silvana maria pereira vianello - Biblioteca Digital de Teses e ...
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SILVANA MARIA PEREIRA VIANELLO<br />
ANÁLISE DA VISÃO CROMÁTICA<br />
E DA SENSIBILIDADE AO CONTRASTE EM<br />
PORTADORES DE HIV COM EXAME<br />
OFTALMOLÓGICO NORMAL<br />
BELO HORIZONTE<br />
2002
SILVANA MARIA PEREIRA VIANELLO<br />
ANÁLISE DA VISÃO CROMÁTICA<br />
E DA SENSIBILIDADE AO CONTRASTE EM<br />
PORTADORES DE HIV COM EXAME<br />
OFTALMOLÓGICO NORMAL<br />
Tese <strong>de</strong> Doutorado submetida ao corpo<br />
docente da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais –<br />
UFMG, como parte dos requisitos<br />
necessários à obtenção do grau <strong>de</strong> Doutora.<br />
Área <strong>de</strong> concentração: Oftalmologia<br />
Orientadora: Sonia Regina A. A. Pinheiro<br />
BELO HORIZONTE<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS<br />
2002
Vianello, Silvana Maria Pereira<br />
Análise da visão cromátida e da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em portadores <strong>de</strong><br />
HIV com exame oftalmológico normais. Belo Horizonte: UFMG/FM,<br />
2002.<br />
136 P.<br />
Tese (doutorado) UFMG. FM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS<br />
REITORA<br />
Profª. Ana Lucia Almeida Gazzola<br />
PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />
Profª. Maria Sueli <strong>de</strong> Oliveira Pires<br />
Pró-Reitor <strong>de</strong> Pesquisa<br />
Prof. José Aurélio Garcia Bergmann<br />
DIRETOR DA FACULDADE DE MEDICINA<br />
Prof. Geraldo Brasileiro Filho<br />
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E<br />
OTORRINOLARINGOLOGIA<br />
Prof. Joel Edmur Boteon<br />
DIRETOR DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS<br />
Prof. Ricardo Castanheira Pimenta Figueiredo<br />
COORDENADOR DO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE<br />
MEDICINA<br />
Prof. Francisco José Penna<br />
COORDENADOR DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OFTALMOLOGIA<br />
Prof. Sebastião Cronemberger Sobrinho<br />
COLEGIADO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OFTALMOLOGIA<br />
Profª. Ana Rosa Pimentel <strong>de</strong> Figueiredo<br />
Prof. André Aguiar Oliveira<br />
Prof. Homero Gusmão <strong>de</strong> Almeida<br />
Prof. Evaldo Nascimento<br />
Prof. Fernando Oréfice<br />
Prof. Hen<strong>de</strong>rson Celestino <strong>de</strong> Almeida<br />
Prof. Joel Edmur Boteon<br />
Prof. Lourival Franco <strong>de</strong> Sá Filho<br />
Prof. Luiz Roberto Melo <strong>de</strong> Oliveira<br />
Prof. Márcio Bittar Nehemy<br />
Prof. Marco Aurélio Lana Peixoto<br />
Prof. Nassim da Silveira Calixto<br />
Prof. Sebastião Cronemberger Sobrinho<br />
Representante discente: Christian Marcellus <strong>de</strong> Camargo Campos
Dissertação <strong>de</strong>fendida e aprovada, em<br />
constituída pelos professores:<br />
2002, pela banca examinadora<br />
Dra. Sônia Regina Almeida Alves Pinheiro - Orientadora<br />
Dra. Luciene Chaves Fernan<strong>de</strong>s<br />
Dr. Danilo Sone Soriano<br />
Dr. Márcio Bittar Nehemy<br />
Dr. Raul Nunes Galvarro Vianna<br />
Dr. Lúcio Herculano Galvão Dantas<br />
Dr. Mario Motta
DEDICATÓRIA<br />
Todo este trabalho e todos os <strong>de</strong>mais projetos <strong>de</strong> minha vida<br />
serão sempre <strong>de</strong>dicados a você, minha amada Isabela...<br />
Agora vamos po<strong>de</strong>r brincar <strong>de</strong> bonecas...
AGRADECIMENTOS<br />
Talvez seja impossível citar aqui todas as pessoas que estiveram envolvidas com<br />
este projeto, ajudando-me direta ou indiretamente. Mas, todas serão lembradas e<br />
guardadas em meu coração com carinho e gratidão.<br />
A algumas <strong>de</strong>las eu <strong>de</strong>vo falar pois foram imprescindíveis para a finalização<br />
<strong>de</strong>sta tarefa. Minha família, especialmente meus pais, pelo incentivo e confiança e,<br />
principalmente, exemplo diário <strong>de</strong> vida; minha tia Ana Maria pela ajuda constante nas<br />
horas difíceis; Gláucio por ter dado um sentido novo à minha vida em um momento<br />
<strong>de</strong>cisivo; Lena, meu braço direito e muitas vezes o esquerdo também, pelo carinho;<br />
Homerinho, sempre entusiasmado com os resultados encontrados; Fernandinho, por<br />
<strong>de</strong>sencrencar meus programas <strong>de</strong> computador no final <strong>de</strong> semana; Srta. Rose, secretária<br />
no Departamento <strong>de</strong> Oftalmo-Otorrino da UFMG, pela imensa paciência e <strong>de</strong>dicação ao<br />
trabalho com tanto carinho.<br />
Dentre os muitos mestres e amigos, não po<strong>de</strong>ria esquecer Dr. Kalil Abraão<br />
Hallack que nos <strong>de</strong>ixou com sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu i<strong>de</strong>alismo e sentido <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>; Dr.<br />
Fernando Oréfice pela energia positiva e incentivo no início <strong>de</strong>sta caminhada; Dras.<br />
Luciene Chaves, Lúcia Urbano, Márcia Guimarães que me orientaram no encontro do<br />
“caminho das pedras”; Dr. Márcio Nehemy que inúmeras vezes pegou em minhas mãos<br />
para ensinar, pelo incentivo e confiança.<br />
E para finalizar, em especial, Dra. Sônia Regina Pinheiro, minha orientadora,<br />
pela paciência e inúmeras horas <strong>de</strong>dicadas a este trabalho.
“Há esperança, sempre. O espírito humano a encontra em algum lugar...”<br />
W. Maxwell Lawton, doente <strong>de</strong> Aids.
SUMÁRIO<br />
LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................................. 9<br />
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................. 10<br />
LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................................... 11<br />
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................. 13<br />
RESUMO .................................................................................................................................................. 14<br />
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17<br />
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 26<br />
3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................ 28<br />
3.1 ALTERAÇÕES VISUAIS SUBCLÍNICAS NA AIDS ................................................................................ 28<br />
3.2 TERAPIA ANTI-RETROVIRAL ATUALMENTE ...................................................................................... 34<br />
3.3 TESTE DE SENSIBILIDADE AO CONTRASTE ....................................................................................... 37<br />
3.4 VISÃO CROMÁTICA .......................................................................................................................... 47<br />
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................................................................................... 59<br />
4.1 EXAME OFTALMOLÓGICO ................................................................................................................ 61<br />
4.2 TESTE DE VISÃO CROMÁTICA .......................................................................................................... 62<br />
4.2.1 Teste <strong>de</strong> Ishihara ..................................................................................................................... 64<br />
4.2.2 Teste Panel D-28 <strong>de</strong> Roth ........................................................................................................ 66<br />
4.2.3 Teste D-15 <strong>de</strong> Lanthony Dessaturado ..................................................................................... 68<br />
4.3 TESTE DE SENSIBILIDADE AO CONTRASTE ....................................................................................... 69<br />
4.4 METODOLOGIA ESTATÍSTICA ........................................................................................................... 72<br />
5 RESULTADOS ..................................................................................................................................... 75<br />
6 DISCUSSÃO ....................................................................................................................................... 107<br />
7 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 120<br />
ABSTRACT............................................................................................................................................ 122<br />
8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 124<br />
ANEXO 1 ................................................................................................................................................ 131<br />
ANEXO 2 ................................................................................................................................................ 132<br />
ANEXO 3 ................................................................................................................................................ 133
LISTA DE ABREVIATURAS<br />
AIDS = SIDA = Adquired Immuno<strong>de</strong>ficiency Syndrome (Síndrome da<br />
Imuno<strong>de</strong>ficiência Adquirida)<br />
AV = Acuida<strong>de</strong> Visual<br />
AZT = Zidovudine<br />
CCS = Limiares da Sensibilida<strong>de</strong> Cromática<br />
cd/m 2 = can<strong>de</strong>la por metro quadrado<br />
CDC = Center for Disease Control and Prevention<br />
Céls/mm 3 = células por milímetro cúbico<br />
CV = Carga Viral<br />
D4T = Stavudine<br />
DDC = Zalcitabine<br />
DDI = Didanosine<br />
DNA = Ácido Desoxiribonucléico<br />
ETDRS = Early Treatment of Diabetic Retinopaty Study<br />
FREQ = Freqüência<br />
FSC = Função <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> ao Contraste<br />
HIV HIV = Human Immuno<strong>de</strong>ficiency Virus (Vírus da Imuno<strong>de</strong>ficiência Humana)<br />
K = graus Kelvin<br />
nm = nanômetros<br />
NRTI = Drogas Anti-Retrovirais da Classe Inibidora <strong>de</strong> Transcriptase Reversa Nucleosí<strong>de</strong>a<br />
NNRTI = Inibidores Não Nucleosí<strong>de</strong>os da Transcriptase Reversa<br />
PCR = Polimerase Chain Reaction (Reação <strong>de</strong> Polimerase em Ca<strong>de</strong>ia)<br />
PERG = Eletroretinograma com Padrão Reverso<br />
PEV = Potencial Evocado Visual<br />
PI = Inibidores <strong>de</strong> Protease<br />
RNA = Ácido Ribonucléico<br />
3TC = Lamivudine<br />
TSC = Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> ao Contraste<br />
VCTS = Vision Contrast System (Sistema <strong>de</strong> Contraste Visual)
LISTA DE FIGURAS<br />
FIGURA 1 – Mapa <strong>de</strong> distribuição mundial da AIDS. ................................................... 20<br />
FIGURA 2 – A, B e C mostram traçados senoidais, com variações <strong>de</strong> luminância. ...... 39<br />
FIGURA 3 – Mecanismo “ON-OFF” OU LIGA-DESLIGA. ........................................ 44<br />
FIGURA 4 – Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexões axonais da retina. ......................................................... 45<br />
FIGURA 5 – Células ganglionares, área subcortical e cortical correlacionadas com as<br />
freqüências espaciais e níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste. .................. 47<br />
FIGURA 6 – Conexões horizontais na retina ................................................................. 50<br />
FIGURA 7 – Comprimento <strong>de</strong> Onda das Cores. ............................................................ 54<br />
FIGURA 8 – Transmissão dos estímulos visuais a partir das células ganglionares da<br />
retina até córtex visual occipital e parietal, passando pelo corpo<br />
geniculado lateral nos núcleos parvo e magnocecular. ........................... 56<br />
FIGURA 9 – Realização do teste cromático com padronização <strong>de</strong> parâmetros. ............ 64<br />
FIGURA 10 – Pranchas <strong>de</strong> Ishihara (exemplo <strong>de</strong> 2 tábuas) e Tabela para sua<br />
interpretação. ...................................................................................... 66<br />
FIGURA 11 – Teste <strong>de</strong> Roth 28, <strong>de</strong>rivado do Farnswoth-Munssel 100 HUE e Gráfico<br />
para montagem do resultado. ................................................................. 67<br />
FIGURA 12 – Teste <strong>de</strong> Lanthony e Gráfico para montagem do resultado. ................... 69<br />
FIGURA 13 – Aparelho Optec 3000 e gra<strong>de</strong> para montagem dos resultados do teste<br />
retirada do manual <strong>de</strong> instruções do dito aparelho. ............................... 71
LISTA DE GRÁFICOS<br />
GRÁFICO 1 – Função da freqüência espacial x sensibilida<strong>de</strong> ao contraste, em curva<br />
normal. ................................................................................................... 38<br />
GRÁFICO 2 – Grupo controle, formato das curvas correspon<strong>de</strong>ntes aos percentis 25 e<br />
75, comparativas ao gráfico padrão do Optec 3000. ............................. 79<br />
GRÁFICO 3 – Distribuição por freqüência no grupo-controle dos índices <strong>de</strong> erros no<br />
teste cromático Roth-28. ......................................................................... 0<br />
GRÁFICO 4 – Distribuição do índice <strong>de</strong> erros no teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado, por<br />
freqüência, no grupo controle. .............................................................. 81<br />
GRÁFICO 5 – Resultado do TSC, freqüência 1,5 ciclos/grau, no grupo controle. ........ 82<br />
GRÁFICO 6 – Resultado na freqüência 3 ciclos/grau, distribuído por freqüência no<br />
grupo controle. ........................................................................................ 0<br />
GRÁFICO 7 – Resultado na freqüência 6 ciclos/grau para o grupo controle. ............... 83<br />
GRÁFICO 8 – Distribuição dos resultados na freqüência 12 ciclos/grau para o grupo<br />
controle. ................................................................................................ 84<br />
GRÁFICO 9 – Distribuição dos resultados na freqüência 18 ciclos/grau para o grupo<br />
controle. ................................................................................................ 84<br />
GRÁFICO 10 – Curva dos percentis 25 e 75 no teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste para<br />
as 5 freqüências. Grupo-caso – índice corrigido (comparativo ao<br />
formato da gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados do aparelho Optec 3000). ................... 86<br />
GRÁFICO 11 – Distribuição por sexo dos indivíduos do grupo-caso. .......................... 86<br />
GRÁFICO 12 – Distribuição por freqüência no grupo-caso dos erros no teste Roth 28.<br />
.............................................................................................................. 87<br />
GRÁFICO 13 – Distribuição do número <strong>de</strong> erros no grupo-caso por freqüência. ......... 88<br />
GRÁFICO 14 – Freqüências do uso <strong>de</strong> cada classe no grupo-caso. ............................... 89<br />
GRÁFICO 15 – Distribuição dos resultados na freqüência A para o grupo-caso. ......... 90<br />
GRÁFICO 16 – Distribuição dos resultados na freqüência B para o grupo-caso. ......... 91<br />
GRÁFICO 17 – Distribuição dos resultados na freqüência C para o grupo-caso. ......... 91<br />
GRÁFICO 18 – Distribuição dos resultados na freqüência D para o grupo-caso. ......... 92<br />
GRÁFICO 19 – Distribuição dos resultados na freqüência E para o grupo-caso. .......... 92<br />
GRÁFICO 20 – Distribuição da contagem <strong>de</strong> linfócitos T CD4+ no grupo-caso em<br />
céls/mm 3 . .............................................................................................. 93<br />
GRÁFICO 21 – Comparação das características etárias dos grupos. ............................. 94<br />
GRÁFICO 22 – Comparativos dos resultados no teste Roth-28 entre controle e caso .. 95<br />
GRÁFICO 23 – Comparativos dos resultados no teste D15-<strong>de</strong>ssat para grupo controle e<br />
caso. ...................................................................................................... 96<br />
GRÁFICO 24 – Distribuição do CD4+ em indivíduos do grupo 1.00 (caso). ............... 97<br />
GRÁFICO 25 – Comparativo dos resultados na freqüência A para grupo-caso e<br />
controle. ................................................................................................ 98<br />
GRÁFICO 26 – Comparativo dos resultados na freqüência B para grupo-caso e<br />
controle. ................................................................................................ 99<br />
GRÁFICO 27 – Comparativo dos resultados na freqüência C para grupo-caso e<br />
controle. .............................................................................................. 100<br />
GRÁFICO 28 – Comparativo dos resultados na freqüência D para grupo-caso e<br />
controle. .............................................................................................. 101
GRÁFICO 29 – Comparativo dos resultados na freqüência E para grupo-caso e<br />
controle. .............................................................................................. 101
LISTA DE TABELAS<br />
TABELA 1 – Principais diferenças entre discromatopsia congênita e adquirida. .......... 52<br />
TABELA 2 – Distribuição <strong>de</strong> resultados das variáveis do grupo-controle .................... 76<br />
TABELA 3 – Distribuição <strong>de</strong> resultados das variáveis do grupo-caso .......................... 77<br />
TABELA 4 – Estatísticas <strong>de</strong>scritivas das variáveis – Grupo Controle ........................... 78<br />
TABELA 5 – Estatística <strong>de</strong>scritiva das variáveis para o grupo-caso ............................. 85<br />
TABELA 6 – Comparação das variáveis entre os grupos caso e controle ................... 103<br />
TABELA 7 – Comparação <strong>de</strong>ntro do grupo-caso entre os subgrupos: CD4+ maior que<br />
500 (0) e CD4+ menor que 500 (1) .................................................... 104
RESUMO<br />
Introdução: Este é um estudo observacional seccional para avaliação da <strong>de</strong>sempenho<br />
visual <strong>de</strong> pacientes portadores do HIV no teste psicofísico <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste,<br />
e senso cromático nos testes Roth-28 e D-15 <strong>de</strong>ssaturado. Material e Métodos: Foram<br />
estudados 96 olhos <strong>de</strong> 50 indivíduos na faixa etária entre 17 e 58 anos, 21 controles<br />
voluntários não portadores do HIV e 29 casos portadores do HIV. Todos foram<br />
selecionados pelos mesmos critérios <strong>de</strong> inclusão, com acuida<strong>de</strong> visual (AV) por Snellen<br />
igual ou maior que 20/20. O teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste foi realizado no aparelho<br />
Optec-3000, com avaliação <strong>de</strong> cinco freqüências espaciais (1,5, 3,0, 6,0, 12,0 e 18,0<br />
ciclos/grau). Resultados: Os resultados foram distribuidos e comparados para cada<br />
freqüência entre grupos caso e controle sem que se encontrasse diferença<br />
estatisticamente significativa. Após a estratificação do grupo-caso em portadores com<br />
CD4+ maior que que 500 e menor que que 500 células/mm 3 , encontrou-se diferença nas<br />
baixas freqüências (1,5 e 3,0 ciclos/grau), indicando que os mais imunossuprimidos<br />
tiveram pior <strong>de</strong>sempenho. Estes resultados sugerem dano <strong>de</strong> fibras neuronais nos<br />
portadores do HIV com maior imunossupressão. No teste <strong>de</strong> visão cromática Roth-28,<br />
os resultados foram similares entre os dois grupos (caso e controle). Entretanto, no teste<br />
cromático <strong>de</strong>ssaturado, percebe-se uma menor sensibilida<strong>de</strong> no grupo-caso, que se<br />
acentua quando se avaliam os portadores com menores níveis <strong>de</strong> CD4+ (menor que 500<br />
céls/mm 3 ). Conclusões: Os resultados sugerem danos na função visual dos portadores<br />
<strong>de</strong> HIV com doença mais avançada (CD4+ menor que 500 céls/mm 3 ), incluindo redução<br />
na sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em baixas freqüências e na sensibilida<strong>de</strong> cromática para<br />
baixa saturação (células ganglionares Y e X ou as áreas <strong>de</strong> correspondência em níveis
corticais mais altas e/ou subcorticais). Isto ocorre mesmo sendo a AV 20/20 e o exame<br />
oftalmológico clínico <strong>de</strong>ntro da normalida<strong>de</strong>.
