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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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do um imaginário coletivo no qual os sucessos e fracassos seriam resultantes<br />

exclusivamente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho pessoal e não mais explicado por causas, políticas,<br />

econômicas e sociais que extrapolam as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada cidadão.<br />

Furtado (1980), citado por Coutinho (2002), distingue dois eixos <strong>de</strong> acumulação<br />

capitalista <strong>de</strong>terminantes <strong>dos</strong> processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e intervenientes na sua<br />

gestão. Segundo o autor, a acumulação capitalista que se dá no sistema produtivo é<br />

do tipo instrumental, traduzindo um esforço criador em direção à maior racionalida<strong>de</strong><br />

no alcance <strong>de</strong> fins preestabeleci<strong>dos</strong>, explicitado pela evolução tecnológica. Por outro<br />

lado, a acumulação que ocorre fora do sistema produtivo, dando-se no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da infra-estrutura urbana, resi<strong>de</strong>ncial, nos bens <strong>de</strong> consumo<br />

duráveis, dita substantiva, “traduz a ativida<strong>de</strong> criadora aplicada aos fins da vida social<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> em si mesmos” (Furtado, 1980 apud Coutinho, 2001a), consagrando a<br />

construção <strong>de</strong> valores sociais. Furtado argumenta que a acumulação instrumental,<br />

tecnológica, industrial somente se intensifica à custa da segunda, condicionando<br />

processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento basea<strong>dos</strong> em meios (processos produtivos) e não em<br />

fins (valores sociais).<br />

Adotando o enfoque do <strong>de</strong>senvolvimento como subconjunto da acumulação,<br />

proposto por Furtado, explicita-se e explica-se a relação entre o estabelecimento <strong>de</strong><br />

políticas e a atribuição <strong>de</strong> valores qualitativos (e quantitativos) que minimizem<br />

quaisquer tendências ou resulta<strong>dos</strong> aleatórios ou erráticos do processo. Dessa forma<br />

(...) a teoria do <strong>de</strong>senvolvimento ten<strong>de</strong>u a confundir-se, em conseqüência, com a<br />

explicação do comportamento do sistema produtivo que emergiu com a<br />

civilização industrial. Os valores são implicitamente consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como<br />

transcen<strong>de</strong>ntes à socieda<strong>de</strong> ou simples epifenômenos (Furtado, 1980 apud<br />

Coutinho, 2001a).<br />

Como <strong>de</strong>monstram A<strong>de</strong>lman (199-), A<strong>de</strong>lman & Morris (199-) e Fiani (1998), o<br />

grau <strong>de</strong> liberalização econômica e regulação apresentam relação estreita com as<br />

crises <strong>de</strong> crescimento econômico e expansão capitalista, sobretudo nos países on<strong>de</strong><br />

este sistema alcançou certo grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong>. O período <strong>de</strong> liberalização <strong>dos</strong>

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