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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social (BID, 1997 apud Ocampo, 1998). Estu<strong>dos</strong> comparativos<br />

<strong>de</strong>monstraram que, a partir da década <strong>de</strong> 1990, no Brasil, como na maioria <strong>dos</strong> países<br />

sul americanos, não houve melhoria em termos <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> social, com incremento<br />

<strong>de</strong> pobreza e criação <strong>de</strong> uma “nova pobreza” <strong>de</strong>corrente do <strong>de</strong>semprego e do fim <strong>de</strong><br />

políticas públicas (Soares, 2001).<br />

De acordo com Dupas (1998), a experiência <strong>dos</strong> anos 80 po<strong>de</strong> ser interpretada<br />

como evidência <strong>dos</strong> custos sociais associa<strong>dos</strong> ao <strong>de</strong>sequilíbrio macroeconômico e ao<br />

impacto <strong>dos</strong> processos <strong>de</strong> ajuste empreendi<strong>dos</strong> para corrigir esses <strong>de</strong>sequilíbrios.<br />

Ocampo (1998) observa, entretanto, que no advento da globalização e da liberalização<br />

econômica <strong>dos</strong> anos 1990, os estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> na região confirmaram que, em<br />

contraste com o pequeno efeito positivo exercido sobre o crescimento econômico nos<br />

países latino-americanos, o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> promover igualda<strong>de</strong> social tornou-se maior sob<br />

o impacto <strong>de</strong>sses processos, e não o contrário. Tal efeito positivo, na verda<strong>de</strong>, não<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado significativo diante da problemática vigente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e<br />

pobreza, e das conseqüências adversas das políticas liberais (Morley, 1999).<br />

Em economias marcadas por disparida<strong>de</strong>s acentuadas, o problema central da<br />

liberalização econômica é que a natureza do mercado é tal que o setor privado inclinase<br />

para o atendimento (em termos <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>), preferencialmente, das<br />

exigências <strong>de</strong> setores <strong>de</strong> renda relativamente alta. A resposta do setor privado à<br />

<strong>de</strong>manda também po<strong>de</strong> ser geograficamente <strong>de</strong>sequilibrada, com um nível <strong>de</strong><br />

prestação <strong>de</strong> <strong>serviços</strong> insatisfatório em zonas isoladas ou fracamente povoadas on<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>vido à economia <strong>de</strong> escala <strong>de</strong>sfavorável, tais iniciativas não são lucrativas (Ocampo,<br />

1998).<br />

Segundo Cohn (1999b), tem-se evi<strong>de</strong>nciado no Brasil uma contradição básica<br />

entre o mo<strong>de</strong>lo econômico adotado e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover políticas que<br />

resultem em efetivo <strong>de</strong>senvolvimento social. A tese <strong>de</strong> que os efeitos redistributivos do

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