16<br />
INTRODUÇÃO
17<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
Em 1981, o mundo conscientizou-se da existência <strong>de</strong> um retrovírus<br />
<strong>de</strong>nominado HIV – em inglês, Human Immuno<strong>de</strong>ficiency Virus –, causador da<br />
síndrome da imuno<strong>de</strong>ficiência adquirida ou AIDS. Este vírus contém a enzima<br />
transcriptase reversa que é usada para fazer uma transcrição no DNA <strong>de</strong> seu RNA viral.<br />
Este DNA é então incorporado permanentemente no material genético celular das<br />
células do hospe<strong>de</strong>iro. O vírus infecta uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> células humanas, mas seu<br />
efeito nos linfócitos CD4+ ocasiona uma anormalida<strong>de</strong> imunológica, característica da<br />
AIDS. Des<strong>de</strong> então, sucessivas epi<strong>de</strong>mias causadas pelo HIV têm sido notificadas em<br />
várias regiões do planeta.<br />
A recente entrada no século XXI é apropriada para refletir as origens<br />
<strong>de</strong>sta epi<strong>de</strong>mia que surgiu há 18 anos, o que tem sido feito em termos <strong>de</strong> política <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> e quais as perspectivas para o futuro.<br />
De acordo com HIRSCH et al. (1989), recentes constatações a partir <strong>de</strong><br />
dados moleculares têm indicado claramente que o HIV tipo 1), envolvido com uma<br />
espécie <strong>de</strong> chimpanzé Pan troglodytes troglodytes, estava presente nesta subespécie por<br />
séculos. Em <strong>de</strong>terminado momento, este vírus infectou humanos, como uma infecção<br />
zoonótica. Apenas quando condições <strong>de</strong>mográficas e sociais permitiram a rápida<br />
disseminação do vírus sobre as pessoas, ocorreu a emergência da epi<strong>de</strong>mia.Também o
18<br />
HIV tipo 2 tem estado envolvido na infecção, entretanto este é menos prevalente e<br />
menos virulento.<br />
Mundialmente, a AIDS continua solicitando enormes esforços em termos<br />
econômicos e humanos. Nos Estados Unidos, <strong>de</strong> 650.000 a 900.000 pessoas estão<br />
infectadas pelo HIV, das quais 200.000 <strong>de</strong>sconhecem sua infecção. Ao longo do ano <strong>de</strong><br />
1998, 688.200 casos acumulativos <strong>de</strong> AIDS e 410.800 mortes relacionadas à síndrome<br />
foram notificados ao Center for Disease Control and Prevention (CDC).<br />
As características <strong>de</strong>mográficas daqueles afetados pela epi<strong>de</strong>mia têm se<br />
alterado dramaticamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981. Mulheres têm sido progressivamente mais<br />
afetadas e, nos EUA, a proporção <strong>de</strong> casos relatados em mulheres e adolescentes<br />
femininas mais que triplicou entre 1985 e 1998, <strong>de</strong> 7% para 23%. Nas novas infecções,<br />
o CDC estima que meta<strong>de</strong> dos infectados é composta <strong>de</strong> jovens abaixo dos 25 anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong>, contaminados em relações heterossexuais.<br />
Nestas duas décadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> AIDS foi primeiramente<br />
<strong>de</strong>scrita, aproximadamente 50 milhões <strong>de</strong> pessoas foram infectadas pelo HIV em todo o<br />
mundo, com mais <strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> novas infecções em 2000.<br />
Os recentes avanços na compreensão da história da imuno<strong>de</strong>ficiência<br />
associada ao HIV e o <strong>de</strong>senvolvimento da terapia anti-retroviral altamente ativa têm<br />
resultado em dramática diminuição na mortalida<strong>de</strong> e morbida<strong>de</strong> em indivíduos que têm<br />
acesso a diagnósticos precoces e medicação específica. Nos Estados Unidos e nos países<br />
em <strong>de</strong>senvolvimento, o número <strong>de</strong> novos casos diagnosticados e mortes por AIDS caiu<br />
substancialmente durante os últimos três anos. A mortalida<strong>de</strong> reduziu 48% <strong>de</strong> 1996 para
19<br />
1997 <strong>de</strong> acordo com o CDC. Essa tendência é também <strong>de</strong>vida a vários fatores incluindo<br />
melhora da profilaxia contra infecções oportunistas, melhor treinamento <strong>de</strong> profissionais<br />
que lidam com pacientes HIV positivos, melhor acesso aos cuidados com a saú<strong>de</strong> e<br />
esforços <strong>de</strong> prevenção. Entretanto, é o uso <strong>de</strong> potentes drogas anti-retrovirais<br />
administradas em combinação <strong>de</strong> 3 ou mais agentes incluindo inibidores da<br />
transcriptase e protease, que <strong>de</strong>sempenha o papel mais importante nessa nova realida<strong>de</strong><br />
relacionada à AIDS.<br />
O manejo clínico da AIDS nos países em <strong>de</strong>senvolvimento mudou da<br />
era do tratamento das infecções oportunistas esperando pela morte para o tempo on<strong>de</strong><br />
médicos necessitam focar no paciente a a<strong>de</strong>são ao tratamento e otimizar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida das pessoas vivendo com uma infecção crônica.<br />
Na XIII Conferência Internacional sobre AIDS, em Durban, na África do<br />
Sul, em 2000, concluiu-se que a infecção pelo HIV é uma doença complexa mas<br />
manejável ao longo do tempo. A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas estratégias terapêuticas<br />
disponíveis oferece esperança aos que têm acesso a esses regimes altamente efetivos.<br />
Entretanto, novas microepi<strong>de</strong>mias são reportadas em diversas partes do mundo<br />
salientando o senso <strong>de</strong> urgência para encontrar meios preventivos <strong>de</strong> novas infecções.<br />
Cada vez mais se fala em prevenção.<br />
A figura 1 mostra um mapa da distribuição mundial atual da AIDS.
20<br />
FIGURA 1 – Mapa <strong>de</strong> distribuição mundial da AIDS.<br />
FONTE – Revista “National Geographic”, fev. 2002, págs. 118/119.<br />
De acordo com dados do MINISTÉRIO DA SAÚDE (2002), o Brasil<br />
tem, aproximadamente, 597 mil portadores do vírus da AIDS, contradizendo previsão<br />
do Banco Mundial na década <strong>de</strong> 80, segundo o qual, o Brasil teria 1,2 milhão <strong>de</strong><br />
brasileiros infectados no ano 2000. Desses 597 mil portadores incluem-se as pessoas<br />
que já <strong>de</strong>senvolveram AIDS e excluem-se os óbitos. Em média, a pessoa infectada pelo<br />
HIV <strong>de</strong>mora entre 8 e 10 anos para começar a <strong>de</strong>senvolver os sintomas da doença. Só<br />
então ela é notificada como caso <strong>de</strong> AIDS. O número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> AIDS no Brasil é <strong>de</strong><br />
210.447 pessoas (<strong>de</strong> 1998 a março <strong>de</strong> 2001). Des<strong>de</strong> 1996, a epi<strong>de</strong>mia vem crescendo em
21<br />
média 20 mil novos casos por ano, o que revela uma estabilização do número <strong>de</strong> novos<br />
casos por ano.<br />
A transmissão relacionada ao uso <strong>de</strong> drogas injetáveis é responsável por<br />
18,5% dos casos registrados. Entre menores <strong>de</strong> 12 anos, a transmissão do vírus da mãe<br />
para o filho é responsável por 90% dos casos notificados. Cerca <strong>de</strong> 50% das pessoas<br />
com AIDS já foram a óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).<br />
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito pelo método <strong>de</strong> ELISA,<br />
pesquisando a presença <strong>de</strong> anticorpos anti- HIV HIV. Após a positivida<strong>de</strong> com título<br />
acima do “cut off” <strong>de</strong>terminado para o teste, confirma-se através do método Western<br />
Blot.<br />
Na história natural da síndrome da imuno<strong>de</strong>ficiência adquirida, a<br />
primeira fase é uma infecção aguda pelo HIV autolimitada, não específica, que<br />
geralmente se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong> 2 a 4 semanas após a exposição ao vírus. Durante essa<br />
fase, antes da produção <strong>de</strong> anticorpos ou na chamada fase “janela imunológica”, o vírus<br />
po<strong>de</strong> ser isolado <strong>de</strong> muitos fluidos corporais.Durante este período, ocorre uma<br />
linfopenia com <strong>de</strong>pleção <strong>de</strong> linfócitos com receptores CD4+ e também linfócitos CD8+,<br />
anemia e trombocitopenia associados à rápida replicação viral.<br />
A progressão da doença pelo HIV é caracterizada pelo <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong><br />
linfócitos CD4+, invadidos pelo retrovírus, <strong>de</strong> aproximadamente 50 a 75 células/mm 3<br />
por ano. Os estádios da AIDS po<strong>de</strong>m ser caracterizados pela contagem do linfócito<br />
CD4+ em: precoce, com níveis <strong>de</strong> CD4+ acima <strong>de</strong> 500 céls./ml; médio, CD4+ entre 200
22<br />
e 500 céls./ml; avançado, com CD4+ entre 50 e 200 céls./ml; e estádio final com CD4+<br />
menor que 50 céls./ml.<br />
No prognóstico da doença, o nível <strong>de</strong> RNA do vírus HIV-1, ou carga<br />
viral, também é um importante preditor <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> progressão. Este po<strong>de</strong> ser medido<br />
por PCR.<br />
Muitos trabalhos como o <strong>de</strong> TASHIMA & FLANIGAN, em revisão<br />
sobre terapia antiretroviral no ano 2000, têm discutido que as combinações <strong>de</strong> inibidores<br />
<strong>de</strong> protease e <strong>de</strong> transcriptase ocasionam redução plasmática dos níveis <strong>de</strong> HIV-1 RNA<br />
a valores in<strong>de</strong>tectáveis, menores que 50 cópias/ml, e aumento na contagem <strong>de</strong> linfócitos<br />
CD4+. Assim, tais drogas reduzem a ocorrência <strong>de</strong> infecções oportunistas e outras<br />
complicações relacionadas à AIDS.<br />
Com o aumento da expectativa <strong>de</strong> vida dos portadores e conseqüente<br />
aumento da prevalência da infecção, novas metas são traçadas como a conscientização<br />
sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigoroso<br />
acompanhamento clínico, visando à <strong>de</strong>tecção precoce <strong>de</strong> manifestações subclínicas<br />
relacionadas à AIDS.<br />
Muito se tem pesquisado sobre lesões e alterações subclínicas com<br />
métodos cada vez mais sensíveis e <strong>de</strong> fácil aplicação em várias especialida<strong>de</strong>s médicas.<br />
Na oftalmologia, testes <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste (FSC) e visão<br />
cromática estão sendo utilizados como meios <strong>de</strong> analisar o sistema complexo <strong>de</strong>
23<br />
transmissão do estímulo visual. Esse se inicia no epitélio pigmentário da retina e nos<br />
fotoreceptores e se esten<strong>de</strong> por condução eletrônica às células bipolares e ganglionares.<br />
O estímulo associa-se também a mecanismos <strong>de</strong> inibição lateral pelas células<br />
horizontais e amácrinas situadas entre as camadas da retina. A transmissão finaliza<br />
quando o estímulo visual é interpretado pelo córtex visual após sua chegada através dos<br />
axônios das células ganglionares (por transmissão <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> ação).<br />
Um complexo <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> sinapses, com participação <strong>de</strong><br />
neurotransmissores como a dopamina, acetilcolina, ácido gama-aminobutírico, glicina e<br />
indolamina, está envolvido na função visual e po<strong>de</strong> ser analisado por testes psicofísicos<br />
(GUYTON, 1992).<br />
Achados histopatológicos (TENHULA et al., 1992) têm <strong>de</strong>monstrado<br />
que macrófagos infectados pelo HIV estão envolvidos na lesão <strong>de</strong> fibras do nervo óptico<br />
com conseqüente <strong>de</strong>generação <strong>de</strong>stas em pacientes portadores <strong>de</strong> AIDS, o que não foi<br />
observado em indivíduos controles HIV negativos. Em função <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>scobertas,<br />
surgiram novas linhas <strong>de</strong> pesquisa em pacientes HIV positivos buscando a alteração<br />
funcional relacionada a essa perda axonal.<br />
IRAGUI sugere que campimetria computadorizada, teste da<br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste, senso cromático, eletroretinograma e potencial visual<br />
evocado <strong>de</strong>vem fazer parte da propedêutica dos portadores do vírus HIV, mesmo nos<br />
assintomáticos. Tais exames po<strong>de</strong>riam i<strong>de</strong>ntificar alterações subclínicas como forma <strong>de</strong><br />
prevenção para melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida a longo prazo dos portadores <strong>de</strong> uma<br />
infecção crônica pelo HIV.
24<br />
Sabe-se que, mesmo em indivíduos com acuida<strong>de</strong> visual (AV) 20/20<br />
medida pela tabela <strong>de</strong> Snellen, po<strong>de</strong> haver alteração da função da sensibilida<strong>de</strong> ao<br />
contraste e da percepção cromática a partir do momento que qualquer elemento da<br />
ca<strong>de</strong>ia – fotoreceptores, células bipolares, amácrinas, horizontais e células ganglionares<br />
– se apresente alterado, assim como nas lesões do córtex estriado ou pré-estriado no<br />
tálamo (LIVINGSTONE & HUBEL, 1988).<br />
Tem-se <strong>de</strong>monstrado que o teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste é uma boa<br />
opção no acompanhamento das lesões subclínicas do nervo óptico, mácula e fibras<br />
retinianas, superando a medida da acuida<strong>de</strong> visual, uma vez que esta última consi<strong>de</strong>ra a<br />
visão apenas como uma questão unidimensional (CRUZ & MACHADO, 1995).<br />
Os testes <strong>de</strong> visão cromática também estudam a função visual<br />
<strong>de</strong>talhadamente. Estes testes avaliam principalmente as áreas cerebrais especializadas na<br />
interpretação da cor a partir das células ganglionares retinianas tipo “X”. O córtex visual<br />
primário (área 17 <strong>de</strong> Broadmann) recebe os estímulos, os envia à área visual 2 no córtex<br />
secundário (área 18 <strong>de</strong> Broadmann) que seguem até as regiões ventral e medial dos<br />
córtices occipital e temporal on<strong>de</strong> são interpretados nas áreas chamadas “bolhas <strong>de</strong><br />
cores”.<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste estudo é avaliar a função visual em portadores do HIV,<br />
com acuida<strong>de</strong> visual <strong>de</strong> 20/20 pela tabela <strong>de</strong> Snellen. Esses indivíduos, selecionados<br />
aleatoriamente, foram comparados com controles voluntários HIV negativos. Os testes<br />
aplicados constaram <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste com o equipamento OPTEC-3000 e<br />
visão cromática com os testes <strong>de</strong> Ishihara, Roth-28 e Dessaturado D-15 <strong>de</strong> Lanthony.
25<br />
OBJETIVOS
26<br />
2 OBJETIVOS<br />
1) Avaliar se há perda visual em portadores <strong>de</strong> HIV com acuida<strong>de</strong> 20/20<br />
medida por Snellen, com relação a:<br />
‣ Sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
‣ Percepção cromática.<br />
2) I<strong>de</strong>ntificar variáveis que possam estar relacionadas a alterações<br />
visuais, se estas forem constatadas, nos portadores do HIV (contagem <strong>de</strong> células<br />
linfocitárias CD4+ por exemplo)<br />
3) Avaliar qual ou quais são os testes mais sensíveis para <strong>de</strong>tectar<br />
alterações visuais subclínicas em portadores <strong>de</strong> HIV.
27<br />
REVISÃO DA LITERATURA
28<br />
3 REVISÃO DA LITERATURA<br />
3.1 Alterações Visuais Subclínicas na AIDS<br />
As alterações retinianas são as manifestações oftalmológicas mais<br />
comuns na AIDS, po<strong>de</strong>ndo ser resultantes <strong>de</strong> infecção oportunista ou ocorrerem sem<br />
evidência <strong>de</strong> doença intercorrente. A retinopatia não infecciosa é resultante <strong>de</strong><br />
microangiopatia que causa microinfartos da camada <strong>de</strong> fibras nervosas, e está altamente<br />
associada, nos pacientes portadores do HIV, com o estádio da infecção. É raramente<br />
<strong>de</strong>tectada em indivíduos assintomáticos. Po<strong>de</strong> ser observada em mais <strong>de</strong> 50% dos<br />
pacientes como manchas algodonosas, estando intimamente associada com baixa razão<br />
CD4+/CD8 e <strong>de</strong>teriorização das funções cognitivas.<br />
À medida que o paciente evolui da fase assintomática para AIDS, o risco<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver alteração ocular aumenta sete vezes (PINHEIRO et al., 1996).<br />
Exames anatomopatológicos no post mortem, revelaram infartos<br />
retinianos em até 75% dos pacientes que morreram com AIDS, <strong>de</strong> acordo com<br />
TENHULA et al. (1992). Adicionalmente, exames morfológicos do nervo óptico <strong>de</strong><br />
pacientes HIV positivos sem retinite infecciosa mostraram <strong>de</strong>generação retiniana e
29<br />
redução <strong>de</strong> 40% da população axonal sugerindo a presença <strong>de</strong> uma neuropatia óptica<br />
primária associada à AIDS (IRAGUI et al., 1996).<br />
TENHULA et al. (1992) <strong>de</strong>monstraram perda axonal do nervo óptico em<br />
pacientes com AIDS sem retinite e investigaram o envolvimento <strong>de</strong> células infectadas<br />
pelo HIV no <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>de</strong>generação do nervo óptico.<br />
SADUN et al. (1995) i<strong>de</strong>ntificaram <strong>de</strong>generação axonal em vários<br />
estádios em nível do nervo óptico, provavelmente mediada por macrófagos infectados<br />
pelo HIV. Observaram alterações gliais características envolvendo astrócitos<br />
hipertróficos, oligo<strong>de</strong>ndrócitos vacuolados e células da série fagócitos mononucleares<br />
quando realizaram análise morfológica e imunohistoquímica dos nervos ópticos <strong>de</strong> oito<br />
pacientes com AIDS, sem evidência <strong>de</strong> doença retiniana, e compararam a 4 indivíduos<br />
controle HIV negativos.<br />
Testes psicofísicos vêm sendo utilizados visando a i<strong>de</strong>ntificar a extensão<br />
da perda visual em indivíduos HIV positivos que não tiveram retinopatia infecciosa<br />
como no estudo <strong>de</strong> MUELLER et al. (1997).<br />
PLUMMER et al. (1996) realizaram estudo seccional <strong>de</strong> pacientes HIV<br />
positivos sem infecções retinianas <strong>de</strong>tectáveis, comparando-os a indivíduos HIV<br />
negativos através <strong>de</strong> campimetria computadorizada acromática. Encontraram <strong>de</strong>feitos<br />
localizados e aumento da média <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos estatisticamente significativos no grupo<br />
HIV positivo.
30<br />
STEPHAN et al. (1994) também avaliaram a <strong>de</strong>sempenho perimétrica em<br />
pacientes HIV positivos sem AIDS e encontraram redução do <strong>de</strong>svio médio neste grupo<br />
quando comparado a um grupo controle <strong>de</strong> HIV negativos.<br />
QUICENO et al. (1992) estudaram 78 pacientes usando teste <strong>de</strong> visão <strong>de</strong><br />
cores Farnsworth-Munsell 100-Hue e teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste para as 5<br />
freqüências espaciais através do VCTS 6000 da Vistech. O objetivo foi <strong>de</strong>terminar<br />
quantos e quais pacientes com AIDS tinham disfunção consistente com dano da mácula<br />
e nervo óptico na ausência <strong>de</strong> retinopatia infecciosa. Os autores observaram uma<br />
significativa diminuição na discriminação cromática em pacientes com AIDS e um<br />
déficit na sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em 4 das 5 freqüências espaciais em pacientes com<br />
AIDS e em 3 das 5 freqüências nos portadores do complexo relacionado à AIDS.<br />
MUELLER et al. (1997) realizaram estudo para investigar disfunções<br />
visuais em pacientes HIV positivos oftalmoscopicamente normais e correlacionar<br />
resultados ao estádio da doença pelo HIV. De acordo com sua pesquisa, uma<br />
significativa porcentagem <strong>de</strong> pacientes HIV positivos com acuida<strong>de</strong> visual 20/20 ou<br />
melhor e sem evidências <strong>de</strong> retinite mostraram anormalida<strong>de</strong> nos testes visuais<br />
psicofísicos. A gravida<strong>de</strong> da disfunção não foi correlacionada com o estádio da infecção<br />
ou com o grau <strong>de</strong> disfunção neuropsicológica.<br />
Técnicas eletrofisiológicas sensíveis à <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> perda visual<br />
subclínica foram aplicadas em 21 controles HIV negativos e em 33 portadores do HIV<br />
com níveis <strong>de</strong> CD4+ maior ou igual a 200/ml e CD4+ menor que 200/ml. Todos os<br />
indivíduos encontravam-se sem sintomas visuais ou retinopatia infecciosa. Os
31<br />
resultados sugeriram que a infecção pelo HIV está associada à retinopatia subclínica,<br />
combinada com disfunção do nervo óptico e disfunção retroquiasmática, principalmente<br />
quando ocorre grave imunossupressão (IRAGUI et al., 1996).<br />
IRAGUI et al. (1994) compararam a função neurológica <strong>de</strong> 159<br />
indivíduos infectados com HIV, que não apresentavam sintomas ou sinais neurológicos,<br />
com 62 controles através <strong>de</strong> potenciais evocados visuais (PERG), potencial evocado<br />
(PE) auditivo, PE do nervo somatosensorial mediano e PE somatosensorial do nervo<br />
tibial. Os autores concluíram que portadores assintomáticos do HIV têm<br />
comprometimento subclínico da função central somatosensorial e que o<br />
comprometimento aumenta com a progressão da doença, envolvendo nervos periféricos<br />
e sistema visual.<br />
Segundo MALESSA et al. (1995), a perda axonal emerge com a<br />
<strong>de</strong>ficiência imunológica manifesta relacionada ao HIV e po<strong>de</strong> ser sensivelmente medida<br />
pelo potencial evocado visual padrão reverso.<br />
Ao estudar potenciais evocados <strong>de</strong> 100 pacientes homossexuais<br />
masculinos HIV positivos e um grupo <strong>de</strong> 40 controles soronegativos, MALESSA et al.<br />
(1995) realizaram análise multivariada. Esta revelou uma correlação inversa entre as<br />
alterações do PVE e o tratamento com zidovudine, levantando a questão do mérito do<br />
uso do zidovudine na inibição da replicação do HIV preservando a função das vias<br />
visuais.
