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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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54<br />

generalização do transporte aéreo. Com ele concordam Reddy & Gol<strong>de</strong>mberg (199-?)<br />

ao dizer que o padrão <strong>de</strong> consumo <strong>dos</strong> países industrializa<strong>dos</strong> exerceu um "efeito <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstração" nas elites <strong>dos</strong> países em <strong>de</strong>senvolvimento, que copiaram sua conduta<br />

no consumo <strong>de</strong> energia, distanciando-se enormemente das camadas mais baixas da<br />

população e provocando o transplante <strong>de</strong> tecnologias capitalistas, energo-intensivas,<br />

responsáveis pelo <strong>de</strong>slocamento da força <strong>de</strong> trabalho e aumento da disparida<strong>de</strong> social<br />

nesses países.<br />

Por influência da aparente relação entre gasto <strong>de</strong> energia e riqueza, o aumento<br />

do consumo <strong>de</strong> energias comerciais – eletricida<strong>de</strong>, petróleo – foi, por muitas décadas,<br />

interpretado, nos países em <strong>de</strong>senvolvimento, como a única forma <strong>de</strong> alcançar o nível<br />

<strong>de</strong> bem estar <strong>dos</strong> países <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong>. Entretanto, não há consenso em torno da<br />

idéia <strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida esteja necessariamente ligada ao consumo <strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong>s crescentes <strong>de</strong> energia, mas sim à forma <strong>de</strong> produção e uso da<br />

mesma e à oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso (Sachs, 1986, Reddy & Gol<strong>de</strong>mberg, 199-?). É<br />

interessante notar que o raciocínio <strong>dos</strong> autores também refuta o argumento <strong>de</strong> que<br />

não haveria, em termos absolutos, oferta suficiente para to<strong>dos</strong>.<br />

Também em relação à provisão <strong>de</strong> <strong>serviços</strong> <strong>de</strong> saneamento, o paradigma <strong>de</strong><br />

consumo e <strong>de</strong> atendimento da <strong>de</strong>manda revelou-se idêntico, mundialmente, ao <strong>dos</strong><br />

<strong>serviços</strong> <strong>de</strong> energia elétrica, durante praticamente todo o século XX, privilegiando um<br />

aumento constante no volume <strong>de</strong> <strong>serviços</strong>, baseado em expectativas <strong>de</strong> crescimento<br />

populacional e aumento do padrão <strong>de</strong> vida (segundo critérios <strong>de</strong> mercado – aumento<br />

do consumo). O conceito somente começou a se alterar em função da consi<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> impactos negativos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, passando a incluir critérios <strong>de</strong><br />

eficiência e gerenciamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda (Gleick, 2000b).<br />

Efeitos ambientais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m local, como a contaminação atmosférica e hídrica,<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m regional e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m global, como o efeito estufa e alterações do ciclo

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