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29.12.2013 Views

investigar a apreciação hegeliana sobre as provas da existência de Deus, engendradas na própria história da filsofia. Essa parte, intitulada "Uma Ciência da Metafísica" consta de três capítulos. O primeiro analisará a noção de Absoluto em Hegel, sob o prisma de sua relação com o mundo finito, seguindo a intuição de Charles Taylor, segundo a qual o hegelianismo é uma estreita faixa entre o teísmo e o naturalismo. O segundo capítulo mostrará em que sentido pode-se dizer que o projeto hegeliano é um resgate de um saber metafísico e em que medida esse poderia ser compreendido como um retrocesso, ou uma radicalização de um projeto crítico. Cabe ainda a esse capítulo a procura da razão pela qual Hegel apela a uma substância infinita como fundamento do seu sistema. Por último, será feita a anáUse da posição hegeliana quanto às provas da existência de Deus, rastreando a obra de Hegel, a fim de constatar a existência ou não de uma prova desse tipo. A segunda parte, intitulada "Tempo e Conceito" procurará mostrar que o percurso histórico da humanidade, depurado conceitualmente sob o olhar do filósofo, poderia ser visto como imia prova histórica da existência de Deus. Iniciaremos, no capítulo 4, com a exposição do conceito de espírito objetivo, mostrando seu desenvolvimento lógico e temporal. No capítulo 5, investigaremos a possibilidade de pensarmos a análise hegeliana do percurso temporal do espírito como uma última tentativa de construção filosófica de uma Teodicéia, na qual o progresso histórico, seja ele atestado pelas 12

figurações políticas, artísticas, religosas ou filósoficas, seja pensado, antes de tudo, como uma obra divina. Por fim, mostraremos como a constatação filosófica da passagem do espírito objetivo ao espírito absoluto pode ser considerada uma prova histórica da existência de Deus. Nossa reflexão final versará sobre a análise do progresso ou retrocesso que o projeto hegeliano traz à própria história da filosofia, ao tentar resgatar a metafísica que havia sido condenada pela filosofia crítica. O objetivo da pesquisa pode ser expressa de forma bastante simples: provar que o fundamento, isto é, o que determina o desenvolvimento temporal do espírito objetivo, sob a forma do espírito do mundo, é o absoluto, ou Deus. Trata-se de mostrar que Hegel significa um resgate da metafisica criticada e abandonada por Kant no século XVIII. Daí o título da tese: o giro metafisico hegeliano - uma referência ao giro copernicano. Marx, no conhecido posfácio da 2a ediçao d'O Capital, ao tornar explícita sua intenção de não tratar Hegel como um cachorro morto, enuncia a tese que será retomada por toda imra geração de hegelianos- tratar-se-ia de retirar o invólucro místico para descobrir o cerne racional do hegelianismo. Poder-se-ia afirmar que os escritos sobre Hegel da segunda metade do século XX pretenderam resgatar esse cerne racional do sistema hegeÜano (isto é, a esfera do espírito objetivo) que se manteria intacto se dele fosse retirado o invólucro 13

figurações políticas, artísticas, religosas ou filósoficas, seja pensa<strong>do</strong>,<br />

antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, <strong>como</strong> uma obra divina. Por fim, mostraremos <strong>como</strong> a<br />

constatação filosófica da passagem <strong>do</strong> espírito objetivo ao espírito<br />

absoluto po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma prova histórica da existência <strong>de</strong><br />

Deus. Nossa reflexão final versará sobre a análise <strong>do</strong> progresso ou<br />

retrocesso que o projeto hegeliano traz à própria história da filosofia,<br />

ao tentar resgatar a metafísica que havia si<strong>do</strong> con<strong>de</strong>nada pela filosofia<br />

crítica.<br />

O objetivo da pesquisa po<strong>de</strong> ser expressa <strong>de</strong> forma bastante<br />

simples: provar que o fundamento, isto é, o que <strong>de</strong>termina o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento temporal <strong>do</strong> espírito objetivo, sob a forma <strong>do</strong> espírito<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, é o absoluto, ou Deus. Trata-se <strong>de</strong> mostrar que Hegel<br />

significa um resgate da metafisica criticada e aban<strong>do</strong>nada por Kant no<br />

século XVIII. Daí o <strong>título</strong> da tese: o giro metafisico hegeliano - uma<br />

referência ao giro copernicano.<br />

Marx, no conheci<strong>do</strong> posfácio da 2a ediçao d'O Capital, ao<br />

tornar explícita sua intenção <strong>de</strong> não tratar Hegel <strong>como</strong> um cachorro<br />

morto, enuncia a tese que será retomada por toda imra geração <strong>de</strong><br />

hegelianos- tratar-se-ia <strong>de</strong> retirar o invólucro místico <strong>para</strong> <strong>de</strong>scobrir o<br />

cerne racional <strong>do</strong> hegelianismo. Po<strong>de</strong>r-se-ia afirmar que os escritos<br />

sobre Hegel da segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX preten<strong>de</strong>ram resgatar<br />

esse cerne racional <strong>do</strong> sistema hegeÜano (isto é, a esfera <strong>do</strong> espírito<br />

objetivo) que se manteria intacto se <strong>de</strong>le fosse retira<strong>do</strong> o invólucro<br />

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