32<br />
Estudo piloto <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> acuida<strong>de</strong> visual <strong>de</strong> baixo contraste foi realizado<br />
por MUTLUKAN et al. (1992) utilizando Regan Charts em 34 pacientes soropositivos e<br />
em 20 controles normais. A acuida<strong>de</strong> visual <strong>de</strong> baixo contraste dos pacientes portadores<br />
<strong>de</strong> HIV, com ou sem retinopatia, foi significativamente mais baixa que a dos controles<br />
da mesma faixa etária. Tais resultados <strong>de</strong>vem-se, provavelmente, à patologia<br />
relacionada ao HIV nas vias ópticas/Sistema Nervoso Central. Segundo os autores, o<br />
mapa <strong>de</strong> contraste mais baixo (Chart C) é um instrumento diagnóstico útil para<br />
retinopatia e suposta neuropatia pelo HIV.<br />
Pacientes com AIDS <strong>de</strong>senvolvem complicações oculares, sendo a<br />
retinopatia pelo HIV a mais freqüente. Entretanto, segundo SOMMERHALDER et al.<br />
(1998) ainda não está claro se os danos visuais funcionais po<strong>de</strong>m ser observados como<br />
indicadores precoces <strong>de</strong> complicações oculares, antes <strong>de</strong> o diagnóstico clínico <strong>de</strong><br />
retinopatia pelo HIV ser feito pela fundoscopia. Estes autores mediram a visão <strong>de</strong> cor<br />
em um grupo <strong>de</strong> 49 pacientes com AIDS com fundo clínico normal utilizando o método<br />
<strong>de</strong> duas equações, que combina os pares metamétricos vermelho-ver<strong>de</strong> com azul-ver<strong>de</strong>.<br />
Segundo os autores, tal método possibilita avaliações quantitativas mais completas da<br />
visão <strong>de</strong> cor do que aqueles baseados em testes <strong>de</strong> pigmentação. Os dados foram<br />
coletados no colímetro controlado por computador e comparados aos dos pacientes<br />
normais. No estudo citado, enquanto a maior parte dos pacientes com AIDS sem<br />
retinopatia pelo HIV <strong>de</strong>monstrou visão <strong>de</strong> cor normal, uma parcela significativa<br />
apresentou combinações mais amplas que os pacientes controle (11% para a equação <strong>de</strong><br />
Rayleigh e 16% para a Moreland). Além disso, as variações <strong>de</strong> combinações da equação
33<br />
<strong>de</strong> Moreland estavam significativamente relacionadas com a contagem <strong>de</strong> linfócitos<br />
CD4+. Pacientes com baixos valores <strong>de</strong> CD4+ tendiam a produzir maiores variações <strong>de</strong><br />
combinações que os pacientes com altos valores <strong>de</strong> CD4+. Um estudo com 17 pacientes<br />
do mesmo grupo confirmou essa tendência, mostrando que pacientes que tiveram sua<br />
contagem sangüínea <strong>de</strong> CD4+ aumentada, geralmente melhoraram sua discriminação <strong>de</strong><br />
cor na combinação Moreland, enquanto os que diminuíam CD4+ pioravam sua<br />
discriminação cromática. Os autores afirmam que a discriminação <strong>de</strong> cor é levemente<br />
reduzida em alguns pacientes com AIDS, embora não haja complicações oculares<br />
<strong>de</strong>tectáveis. Os resultados também sugerem dois tipos diferentes <strong>de</strong> danos da visão <strong>de</strong><br />
cor em pacientes com AIDS sem retinopatia: um processo reversível que afeta a<br />
discriminação <strong>de</strong> cor na variação azul-ver<strong>de</strong> e um processo irreversível que afeta a<br />
discriminação <strong>de</strong> cor na variação vermelho-ver<strong>de</strong>.<br />
GEIER et al. (1994) realizaram estudo visando a avaliar a associação <strong>de</strong><br />
déficit <strong>de</strong> visão <strong>de</strong> cor com microangiopatia retiniana relacionada ao HIV, utilizando um<br />
sistema gráfico computadorizado para medir os limiares <strong>de</strong> visão cromática (CCS)<br />
protan, <strong>de</strong>utan e tritan em 60 pacientes infectados pelo HIV. A microangiopatia<br />
retiniana foi medida através da contagem do número <strong>de</strong> manchas algodonosas e foi<br />
<strong>de</strong>terminado o sedimento do fluxo sangüíneo conjuntival. Dados adicionais incluíram<br />
contagem <strong>de</strong> CD4+, ida<strong>de</strong>, uso <strong>de</strong> drogas como pentamidine em aerosol, zidovudine e<br />
estádio <strong>de</strong> Walter Reed. A influência relativa <strong>de</strong> cada dado foi calculada por análise<br />
gradual <strong>de</strong> regressão múltipla (critérios <strong>de</strong> inclusão; valor P = menor que 0.05)
34<br />
utilizando dados para os olhos direitos. Os resultados foram validados pelo uso <strong>de</strong> dados<br />
para os olhos esquerdos e para ambos os olhos. A hipótese <strong>de</strong> que os déficits <strong>de</strong> visão<br />
cromática são causados por dano neuroretiniano secundário à microangiopatia<br />
relacionada ao HIV parece comprovada no estudo.<br />
SANTORO, 2000, em estudo sobre a perfusão capilar retiniana em<br />
pacientes com AIDS através <strong>de</strong> “scanning laser doppler flowmeter” , concluiu que<br />
ocorre diminuição do fluxo capilar, diminuição da velocida<strong>de</strong> e do volume relativo <strong>de</strong><br />
hemácias em movimento, principalmente na região temporal superior próxima do nervo<br />
óptico, em grupo <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> AIDS quando comparados a controles HIV<br />
negativos. Em seu critério <strong>de</strong> inclusão utilizou pacientes portadores do HIV que<br />
tivessem fundo <strong>de</strong> olho normal ou com microangiopatia da retina associada ao vírus<br />
HIV e AV maior ou igual a 20/50.<br />
3.2 Terapia anti-retroviral atualmente<br />
A terapia anti-retroviral altamente ativa ou esquema HAART tem<br />
mudado dramaticamente a história natural da doença pelo HIV. Recuperação e<br />
manutenção prolongada da boa saú<strong>de</strong>, redução da morbida<strong>de</strong> e da hospitalização têm<br />
tido resultados gratificantes para aqueles que usam combinação dos agentes antiretrovirais<br />
disponíveis atualmente (ANDREWS & FRIEDLAND, 2000).
35<br />
Em estudo coorte <strong>de</strong> VELASCO et al. (2000), avaliou-se o impacto<br />
clínico e econômico da introdução do anti- HIV inibidor da protease na clínica corrente<br />
dos pacientes infectados pelo HIV. O custo da terapia com inibidores <strong>de</strong> protease foi<br />
compensado totalmente pela redução do número, tempo e gravida<strong>de</strong> das admissões<br />
hospitalares nos casos <strong>de</strong> AIDS. Em contraste, foram mais mo<strong>de</strong>stas as reduções dos<br />
custos e os efeitos clínicos quando se observou o uso <strong>de</strong>stas drogas nos casos sem<br />
AIDS, ou seja, portadores assintomáticos do HIV.<br />
Entre os fatores <strong>de</strong> relevância na terapia anti-retroviral, é importante<br />
consi<strong>de</strong>rar a a<strong>de</strong>são e conseqüentemente as estratégias para melhorar a a<strong>de</strong>são ao<br />
tratamento. Motivação, informação e habilida<strong>de</strong> comportamental fazem parte <strong>de</strong>stas<br />
estratégias. A redução da carga viral e o aumento do CD4+ estão relacionados<br />
diretamente à boa a<strong>de</strong>são aos tratamentos anti-retrovirais mo<strong>de</strong>rnos, <strong>de</strong> acordo com<br />
KNOBEL, na 12 a . Conferência Mundial <strong>de</strong> AIDS, em Genebra, em 1998.<br />
Atualmente as classes <strong>de</strong> drogas disponíveis para tratamento da infecção<br />
pelo HIV são: a) Inibidores Nucleosí<strong>de</strong>os da Transcriptase Reversa – NRTI; b)<br />
Inibidores Não Nucleosí<strong>de</strong>os da Transcriptase Reversa – NNRTI ; c) Inibidores da<br />
Protease – PI.<br />
Resultados do estudo “ACTG 175” e da “Delta Clinical Trials”<br />
<strong>de</strong>monstram que as combinações <strong>de</strong> NRTI são mais benéficas que a monoterapia. No<br />
estudo “ACTG 320” em 1997, após a introdução dos PI (1996), tornou-se evi<strong>de</strong>nte que<br />
a combinação dos NRTI com PI era superior terapeuticamente à combinação dos NRTI
36<br />
sozinhos. Des<strong>de</strong> então, regimes <strong>de</strong> 3 NRTI ou 2 NRTI com 1 NNRTI têm sido<br />
comparados a regimes contendo PI (<strong>de</strong>nominados esquemas HAART).<br />
Rápida redução na carga viral medida no plasma por PCR (reação <strong>de</strong><br />
polimerase em ca<strong>de</strong>ia) foi atingida com terapia combinada que inclui PI, até abaixo dos<br />
níveis <strong>de</strong> quantificação (20 cópias/ml) <strong>de</strong>ntro dos primeiros meses <strong>de</strong> terapia. Associada<br />
à redução viral, há aumento na contagem dos linfócitos CD4+, resolução e <strong>de</strong>clínio na<br />
incidência <strong>de</strong> infecções oportunísticas e complicações da AIDS (TASHIMA &<br />
FLANIGAN, 2000).<br />
Apesar da redução do HIV-RNA no plasma, existe HIV latente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
linfócitos CD4+ e macrófagos infectados. Isto reduz a esperança da erradicação viral<br />
sem a terapia a longo prazo.<br />
Des<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, 14 agentes anti-retrovirais são disponíveis: 6<br />
NRTI – abacavir, DDI, 3TC, D4T, DDC e AZT-, 3 NNRTI – <strong>de</strong>larvidine, efavirenz e<br />
nevirapine, e 5 PI – amprenavir, indinavir, nelfinavir, ritonavir e saquinavir (TASHIMA<br />
& FLANIGAN, 2000, Anexo 3).<br />
Muitos são os efeitos colaterais das drogas <strong>de</strong>scritas, muitas vezes até<br />
impossibilitando o uso <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las em <strong>de</strong>terminados pacientes, obrigando<br />
substituições nos esquemas terapêuticos por vezes (STENZEL & CARPENTER, 2000).
37<br />
3.3 Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> ao Contraste<br />
A medida da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste po<strong>de</strong> ser aferida através <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> estímulos como optotipos, forma <strong>de</strong> barras ou ondas senoidais (BODIS-<br />
WOLLNER, 1972). O conjunto <strong>de</strong> uma onda senoidal clara e outra escura é chamado<br />
ciclo e o número <strong>de</strong> ciclos cobertos por 1 grau <strong>de</strong> ângulo visual é <strong>de</strong>nominado<br />
freqüência espacial do traçado. A função da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste é <strong>de</strong>finida como<br />
o inverso do contraste mínimo <strong>de</strong>tectado e é dada em ciclos por grau.<br />
contrastes diferentes.<br />
Na figura 2 po<strong>de</strong>-se observar traçados diferentes para gerar freqüências e<br />
No gráfico 1 verifica-se uma curva normal da função : freqüência<br />
espacial versus sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.
Constrast sensibility<br />
Constrast Threshold<br />
38<br />
300<br />
.003<br />
100<br />
.01<br />
30<br />
.03<br />
10<br />
.1<br />
3<br />
.3<br />
1<br />
1.5 3 6 12 18 30<br />
Spatial Frequency (Cycles por <strong>de</strong>gree)<br />
1<br />
GRÁFICO 1 – Função da freqüência espacial x sensibilida<strong>de</strong> ao contraste, em curva normal.<br />
Observar que o pico da sensibilida<strong>de</strong> do sistema visual está na freqüência 6 ciclos<br />
por grau. A medida da acuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Snellen está sinalizada na freqüência 30 cpg,<br />
mostrando que apenas a alta freqüência com alto contraste são testados pela<br />
acuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Snellen.<br />
FONTE – CRUZ & MACHADO, 1995.
39<br />
FIGURA 2 – A, B e C mostram traçados senoidais, com<br />
variações <strong>de</strong> luminância.<br />
O nível <strong>de</strong> contraste é dado pela fórmula:<br />
Em D há representação <strong>de</strong> traçado <strong>de</strong> barra, com<br />
luminância no sistema liga-<strong>de</strong>sliga. As<br />
freqüências espaciais são diferentes (número <strong>de</strong><br />
ondas completas existentes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 1 grau <strong>de</strong><br />
ângulo visual). O contraste em A e B é similar<br />
(amplitu<strong>de</strong> da onda senoidal cume-vale).<br />
FONTE – PRAGER, 1990.<br />
Contraste = LUMINÂNCIA MÁXIMA (fundo branco)- LUMINÂNCIA MÍNIMA (preto do estímulo)<br />
LUMINÂNCIA MÍNIMA + LUMINÂNCIA MÁXIMA<br />
Segundo CRUZ E MACHADO (1995), o interesse clínico da medida da<br />
função <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste é revelar perdas visuais não <strong>de</strong>tectáveis na medida<br />
da acuida<strong>de</strong> visual, principalmente as relacionadas à lesão do nervo óptico.
40<br />
A percepção dos contornos pelo contraste foi primeiramente estudada<br />
por MACH (1866), utilizando padrões baseados na série <strong>de</strong> ondas senoidais <strong>de</strong> Fourier<br />
adaptados a um cilindro rotatório.<br />
Em 1889, BERRY usou tabelas <strong>de</strong> baixo contraste para medir acuida<strong>de</strong><br />
visual. Em 1918, esse teste <strong>de</strong> baixo contraste podia ser adquirido na firma J. Weiss &<br />
Son, em Londres.<br />
Em 1950, pesquisadores envolvidos na <strong>de</strong>tecção da sensibilida<strong>de</strong> ao<br />
contraste para aperfeiçoamento da telas <strong>de</strong> TV, chegaram à conclusão que as curvas <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste eram bem mais <strong>de</strong>talhadas que as informações obtidas com<br />
teste padrão <strong>de</strong> acuida<strong>de</strong> visual (GUIMARÃES, 2000).<br />
SCHADES (1956) foi o primeiro a medir a sensibilida<strong>de</strong> ao contraste<br />
usando barras verticais senói<strong>de</strong>s em gra<strong>de</strong>s (apud ANDRADE et al., 1994).<br />
VAN NES & BOUMAN (1967) afirmaram que a acuida<strong>de</strong> visual<br />
fornece uma resposta unidimensional para uma questão bidimensional, já que ignora a<br />
dimensão do contraste.<br />
CAMPBELL & ROBSON publicaram em 1968 a <strong>de</strong>scoberta da<br />
existência <strong>de</strong> neurônios cerebrais ligados ao sistema visual, direcionados<br />
especificamente para estímulos <strong>de</strong> orientação e tamanho <strong>de</strong> imagens. Canais <strong>de</strong> sistema<br />
retina-córtex atuariam como filtros <strong>de</strong> tamanho e freqüência espacial, formando as<br />
unida<strong>de</strong>s fundamentais da percepção. Nesses estudos, as ondas/barras senoidais foram
41<br />
usadas para mapeamento das proprieda<strong>de</strong>s perceptuais e a sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
Essas ondas senoidais po<strong>de</strong>riam medir os canais visuais elementares voltados para uma<br />
freqüência espacial especializada em uma orientação específica.<br />
Entretanto, a medida da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste só começou a ser<br />
valorizada após o trabalho <strong>de</strong> BODIS-WOLLNER em 1972, que introduziu a medida da<br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste na clínica prática e sugeriu o nome <strong>de</strong> visuograma para<br />
<strong>de</strong>scrição da comparação entre uma curva normal <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste e uma<br />
curva <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste obtida <strong>de</strong> um paciente, para uma mesma acuida<strong>de</strong><br />
visual.<br />
ARDEN (1978) criou uma série <strong>de</strong> placas reprodutíveis com re<strong>de</strong>s<br />
senoidais impressas para aferir sensibilida<strong>de</strong> ao contraste. Postulou que a fóvea,<br />
especializada na acuida<strong>de</strong> visual fina, concentraria informação nas altas freqüências<br />
espaciais e que a retina periférica concentraria canais <strong>de</strong> freqüências mais baixas. Esse<br />
foi o ponto <strong>de</strong> partida para estabelecer que doenças retinianas periféricas reduziriam a<br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste sem que se reduzisse o resultado dos exames baseados em<br />
altas freqüências como a AV por Snellen. Suas placas foram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aceitação e<br />
aplicadas em trabalhos sobre glaucoma, neurite e ambliopia. Posteriormente, essas<br />
placas foram substituídas pelo teste “Vision Contrast System” (VCTS) da Vistech<br />
Consultans <strong>de</strong> Dayton, Ohio, EUA (1987).<br />
REGAN & NEIMA (1983) adaptaram a tabela da AV tipo Snellen para<br />
teste <strong>de</strong> contraste, reduzindo progressivamente o contraste dos optotipos.
42<br />
PELLI et al. (1988) criaram uma tabela formada por letras <strong>de</strong> mesmo<br />
tamanho com variação no nível <strong>de</strong> contraste, com a <strong>de</strong>svantagem que apenas um ponto<br />
da função da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste era medido.<br />
Em trabalho <strong>de</strong> BLAZLEY at al. (1980) estudaram a função da<br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em 135 indivíduos <strong>de</strong> 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> até adultos e<br />
<strong>de</strong>monstraram uma variação <strong>de</strong> acordo com a faixa etária dos pacientes, havendo um<br />
aumento da sensibilida<strong>de</strong> com a ida<strong>de</strong> para todas as freqüências.<br />
Variações normais são encontradas na FSC humana. A FSC diminui com<br />
a ida<strong>de</strong> avançada e dois fatores são responsáveis por essa alteração: mudanças na<br />
transparência do cristalino e perda na habilida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> processamento retinacérebro<br />
para aumentar o contraste (DUANE, 2000).<br />
Ao estudar o nível i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> para leitura compreensível,<br />
CARMEAN & REGETH (1990) concluíram que o melhor contraste está na freqüência<br />
média da visão humana entre 6 e 12 ciclos por grau, com objetivo <strong>de</strong> obter melhor<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> contorno. Isso po<strong>de</strong> ser conseqüência <strong>de</strong> parâmetros neurais como os<br />
mecanismos <strong>de</strong> inibição lateral nos vários níveis <strong>de</strong> conexão neural na retina, <strong>de</strong><br />
aspectos cognitivos da leitura ou <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s ópticas do olho.<br />
ANDRADE et al. (1994) apresentaram e discutiram a função <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste e “glare” como instrumento <strong>de</strong> avaliação do <strong>de</strong>sempenho<br />
visual pós cirurgia refrativa e <strong>de</strong> diagnóstico precoce <strong>de</strong> patologias neurooftalmológicas,<br />
glaucoma, catarata.
43<br />
WOODS at al. (1998) estudaram retrospectivamente 3.283 pacientes<br />
com mais <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, comparando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discriminação <strong>de</strong> patologias<br />
oftalmológicas por vários testes clínicos. Os autores concluíram que os testes <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste são um bom método <strong>de</strong> triagem com margem <strong>de</strong> acerto <strong>de</strong><br />
96% para problemas oftalmológicos já instalados, mas subclínicos ainda sem<br />
sintomatologia.<br />
MUELLER et al. (1997) estudaram pacientes HIV positivos com medida<br />
da acuida<strong>de</strong> visual <strong>de</strong> 20/20 pela tabela ETDRS, sem sinais <strong>de</strong> retinopatia infecciosa ou<br />
outra patologia clínica oftalmológica. Realizaram testes psicofísicos como FSC,<br />
campimetria e testes <strong>de</strong> visão cromática a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar possíveis alterações na<br />
função visual. Os resultados indicaram uma disfunção mesmo na ausência <strong>de</strong> doença<br />
ocular <strong>de</strong>tectável. Nesse mesmo estudo, após análise estatística, observaram a<br />
correlação estatisticamente significativa entre a campimetria e a FSC.<br />
Os estudos <strong>de</strong> BAYLOR (1987) e <strong>de</strong> MASLAUD (1990) <strong>de</strong>screveram<br />
que as informações visuais são captadas, trabalhadas e distribuídas pela re<strong>de</strong> retiniana e,<br />
a partir daí, correm por meio <strong>de</strong> células bipolares e ganglionares, que po<strong>de</strong>m ser<br />
estimuladas ou inibidas lateralmente pelas células horizontais e amácrinas a fim <strong>de</strong><br />
ocasionar a <strong>de</strong>tecção e amplificação do contraste ( mecanismo ON/OFF). Na figura 3<br />
vemos esquematizado o mecanismo <strong>de</strong> inibição lateral , que cria uma borda com maior<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> contraste. Das células ganglionares seguem em três vias até as conexões do<br />
corpo geniculado lateral on<strong>de</strong> fazem sinapses e seguem aos neurônios tálamo-corticais<br />
nas áreas visuais on<strong>de</strong> são traduzidas, reconstituindo a imagem original.
44<br />
Feixe luminoso<br />
Área excitada<br />
Área nem excitada<br />
nem inibida<br />
Área inibida<br />
FIGURA 3 – Mecanismo “ON-OFF” OU LIGA-DESLIGA.<br />
Observe que ao redor da área excitada por um ponto luminoso há uma<br />
área inibida. Este mecanismo está relacionado à inibição lateral na<br />
retina, criando uma borda com maior <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> contraste.<br />
FONTE – GUYTON, 1992.<br />
As células ganglionares são especializadas e se distribuem em três tipos:<br />
a) células X (55% do total), originadas em pelo menos um cone, são, provavelmente,<br />
responsáveis pela transmissão da visão <strong>de</strong> cores; b) células Y, menos numerosas (5%),<br />
possuem extensa arborização <strong>de</strong>ndrítica recebendo sinais <strong>de</strong> extensas áreas retinianas e<br />
sensíveis ao movimento rápido e às rápidas alterações da intensida<strong>de</strong> luminosa; c)<br />
células W, especializadas na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> movimentos direcionais no campo <strong>de</strong> visão,<br />
são importantes para visão em condições <strong>de</strong> baixa luminosida<strong>de</strong> (LIVINGSTONE &<br />
HUBEL, 1988).
