Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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21.12.2013 Views

44 2.4. DESENVOLVIMENTO, DESAFIOS SETORIAIS E DA LIBERALIZAÇÃO 2.4.1. ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO A Economia do Desenvolvimento é uma vertente do pensamento econômico que se dedica a qualificar e quantificar a dinâmica econômica dos países, em termos comparativos, valendo-se do uso de indicadores de crescimento econômico e industrialização e, mais recentemente, de condições de vida e do meio. Pode-se situar seu início por volta dos anos 1930, já num contexto de hegemonia capitalista norteamericana, quando se evidenciou a posição desigual dos países em relação a um sistema capitalista “avançado” (Fonseca & Ussher, 200-). O foco inicial dos estudos foram os países da Europa. Ao final da 2 a guerra, e com o surgimento das agências internacionais (ONU, FMI, BIRD, etc.), a elaboração de um arcabouço teórico sobre o desenvolvimento de países da América Latina, África e Ásia ganhou importância, com forte impulso do meio burocrático (Esteva, 2000; Fonseca & Ussher, 200-).

45 O conceito e as linhas de argumentação variaram desde o surgimento dessa Escola. Anand & Sen (1994) identificam, basicamente, duas abordagens: a primeira, mais tradicional, calcada em padrões de crescimento econômico, entendido como formação de riqueza e opulência e medido por indicadores econômicos, principalmente o produto interno bruto (PIB) e PIB/per capita. A segunda, enfocando o desenvolvimento dos indivíduos, ou, o desenvolvimento humano, traduzido pelo progressivo aprimoramento de suas potencialidades sociais e condições de vida, medidos por indicadores sociais. Segundo Sen, a diferença essencial entre as duas reside no enfoque dos meios empregados para atingir o desenvolvimento que a primeira privilegia, em oposição à ênfase dada pela segunda aos objetivos do desenvolvimento. Entretanto, as duas vertentes partem do princípio do estabelecimento de uma escala de desenvolvimento, ou de sua falta, a partir da qual os países podem ser classificados. As primeiras teorias do Desenvolvimento admitiam a existência de estágios de desenvolvimento, incorporando a noção de que o processo se dava de forma linear. Portanto, haveria uma classe de países sub-desenvolvidos que representariam versões primitivas da Europa e América do Norte. Uma sub-corrente dessa linha preferia admitir a tendência dos países a apresentar similaridades nos padrões de desenvolvimento, ao invés de postular a linearidade. Dessa forma, poder-se-ia identificar e implementar “atalhos”, permitindo aos menos desenvolvidos alcançar os padrões do Norte suprimindo algumas etapas. Pensadores dessa doutrina foram Rostow, Rosenstein-Rodan, Arthur Lewis, Hans Singer. Enfatizava-se, então, a importância da formação de capital e da poupança, na promoção do desenvolvimento, justificando a intervenção governamental na economia. Desse enfoque emergiram doutrinas como a economia dual (A. Lewis), o crescimento balanceado e os círculos viciosos e virtuosos (H.W. Singer), e outros.

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A Economia do Desenvolvimento é uma vertente do pensamento econômico<br />

que se <strong>de</strong>dica a qualificar e quantificar a dinâmica econômica <strong>dos</strong> países, em termos<br />

comparativos, valendo-se do uso <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> crescimento econômico e<br />

industrialização e, mais recentemente, <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vida e do meio. Po<strong>de</strong>-se situar<br />

seu início por volta <strong>dos</strong> anos 1930, já num contexto <strong>de</strong> hegemonia capitalista norteamericana,<br />

quando se evi<strong>de</strong>nciou a posição <strong>de</strong>sigual <strong>dos</strong> países em relação a um<br />

sistema capitalista “avançado” (Fonseca & Ussher, 200-). O foco inicial <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />

foram os países da Europa. Ao final da 2 a guerra, e com o surgimento das agências<br />

internacionais (ONU, FMI, BIRD, etc.), a elaboração <strong>de</strong> um arcabouço teórico sobre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> países da América Latina, África e Ásia ganhou importância, com<br />

forte impulso do meio burocrático (Esteva, 2000; Fonseca & Ussher, 200-).

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