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Tese apresentada como requisito para a obtenção do título de ...

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A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> Espinosa consistiria em perceber que o singular nada<br />

mais é <strong>do</strong> que a negação <strong>do</strong> to<strong>do</strong>, da substância infinita, substância<br />

essa que é o fundamento <strong>de</strong> todas as coisas. Uma explicitação mais<br />

clara das diferenças e semelhanças entre a <strong>do</strong>utrina hegeliana e a<br />

espinosista encontra-se numa passagem <strong>do</strong> § 50 da Enciclopédia. Visto<br />

que esse nos oferece uma boa pista <strong>para</strong> a elucidação <strong>do</strong> nosso<br />

problema, qual seja, a relação entre Absoluto e mun<strong>do</strong> finito, citaremos<br />

essa passagem na íntegra;<br />

"A substância absoluta <strong>de</strong> Espinosa não é ainda,<br />

é verda<strong>de</strong>,o espírito absoluto, e exige-se com razão que<br />

Deus seja <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>como</strong> espírito absoluto. Quan<strong>do</strong>,<br />

no entanto, se representa a <strong>de</strong>terminação que se encontra<br />

em Espinosa, <strong>de</strong> forma que ele confundiria Deus com a<br />

natureza, com o mim<strong>do</strong> finito, e faria , <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Deus,<br />

pressupõe-se que o mun<strong>do</strong> finito possui uma efetivida<strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>ira, uma realida<strong>de</strong> afirmativa. Com essa<br />

pressuposição. Deus seria simplesmente finitíza<strong>do</strong> com a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e rebaixa<strong>do</strong> à simples<br />

multiplicida<strong>de</strong> finita, exterior, da existência.^^<br />

Nesse parágrafo, Hegel, embora afirman<strong>do</strong> que a<br />

substância espinosista não é o espírito absoluto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Espinosa <strong>de</strong><br />

uma interpretação equivocada, qual seja, tomar essa <strong>do</strong>utrina <strong>como</strong> a<br />

que postula uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entie Deus e o mun<strong>do</strong> finito, conce<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

a este uma verda<strong>de</strong>ira efetivida<strong>de</strong>. Se essa interpretação fosse correta,<br />

Espinosa seria um naturalista ingênuo, pois atiibuiria a Deus nada<br />

mais <strong>do</strong> que a totalida<strong>de</strong> da natureza. Se Deus fosse toma<strong>do</strong> <strong>como</strong><br />

idêntico à totalida<strong>de</strong> da natureza, ele seria, na verda<strong>de</strong>, rebaixa<strong>do</strong> à<br />

multiplicida<strong>de</strong> finita. A natureza não se tomaria divina, mas, ao<br />

contrário. Deus tomar-se-ia mundano e finito. Ora, a interpretação<br />

hegeliana é diametialmente oposta, qual seja, a <strong>do</strong>utiina espinosista é<br />

Enz, § 50<br />

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