45<br />
Camada pigmentar<br />
Cones<br />
Bastonetes<br />
Núcleos dos<br />
bastonetes<br />
Célula<br />
horizontal<br />
Célula<br />
bipolar<br />
Célula<br />
atazinha<br />
Célula<br />
garganar<br />
FIGURA 4 – Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> conexões axonais da retina.<br />
FONTE – GUYTON, 1992.<br />
LEGROS (1990) <strong>de</strong>screveu a dopamina como neurotransmissor<br />
intermediador na transmissão do contraste luminoso.<br />
MONTEIRO et al. (1994) utilizaram teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste<br />
em portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos campimétricos atribuídos a tumores hipofisários, concluindo<br />
que o teste é sensível para <strong>de</strong>tectar pacientes com compressão ativa da via óptica.<br />
Em trabalho <strong>de</strong> SCHELB et al. (1994), foram usados optotipos (tabela<br />
logaritmicas) em quatro níveis <strong>de</strong> contraste, para medir a sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em<br />
diabéticos com acuida<strong>de</strong> igual a 1,0 e em controles. Foi <strong>de</strong>monstrado que o efeito
46<br />
contraste sobre a acuida<strong>de</strong> visual foi mais acentuado nos pacientes diabéticos. Os<br />
resultados indicam que optotipos <strong>de</strong> baixo contraste po<strong>de</strong>m ser úteis para caracterização<br />
<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> baixa freqüência espacial (retina periférica).<br />
Segundo DUANE (2000), ao estudar a visão, cientistas perceberam que o<br />
sistema visual opera quebrando imagens e cenas observados em ondas sinuosas <strong>de</strong><br />
diferentes freqüências. A teoria sugere que milhares <strong>de</strong> pedaços da imagem visual são<br />
analisados em cerca <strong>de</strong> seis diferentes freqüências espaciais ao redor <strong>de</strong> 20 diferentes<br />
orientações. As ondas <strong>de</strong> Fourier são a forma que o sistema visual codifica, transmite e<br />
reconstrói imagens retinianas. Estudo experimental em gatos evi<strong>de</strong>nciou que diferentes<br />
canais existentes na retina, corpo geniculado lateral e córtex conduzem seletivamente<br />
informação apropriada relacionada a diferentes freqüências espaciais. Também tem sido<br />
mostrado um relacionamento linear entre a amplitu<strong>de</strong> da <strong>de</strong>scarga neuronal e o<br />
logaritmo do contraste da gra<strong>de</strong> senoidal.<br />
DUANE (2000) alerta que a diminuição da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste é<br />
um indicador muito sensível <strong>de</strong> distúrbio cerebral ou retiniano <strong>de</strong>vido à hipóxia. Estudo<br />
feito com alpinistas que estiveram a 17.000 pés <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> no Himalaia encontrou uma<br />
consistente diminuição da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em todos os indivíduos no dia da<br />
chegada à base do acampamento, sendo mais evi<strong>de</strong>nte em médias freqüências espaciais.<br />
A sensibilida<strong>de</strong> ao contraste se normalizou após 36 horas da chegada à base do<br />
acampamento.<br />
Na figura 5 po<strong>de</strong>-se observar a correlação entre os núcleos parvocelular e<br />
magnocelular e as freqüências espaciais com diferentes níveis <strong>de</strong> contraste.
47<br />
FIGURA 5 – Células ganglionares, área subcortical e cortical correlacionadas com as freqüências<br />
espaciais e níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
P = parvocelular; M= magnocelular.<br />
FONTE – KANDEL, 2000.<br />
3.4 Visão Cromática<br />
Os mecanismos da visão cromática começaram a ser alvo do interesse <strong>de</strong><br />
estudiosos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 300 anos a.C., com Teofrasto que fez as primeiras referências<br />
documentadas. Pensadores como Pitágoras, Hipócrates, Platão e Plínio também se
48<br />
interessaram pelo assunto. Mas foi um jesuíta que primeiro <strong>de</strong>screveu a difração da luz<br />
em cores diferentes ao observar a passagem <strong>de</strong>sta através <strong>de</strong> um prisma (VARLEY,<br />
1982). Em 1704, NEWTON observou o reagrupamento das cores <strong>de</strong>sdobradas após a<br />
passagem <strong>de</strong>stas através <strong>de</strong> um segundo prisma (CHANCE, 1922 e BRINDLEY, 1957).<br />
A primeira abordagem com relação à teoria da visão <strong>de</strong> cores nasceu <strong>de</strong><br />
idéias <strong>de</strong> artistas e especialmente das idéias <strong>de</strong> YOUNG em 1802. Estas foram<br />
formalizadas por MAXWELL, em 1890, e HELMHOLTZ, em 1892, que forneceramlhe<br />
uma base experimental.<br />
A segunda abordagem partiu significativamente do trabalho <strong>de</strong><br />
fisiologistas e psicólogos e foi primeiramente formulada por HERING (1878-1920).<br />
Recebeu sua racionalização matemática muito mais tar<strong>de</strong> por HURVICH & JAMESON<br />
(1955). Entretanto, até hoje não há ainda uma única e simples proposição que dê<br />
explanação satisfatória a toda teoria da cor.<br />
Todas as teorias da visão cromática baseiam-se na observação conhecida<br />
<strong>de</strong> que o olho humano é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar quase todas as gradações <strong>de</strong> cores, quando<br />
luzes monocromáticas vermelha, ver<strong>de</strong> e azul são apropriadamente misturadas em<br />
diferentes combinações. O sistema nervoso interpreta relações <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong><br />
como, por exemplo, o laranja que tem comprimento <strong>de</strong> onda 580 nm e estimula os cones<br />
vermelhos até um valor <strong>de</strong> estímulo <strong>de</strong> 99 (99%), enquanto também estimula os cones<br />
ver<strong>de</strong>s a um valor <strong>de</strong> aproximadamente 42% e não estimula os cones azuis, numa<br />
proporção <strong>de</strong> 99:42:0. Na percepção da luz branca, há estimulação igual <strong>de</strong> todos os<br />
cones: vermelho, ver<strong>de</strong> e azul (GUYTON, 1992).
49<br />
YOUNG (1802) propôs uma teoria tricromática a partir <strong>de</strong> diferentes<br />
receptores na retina, relacionando a luz aos comprimentos <strong>de</strong> onda e a percepção <strong>de</strong><br />
cores aos mecanismos sensoriais. A teoria tricromática é o conceito <strong>de</strong> três conjuntos<br />
simples <strong>de</strong> mecanismos sensoriais <strong>de</strong> respostas envolvendo vermelho, ver<strong>de</strong> e azul.<br />
Entretanto, <strong>de</strong> acordo com trabalhos <strong>de</strong> MAXWELL (1890), essas três cores primárias<br />
não po<strong>de</strong>m reproduzir todas as cores e, então, o sistema é apenas uma aproximação.<br />
A teoria <strong>de</strong> par-oponentes é baseada na idéia <strong>de</strong> HERING. Cada um <strong>de</strong><br />
três complexos gera um par <strong>de</strong> sensações oponentes: uma preto-branco, outra ver<strong>de</strong>vermelho<br />
e uma terceira azul-amarelo. Essa teoria é baseada no fenômeno do contraste e<br />
os testes pseudoisocromáticos foram baseados significativamente na idéia <strong>de</strong> HERING<br />
<strong>de</strong> par-oponentes. Esta teoria tem recebido confirmações por estudos <strong>de</strong> MACNICHOL<br />
(1958), DEVALOIS (1960), JONES, DEVALOIS & JACOBS (1962) que, utilizando<br />
microeletrodos em cobaias, obtiveram respostas em diferentes níveis do sistema visual.<br />
Os autores conseguiram evidência eletrofisiológica para a existência do mecanismo <strong>de</strong><br />
resposta ver<strong>de</strong>-vermelho e azul-amarelo ao nível das células ganglionares e dos corpos<br />
geniculados laterais, a partir dos cones diferenciados para cada comprimento <strong>de</strong> onda na<br />
retina (Teoria <strong>de</strong> YOUNG-HELMHOLTZ).<br />
Os impulsos oponentes são evi<strong>de</strong>ntes nas células ganglionares e corpo<br />
geniculado lateral em primatas, provavelmente a partir das células bipolares, <strong>de</strong> acordo<br />
com GOURAS e RUSSEL, DEVALOIS et al. e HUBEL. Na figura 6 po<strong>de</strong>-se ver as<br />
células bipolares e suas conexões os <strong>de</strong>mais neurônios da retina.
50<br />
Rod<br />
Cone<br />
Cone<br />
Cistal<br />
Bloolar<br />
cell<br />
Vertical<br />
pathway<br />
Bicoer<br />
cell<br />
Horizontal cell<br />
Lateral pathway<br />
Proximal<br />
Amecrime<br />
Cell<br />
Amecrime<br />
Cell<br />
Ganglion<br />
cell<br />
To oct nervo<br />
Light<br />
FIGURA 6 – Conexões horizontais na retina<br />
FONTE – KANDEL, 2000.<br />
Nas situações práticas, não é satisfatório classificar os <strong>de</strong>feitos baseandose<br />
apenas em uma teoria, <strong>de</strong>vido a sua gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>vem<br />
inicialmente ser classificados em congênito e adquiridos e os testes <strong>de</strong>vem ser<br />
apropriados para diferenciar entre essas duas categorias.<br />
Com relação aos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> cores congênitos, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>nominá-los<br />
como monocromatismo ou acromatopsia quando não há discriminação <strong>de</strong> cor, apenas<br />
função <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> fotópica; e, quando agrupados em pares, quatro outros tipos são<br />
distinguidos: protanopia e <strong>de</strong>uteranopia no eixo ver<strong>de</strong>-vermelho, tritanopia e<br />
tertatanopia no eixo amarelo-azul. Se as cores são percebidas mas apreciadas <strong>de</strong> forma<br />
diferente dos observadores normais, os indivíduos portadores são <strong>de</strong>nominados
51<br />
tricromatas anômalos ou <strong>de</strong>uteranômalos, protanômalos, tritanômalos, segundo NAGEL<br />
(1907). A incidência <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>feitos é maior que a dos <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>scritos anteriormente.<br />
Com relação aos <strong>de</strong>feitos adquiridos, o eixo cromático não é bem<br />
<strong>de</strong>finido. Há geralmente boa <strong>de</strong>nominação das cores e há variações entre os olhos ou<br />
entre partes da retina. Os resultados nos testes são instáveis, <strong>de</strong>terioram<br />
progressivamente ou melhoram ocasionalmente. Segundo GOURAS (1985), as<br />
alterações nas camadas externas retinianas ten<strong>de</strong>m a produzir <strong>de</strong>feito azul, enquanto as<br />
das camadas internas e nervo óptico, on<strong>de</strong> há mais ligações dos axônios aos cones L e<br />
M, geram distúrbios no eixo ver<strong>de</strong>-vermelho. Algumas doenças da retina po<strong>de</strong>m afetar<br />
inicialmente a visão <strong>de</strong> cor, sugerindo que cones são mais vulneráveis a dano que os<br />
bastonetes (KANDEL & SCHWARTZ, 1985).<br />
Danos do córtex visual após aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais po<strong>de</strong>m causar<br />
distúrbios da visão <strong>de</strong> cor seletivamente, sugerindo que alguma região do córtex é<br />
especializada para análise da informação sobre cor (KANDEL & SCHWARTZ, 1985).<br />
congênita e adquirida.<br />
Na tabela 1 são <strong>de</strong>scritas as principais diferenças entre discromatopsia
52<br />
TABELA 1<br />
Principais diferenças entre discromatopsia congênita e adquirida.<br />
Congênita<br />
Sexo masculino (ligado ao cromossomo X)<br />
Confusões e traçados clássicos<br />
Resultados reprodutíveis<br />
Defeito estável<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nomear as cores<br />
corretamente<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da iluminação ambiente e<br />
tamanho dos objetos<br />
Demais funções normais<br />
FONTE – FISHER, 1996. p.114.<br />
Adquirida<br />
Ambos os sexos<br />
Azul-amarelo ou ver<strong>de</strong>-vermelho<br />
Resultados não se repetem em um teste<br />
entre os olhos<br />
Alterações com a doença<br />
Incapacida<strong>de</strong> em nomear cores (às vezes<br />
subitamente)<br />
Depen<strong>de</strong> da iluminação do ambiente e<br />
tamanho dos objetos<br />
Freqüentemente tem outras funções<br />
comprometidas (SC, AV)<br />
Normalmente, ocorrem variações na visão <strong>de</strong> cor ao longo da vida. Há<br />
um crescimento da função até a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 anos e um <strong>de</strong>clínio após os 30 anos<br />
(SMITH, 1943).<br />
KUFFLER, em seus estudos <strong>de</strong> 1952, concluiu que o brilho <strong>de</strong> uma cor<br />
seria mecanismo ampliador do próprio contraste, sendo a visão cromática uma<br />
ampliação da percepção do contraste, e que, mesmo para objetos branco e preto, a<br />
aparência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> mais significativamente do contraste espacial: objeto x fundo. Assim,<br />
o autor <strong>de</strong>duziu que as cores vistas nos objetos são aquelas que mais se <strong>de</strong>stacam <strong>de</strong><br />
seus fundos sob <strong>de</strong>terminada iluminação no momento. Para a percepção das cores seria<br />
necessária uma fonte emitente <strong>de</strong> luz e um tom que esteja incluído em um espectro<br />
visível estimulando as células cones retinianas, já que sob baixas condições <strong>de</strong><br />
iluminação, há estimulação predominante dos bastonetes em visão escotópica e esses<br />
fotoreceptores seriam capazes <strong>de</strong> fornecer apenas informações sobre brilho. Portanto, a<br />
visão <strong>de</strong> cores, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da comparação <strong>de</strong> estímulos entre cones diferentes, não
53<br />
serviria para discriminar pormenores espaciais finos, mas sim <strong>de</strong>tectar objetos sobre um<br />
fundo que po<strong>de</strong>ria torná-lo até mesmo in<strong>de</strong>tectável.<br />
O Fenômeno Bezold Brucke (tonalida<strong>de</strong>s subjetivas com luminância<br />
monocromática) é baseado na variação da tonalida<strong>de</strong> subjetiva das cores à medida que a<br />
luminância monocromática se eleva, tendo sido discutido por WALRAVEN et al.<br />
(1966).<br />
Em 1966, WALRAVEN et al. verificaram que algumas cores com<br />
<strong>de</strong>terminados comprimentos <strong>de</strong> onda eram invariáveis sob diversas intensida<strong>de</strong>s<br />
luminosas. Essa observação foi mais tar<strong>de</strong> confirmada por evidências eletrofísicas. O<br />
azul em 476 nm, o azul-esver<strong>de</strong>ado em 508 nm e o amarelo em 570 nm seriam<br />
imutáveis; já o tom laranja po<strong>de</strong>ria variar do ver<strong>de</strong> ao amarelo <strong>de</strong> acordo com a variação<br />
da luminância. Na análise da visão cromática e suas alterações, relacionam-se então três<br />
variáveis: tonalida<strong>de</strong> ou cor, dada pelo comprimento <strong>de</strong> onda; brilho ou radiância;<br />
saturação ou grau <strong>de</strong> pureza. Essas variáveis são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e subjetivas.<br />
FEDERMAN et al. (1994) afirmaram que no espectro <strong>de</strong> absorção dos<br />
fotoreceptores os picos seriam 445 nm para o azul, 543 nm para o ver<strong>de</strong> e 565 nm para<br />
o vermelho e que o espectro visível estaria <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 380 nm (violeta) até 760 nm<br />
(vermelho).<br />
cada cor.<br />
Na figura 7 estão <strong>de</strong>scritos os comprimentos <strong>de</strong> onda corespon<strong>de</strong>ntes a
54<br />
FIGURA 7 – Comprimento <strong>de</strong> Onda das Cores.<br />
Fonte: GUYTON, 1992.<br />
No estudo <strong>de</strong> WEALE <strong>de</strong> 1953, foi <strong>de</strong>monstrado que a função da visão<br />
cromática variava a partir da fovéola até a área perifoveal, elevando centrifugamente a<br />
sensibilida<strong>de</strong> para o azul até a periferia.<br />
Os cones têm pigmentos específicos para percepção das cores como o<br />
eritrolabe “L” para o vermelho, clorolabe “M” para o ver<strong>de</strong> e o cianolabe “S” para o<br />
azul, segundo RUSHTON (1961/1965/1966), constituindo a primeira etapa da visão<br />
cromática.<br />
Já os bastonetes têm ativida<strong>de</strong> fotoreceptora a partir da rodopsina, cujo<br />
pico se situa em 505 nm (opsina e retinol 11-cis) que, estimulada pelo fóton, inicia uma<br />
etapa da visão cromática, fornecendo informações apenas sobre o brilho (HUBBARD &<br />
KROPF, 1967; WALL, 1968).
55<br />
As substâncias fotossensíveis dos cones têm quase exatamente a mesma<br />
composição química da rodopsina dos bastonetes. A única diferença é que a porção<br />
proteica, as opsinas, que nos cones são <strong>de</strong>nominadas fotopsinas, são diferentes da<br />
escotopsina dos bastonetes. Os pigmentos cromatossensíveis dos cones são<br />
combinações <strong>de</strong> retinal (vit-A) e fotopsinas.<br />
No fenômeno da visão, as reações químicas ocorrem quatro vezes mais<br />
rapidamente nos cones que nos bastonetes. Entretanto, os cones são menos sensíveis,<br />
apesar <strong>de</strong> sua adaptação ao claro-escuro ser mais rápida (GUYTON, 1992).<br />
Há duas gran<strong>de</strong>s classes <strong>de</strong> células ganglionares: a) M ou<br />
magnocelulares que se dirigem às camadas magnocelulares do corpo geniculado lateral,<br />
levando informações sobre sinais acromáticos e brilho; b) P ou parvocelulares que<br />
transportam informações sobre cor ao corpo geniculado lateral, com os sinais oponentes<br />
dos cones (KANDEL & SCHWARTZ, 1985).<br />
O mecanismo da visão cromática inicia-se nos cones e bastonetes<br />
gerando impulso elétrico que continua pelas células bipolares, às células ganglionares<br />
em três vias até o cérebro para os campos receptores específicos, atingindo o corpo<br />
geniculado lateral e daí para o tálamo nas áreas corticais visuais: V1 estriado primário e<br />
secundários V2/V3/V4/V5 associativos pré-estriados, para captação, tradução e<br />
reconstituição da imagem inicial (PLOUET & DOREST, 1987).<br />
Em técnicas <strong>de</strong> ressonância magnética funcional para mapear as vias <strong>de</strong><br />
cor no cérebro humano além <strong>de</strong> V4, pediu-se a indivíduos para observar objetos que
56<br />
eram cobertos com cores naturais ou artificiais, assim como objetos acromáticos, e<br />
comparou-se a ativida<strong>de</strong> produzida no cérebro em cada condição. O resultado mostrou<br />
que ambos objetos, natural e artificialmente coloridos, ativaram a via que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
V1 a V4. Objetos naturalmente coloridos ativaram adicionalmente partes anteriores do<br />
giro fusiforme, hipocampo e córtex frontal ventrolateral. Ao contrário, objetos coloridos<br />
artificialmente ativaram o córtex frontal dorsolateral. Esses achados discerniram três<br />
estágios corticais do processamento da cor no cérebro humano. O primeiro estágio está<br />
baseado em V1 e V2; o segundo estágio em V4 e o terceiro no córtex frontal e temporal<br />
inferior (ZEKI & MARINI, 1998).<br />
FIGURA 8 – Transmissão dos estímulos visuais a partir das células ganglionares da retina até córtex<br />
visual occipital e parietal, passando pelo corpo geniculado lateral nos núcleos parvo e<br />
magnocecular.<br />
FONTE – KANDEL, 2000.<br />
DOW & GOURAS (1973) estudaram a correspondência da fóvea no<br />
córtex estriado e verificaram que em 34% das unida<strong>de</strong>s do córtex há seletivida<strong>de</strong>
57<br />
cromática e em 42% há seleção para orientação espacial com baixa sensibilida<strong>de</strong><br />
cromática.<br />
SALOMÃO (1996) preconizou a aplicação <strong>de</strong> novos métodos <strong>de</strong><br />
avaliação da visão cromática no estudo <strong>de</strong> patologias como o glaucoma, doenças<br />
retinianas, afecções do nervo óptico e intoxicações medicamentosas, visando<br />
possibilitar melhor compreensão funcional e <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> várias patologias.
58<br />
CASUÍSTICA E MÉTODOS
59<br />
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS<br />
Foram estudados 96 olhos <strong>de</strong> 50 indivíduos, 22 do sexo masculino e 28<br />
do sexo feminino, com ida<strong>de</strong> entre 17 e 58 anos.<br />
No Grupo 1 (caso), haviam 56 olhos <strong>de</strong> 29 portadores do vírus HIV,<br />
diagnosticados após teste do sangue por ELISA para HIV e confirmados por<br />
WESTERN BLOT, selecionados <strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusão, a<br />
partir do ambulatório <strong>de</strong> Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Medicina da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora – UFJF.<br />
O Grupo 2 (controle) constituiu-se <strong>de</strong> 40 olhos <strong>de</strong> 21 voluntários<br />
selecionados pelos mesmos critérios do Grupo 1 (<strong>de</strong> casos), não portadores do vírus<br />
HIV. Especial cuidado foi tomado para manter as mesmas características etárias e sócioculturais,<br />
a partir do nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, dos indivíduos do grupo caso <strong>de</strong><br />
comparação.<br />
exclusão.<br />
Esperar-se-iam 100 olhos , mas quatro foram excluídos pelos critérios <strong>de</strong><br />
Houve consentimento prévio <strong>de</strong> todos os participantes após serem<br />
informados da natureza do trabalho.
