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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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Quando do início efetivo da urbanização e a<strong>de</strong>nsamento populacional do país,<br />

no século XIX, estimulada pela mudança da corte portuguesa, as condicionantes à<br />

época eram tais que o eixo da exploração <strong>de</strong> riqueza já se <strong>de</strong>slocara para o centro-sul,<br />

em função do ciclo do ouro, esgotado, e, àquela altura, do ciclo do café, em franca<br />

expansão no Vale do Paraíba. Com a instalação da corte no Rio <strong>de</strong> Janeiro, novas<br />

regras <strong>de</strong> conduta social e urbana surgiram, pelo efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração do estilo <strong>de</strong><br />

vida europeu trazido pelos portugueses, e pela intensificação das relações <strong>de</strong><br />

comércio exterior, que passaram a impor melhorias urbanísticas e sanitárias, á<br />

semelhança do que já ocorria nos países centrais. De imediato, as cida<strong>de</strong>s portuárias<br />

do Rio e <strong>de</strong> Santos, e por extensão, São Paulo, principalmente, tornaram-se centros<br />

nevrálgicos do po<strong>de</strong>r e da riqueza, representada pela aristocracia cafeeira local,<br />

atraindo as habitações elegantes, o comércio varejista, e a infra-estrutura.<br />

Como consequência do pensamento liberal vigente e através <strong>dos</strong> avanços<br />

tecnológicos resultantes da II Revolução Industrial, em pleno curso, <strong>de</strong>ntre as quais a<br />

energia elétrica e as mo<strong>de</strong>rnas técnicas <strong>de</strong> saneamento do meio, iniciou-se no país<br />

um sistema <strong>de</strong> provisão privada, concedida a empresas estrangeiras, e<br />

puramente comercial <strong>de</strong>sses <strong>serviços</strong>, já no Segundo Reinado. A abolição da<br />

escravatura, a imigração européia e a migração interna constituíram uma pobreza<br />

urbana, aglomerada em condições sub-normais, sem acesso à educação e ao<br />

trabalho, cada vez mais voltado à industrialização, rapidamente expulsa <strong>dos</strong> centros<br />

metropolitanos. A falta <strong>de</strong> renda e a dificulda<strong>de</strong> crescente em obtê-la <strong>de</strong>terminou a<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos <strong>serviços</strong> priva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura. As zonas rurais,<br />

principalmente aquelas <strong>de</strong>ixadas ao largo da implantação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> mercadorias (as ferrovias), obviamente, eram inexistentes do ponto <strong>de</strong> vista da<br />

provisão <strong>de</strong> infra-estrutura básica.<br />

O efeito <strong>de</strong> atração exercido pela rentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> cafeeira e pela<br />

oferta <strong>de</strong> condições mínimas <strong>de</strong> infra-estrutura urbana e portuária concentrou cada vez

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