21.12.2013 Views

Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

65<br />

Água tratada (%)<br />

Esgoto e<br />

Fossa séptica (%)<br />

Lixo coletado (%) Luz elétrica (%)<br />

Brasil (1) 76,1 52,8 79,9 94,8<br />

Norte Urbano (2) 61,1 14,8 81,4 97,8<br />

Região Nor<strong>de</strong>ste 58,7 22,6 59,7 85,8<br />

Região Su<strong>de</strong>ste 87,5 79,6 90,1 98,6<br />

Região Sul 79,5 44,6 83,3 98,0<br />

Região CO 70,4 34,7 82,1 95,0<br />

Fonte: Indicadores Sociais Mínimos 1999. Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2000, online.<br />

Nota: 1) Exclusive a população rural <strong>de</strong> RO, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá; 2) Exclusive a população rural.<br />

A argumentação <strong>de</strong> Alves (1996) reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção requerida<br />

na implementação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> gestão ao setor privado:<br />

A concessão <strong>de</strong> <strong>serviços</strong> <strong>públicos</strong> a empresas privadas, mesmo que precedidas<br />

da obrigatória licitação, pressupõe outorgá-los a entes cujo fim primordial não é<br />

prestar tais <strong>serviços</strong> à comunida<strong>de</strong>, mas sim obter exce<strong>de</strong>ntes econômicos,<br />

segundo a lógica do capital, sempre objetivando a lucrativida<strong>de</strong>. Os <strong>serviços</strong>,<br />

neste caso, não são presta<strong>dos</strong> conforme os valores e fins da comunida<strong>de</strong><br />

apenas, mas são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> "meios" ou "instrumentos" para o alcance <strong>de</strong><br />

máximas margens <strong>de</strong> lucro.<br />

Essa questão não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> influir, <strong>de</strong> diversas maneiras, sobre a prestação <strong>dos</strong><br />

ditos <strong>serviços</strong>, gerando contradições não menos graves como, por exemplo,<br />

entre a livre aplicação do exce<strong>de</strong>nte econômico, própria do sistema <strong>de</strong> mercado,<br />

e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>sse exce<strong>de</strong>nte no mesmo setor, tendo em<br />

vista a exigência da universalização, pois são indispensáveis à satisfação <strong>de</strong><br />

toda a população, mesmo daquela gran<strong>de</strong> parte que não po<strong>de</strong> comprá-los<br />

conforme as forças do mercado (Alves, 1996).<br />

A política econômica atual orienta para uma abertura do setor <strong>de</strong> saneamento<br />

ao capital privado, segundo o mo<strong>de</strong>lo do Banco Mundial, já adotado, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sverticalização, introdução da concorrência nos segmentos não monopolistas e<br />

regulação <strong>dos</strong> segmentos monopolistas (Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica Aplicada,<br />

1999, ______, 1997). Entretanto, a titularida<strong>de</strong> municipal do serviço é umas das<br />

diferenças mais explícitas em relação a setores como energia elétrica e<br />

telecomunicações, cujo po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte é a Fe<strong>de</strong>ração. Por outro lado, tais setores,<br />

à diferença do saneamento, compõem a infra-estrutura econômica do país, <strong>de</strong> cujo<br />

sucesso <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>pendia a passagem <strong>de</strong> economia tradicional para<br />

industrial, tendo recebido, por isso, priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento e financiamento. O<br />

saneamento, com um caráter predominantemente social e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

urbano, não teve o mesmo impulso, como o <strong>de</strong>monstram seu histórico e seus<br />

indicadores (CEPIS/OPS, 200-; Acqua-plan, 1995; Vargas, 1994).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!