60<br />
A coleta <strong>de</strong> dados para o Grupo 1 iniciou-se em março <strong>de</strong> 2001<br />
encerrando-se em janeiro <strong>de</strong> 2002.<br />
Trata-se <strong>de</strong> estudo seccional em população HIV positiva comparada a<br />
grupo controle HIV negativo. Os examinados HIV positivos foram escolhidos<br />
aleatoriamente <strong>de</strong> acordo com numeração do prontuário do Hospital Universitário<br />
(apenas prontuários <strong>de</strong> números pares). Após triagem dos pacientes que se a<strong>de</strong>quassem<br />
aos critérios <strong>de</strong> inclusão, (<strong>de</strong>scritos a seguir), foram preenchidos os formulários<br />
conforme constam no Anexo 2.<br />
PROTOCOLO DE INCLUSÃO DE PACIENTES<br />
1) Ida<strong>de</strong>: 20 – 60 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
2)Ausência <strong>de</strong> doença sistêmica <strong>de</strong>bilitante (diabetes, hipertensão arterial, hematopatias,<br />
neuropatia ou distúrbios psiquiátricos).<br />
3) Acuida<strong>de</strong> Visual: 20/20 pela tabela <strong>de</strong> Snellen e com correção refracional entre +6,00<br />
e –6,00 esférico e cilindro até –4,00.<br />
4) Pressão ocular menor que 20 mmHg.<br />
5) Ausência <strong>de</strong> doença ou alteração oftalmológica: catarata, glaucoma, ceratopatias,<br />
uveítes, retinopatia ou neuropatia óptica evi<strong>de</strong>ntes ou clínica-oftalmoscopicamente<br />
i<strong>de</strong>ntificável, ou seja, exame oftalmológico <strong>de</strong>ntro da normalida<strong>de</strong>.<br />
6) Ausência <strong>de</strong> discromatopsia congênita i<strong>de</strong>ntificável em teste <strong>de</strong>rivado do Ishirara.7)<br />
7) Não usuários <strong>de</strong> drogas sabidamente causadoras <strong>de</strong> discromatopsias como:<br />
cloranfenicol, cloroquina, digoxinas, etambutol, aminoglicosí<strong>de</strong>os em geral, sais <strong>de</strong><br />
ferro, quinino, estreptomicina, tetraciclina, vitamina A e D e corticostói<strong>de</strong>s.
61<br />
.O exame oftalmológico seguiu os seguintes itens:<br />
4.1 Exame Oftalmológico<br />
1) Refração com refrator TOPCON mo<strong>de</strong>lo VT 10, após retinoscopia com retinoscópio<br />
manual Welch-Allyn, dinâmica bilateral.<br />
2) Acuida<strong>de</strong> Visual medida com projeção <strong>de</strong> optotipos <strong>de</strong> Snellen a 6 metros do<br />
examinado, por projetor SHIN NIPPON mo<strong>de</strong>lo CP 30.<br />
3) Avaliação estrabológica sumária (cover, versões).<br />
4) Investigação dos reflexos pupilares aferentes e eferentes com fonte luminosa do<br />
retinoscópio acima <strong>de</strong>scrito.<br />
5) Avaliação cromática com teste <strong>de</strong>rivados das tábuas <strong>de</strong> Ishihara, bilateral com<br />
correção para perto.<br />
6) Biomicroscopia do segmento anterior em lâmpada <strong>de</strong> fenda TOPCON mo<strong>de</strong>lo SL<br />
2ED.<br />
7) Tonometria <strong>de</strong> aplanação sob anestesia tópica com Propacaína colírio e bastonete <strong>de</strong><br />
fluoresceína aplicado no fundo <strong>de</strong> saco conjuntival, com tonômetro Haag-Streit.
62<br />
8) Biomicroscopia <strong>de</strong> fundus e vítreo indireta, com lente Volk 78 D em lâmpada <strong>de</strong><br />
fenda Topcon, após midríase.<br />
9) Oftalmoscopia binocular indireta após midríase medicamentosa com Tropicamida<br />
colírio, com oftalmoscópio Welch-Allyn e lente Volk asférica <strong>de</strong> 20D.<br />
10) Teste <strong>de</strong> visão cromática.<br />
11) Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
4.2 Teste <strong>de</strong> Visão Cromática<br />
Após o exame oftalmológico completo <strong>de</strong> acordo com protocolo <strong>de</strong>scrito<br />
anteriormente, os dois grupos examinados (caso e controle), tendo preenchido todas as<br />
exigências para inclusão no trabalho, retornaram à clínica para realização dos testes<br />
cromáticos.<br />
Os testes <strong>de</strong> visão cromática foram realizados em sala clara, com fonte<br />
<strong>de</strong> iluminação constante e uniforme.<br />
As ametropias foram corrigidas com lentes monofocais, bifocais ou<br />
multifocais incolores próprias do examinado ou montadas em armação <strong>de</strong> prova.<br />
Para realização dos testes, foi utilizado fundo preto fosco para disposição<br />
das pranchas e pastilhas sobre uma mesa. O examinado sentou-se à frente dos testes,
63<br />
com fonte luminosa <strong>de</strong> luz fluorescente tipo “luz do dia”, fabricada pela Phillips do<br />
Brasil, com luminância <strong>de</strong> 6.500 graus Kelvin instalada à frente e ao nível da sua cabeça<br />
e a 90 graus das pastilhas.<br />
A intensida<strong>de</strong> da iluminação é um fator importante e cada teste tem seu<br />
nível ótimo <strong>de</strong> iluminação. A regra geral é que esta <strong>de</strong>va ser duas ou três vezes o limite<br />
superior da visão mesópica, que é o nível <strong>de</strong> luminância do campo visto com 10<br />
can<strong>de</strong>las por metro quadrado com pupila dinâmica (cd/m2). Dentro dos padrões da<br />
Comission Internationale d’Eclairage, a iluminação padrão <strong>de</strong> 6.500 K e 6.700 K é<br />
aplicável para testes pigmentárioes <strong>de</strong> discriminação e <strong>de</strong> comparação.<br />
Nos examinados do sexo masculino, aplicou-se inicialmente um teste<br />
<strong>de</strong>rivado das placas pseudoisocromáticas <strong>de</strong> Ishihara, elaborado pela Merch Sharp<br />
Dome com colaboração do Dr. Paulo Imamura, como critério <strong>de</strong> triagem inicial (critério<br />
<strong>de</strong> inclusão e exclusão) dos pacientes e controles, uma vez que i<strong>de</strong>ntifica principalmente<br />
discromatopsias tipo congênita com alto valor preditivo negativo, <strong>de</strong> acordo com o<br />
autor.<br />
A seguir, o teste <strong>de</strong>rivado do Farnsworth 100-Hue, Roth 28 foi aplicado<br />
para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos adquiridos na visão cromática (alta sensibilida<strong>de</strong> e<br />
especificida<strong>de</strong> para discromatopsias em todos os eixos cromáticos). E finalmente foi<br />
utilizado foi o D-15 <strong>de</strong> Lanthony <strong>de</strong>ssaturado, método <strong>de</strong> comparação,<br />
reconhecidamente <strong>de</strong> maior sensibilida<strong>de</strong> para discromatopsia adquirida subclínica ou<br />
frusta, <strong>de</strong>vido à baixa saturação e alto brilho impressos nas cores das pastilhas,<br />
conforme figura 9.
64<br />
FIGURA 9 – Realização do teste cromático com padronização <strong>de</strong> parâmetros.<br />
4.2.1 Teste <strong>de</strong> Ishihara<br />
O exame foi explicado antes <strong>de</strong> ser iniciado nos indivíduos do sexo<br />
masculino, já que o tipo <strong>de</strong> herança para discromatopsia congênita está ligado ao<br />
cromossomo X, po<strong>de</strong>ndo ser o sexo feminino portador do <strong>de</strong>feito numa frequência<br />
menor que 0,3% <strong>de</strong> acordo com a literatura estudada.<br />
Um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>rivado do teste Ishirara foi adotado como padrão <strong>de</strong><br />
seleção dos <strong>de</strong>feitos cromáticos do tipo congênito por ser sensível e específico para<br />
<strong>de</strong>tecção das discromatopsias congênitas do tipo protan e <strong>de</strong>utan, que são as formas<br />
mais freqüentes.
65<br />
Erro <strong>de</strong> resposta ou dúvida que se repetisse durante o exame foram<br />
critério <strong>de</strong> exclusão do examinado da amostra. Dois indivíduos masculinos previamente<br />
triados foram excluídos nesta etapa da coleta <strong>de</strong> dados, sendo ambos masculinos e um<br />
do grupo caso e outro do grupo controle.<br />
O exame foi realizado utilizando-se 7 placas contendo letras. A<br />
disposição <strong>de</strong>stas e a leitura do resultado seguem tabela abaixo, conforme folha <strong>de</strong><br />
aplicação do teste, na figura 10. Este teste tem índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> 85% dos<br />
discromatas tipo protan e <strong>de</strong>utan. Nenhum outro exame é mais específico para distinção<br />
<strong>de</strong> formas congênitas protan-<strong>de</strong>utan.
66<br />
FIGURA 10 – Pranchas <strong>de</strong> Ishihara (exemplo <strong>de</strong> 2<br />
tábuas) e Tabela para sua<br />
interpretação.<br />
4.2.2 Teste Panel D-28 <strong>de</strong> Roth<br />
Idênticas condições <strong>de</strong> iluminação e posicionamento dos examinados,<br />
<strong>de</strong>scritas anteriormente para o teste com placas pseudoisocromáticas, foram mantidas.
67<br />
O Teste D-28 <strong>de</strong> Roth é um exame qualitativo,que <strong>de</strong>rivou-se do teste<br />
100 Hue <strong>de</strong> Farnsworth, do Atlas <strong>de</strong> Munsell, composto por pastilhas <strong>de</strong> baquelite<br />
pretas coloridas na superfície em sua face superior, e numeradas na face inferior para<br />
leitura do teste. Uma das pastilhas fica fixa como referência.<br />
A superfície colorida é granulada para manutenção das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
coloração em qualquer ângulo <strong>de</strong> visão. Isso torna as pastilhas vulneráveis a dano da<br />
impressão cromática ao toque digital.<br />
Após a montagem das pastilhas na caixa pelo examinado, esta é fechada<br />
e invertida para leitura e análise do resultado. As respostas são transpostas para um<br />
gráfico circular, conforme mostrado na figura 11.<br />
FIGURA 11 – Teste <strong>de</strong> Roth 28, <strong>de</strong>rivado do Farnswoth-Munssel 100 HUE e Gráfico para montagem do<br />
resultado.
68<br />
São consi<strong>de</strong>rados os índices <strong>de</strong> erros para análise comparativa entre os<br />
examinados. Nenhuma troca <strong>de</strong> pastilha correspon<strong>de</strong> a exame normal e inversões<br />
pequenas indicam discriminação normal baixa ou lapsos <strong>de</strong> atenção.<br />
4.2.3 Teste D-15 <strong>de</strong> Lanthony Dessaturado<br />
Constituído <strong>de</strong> 15 pastilhas <strong>de</strong> baquelite como as <strong>de</strong>scritas anteriormente,<br />
modificadas a partir do teste D-15 <strong>de</strong> Lanthony (1975), tem uma das pastilhas fixa na<br />
extremida<strong>de</strong> como ponto <strong>de</strong> referência.<br />
A saturação cromática foi reduzida para 2 e o brilho aumentado para 8 (o<br />
original possui saturação 5 e brilho 5). Estas modificações objetivam <strong>de</strong>tectar formas<br />
subclínicas, frustas <strong>de</strong> distúrbio cromático não <strong>de</strong>tectadas nos exames anteriores, já que<br />
nas discromatopsias adquiridas há perda gradual na sensibilida<strong>de</strong> para percepção da<br />
saturação das cores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as fases precoces (URBANO, 1976).<br />
As pastilhas são alinhadas pelos examinados e a seguir o resultado<br />
transposto para um círculo, buscando um eixo cromático <strong>de</strong> confusão e analisando erros<br />
na disposição das pastilhas para comparação do índice <strong>de</strong> erros. A figura 12 mostra o<br />
teste <strong>de</strong> Lanthony e o gráfico para transposição dos resultados.
69<br />
FIGURA 12 – Teste <strong>de</strong> Lanthony e Gráfico para montagem do resultado.<br />
Também para o teste <strong>de</strong> Lanthony utilizou-se o índice <strong>de</strong> erros (número<br />
<strong>de</strong> trocas <strong>de</strong> pastilhas cometidas durante o teste) e a seguir, foram analisados os tipos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>feitos para cada caso e controle.<br />
4.3 Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> ao Contraste<br />
A medida da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste foi realizada com aparelho Optec<br />
3000 da Stereo Optical, com programa “Functional Acuity Contrast Tester”. Este nos<br />
oferece os seguintes recursos: Medidas <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> da população normal para a<br />
situação apresentada, expressa em gráficos <strong>de</strong> fácil compreensão; guia para acuida<strong>de</strong><br />
equivalente ao teste <strong>de</strong> Snellen; sensibilida<strong>de</strong> ao contraste para visão <strong>de</strong> perto e longe.
70<br />
Um <strong>de</strong>senho reproduzindo os padrões das listas foi mostrado aos casos e<br />
controles para orientação da resposta durante o exame. Os examinados foram<br />
familiarizados e com a disposição das gra<strong>de</strong>s senoidais <strong>de</strong>ntro do aparelho e suas<br />
posições durante teste <strong>de</strong> “apresentação” para duas freqüências espaciais. Somente após<br />
este procedimento iniciou-se o teste com valida<strong>de</strong>.<br />
Dentro do aparelho há 5 freqüências espaciais representadas pelas letras:<br />
A, igual a 1,5 ciclos por grau; B, igual a 3,0 ciclos por grau; C, 6 ciclos por grau; D, 12<br />
ciclos por grau; E, igual a 18 ciclos <strong>de</strong> grau. Para cada freqüência, 9 níveis <strong>de</strong> contraste<br />
são apresentados. O contraste aumenta em cada gra<strong>de</strong> da direita para a esquerda 0,12<br />
unida<strong>de</strong>s logaritmicas e as barras variam em posição: inclinada 15 graus para direita ou<br />
esquerda e vertical. Na figura 13 vê-se o aparelho, o posicionamento do paciente e o<br />
gráfico para plotagem dos resultados.
71<br />
FIGURA 13 – Aparelho Optec 3000 e gra<strong>de</strong> para montagem dos resultados do teste<br />
retirada do manual <strong>de</strong> instruções do dito aparelho.<br />
A freqüência 1,5 cpg tem correspondência com a região neural. As freqüências 3 e<br />
12 cpg com o nervo óptico e camada <strong>de</strong> fibras nervosas, e as 12 e 18 cpg com a<br />
mácula.
72<br />
Durante o teste os examinados posicionam a cabeça <strong>de</strong> forma a manter o<br />
painel aceso. Quando necessário usavam lentes <strong>de</strong> contato, óculos com lentes incolores<br />
próprias ou montadas em armação <strong>de</strong> prova.<br />
A tela interna do aparelho possui iluminação uniforme que é calibrada<br />
cada vez que este é ligado. O indivíduo <strong>de</strong>veria informar a orientação das barras que<br />
fosse capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar. O limiar para leitura do resultado foi <strong>de</strong>finido como o<br />
contraste <strong>de</strong>tectado antes da primeira resposta errada ou não <strong>de</strong>tectada, em cada<br />
freqüência espacial.<br />
O aparelho foi ajustado para reproduzir uma distância corrigida <strong>de</strong> 6<br />
metros. O teste foi realizado com um olho <strong>de</strong> cada vez. Apenas um examinador realizou<br />
o teste em todos os indivíduos.<br />
Os dados coletados dos examinados foram montados em um gráfico para<br />
interpretação dos resultados (Anexo 4.). Neste estão <strong>de</strong>monstradas três áreas <strong>de</strong><br />
freqüências espaciais diferentes e suas principais correspondências anatômicofuncionais.<br />
4.4 Metodologia Estatística<br />
Para análise <strong>de</strong>scritiva dos dados, foram utilizadas as estatísticas<br />
<strong>de</strong>scritivas média e <strong>de</strong>svio-padrão (para as variáveis numéricas – ida<strong>de</strong> e CD4+) e<br />
percentil 25, mediana e percentil 75 (para as variáveis ordinais – resultados dos testes).
73<br />
Variáveis ordinais (ou com nível ordinal <strong>de</strong> mensuração) são aquelas tais que envolvem<br />
dados que po<strong>de</strong>m ser dispostos em alguma or<strong>de</strong>m, mas as diferenças entre os valores<br />
não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas ou não têm sentido.<br />
Exemplo:<br />
a) classificar em excelente, bom e mau;<br />
b) em uma competição um atleta é 3 o . e o outro é 7 o .<br />
Ou seja, o que vale é a or<strong>de</strong>nação e não o valor da diferença.<br />
Ainda com relação à <strong>de</strong>scrição dos dados, foram utilizados gráficos <strong>de</strong><br />
barras e gráficos tipo “box-plot” (também chamados diagramas <strong>de</strong> caixas). A partir<br />
<strong>de</strong>stas análises, foram traçadas as hipóteses.<br />
Mann-Whitney.<br />
Para o teste <strong>de</strong> hipóteses, foi selecionado o Teste Não-Paramétrico <strong>de</strong><br />
Este teste é uma alternativa ao teste paramétrico t – este exige que a<br />
população <strong>de</strong> on<strong>de</strong> provém a amostra tenha distribuição normal e variáveis numéricas –<br />
e as únicas suposições para aplicação do teste são:<br />
a) Ter duas amostras in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<br />
b) A hipótese nula <strong>de</strong> que os dados provêm da mesma distribuição;<br />
c) O teste <strong>de</strong> postos po<strong>de</strong> ser utilizado a dados no nível ordinal <strong>de</strong><br />
mensuração, tais como dados que consistem em postos.
74<br />
RESULTADOS
75<br />
5 RESULTADOS<br />
Foram estudados 96 olhos <strong>de</strong> 48 indivíduos entre março <strong>de</strong> 2001 e<br />
janeiro <strong>de</strong> 2002. Após triagem pelos critérios <strong>de</strong> inclusão apresentados e exames<br />
oftalmológicos completos, passou-se à avaliação da visão cromática e teste <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
O <strong>de</strong>senho do estudo foi observacional, seccional, aleatorizado a partir da<br />
numeração dos prontuários, comparando dois grupos, um <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> HIV dito<br />
“caso” e outro <strong>de</strong> não portadores do HIV, dito “controle”.<br />
A <strong>de</strong>scrição das amostras por grupos (controle e caso), <strong>de</strong> acordo com as<br />
variáveis, encontra-se nas Tabelas 2 e 3.
