da<br />
religiosidade e cultura<br />
popular.<br />
São rituais de cura e<br />
harmonização.<br />
Os benzedores e<br />
benzedoras são oriundos de<br />
diversas matrizes culturais,<br />
étnicas e religiosas.
O conhecimento no Ensino Religioso,<br />
das diversas expressões ritualísticas,<br />
objetiva subsidiar os estudantes para o<br />
entendimento e a compreensão da<br />
diversidade cultural religiosa, visando a<br />
superação de atitudes preconceituosas<br />
que desvalorizam a experiência<br />
religiosa do outro.
O trabalho<br />
pedagógico com este<br />
conteúdo deve partir<br />
da realidade<br />
sociocultural dos<br />
estudantes de modo<br />
gradativo e de acordo<br />
com o nível de<br />
compreensão dos<br />
mesmos.
RITO RELIGIOSO<br />
Borres Guilouski<br />
O rito religioso é um gesto de fé<br />
Uma ponte para o divino<br />
Que pode dispensar o uso da palavra<br />
E pode servir-se do poder que a palavra<br />
tem<br />
Pode conferir sentido<br />
Apontar um rumo<br />
Consolar e aquecer o coração de alguém<br />
Pode despertar forças<br />
Elevar os sentimentos<br />
E provocar transformações<br />
Um rito pode também<br />
Alimentar e fomentar esperanças<br />
Pontuar novos estados de ser<br />
Ajudar a viver mais leve<br />
E equilibrar as emoções
REFERÊNCIAS<br />
BOWKER, John. Para entender as religiões. São Paulo:<br />
Ática, 1997.<br />
CARNIATO, Maria Inês. A religião no mundo – 5ª série –<br />
subsídios do educador. São Paulo: Paulinas, 1997.<br />
VILHENA, Maria Ângela. Ritos expressões e<br />
propriedades. São Paulo: Paulinas, 2005.<br />
http://www.mundodosfilosofos.com.br/mito.htm