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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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programas <strong>de</strong> reestruturação buscaram, primeiro, preparar os <strong>serviços</strong> para a<br />

substituição do governo pelo setor privado na sua prestação e gestão, através <strong>de</strong><br />

um novo arcabouço legal, do reor<strong>de</strong>namento institucional <strong>dos</strong> setores <strong>de</strong> infraestrutura<br />

e do “saneamento” <strong>de</strong> suas finanças. Em função da criação <strong>de</strong> um ambiente<br />

minimamente intervencionista, o governo passou a exercer a função <strong>de</strong> regulador,<br />

através <strong>de</strong> agências centrais e, em alguns casos, regionais, cuja atuação se dá<br />

exclusivamente nos campos técnico e econômico, buscando garantir autonomia e<br />

in<strong>de</strong>pendência, em relação ao governo e aos regula<strong>dos</strong>. As regras <strong>de</strong> planejamento,<br />

investimento, tarifação, controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, e atendimento ao crescimento da<br />

<strong>de</strong>manda foram alteradas neste novo ambiente e, com isso, alguns vácuos<br />

institucionais surgiram como, por exemplo, quanto à regulação da apropriação <strong>de</strong><br />

rendas <strong>de</strong>correntes da exploração <strong>de</strong> recursos naturais como os cursos d`água ou o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> políticas sociais e metas que garantam o acesso universal.<br />

Após a quase conclusão da privatização <strong>de</strong> setores como rodovias, ferrovias,<br />

telecomunicações e energia elétrica, a socieda<strong>de</strong> confronta-se com perdas<br />

mensuráveis <strong>de</strong> caráter macroeconômico, ambiental, técnico e tecnológico e,<br />

sobretudo, social, uma vez que a reestruturação da economia não contribuiu para<br />

amenizar a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> existente no país, e tem-se revelado, também aqui, causa <strong>de</strong><br />

sua ampliação (Sauer, 2002; Soares, 2001; Cohn, 1999b; Roque & Correa, 1999). O<br />

<strong>de</strong>satendimento à <strong>de</strong>manda social já existente antes das mudanças permanece alto<br />

(tabela 2.1). Além disso, a concentração <strong>de</strong> renda, com fortes tintas regionais, ten<strong>de</strong> a<br />

agravar-se com a introdução <strong>dos</strong> “princípios comerciais” e redução das políticas<br />

sociais na prestação <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong> supramenciona<strong>dos</strong>. Dessa forma, penalizam-se as<br />

populações já expostas a carências, não apenas <strong>de</strong> <strong>serviços</strong>, mas <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os fatores<br />

responsáveis pelo “<strong>de</strong>senvolvimento humano”: renda, expressão política, trabalho,<br />

educação, saú<strong>de</strong>.<br />

Tabela 2.1 – Indicadores Sociais Mínimos – IBGE – 1999

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