TABELA 2<br />
Distribuição <strong>de</strong> resultados das variáveis do grupo-controle<br />
Controle Sexo Ida<strong>de</strong> Roth28<br />
OD<br />
Roth28<br />
OE<br />
Dessat<br />
OD<br />
Dessat<br />
OE<br />
FreqA<br />
OD<br />
FreqA<br />
OE<br />
FreqB<br />
OD<br />
FreqB<br />
OE<br />
FreqC<br />
OD<br />
FreqC<br />
OE<br />
FreqD<br />
OD<br />
FreqD<br />
OE<br />
FreqE<br />
OD<br />
FreqE<br />
OE<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
11<br />
12<br />
13<br />
14<br />
15<br />
16<br />
17<br />
18<br />
19<br />
20<br />
21<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
M<br />
35<br />
44<br />
30<br />
17<br />
27<br />
44<br />
21<br />
47<br />
27<br />
28<br />
20<br />
57<br />
24<br />
17<br />
40<br />
29<br />
20<br />
18<br />
33<br />
37<br />
26<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
6<br />
6<br />
0<br />
-<br />
0<br />
10<br />
0<br />
2<br />
0<br />
6<br />
0<br />
2<br />
0<br />
4<br />
0<br />
0<br />
2<br />
0<br />
2<br />
0<br />
6<br />
0<br />
7<br />
0<br />
-<br />
-<br />
3<br />
0<br />
0<br />
2<br />
7<br />
4<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
4<br />
0<br />
2<br />
6<br />
0<br />
-<br />
0<br />
7<br />
2<br />
4<br />
4<br />
9<br />
4<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
2<br />
2<br />
4<br />
4<br />
9<br />
0<br />
-<br />
-<br />
8<br />
0<br />
0<br />
0<br />
7<br />
2<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
5<br />
6<br />
6<br />
5<br />
9<br />
6<br />
6<br />
6<br />
8<br />
6<br />
8<br />
5<br />
6<br />
8<br />
9<br />
6<br />
6<br />
6<br />
5<br />
7<br />
4<br />
5<br />
6<br />
6<br />
6<br />
9<br />
7<br />
8<br />
6<br />
6<br />
6<br />
-<br />
5<br />
6<br />
8<br />
9<br />
6<br />
6<br />
6<br />
5<br />
7<br />
5<br />
7<br />
6<br />
8<br />
8<br />
4<br />
8<br />
7<br />
8<br />
9<br />
6<br />
8<br />
6<br />
8<br />
8<br />
8<br />
6<br />
6<br />
6<br />
7<br />
7<br />
6<br />
6<br />
6<br />
7<br />
7<br />
7<br />
6<br />
9<br />
6<br />
7<br />
7<br />
-<br />
6<br />
7<br />
7<br />
8<br />
8<br />
9<br />
6<br />
7<br />
7<br />
7<br />
8<br />
6<br />
8<br />
6<br />
5<br />
7<br />
8<br />
9<br />
8<br />
8<br />
7<br />
6<br />
8<br />
4<br />
9<br />
8<br />
6<br />
6<br />
7<br />
7<br />
6<br />
7<br />
6<br />
8<br />
6<br />
6<br />
7<br />
9<br />
7<br />
8<br />
7<br />
-<br />
8<br />
9<br />
9<br />
9<br />
7<br />
7<br />
7<br />
7<br />
7<br />
6<br />
6<br />
6<br />
7<br />
6<br />
4<br />
5<br />
8<br />
7<br />
8<br />
7<br />
5<br />
6<br />
7<br />
7<br />
9<br />
6<br />
6<br />
4<br />
6<br />
6<br />
4<br />
6<br />
5<br />
9<br />
6<br />
6<br />
6<br />
7<br />
6<br />
6<br />
7<br />
-<br />
7<br />
6<br />
6<br />
9<br />
6<br />
6<br />
6<br />
6<br />
6<br />
6<br />
6<br />
5<br />
5<br />
6<br />
3<br />
4<br />
6<br />
8<br />
6<br />
8<br />
4<br />
5<br />
5<br />
7<br />
8<br />
5<br />
4<br />
3<br />
5<br />
4<br />
4<br />
4<br />
2<br />
7<br />
6<br />
4<br />
5<br />
9<br />
5<br />
7<br />
7<br />
-<br />
5<br />
6<br />
9<br />
9<br />
4<br />
5<br />
6<br />
5<br />
4<br />
5<br />
Roth 28 e DESSAT resultado dado pelo número <strong>de</strong> trocas <strong>de</strong> pastilhas durante os teses<br />
- indica olho não testado
77<br />
TABELA 3<br />
Distribuição <strong>de</strong> resultados das variáveis do grupo-caso<br />
Casos<br />
Sexo<br />
Ida<strong>de</strong><br />
Roth28<br />
OD<br />
Roth28<br />
OE<br />
Dessat<br />
OD<br />
Dessat<br />
OE<br />
CD4+<br />
Drogas<br />
FreqA<br />
OD<br />
FreqA<br />
OE<br />
FreqB<br />
OD<br />
FreqB<br />
OE<br />
FreqC<br />
OD<br />
FreqC<br />
OE<br />
FreqD<br />
OD<br />
FreqD<br />
OE<br />
FreqE<br />
OD<br />
FreqE<br />
OE<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
11<br />
12<br />
13<br />
14<br />
15<br />
16<br />
17<br />
18<br />
19<br />
20<br />
21<br />
22<br />
23<br />
24<br />
25<br />
26<br />
27<br />
28<br />
29<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
M<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
F<br />
36<br />
40<br />
26<br />
40<br />
33<br />
34<br />
30<br />
33<br />
34<br />
36<br />
33<br />
31<br />
29<br />
46<br />
31<br />
30<br />
35<br />
42<br />
31<br />
34<br />
58<br />
38<br />
26<br />
35<br />
25<br />
28<br />
28<br />
18<br />
21<br />
2<br />
2<br />
1<br />
3<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
2<br />
0<br />
0<br />
2<br />
0<br />
2<br />
6<br />
0<br />
0<br />
2<br />
0<br />
12<br />
4<br />
2<br />
0<br />
2<br />
-<br />
0<br />
6<br />
0<br />
0<br />
4<br />
11<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
4<br />
0<br />
2<br />
2<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
5<br />
2<br />
4<br />
9<br />
2<br />
0<br />
-<br />
2<br />
0<br />
2<br />
2<br />
5<br />
0<br />
8<br />
2<br />
3<br />
3<br />
2<br />
5<br />
4<br />
0<br />
6<br />
4<br />
5<br />
0<br />
3<br />
9<br />
5<br />
2<br />
8<br />
4<br />
9<br />
15<br />
0<br />
0<br />
0<br />
-<br />
2<br />
0<br />
9<br />
3<br />
0<br />
10<br />
0<br />
0<br />
0<br />
2<br />
2<br />
2<br />
0<br />
14<br />
0<br />
5<br />
0<br />
3<br />
11<br />
0<br />
2<br />
10<br />
6<br />
8<br />
9<br />
6<br />
0<br />
-<br />
0<br />
0<br />
8<br />
239<br />
391<br />
230<br />
330<br />
880<br />
226<br />
350<br />
600<br />
25<br />
228<br />
250<br />
207<br />
941<br />
234<br />
320<br />
55<br />
234<br />
53<br />
405<br />
929<br />
133<br />
872<br />
144<br />
644<br />
640<br />
580<br />
333<br />
PI+NNRTI<br />
PI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+PI<br />
S/<br />
NRTI+NNRTI<br />
+PI<br />
NRTI+NNRTI<br />
+PI<br />
S/<br />
NRTI+PI<br />
S/<br />
S/<br />
NRTI+NNRTI<br />
+PI<br />
S/<br />
NRTI+PI<br />
NRTI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+NNRTI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+NNRTI<br />
NRTI+Viracept<br />
NRTI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+PI<br />
NRTI+PI<br />
S/<br />
S/<br />
4<br />
6<br />
7<br />
6<br />
6<br />
4<br />
6<br />
2<br />
6<br />
9<br />
7<br />
6<br />
7<br />
6<br />
9<br />
6<br />
4<br />
3<br />
4<br />
7<br />
8<br />
6<br />
6<br />
9<br />
9<br />
8<br />
-<br />
6<br />
6<br />
6<br />
5<br />
7<br />
6<br />
6<br />
5<br />
9<br />
2<br />
6<br />
8<br />
6<br />
6<br />
5<br />
6<br />
7<br />
6<br />
6<br />
5<br />
5<br />
6<br />
6<br />
6<br />
5<br />
9<br />
6<br />
-<br />
8<br />
6<br />
5<br />
4<br />
6<br />
8<br />
9<br />
9<br />
6<br />
6<br />
4<br />
8<br />
9<br />
8<br />
6<br />
8<br />
6<br />
6<br />
8<br />
6<br />
4<br />
7<br />
8<br />
9<br />
9<br />
6<br />
7<br />
8<br />
7<br />
-<br />
7<br />
3<br />
7<br />
6<br />
8<br />
9<br />
9<br />
6<br />
7<br />
5<br />
8<br />
8<br />
7<br />
7<br />
8<br />
6<br />
8<br />
6<br />
6<br />
6<br />
8<br />
8<br />
7<br />
8<br />
6<br />
6<br />
7<br />
-<br />
7<br />
7<br />
1<br />
4<br />
5<br />
8<br />
9<br />
9<br />
6<br />
9<br />
4<br />
8<br />
9<br />
8<br />
6<br />
8<br />
6<br />
7<br />
7<br />
4<br />
4<br />
6<br />
9<br />
6<br />
8<br />
5<br />
5<br />
8<br />
8<br />
-<br />
7<br />
1<br />
6<br />
6<br />
7<br />
8<br />
8<br />
6<br />
9<br />
6<br />
8<br />
9<br />
6<br />
8<br />
8<br />
6<br />
6<br />
6<br />
8<br />
6<br />
8<br />
8<br />
7<br />
8<br />
5<br />
5<br />
9<br />
-<br />
8<br />
9<br />
0<br />
2<br />
4<br />
7<br />
7<br />
7<br />
5<br />
7<br />
3<br />
7<br />
9<br />
6<br />
5<br />
8<br />
5<br />
7<br />
6<br />
6<br />
3<br />
6<br />
9<br />
6<br />
7<br />
3<br />
6<br />
6<br />
6<br />
-<br />
4<br />
1<br />
4<br />
6<br />
7<br />
6<br />
6<br />
5<br />
7<br />
4<br />
7<br />
9<br />
6<br />
7<br />
6<br />
5<br />
5<br />
7<br />
7<br />
4<br />
8<br />
6<br />
5<br />
6<br />
3<br />
4<br />
7<br />
-<br />
6<br />
6<br />
0<br />
0<br />
3<br />
6<br />
7<br />
7<br />
4<br />
7<br />
4<br />
7<br />
9<br />
5<br />
5<br />
7<br />
4<br />
7<br />
7<br />
5<br />
3<br />
5<br />
8<br />
4<br />
7<br />
3<br />
5<br />
7<br />
5<br />
-<br />
4<br />
0<br />
0<br />
4<br />
6<br />
5<br />
5<br />
5<br />
5<br />
3<br />
7<br />
9<br />
5<br />
6<br />
7<br />
4<br />
5<br />
5<br />
7<br />
4<br />
7<br />
6<br />
5<br />
6<br />
4<br />
5<br />
7<br />
-<br />
5<br />
4<br />
0<br />
Legenda: - Olho não testado<br />
PI = inibidor <strong>de</strong> protease; NRTI: inibidor nucleosí<strong>de</strong>o da transcriptase reversa; NNRTI: inibidor não nucleosídio da transcriptase reversa; s/sem medição
TABELA 4<br />
Estatísticas <strong>de</strong>scritivas das variáveis – Grupo Controle<br />
N Mínimo Máximo Média<br />
Desvio<br />
Padrão<br />
IDADE 40 17,00 57,00 30,6500 11,13680<br />
ROTH28 40 ,00 10,00 2,0750 2,89462<br />
DESSAT 38 ,00 9,00 1,7368 2,67808<br />
FREQA 41 4,00 9,00 6,3659 1,27977<br />
FREQB 41 4,00 9,00 7,0000 1,04881<br />
FREQC 41 4,00 9,00 7,1707 1,18115<br />
FREQD 41 4,00 9,00 6,2927 1,16713<br />
FREQE 41 2,00 9,00 5,4878 1,69000<br />
Estatísticas<br />
IDADE ROTH28 DESSAT FREQA FREQB FREQC FREQD FREQE<br />
N Válidos 40 40 38 41 41 41 41 41<br />
Não válidos 2 2 4 1 1 1 1 1<br />
Mediana 28,0000 ,0000 ,0000 6,0000 7,0000 7,0000 6,0000 5,0000<br />
Percentil 25 20,2500 ,0000 ,0000 6,0000 6,0000 6,0000 6,0000 4,0000<br />
50 28,0000 ,0000 ,0000 6,0000 7,0000 7,0000 6,0000 5,0000<br />
75 39,2500 4,0000 4,0000 7,0000 8,0000 8,0000 7,0000 6,5000<br />
A tabela 4 apresenta o número total <strong>de</strong> olhos do grupo controle e a<br />
relação das variáveis: teste cromático Roth 28 e D15 Dessaturado com seus números <strong>de</strong><br />
erros mínimo, máximo, médio e <strong>de</strong>svio padrão, e teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste com<br />
<strong>de</strong>scrição dos resultados para cada freqüência espacial. Na seqüência, a tabela<br />
estabelece os percentis 25, 50 e 75 para cada uma das variáveis.<br />
As curvas dos percentis 25 e 75 para o teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste<br />
nas 5 freqüências espaciais para o grupo controle estão apresentadas no Gráfico 2.
79<br />
Percentil 25<br />
Percentil 75<br />
FREQA FREQB FREQC FREQD FREQE<br />
GRÁFICO 2 – Grupo controle, formato das curvas correspon<strong>de</strong>ntes aos<br />
percentis 25 e 75, comparativas ao gráfico padrão do<br />
Optec 3000.<br />
Os gráficos <strong>de</strong> barras 3, 4 mostram as distribuições por freqüência das<br />
variáveis para os testes Roth 28 e D-15 <strong>de</strong>ssaturado.
Frequencia<br />
80<br />
ROTH28<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
2,00<br />
4,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
9,00<br />
10,00<br />
ROTH28<br />
Índice <strong>de</strong> erros<br />
GRÁFICO 3 – Distribuição por freqüência no grupo-controle dos índices<br />
<strong>de</strong> erros no teste cromático Roth-28.<br />
No gráfico 3 po<strong>de</strong>-se ver que predominantemente o número <strong>de</strong> erros foi<br />
zero ou próximo <strong>de</strong> zero ou seja, média e mediana iguais a zero (apenas pequenas trocas<br />
<strong>de</strong> posições na or<strong>de</strong>m das pastilhas durante o teste). O <strong>de</strong>feito predominante foram as<br />
trocas periféricas <strong>de</strong> pastilhas, não caracterizando <strong>de</strong>feito específico em eixo ou eixos<br />
cromáticos <strong>de</strong>terminados.
Frequencia<br />
81<br />
30<br />
DESSAT<br />
20<br />
10<br />
0<br />
,00 2,00<br />
DESSAT<br />
3,00<br />
4,00<br />
6,00 7,00 8,00 9,00<br />
Índice <strong>de</strong> erros<br />
Dessat = D15 <strong>de</strong>ssaturado<br />
GRÁFICO 4 – Distribuição do índice <strong>de</strong> erros no teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado,<br />
por freqüência, no grupo controle.<br />
Também no teste <strong>de</strong>ssaturado para o grupo controle houve um<br />
predomínio <strong>de</strong> apenas pequenas trocas periféricas, com média igual a 1,7 e mediana<br />
igual a zero.<br />
A partir daqui vêem-se os gráficos com as <strong>de</strong>sempenhos dos controles<br />
nas cinco frequências espaciais do teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste
Frequencia<br />
82<br />
30<br />
FREQA<br />
20<br />
10<br />
0<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQA<br />
FREQA = frequência A ou 1,5 ciclos/grau<br />
GRÁFICO 5 – Resultado do TSC, freqüência 1,5 ciclos/grau, no grupo<br />
controle.
Frequencia<br />
Frequencia<br />
83<br />
16<br />
FREQB<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
4,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQB<br />
FREQB = frequência 3<br />
ciclos/grau<br />
GRÁFICO 6 – Resultado na freqüência 3 ciclos/grau, distribuído por<br />
freqüência no grupo controle.<br />
14<br />
FREQC<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQC<br />
FREQC = frequência 6<br />
ciclos/grau<br />
GRÁFICO 7 – Resultado na freqüência 6 ciclos/grau para o grupo<br />
controle.
Frequencia<br />
Frequencia<br />
84<br />
30<br />
FREQD<br />
20<br />
10<br />
0<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQD<br />
FREQD = frequência 12 ciclos/grau<br />
GRÁFICO 8 – Distribuição dos resultados na freqüência 12 ciclos/grau<br />
para o grupo controle.<br />
14<br />
FREQE<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
2,00<br />
3,00<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQE<br />
FREQE = frequência 18 ciclos/grau<br />
GRÁFICO 9 – Distribuição dos resultados na freqüência 18 ciclos/grau<br />
para o grupo controle.
85<br />
Os gráficos 5, 6, 7, 8 e 9 mostram as distribuições por freqüência das<br />
variáveis FREQA, FREQB, FREQC, FREQD, FREQE do teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao<br />
contraste. A partir <strong>de</strong>stes resultados e suas distribuições pô<strong>de</strong>-se traçar as curvas <strong>de</strong><br />
percentis do grupo controle (gráfico 2), que será sobreposta às curvas do caso (gráfico<br />
10). As médias e medianas foram respectivamente para cada freqüência iguais: FREQ A<br />
6,36 e 6, FREQ B 7 e 7, FREQ C 7 e 7 , FREQ D 6 e 6 e FREQ E 5,5 e 5.<br />
TABELA 5<br />
Estatística <strong>de</strong>scritiva das variáveis para o grupo-caso<br />
N Mínimo Máximo Média Desvio<br />
Padrão<br />
IDADE 56 18,00 58,00 33,1429 7,75401<br />
ROTH28 56 ,00 12,00 1,6964 2,72310<br />
DESSAT 56 ,00 15,00 3,8929 3,90654<br />
CD4+ 54 25,00 941,00 387,8889 273,07492<br />
FREQA 56 2,00 9,00 6,1071 1,59178<br />
FREQB 56 1,00 9,00 6,8571 1,60032<br />
FREQC 56 ,00 9,00 6,7500 1,92826<br />
FREQD 56 ,00 9,00 5,6607 1,84171<br />
FREQE 56 ,00 9,00 5,1071 2,03317<br />
Tabela 5 com resultados dos testes e variáveis ida<strong>de</strong> e CD4+, estabelecendo médias e<br />
<strong>de</strong>svios padrões.<br />
IDADE ROTH28 DESSAT CD4+ FREQA FREQB FREQC FREQD FREQE<br />
N Válidos 56 56 56 54 56 56 56 56 56<br />
Não válidos 2 2 2 4 2 2 2 2 2<br />
Mediana 33,0000 ,0000 3,0000 320,0000 6,0000 7,0000 7,0000 6,0000 5,0000<br />
Percentis 25 28,2500 ,0000 ,0000 226,0000 5,2500 6,0000 6,0000 5,0000 4,0000<br />
50 33,0000 ,0000 3,0000 320,0000 6,0000 7,0000 7,0000 6,0000 5,0000<br />
75 36,0000 2,0000 6,0000 600,0000 7,0000 8,0000 8,0000 7,0000 7,0000<br />
Descrição dos percentis para cada uma das variáveis.<br />
Nesta parte da tabela <strong>de</strong>terminou-se a mediana para cada variável,<br />
estabelecendo-se os percentis 25,50 e 75.
Frequencia<br />
86<br />
Percentil 25<br />
Percentil 75<br />
FREQA FREQB FREQC FREQD FREQE<br />
GRÁFICO 10 – Curva dos percentis 25 e 75 no teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste para as 5<br />
freqüências. Grupo-caso – índice corrigido (comparativo ao formato da<br />
gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados do aparelho Optec 3000).<br />
Distribuições por freqüência das variáveis no grupo-caso.<br />
Este gráfico mostra esboço das curvas <strong>de</strong> percentis 25 e 75 no grupo caso<br />
para os resultados do teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.<br />
40<br />
SEXO<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
fem<br />
masc<br />
SEXO<br />
GRÁFICO 11 – Distribuição por sexo dos indivíduos do grupo-caso.
Frequencia<br />
87<br />
Distribuição homogênea <strong>de</strong> indivíduos femininos e masculinos no grupo<br />
caso.<br />
40<br />
ROTH28<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
2,00 4,00 6,00 11,00<br />
1,00 3,00 5,00 9,00 12,00<br />
ROTH28<br />
Nº <strong>de</strong> erros<br />
GRÁFICO 12 – Distribuição por freqüência no grupo-caso dos erros no<br />
teste Roth 28.<br />
Neste gráfico po<strong>de</strong>-se notar que há predomínio <strong>de</strong> pequeno número <strong>de</strong><br />
erros no teste Roth 28 para o grupo caso, entretanto há um importante número <strong>de</strong><br />
indivíduos com resultados discrepantes, ou seja, com número <strong>de</strong> erros mais distantes da<br />
mediana zero. Mediana igual a zero e média igual a dois.
Frequencia<br />
88<br />
20<br />
DESSAT<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
3,00 5,00 8,00 10,00 14,00<br />
2,00 4,00 6,00 9,00 11,00 15,00<br />
DESSAT<br />
DESSAT = teste <strong>de</strong>ssaturado D15 <strong>de</strong> Lanthony.<br />
Nº <strong>de</strong> erros<br />
GRÁFICO 13 – Distribuição do número <strong>de</strong> erros no grupo-caso por<br />
freqüência.<br />
Neste gráfico acima para o teste <strong>de</strong>ssaturado <strong>de</strong> Lanthony, há uma<br />
distribuição mais ampla <strong>de</strong> indivíduos em maiores números <strong>de</strong> erros. Mediana igual a<br />
três e média igual a 3,89. Houve uma tendência no padrão <strong>de</strong> erros para os eixos<br />
cromáticos azul a amarelo (35% dos olhos examinados do grupo controle)
Frequencia<br />
89<br />
30<br />
DROGAS<br />
20<br />
10<br />
0<br />
NRTI<br />
NRTI+NNR<br />
NRTI+PI<br />
PI<br />
PI+NNRTI<br />
s/<br />
DROGAS<br />
GRÁFICO 14 – Freqüências do uso <strong>de</strong> cada classe no grupo-caso.<br />
NRTI = drogas anti-retrovirais da classe inibidora <strong>de</strong> transcriptase<br />
reversa nucleosí<strong>de</strong>a; NNRTI = inibidores não nucleosí<strong>de</strong>os da<br />
transcriptase reversa; PI = inibidores <strong>de</strong> protease.
Frequencia<br />
90<br />
30<br />
FREQA<br />
20<br />
10<br />
0<br />
2,00<br />
3,00<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQA<br />
GRÁFICO 15 – Distribuição dos resultados na freqüência A para o<br />
grupo-caso.<br />
Variáveis ordinais correspon<strong>de</strong>ntes aos níveis <strong>de</strong> contraste <strong>de</strong>ntro da<br />
freqüência 1,5 ciclos/grau.
Frequencia<br />
Frequencia<br />
91<br />
20<br />
FREQB<br />
10<br />
0<br />
1,00<br />
3,00<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQB<br />
GRÁFICO 16 – Distribuição dos resultados na freqüência B para o<br />
grupo-caso.<br />
20<br />
FREQC<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
1,00<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQC<br />
GRÁFICO 17 – Distribuição dos resultados na freqüência C para o<br />
grupo-caso.
