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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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nesse processo 5 . De qualquer forma, até, aproximadamente, 1920, a indústria<br />

brasileira <strong>de</strong>dicou-se à fabricação <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, <strong>de</strong> baixa exigência<br />

tecnológica e <strong>de</strong> capital, ou à simples montagem <strong>de</strong> produtos mais sofistica<strong>dos</strong>, como<br />

automóveis, que vinham das matrizes americanas e européias, assim como as<br />

minerações e frigoríficos. Essa indústria, mais elaborada, tinha forte participação <strong>de</strong><br />

capital estrangeiro (Souza, 2000).<br />

Com isso, ao final do período, a <strong>de</strong>pendência econômica externa era bastante<br />

acentuada, sobretudo em relação ao capital financeiro inglês e aos bancos, que<br />

assumiram as transações que envolviam o café brasileiro no exterior. O déficit na<br />

balança <strong>de</strong> pagamentos também era significativo, pois embora as exportações <strong>de</strong> café<br />

fossem rentáveis, os encargos financeiros <strong>de</strong> juros, dívidas e comissões aos agentes<br />

<strong>de</strong> exportação, além <strong>de</strong> importações constituídas basicamente <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capital e<br />

duráveis, muito mais caros, causavam o <strong>de</strong>sequilíbrio (Souza, 2000).<br />

Segundo Vargas et al. (1994), a implementação das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infra-estrutura<br />

iniciou-se a partir da construção das ferrovias (1850), que interiorizaram o processo <strong>de</strong><br />

industrialização e muito contribuíram para a urbanização das metrópoles da época:<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo, e <strong>dos</strong> portos (1850). Em seguida, estruturaram-se<br />

sistemas viários (estradas, 1860), <strong>de</strong> saneamento básico (distribuição <strong>de</strong> água, coleta<br />

<strong>de</strong> esgotos e drenagem urbana - 1860), a engenharia urbana <strong>de</strong> bases industriais<br />

(1880), e a construção <strong>de</strong> hidrelétricas, a partir <strong>de</strong> 1887. Os processos <strong>de</strong><br />

planejamento e projeto, construção, operação, bem como a tecnologia empregada na<br />

implementação <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong> <strong>de</strong> energia e saneamento eram, como mencionado,<br />

5 A teoria <strong>dos</strong> choques adversos (Simonsen, 1939 apud Motoyama, 1994), apoiada e disseminada pela CEPAL (Comissão<br />

Econômica para a América Latina) na década <strong>de</strong> 1950, credita a industrialização do país à substituição <strong>de</strong> importações <strong>de</strong>corrente<br />

das crises econômicas ocorridas nos países do norte, como as duas gran<strong>de</strong>s guerras e a <strong>de</strong>pressão <strong>de</strong> 29. O historiador americano W.<br />

Dean discorda frontalmente <strong>de</strong>sta teoria, ao afirmar que o comércio <strong>de</strong> café é responsável pela formação <strong>de</strong> um mercado consumidor<br />

(mão-<strong>de</strong>-obra imigrante), que, apoiado pelo sistema ferroviário <strong>de</strong> distribuição, também possibilitado por este comércio, e com o<br />

capital resultante das exportações do produto permite a implantação <strong>de</strong> um setor industrial no país, paralisado, justamente, pela crise<br />

<strong>de</strong> 1929. Uma terceira vertente é a do capitalismo tardio, segundo a qual a formação da indústria brasileira resulta do processo <strong>de</strong><br />

acumulação capitalista que tem início no setor agrícola exportador. Essa acumulação teria sido potencializada pela introdução <strong>de</strong><br />

máquinas beneficiadoras <strong>de</strong> café e das ferrovias, e pela transição do trabalho escravo para o assalariado, que aten<strong>de</strong>riam às<br />

condições iniciais necessárias à industrialização: disponibilização <strong>de</strong> capital e mão-<strong>de</strong>-obra, e formação <strong>de</strong> mercado. Há, ainda,<br />

abordagens distintas, que <strong>de</strong>stacam a importância das proteções alfan<strong>de</strong>gárias, e <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong> enca<strong>de</strong>amento e expansão

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