Frequencia<br />
Frequencia<br />
92<br />
20<br />
FREQD<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
2,00 4,00 6,00 8,00<br />
1,00 3,00 5,00 7,00 9,00<br />
FREQD<br />
GRÁFICO 18 – Distribuição dos resultados na freqüência D para o<br />
grupo-caso.<br />
20<br />
FREQE<br />
10<br />
0<br />
,00<br />
3,00<br />
4,00<br />
5,00<br />
6,00<br />
7,00<br />
8,00<br />
9,00<br />
FREQE<br />
GRÁFICO 19 – Distribuição dos resultados na freqüência E para o<br />
grupo-caso.
Número <strong>de</strong> elementos<br />
93<br />
Os gráficos <strong>de</strong> 15 a 20 mostram a distribuição dos resultados para cada<br />
freqüência espacial no grupo caso. As médias e medianas são respectivamente para cada<br />
freqüência FREQ A 6 e 6, FREQ B 6,85 e 7, FREQ C 6,75 e 7 , FREQ D 5,66 e 6 e<br />
FREQ E 5,11 e 5.<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
200.00 400.00 600.00 800.00<br />
CD4+<br />
céls/mm 3<br />
GRÁFICO 20 – Distribuição da contagem <strong>de</strong> linfócitos T CD4+ no<br />
grupo-caso em céls/mm 3 .<br />
Na contagem <strong>de</strong> CD4+ predominam níveis próximos <strong>de</strong> 200 cels./mm 3 ,<br />
entretanto, um número significativo <strong>de</strong> indivíduos têm níveis <strong>de</strong> CD4+ altos (maior que<br />
300 cels./mm 3 .<br />
Comparação entre grupo-controle (00) e grupo-caso (1.00) através <strong>de</strong><br />
gráficos “Box-plot”. No gráfico, 50% da amostra está <strong>de</strong>ntro da “caixa”, a linha escura<br />
correspon<strong>de</strong> à mediana e seus limites aos percentis 25 e 75.
GRUPO<br />
94<br />
,00<br />
1,00<br />
50 21<br />
10<br />
20<br />
30<br />
40<br />
50<br />
60<br />
70<br />
IDADE<br />
GRÁFICO 21 – Comparação das características etárias dos grupos.<br />
A distribuição por ida<strong>de</strong> dos grupos:<br />
Controle (00) mostra dispersão maior das ida<strong>de</strong>s, com mediana x = 28;<br />
Caso (1.00) mostra dados mais agrupados em torno da mediana x = 33.<br />
Entretanto, as médias mostram-se muito próximas, sendo do grupo-controle<br />
30,65 anos com <strong>de</strong>svio padrão 11,13 e do grupo-caso 33,14 anos e <strong>de</strong>svio padrão 7,75.
GRUPO<br />
95<br />
,00<br />
70<br />
1,00<br />
49 17 29 52 33 22<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
12<br />
14<br />
ROTH28<br />
GRÁFICO 22 – Comparativos dos resultados no teste Roth-28 entre<br />
controle e caso<br />
No teste <strong>de</strong> Roth 28, os 2 grupos apresentam concentração em torno do<br />
índice 0, que é a mediana.<br />
No grupo 1.00 (caso) há 2 pontos discrepantes levemente e 3 pontos<br />
fortemente discrepantes.
GRUPO<br />
96<br />
,00<br />
1,00<br />
23<br />
-10<br />
0<br />
10<br />
20<br />
DESSAT<br />
GRÁFICO 23 – Comparativos dos resultados no teste D15-<strong>de</strong>ssat para<br />
grupo controle e caso.<br />
No grupo 00 (controle), os valores são concentrados próximos à<br />
mediana 0.<br />
No grupo 1.00 (caso), os valores são dispersos com mediana <strong>de</strong>slocada<br />
além <strong>de</strong> 0, e 1 ponto <strong>de</strong> leve discrepância.<br />
Na comparação entre os grupos caso e controle com relação à variável<br />
Roth-28, ou seja, <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> erros no teste cromático <strong>de</strong>rivado do Fansworth 100<br />
Hue, observam-se medianas iguais a zero, apesar <strong>de</strong> alguns pontos discrepantes.<br />
Estatisticamente, pelo teste não paramétrico <strong>de</strong> Mann-Whitney para comparação <strong>de</strong><br />
grupos, não houve diferença significativa entre casos e controles (p = 0,646). Isto indica<br />
que o índice <strong>de</strong> erros é similar entre os examinados HIV positivos e HIV negativos.<br />
Quando analisados os índices <strong>de</strong> erros no teste cromático <strong>de</strong>ssaturado<br />
D15, houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos caso e controle, com
GRUPO<br />
97<br />
valor <strong>de</strong> p menor que 0,05 (p = 0,002). O grupo-caso apresentou mediana maior <strong>de</strong>vido<br />
ao maior número <strong>de</strong> erros no teste. Entretanto, não foi observado um padrão <strong>de</strong> erro<br />
constante entre os examinados, mas sim uma tendência dos erros em relação aos eixos<br />
tritan e tertatan. Este resultado sugere uma redução da sensibilida<strong>de</strong> cromática adquirida<br />
no grupo-caso, evi<strong>de</strong>nciável apenas neste teste <strong>de</strong> menor saturação.<br />
O gráfico 24 mostra a distribuição do nível <strong>de</strong> CD4+ no grupo caso pelo<br />
“Box-plot”. O menor número <strong>de</strong> CD4+ é igual a 25 e o maior igual a 941, com mediana<br />
igual a 320 cels/mm 3 .<br />
1,00<br />
-200<br />
0<br />
200<br />
400<br />
600<br />
800<br />
1000<br />
1200<br />
CD4+<br />
GRÁFICO 24 – Distribuição do CD4+ em indivíduos do grupo 1.00<br />
(caso).
GRUPO<br />
98<br />
,00<br />
79 94 84 73 63<br />
1,00<br />
837<br />
18<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
FREQA<br />
GRÁFICO 25 – Comparativo dos resultados na freqüência A para grupocaso<br />
e controle.<br />
Observar medianas iguais para os dois grupos na freq. A, entretanto há<br />
pontos fortemente discrepantes no grupo caso.
GRUPO<br />
99<br />
,00<br />
1,00<br />
58<br />
29<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
FREQB<br />
GRÁFICO 26 – Comparativo dos resultados na freqüência B para grupocaso<br />
e controle.<br />
discrepantes no grupo caso.<br />
Medianas iguais entre os grupos para a freq. B. Há dois resultados
GRUPO<br />
100<br />
,00<br />
1,00<br />
58<br />
29<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
FREQC<br />
GRÁFICO 27 – Comparativo dos resultados na freqüência C para grupocaso<br />
e controle.<br />
Medianas iguais entre os grupos e distribuição muito semelhante das<br />
amostras. Entretanto, mais uma vez há resultados discrepantes no grupo caso para a<br />
variável
GRUPO<br />
GRUPO<br />
101<br />
,00<br />
76 63 79 82 94 73<br />
1,00<br />
58<br />
29<br />
1<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
FREQD<br />
GRÁFICO 28 – Comparativo dos resultados na freqüência D para grupocaso<br />
e controle.<br />
,00<br />
86 93 94<br />
1,00<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
FREQE<br />
GRÁFICO 29 – Comparativo dos resultados na freqüência E para grupocaso<br />
e controle.
102<br />
Comparação das amostras (grupos caso e controle) através <strong>de</strong> “box-plot”<br />
para as variáveis: FREQA, FREQB, FREQC, FREQD E FREQE, mostra distribuição<br />
concentrada em torno <strong>de</strong> medianas iguais.<br />
Teste Não-Paramétrico <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />
No teste não-paramétrico <strong>de</strong> Mann-Whitney são comparados dois<br />
conjuntos <strong>de</strong> dados provenientes <strong>de</strong> populações in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. A hipótese inicial é <strong>de</strong><br />
que os dois conjuntos <strong>de</strong> dados têm a mesma distribuição (grosso modo médias iguais).<br />
Após a aplicação do teste, se Pmenor que0,05 rejeita-se a hipótese inicial, ou seja,<br />
existem evidências <strong>de</strong> que as médias são diferentes.<br />
A tabela 6 mostra comparação das variáveis Roth 28, DESSAT, freq. A,<br />
B,C,D e E entre os grupos controle e caso.
103<br />
TABELA 6<br />
Comparação das variáveis entre os grupos caso e controle<br />
Grupo N Média dos postos Soma dos postos<br />
ROTH28 ,00 40 49,90 1996,00<br />
1,00 56 47,50 2660,00<br />
Total 96<br />
DESSAT ,00 38 37,62 1429,50<br />
1,00 56 54,21 3035,50<br />
Total 94<br />
FREQA ,00 41 50,51 2071,00<br />
1,00 56 47,89 2682,00<br />
Total 97<br />
FREQB ,00 41 49,05 2011,00<br />
1,00 56 48,96 2742,00<br />
Total 97<br />
FREQC ,00 41 51,34 2105,00<br />
1,00 56 47,29 2648,00<br />
Total 97<br />
FREQD ,00 41 53,34 2187,00<br />
1,00 56 45,82 2566,00<br />
Total 97<br />
FREQE ,00 41 50,51 2071,00<br />
1,00 56 47,89 2682,00<br />
Total 97<br />
Estatísticas <strong>de</strong> teste<br />
ROTH28 DESSAT FREQA FREQB FREQC FREQD FREQE<br />
Mann-<br />
Whitney U 1064,000 688,500 1086,000 1146,000 1052,000 970,000 1086,000<br />
Z -,459 -3,028 -,481 -,015 -,718 -1,354 -,462<br />
Sig. ,646 ,002 ,631 ,988 ,473 ,176 ,644<br />
a Grouping Variable: GRUPO<br />
Nota-se que valor <strong>de</strong> p menor que 0,05 só ocorre para a comparação <strong>de</strong><br />
resultados no teste<br />
D-15 <strong>de</strong>ssaturado, indicando diferença estatisticamente significativa para este entre os<br />
grupos caso e controle.<br />
Conclusão da Comparação entre os Grupos<br />
Pelo teste não paramétrico <strong>de</strong> Mann-Whitney observa-se que apenas a<br />
variável DESSAT (resultado do teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado) apresenta diferença
104<br />
significativa ao nível <strong>de</strong> Pmenor que0,05 entre os grupos, ou seja, valores do grupo 1<br />
foram, em geral, maiores que os do grupo 0 - controle (média dos postos do grupo 1<br />
maior que a média dos postos do grupo 0 - controle).<br />
Na tabela 7 foram segmentados os resultados do grupo caso pelo nível <strong>de</strong><br />
CD4+ <strong>de</strong> cada indivíduo, em CD4+ maior que 500 cels/mm 3 e menor que 500 cels/mm 3 .<br />
TABELA 7<br />
Comparação <strong>de</strong>ntro do grupo-caso entre os subgrupos: CD4+ maior que 500 (0) e CD4+<br />
menor que 500 (1)<br />
CD4+CAT N Média dos postos Soma dos postos<br />
ROTH28_T .00 40 28.58 1143.00<br />
1.00 16 28.31 453.00<br />
Total 56<br />
DESSATT .00 40 31.48 1259.00<br />
1.00 16 21.06 337.00<br />
Total 56<br />
FREQA_T .00 40 25.10 1004.00<br />
1.00 16 37.00 592.00<br />
Total 56<br />
FREQB_T .00 40 25.67 1027.00<br />
1.00 16 35.56 569.00<br />
Total 56<br />
FREQC_T .00 40 26.73 1069.00<br />
1.00 16 32.94 527.00<br />
Total 56<br />
FREQD_T .00 40 27.59 1103.50<br />
1.00 16 30.78 492.50<br />
Total 56<br />
FREQE_T .00 40 27.19 1087.50<br />
1.00 16 31.78 508.50<br />
Total 56<br />
Estatísticas <strong>de</strong> teste<br />
ROTH28_T DESSATT FREQA_T FREQB_T FREQC_T FREQD_T FREQE_T<br />
Mann-<br />
Whitney U 317.000 201.000 184.000 207.000 249.000 283.500 267.500<br />
Z -.060 -2.198 -2.607 -2.107 -1.321 -.678 -.975<br />
Asymp. Sig.<br />
.952 .028 .009 .035 .187 .498 .330<br />
(2-tailed)<br />
a Grouping Variable: CD4+_CAT
105<br />
As sete variáveis foram reanalisadas agora consi<strong>de</strong>rando a estratificação<br />
do grupo caso por níveis <strong>de</strong> CD4+.<br />
Ao fragmentar o grupo-caso em dois, a partir dos níveis <strong>de</strong> CD4+ (maior<br />
que 500 céls/mm 3<br />
e menor que 500 céls./mm 3 ) fica mais evi<strong>de</strong>nte a diferença <strong>de</strong><br />
resultados. Os portadores com CD4+ menor que 500 céls/mm 3 tiveram mediana maior<br />
no índice <strong>de</strong> erros no teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado (p = 0,028), ou seja, erraram mais,<br />
sugerindo menor sensibilida<strong>de</strong> cromática para cores <strong>de</strong>ssaturadas.<br />
Na análise estatística comparativa entre os grupos caso e controle das<br />
variáveis relacionadas ao teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste, verificaram-se medianas<br />
médias e percentis 25 e 75 iguais ou muito semelhantes, não havendo diferença<br />
estatisticamente significativa para nenhuma das cinco freqüências espaciais. Os dois<br />
grupos <strong>de</strong> examinados mostraram curvas <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste semelhantes (p<br />
maior que 0,05 para as freqüências 1,5, 3,0, 6,0, 12,0 e 18,0 ciclos/grau). Entretanto, ao<br />
se dividir o grupo-caso em dois subgrupos <strong>de</strong> acordo com níveis <strong>de</strong> CD4+ (maior e<br />
menor que 500 céls/mm 3 ) e se repetiu a análise estatística comparativa a partir do teste<br />
<strong>de</strong> Mann-Whitney para as variáveis freqüências A, B, C, D e E, apenas para as<br />
freqüências mais baixas (1,5 e 3,0 ciclos/grau) foram verificadas diferenças entre os<br />
dois subgrupos. Os portadores <strong>de</strong> HIV com níveis mais baixos <strong>de</strong> CD4+ obtiveram<br />
resultados piores para as menores freqüências (p = 0,009 para freqüência A e p = 0,035<br />
para freqüência B).
106<br />
DISCUSSÃO
107<br />
6 DISCUSSÃO<br />
Com o aumento da prevalência e incidência <strong>de</strong> portadores do vírus HIV<br />
no Brasil e no mundo na última década, o estudo das manifestações precoces da<br />
infecção por este vírus RNA vem ganhando ênfase entre os pesquisadores<br />
No presente trabalho, a partir da experiência dos vários autores citados,<br />
estudou-se a função visual em portadores do HIV (com e sem AIDS) utilizando teste <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste em 5 freqüências espaciais e testes <strong>de</strong> visão cromática,<br />
usando o Roth-28 e D-15 <strong>de</strong>ssaturado. Optou-se pelo aparelho OPTEC-3000, um<br />
sofisticado equipamento <strong>de</strong> última geração, pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fácil aplicação dos<br />
testes em todos os examinados com boa reprodutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições em função <strong>de</strong><br />
seu mecanismo <strong>de</strong> calibração interna.<br />
O objetivo foi tentar avaliar alterações nos testes psicofísicos em<br />
indivíduos portadores do HIV com acuida<strong>de</strong> medida por Snellen igual a 20/20.<br />
Clinicamente, seus exames oftalmológicos foram consi<strong>de</strong>rados sem alterações. Mas até<br />
que ponto a função visual estaria preservada?<br />
Ao se testar a sensibilida<strong>de</strong> ao contraste e a visão cromática, um<br />
complexo mecanismo iniciado nos fotoreceptores e finalizado em várias áreas corticais<br />
seria avaliado, assim como a função cognitiva relacionada à visão.
108<br />
A função <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste (FSC) tem sido usada para<br />
investigar a fisiologia do sistema visual em animais e no homem. A medida do contraste<br />
indica os níveis <strong>de</strong> contraste requeridos para distinguir objetos <strong>de</strong> diferentes tamanhos<br />
<strong>de</strong> seu fundo (BRAZLEY). Propicia uma <strong>de</strong>scrição mais abrangente das proprieda<strong>de</strong>s<br />
resolutivas do sistema visual do que a obtida com a medida da acuida<strong>de</strong> visual. Desta<br />
forma, é <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> na semiologia para fornecer informações não contidas na AV.<br />
PLUMMER et al. recomendam a aplicação <strong>de</strong> testes psicofísicos em<br />
pacientes HIV+ sem retinopatia infecciosa, como técnica <strong>de</strong> baixo custo, para i<strong>de</strong>ntificar<br />
disfunções visuais subclínicas.<br />
O teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste vem sendo proposto como forma <strong>de</strong><br />
revelar perdas visuais não <strong>de</strong>tectáveis na medida da AV, principalmente as relacionadas<br />
à lesão do nervo óptico , segundo CRUZ & MACHADO.<br />
Ao analisar nervos ópticos <strong>de</strong> infectados e doentes pelo HIV, TENHULA<br />
et al. e SADUN et al. i<strong>de</strong>ntificaram perda axonal significativa, a partir <strong>de</strong> estudos<br />
anatomopatológicos, em relação a nervos ópticos <strong>de</strong> indivíduos HIV negativos. Estes<br />
achados podiam ser correlacionados clinicamente a alterações da latência e amplitu<strong>de</strong><br />
no Potencial Evocado Visual reverso (PVE reverso) dos portadores <strong>de</strong> HIV encontrados<br />
por IRAGUI et al.<br />
Busca-se, assim, com este trabalho, a alteração funcional, usando-se<br />
testes psicofísicos, que pu<strong>de</strong>sse ser relacionada a estes possíveis danos <strong>de</strong> fibras<br />
nervosas envolvidas na geração, condução ou tradução dos estímulos visuais.
109<br />
Os critérios <strong>de</strong> inclusão para este trabalho foram muito semelhantes aos<br />
dos autores citados, excluindo patologias que pu<strong>de</strong>ssem interferir no resultado dos<br />
exames/teste <strong>de</strong> contraste. Discromatopsia congênita foi pesquisada por teste <strong>de</strong>rivado<br />
da Ishirara já que este teste tem índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> 85% dos discromatas tipo protan e<br />
<strong>de</strong>utan. Nenhum outro exame é mais específico para distinção <strong>de</strong> formas congênitas<br />
protan-<strong>de</strong>utan.<br />
Portadores <strong>de</strong> HIV em vários estádios da doença, com diferentes níveis<br />
<strong>de</strong> CD4+ foram avaliados pelos autores citados, bem como neste trabalho. Entretanto,<br />
os instrumentos utilizados para medida da sensibilida<strong>de</strong> ao contraste foram diferentes.<br />
QUICENO et al. usaram o VCTS 6000 da Vistech a uma distância <strong>de</strong> 16 polegadas.<br />
MUTLUKAN et al. usaram carta <strong>de</strong> baixo contraste “Chart C”. Aqui utilizamos o<br />
OPTEC 3000 com distância corrigida para 6 metros e iluminação interna calibrada com<br />
total reprodutibilida<strong>de</strong>.<br />
Não existe um consenso com relação ao melhor instrumento para estudo<br />
da função <strong>de</strong> contraste, entretanto todos os autores citados utilizam padrão <strong>de</strong> ondas<br />
senodais em seus testes.Segundo GINSBURG, a vantagem das ondas senoidais é que<br />
mesmo borradas elas continuam sendo ondas, embora menos nítidas. A calibração da<br />
iluminação ambiente também é um dado importante na confiabilida<strong>de</strong> dos resultados e<br />
por isso, optamos pelo Optec 3000 apesar <strong>de</strong> seu alto custo.<br />
Deve-se salientar que os indivíduos soropositivos <strong>de</strong>ste trabalho estavam<br />
em tratamento com esquemas mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> drogas tipo HAART, o que é um dado novo
110<br />
na literatura , diferindo nossa amostra das <strong>de</strong>mais apresentadas nos trabalhos discutidos<br />
até aqui.<br />
Ao se avaliar aqui a sensibilida<strong>de</strong> ao contraste nas freqüências 1,5, 3,0,<br />
6,0, 12 e 18 ciclos por grau, foram encontrados níveis <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> para cada<br />
freqüência similares, ou seja, sem diferença estatisticamente significativa entre grupo<br />
caso e controle quando comparados globalmente. Isto difere dos resultados do trabalho<br />
<strong>de</strong> QUICENO et al. que, estudando 78 pacientes HIV+ em vários estádios da doença<br />
(<strong>de</strong>s<strong>de</strong> assintomático até estádio IV-d), encontraram déficit na sensibilida<strong>de</strong> em 4 das 5<br />
freqüências espaciais avaliadas nos doentes com AIDS e, em 3 das 5 freqüências nos<br />
portadores do complexo relacionado à AIDS, comparados a não portadores do HIV.<br />
Entretanto, estes autores não <strong>de</strong>screvem uso <strong>de</strong> esquemas anti-retrovirais com<br />
associações <strong>de</strong> NRTI/NNRTI/PI nos indivíduos soropositivos. Talvez isto seja o fator<br />
mais importante para a melhor <strong>de</strong>sempenho encontrada nos indivíduos do grupo caso <strong>de</strong><br />
nosso estudo.<br />
MUELLER et al. também encontraram anormalida<strong>de</strong> nos testes visuais<br />
psicofísicos quando examinaram portadores do HIV em vários estádios da doença<br />
AIDS, mas não pu<strong>de</strong>ram correlacionar o estádio da infecção com a gravida<strong>de</strong> da<br />
disfunção.<br />
MUTLUKAN et al. utilizaram “Regan Charts” em 34 soropositivos e 20<br />
controles soronegativos para testar sensibilida<strong>de</strong> ao contraste nos portadores do HIV<br />
com e sem retinopatia. A diferença foi significativa em relação aos controles da mesma<br />
faixa etária. Seu instrumento <strong>de</strong> medida apresentava certas limitações quando
111<br />
comparado ao OPTEC-3000, entretanto é mais provável que a diferença <strong>de</strong> resultados<br />
esteja principalmente relacionada à limitação terapêutica anti-retroviral presente na<br />
ocasião do seu estudo, ocasionando uma conseqüente maior <strong>de</strong>generação axonal pelo<br />
HIV.<br />
Quando no presente estudo foram comparados <strong>de</strong>ntro do grupo-caso, os<br />
subgrupos <strong>de</strong> portadores com CD4+ maior que 500 cels/ml e CD4+ menor que 500<br />
cels./ml, encontrou-se diferença nas freqüências 3 e 1,5 ciclos por grau. Os portadores<br />
mais imunossuprimidos tiveram mediana e percentis mais baixos nestas freqüências<br />
espaciais, reproduzindo assim, os resultados <strong>de</strong> MUTLUKAN et al., on<strong>de</strong> os doentes<br />
com AIDS tinham pior <strong>de</strong>sempenho para contraste do que aqueles portadores apenas do<br />
complexo relacionado à AIDS.<br />
As baixas freqüências estão relacionadas principalmente a lesão <strong>de</strong><br />
células retinianas periféricas, ganglionares do tipo “Y” (cada célula correspon<strong>de</strong> a 4 o <strong>de</strong><br />
retina periférica) que se esten<strong>de</strong>m à região subcortical M (magnocelular) do corpo<br />
geniculado lateral e, daí, a níveis cerebrais mais altos.<br />
O fato <strong>de</strong> aqueles com maior imunossupressão apresentaram piores<br />
resultados nas baixas freqüências, sugere <strong>de</strong>generação <strong>de</strong> axônios <strong>de</strong> células<br />
ganglionares tipo Y e W relacionada a maior carga viral e/ou menor CD4+.<br />
Neste trabalho, foi incluída uma nova variável, não citada nos trabalhos<br />
anteriores que avaliaram a função <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste e visão <strong>de</strong> cores em<br />
pacientes HIV +. Esta variável é a nova terapia anti-retroviral disponibilizada a partir <strong>de</strong>
112<br />
1997, por STENZEL. Nos indivíduos do grupo caso, portadores <strong>de</strong> HIV, apenas aqueles<br />
com o vírus recém diagnosticado ou fora dos critérios para uso dos esquemas antiretrovirais<br />
(bons níveis <strong>de</strong> CD4+, assintomáticos com CV in<strong>de</strong>tectável) estavam sem<br />
inibidores <strong>de</strong> transcriptase e/ou inibidores <strong>de</strong> protease.<br />
Estes esquemas anti-retrovirais altamente efetivos estão relacionados ao<br />
aumento do CD4+, redução da carga viral, redução das complicações e morbida<strong>de</strong><br />
associadas ao HIV/AIDS (TASHIMA).<br />
SERVAIS et al. mostraram, em ensaio clínico, que o esquema HAART é<br />
capaz <strong>de</strong> reduzir a carga viral a níveis in<strong>de</strong>tectáveis em 70 a 90% dos pacientes e<br />
aumentar o número <strong>de</strong> células CD4+.<br />
MALESSA et al. já haviam começado a verificar em 1995 uma inversa<br />
correlação entre alterações do potencial evocado e tratamento com zidovudine (AZT),<br />
um inibidor nucleosí<strong>de</strong>o da transcriptase reversa. Defendiam a idéia <strong>de</strong> novas pesquisas<br />
sobre o papel <strong>de</strong>sta droga na inibição da replicação do HIV, preservando a função das<br />
vias visuais ópticas.<br />
Po<strong>de</strong> ser que, o uso das três classes <strong>de</strong> drogas anti-HIV HIV em nossos<br />
casos examinados com aumento <strong>de</strong> CD4+ e redução da população viral e da<br />
imunossupressão, possa estar envolvido na melhor sensibilida<strong>de</strong> ao contraste encontrada<br />
no grupo-caso do presente estudo, em relação aos trabalhos <strong>de</strong>scritos. Entretanto,<br />
mesmo para os usuários <strong>de</strong> anti-retrovirais, quando os níveis <strong>de</strong> CD4+ estão mais baixos<br />
nota-se uma pequena queda na sensibilida<strong>de</strong> ao contraste nas baixas freqüências.
113<br />
Sendo a FSC um indicativo sensível da hipóxia cerebral ou retiniana<br />
(DUANE), a queda da habilida<strong>de</strong> nas baixas freqüências po<strong>de</strong> estar também relacionada<br />
à redução do fluxo sanguíneo pela retinite por HIV, danificando a médio e longo prazo<br />
células retinianas.<br />
SANTORO verificou uma redução tanto no fluxo capilar, quanto no<br />
volume e velocida<strong>de</strong> das hemácias na retina <strong>de</strong> portadores do HIV , mesmo na ausência<br />
<strong>de</strong> alterações à oftalmoscopia. A região retiniana temporal próxima ao disco óptico<br />
parece ser a mais afetada.<br />
Desta forma, tanto a <strong>de</strong>struição direta <strong>de</strong> células axonais por macrófagos<br />
infectados pelo HIV quanto a morte celular retiniana ocasionada pela baixa perfusão<br />
sanguínea e conseqüente hipóxia, po<strong>de</strong>m estar envolvidas na alteração da função visual<br />
expressadas pelos resultados do TSC. Quanto mais avançado o estádio da doença e/ou<br />
maior a carga viral mais evi<strong>de</strong>ntes serão estas alterações.<br />
No estudo da visão cromática, utilizamos o teste <strong>de</strong>rivado do 100 Hue,<br />
Roth-28, útil nas discromatopsias adquiridas. Pequenas trocas no posicionamento das<br />
peças po<strong>de</strong>m ocorrer sem significado patológico ou indicar baixa discriminação<br />
cromática. Neste trabalho, cada inversão na or<strong>de</strong>m das pastilhas foi contabilizada, tanto<br />
para os casos quanto para os controles, estabelecendo um índice <strong>de</strong> erros para<br />
comparação entre os grupos.<br />
MUELLER et al. estabeleceram índice <strong>de</strong> erros para cada grupo quando<br />
utilizaram o Farnsworth-Munsell 100 Hue como teste <strong>de</strong> visão cromática. Optamos pelo
114<br />
Roth-28 pela sua facilida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z na aplicação e estreita correlação com o 100-Hue.<br />
Roth separou 1 pastilha <strong>de</strong> cada 3 do 100 Hue, sem interferir na avaliação <strong>de</strong> cada eixo<br />
cromático.O teste <strong>de</strong> Roth é um exame qualitativo, muito usado para diagnóstico <strong>de</strong><br />
discromatopsia adquirida nas forma <strong>de</strong>utan, tritan e tertan, além da acromatopsia.<br />
MUELLER et al., QUICENO et al., SOMMERHALDER et al. e GEIER<br />
et al. encontraram redução na discriminação cromática em portadores do HIV quando os<br />
compararam a indivíduos HIV negativos.<br />
GEIER et al. utilizaram um sistema gráfico computadorizado para medir<br />
limiares da sensibilida<strong>de</strong> cromática (CCS) em infectados pelo HIV; SOMMERHALDER et<br />
al. utilizaram método equacional que combina pares metamétricos ver<strong>de</strong>-vermelho e azulver<strong>de</strong><br />
em 49 pacientes com AIDS para i<strong>de</strong>ntificar discromatopsia adquirida. QUICENO<br />
et al. usaram Farnsworth-Munsell 100-Hue em 156 olhos <strong>de</strong> portadores HIV+ avaliando<br />
o índice corrigido para a ida<strong>de</strong>. Todos estes autores encontraram déficit na<br />
discriminação cromática dos portadores do HIV quando comparados a indivíduos não<br />
infectados, apesar dos métodos <strong>de</strong> avaliação diferentes, sugerindo disfunção no<br />
mecanismo da visão cromática induzido pelo HIV. Além <strong>de</strong> uma metodologia diferente<br />
na avaliação da visão cromática , estes autores não <strong>de</strong>screvem os esquemas terapêuticos<br />
usados por seus examinados ou o nível <strong>de</strong> imunossupressão dos soropositivos a partir da<br />
contagem <strong>de</strong> células CD4+, e talvez, estas sejam as variáveis que po<strong>de</strong>m estar mais<br />
fortemente relacionadas às diferenças <strong>de</strong> resultados em relação ao nosso trabalho.<br />
Neste trabalho a seleção dos casos e controles foi similar aos trabalhos<br />
<strong>de</strong> MUELLER et al., QUICENO et al., excluindo-se aqueles que possuíam patologias
115<br />
que pu<strong>de</strong>ssem interferir na percepção cromática, excluindo-se os discromatas<br />
congênitos e mantendo as mesmas características etárias dos grupos <strong>de</strong> comparação.<br />
Entretanto, o resultado aqui encontrado com o teste Roth-28 foi estatisticamente similar<br />
entre casos e controles e mais uma vez houve diferença <strong>de</strong> resultados em relação aos<br />
autores citados. A metodologia similar na aplicação dos testes faz pensar que,<br />
provavelmente a melhor <strong>de</strong>sempenho visual dos casos neste estudo, esteja relacionada a<br />
neuroproteção causada pelas drogas anti-retrovirais mais potentes atuais.Os indivíduos<br />
do grupo caso do presente estudo fazem parte <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doentes tratados<br />
com inibidores <strong>de</strong> protease e transcriptase.<br />
Também para a avaliação cromática, os indivíduos do grupo-caso foram<br />
divididos em dois subgrupos. Um com portadores <strong>de</strong> HIV e CD4+ maior que 500<br />
células/mm 3 , e outro com CD4+ menor que 500 células/mm 3 . Quando comparados,<br />
encontrou-se um menor índice <strong>de</strong> erros para o subgrupo que apresenta níveis <strong>de</strong> CD4+<br />
maiores que 500 células/mm 3 . Isto indica que uma maior imunossupressão e<br />
conseqüente aumento da carga viral, po<strong>de</strong> comprometer também a sensibilida<strong>de</strong><br />
cromática.<br />
Entretanto, ao aplicar um padrão <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>ssaturadas – D-15<br />
<strong>de</strong>ssaturado <strong>de</strong> Lanthony – aos indivíduos dos dois grupos, neste trabalho, verificou-se<br />
um índice <strong>de</strong> erros mais alto no grupo portador do HIV, indicando uma menor<br />
discriminação para tons <strong>de</strong> menor saturação no grupo caso. Na análise dos <strong>de</strong>feitos<br />
cromáticos foi observada uma tendência a <strong>de</strong>feitos no eixo azul-amarelo, com 20 dos 56<br />
olhos examinados no grupo caso mostrando estes <strong>de</strong>feitos (35% da amostra caso) e<br />
apenas 5 dos 40 olhos examinados no grupo controle (12,5% da amostra controle) com
116<br />
o mesmo padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito. Não foram verificados <strong>de</strong>feitos nos eixos ver<strong>de</strong>-vermelho<br />
em qualquer das amostras.<br />
O teste cromático <strong>de</strong>ssaturado está indicado para <strong>de</strong>tectar formas<br />
subclínicas, frustas, <strong>de</strong> distúrbio cromático adquirido não <strong>de</strong>tectadas em exames<br />
anteriores, e ainda não havia sido utilizado em trabalhos com soropositivos para HIV<br />
anteriormente. Nestas formas adquiridas geralmente há perda gradual da sensibilida<strong>de</strong><br />
para percepção da saturação das cores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as fases precoces <strong>de</strong> lesão (URBANO),<br />
entretanto os cones para azul (S) parecem mais vulneráveis a danos precoces pela sua<br />
distribuição e localização (KANDELL).<br />
Testes cromáticos <strong>de</strong>ssaturados não foram utilizados em nenhum<br />
trabalho acima <strong>de</strong>scrito ou na bibliografia citada. Parecem ser úteis na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>generação incipiente da função visual quando os <strong>de</strong>mais testes se apresentam sem<br />
alterações.<br />
Apenas na avaliação da visão cromática com teste mais sensível –<br />
<strong>de</strong>ssaturado – pô<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar algum déficit no grupo-caso. Este déficit foi maior<br />
quando os portadores estavam em estádio mais avançado da doença pelo HIV, ou seja,<br />
quando os níveis <strong>de</strong> CD4+ eram mais baixos.<br />
Como a função cromática está relacionada a células fotoreceptoras tipo<br />
cones e ganglionares tipo X, os achados dos testes indicam danos também nesta etapa<br />
visual e/ou lesão a níveis mais altos <strong>de</strong> processamento da visão cromática (núcleo<br />
parvocelular e áreas corticais associadas). A distribuição dos cones, segundo KANDEL
117<br />
& SCHWARTZ, os torna mais vulneráveis a lesões, mesmo em estádios iniciais <strong>de</strong><br />
doenças que causem baixa perfusional ou danos nas conexões subseqüentes com as<br />
células ganglionares X (mais específicas, com ligações 1:1 e mais numerosas). Além<br />
disso, a visão cromática <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações sobre brilho, associando grupos<br />
ganglionares diferentes – X e Y e áreas subcorticais e corticais <strong>de</strong> processamento mais<br />
amplas em vias primária, secundária e terciária. (KANDEL & SCHWARTZ;<br />
GUYTON).<br />
Neste trabalho, foram encontrados resultados distintos que os até então<br />
publicados na literatura especializada, com melhores <strong>de</strong>sempenhos no teste da visão<br />
cromática <strong>de</strong>rivado do Farnsworth-Munsell e no teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao contraste, dos<br />
portadores do HIV. É importante ressaltar que todos os autores <strong>de</strong>scritos não estudaram<br />
indivíduos HIV positivos usando os novos esquemas anti-retrovirais.<br />
Estes resultados po<strong>de</strong>m ser atribuídos às novas terapias contra o HIV? A<br />
redução da carga viral e melhora imunológica dos portadores do HIV relacionadas às<br />
novas drogas reduziriam a <strong>de</strong>generação dos neurônios na AIDS? Existirá uma padrão <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>feito cromáticos nos portadores <strong>de</strong> HIV relacionado à <strong>de</strong>generação axonal ou à<br />
toxicida<strong>de</strong> das drogas?<br />
Deve-se ressaltar aqui as limitações dos resultados <strong>de</strong> testes psicofísicos,<br />
já que são métodos subjetivos, e <strong>de</strong>sta forma, talvez seja importante a sua comparação a<br />
outros testes funcionais não subjetivos como potencial evocado visual e PERG. Isto<br />
possibilitaria uma <strong>de</strong>terminação da sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais testes para <strong>de</strong>feitos neuronais e<br />
a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas aplicações na prática clínica diária (triagem?).
118<br />
O presente trabalho abriu novos caminhos para outras pesquisas que,<br />
possivelmente, respon<strong>de</strong>rão a essas e a outras perguntas. A ciência é dinâmica e novas<br />
<strong>de</strong>scobertas são esperadas no sentido <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />
portadores do vírus HIV.
119<br />
Conclusões
120<br />
7 CONCLUSÕES<br />
Os resultados do presente estudo permitem concluir que:<br />
• Não houve diferença na sensibilida<strong>de</strong> ao contraste entre os grupos<br />
“caso” e “controle”, quando comparados globalmente.<br />
• Houve diferença estatisticamente significativa no nível <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> ao contraste quando se avaliou subgrupos do grupocaso,<br />
com níveis <strong>de</strong> CD4+ diferentes. Para portadores <strong>de</strong> HIV com<br />
maior imunossupressão (CD4+ menor que 500 cels./mm 3 ) nas<br />
freqüências mais baixas A e B, a função <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao<br />
contraste foi menor.<br />
• No teste da visão cromática utilizando-se D-28, não se encontrou<br />
diferença significativa entre os grupos <strong>de</strong> portadores do HIV e<br />
voluntários não portadores.<br />
• Quando utilizou-se o teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado <strong>de</strong> Lanthony, pô<strong>de</strong>-se<br />
i<strong>de</strong>ntificar menor discriminação cromática dos indivíduos do grupocaso.
121<br />
• Ao se avaliar os portadores <strong>de</strong> HIV, subdivididos pela sua contagem<br />
<strong>de</strong> CD4+, pô<strong>de</strong>-se verificar um menor índice <strong>de</strong> erros no teste Roth<br />
28 entre os indivíduos com CD4+ maior que 500 células/mm 3 . Isto<br />
indica uma melhor discriminação cromática nos portadores do HIV<br />
com CD4+ maior que 500.<br />
• O teste D-15 <strong>de</strong>ssaturado <strong>de</strong> Lanthony mostrou-se eficiente para<br />
<strong>de</strong>tectar alterações visuais subclínicas nos portadores <strong>de</strong> HIV.<br />
Os resultados diferem da literatura até então e <strong>de</strong>ixam em aberto algumas<br />
questões que <strong>de</strong>vem ser objetivos ou temas <strong>de</strong> novas pesquisas, como o papel das<br />
drogas anti-retrovirais na preservação das vias ópticas e da função visual.<br />
O teste cromático <strong>de</strong>ssaturado <strong>de</strong> Lanthony mostrou-se eficiente para<br />
<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> perdas iniciais da sensibilida<strong>de</strong> para visão <strong>de</strong> cores, mesmo quando os<br />
<strong>de</strong>mais testes (TSC e Roth 28) se apresentavam <strong>de</strong>ntro da normalida<strong>de</strong>.
122<br />
ABSTRACT<br />
Sectional observational study was carried out to evaluate visual performance o HIV<br />
carrier patients on contrast sensitivity psychophysical test, and chromatic sense on<br />
Roth-28 and D-15 <strong>de</strong>ssatured tests. Ninety-six eyes of 50 patients ranging from 17 to 58<br />
years old were studied: 21 not HIV carrier voluntary controls and 29 HIV carrier cases.<br />
All were selected by the same inclusion criteria, with visual acuity by Snellen equal or<br />
higher than 20/20. Contrast sensitivity test was carried out at Optec-3000 equipment,<br />
with evaluation of 5 spatial frequencies (1,5, 3,0, 6,0, 12, and 18,0 cycles/<strong>de</strong>gree). The<br />
results were plotted and compared for each frequency within case and control groups<br />
and no statistically significant difference was found. After case-group fragmentation<br />
into carriers with CD4+ higher than 500 cels/mm 3 and carriers with 500 lower than<br />
cels/mm 3 , it was found difference in low frequencies (1,5 and 3,0 cycles/<strong>de</strong>gree),<br />
indicating that patients more immune-suppressed showed worse performance. These<br />
results suggest neuron fibers damage in HIV carriers with higher immune suppression<br />
(Y gangliars). In Roth-28 chromatic vision test the results were similar within case and<br />
control groups. However, it was noticed on <strong>de</strong>ssaturated chromatic test a lower<br />
sensitivity in case-group, which accentuates when HIV carriers with CD4+ lower levels<br />
(< 500 cels/mm 3 ) are evaluated. The results suggest visual function damage in HIV<br />
carriers with more advanced disease (CD4+ < 500 cels/mm 3 ), including reduction in<br />
contrast sensitivity for low frequencies and in chromatic sensitivity for low saturation<br />
(Y and X gangliar cells or the areas of correspon<strong>de</strong>nce in higher cortical levels and/or<br />
sub-cortical). This occurs even when the visual acuity is 20/20 and the ophthalmologic<br />
clinic examination is within normality.
123<br />
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131<br />
ANEXO 1<br />
Foram seguidos e preenchidos todos os itens do protocolo anexo na<br />
primeira consulta para os indivíduos da amostra.<br />
NÚMERO DO PRONTUÁRIO:<br />
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM:<br />
NOME:<br />
IDADE:<br />
ESTADO CIVIL:<br />
ENDEREÇO:<br />
PORTADOR DE HIV SABIDAMENTE DESDE:<br />
MEDICAÇÕES EM USO:<br />
DOENÇAS ASSOCIADAS:<br />
ÚLTIMO CD4+:
132<br />
ANEXO 2<br />
Nomenclatura <strong>de</strong> medicações anti-retrovirais<br />
Inibidores Nucleosí<strong>de</strong>os da<br />
Transcriptase Reversa<br />
Inibidores Não<br />
Nucleosí<strong>de</strong>os da<br />
Transcriptase Reversa<br />
Nome químico abreviado<br />
ABC<br />
DDI<br />
3TC<br />
D4T<br />
DDC<br />
AZT ou ZDV<br />
AZT/3TC (ZDV/3TC)<br />
Nome genérico<br />
Abacavir<br />
Didanosine<br />
Lamivudine<br />
Stavudine<br />
Zalcitabine<br />
Zidovudine<br />
Zidovudine/Lamivudine<br />
Delavirdine<br />
Efavirenz<br />
Nevirapine<br />
Inibidores da Protease<br />
FONTE: TASHIMA & FLANIGAN, 2000.<br />
Amprenavir<br />
Indinavir<br />
Nelfinavir<br />
Ritonavir<br />
Saquinavir (cápsulas)
133<br />
ANEXO 3<br />
Ficha para plotagem dos resultados dos pacientes nos testes Roth 28, Lanthony D-15<br />
<strong>de</strong>ssaturado e Sensibilida<strong>de</strong> ao contraste.
134
135