Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP
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355 uma geração de empregos diretos e indiretos de cerca de 1.111.000, entre 1995 e 1998 (Probrasil, 2002). O setor elétrico é ainda mais intensivo em mão-de-obra, considerando o porte dos empreendimentos e a complexa logística operacional, técnica e tecnológica do setor. Uma das consequências mais drásticas da reestruturação do setor foi a redução dos seus quadros que, além de redundar em maciça perda de postos de trabalho, cujos ocupantes podem ou não ter conseguido reinserção no mercado, resultou numa desarticulação de capacidade técnica instalada com severas perdas para a sociedade (blecautes, acidentes de trabalho, mortes) 93 . Os números da tabela 3.141 mostram que, somente no sistema Eletrobrás, a redução de quadros foi da ordem de 20.000 empregos diretos. Segundo Gonçalves Jr. (2002), a redução decorrente das reduções de quadro de pessoal em empresas privatizadas, entre 1993 e 2000, foi de cerca de 10.000 postos, e o total para o setor foi de cerca de 70.000 empregos diretos, entre 1995 e 2000. Tabela 3.141 – Evolução do quadro de pessoal – Sistema Eletrobrás – 1994 a 1999 Empresa 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Bovesa 182 176 Ceal 1.057 958 991 Cepisa 1.328 1.299 1.245 Ceron 709 702 574 Cgtee 489 Chesf 9.682 8.458 8.302 6.749 6.264 6.005 Eletroacre 544 445 224 Eletrobrás 1.385 1.263 1.066 1.037 1.022 998 Eletronorte 5.527 4.516 4.875 4.635 3.398 3.166 Eletronuclear 720 693 6 9 0 1.827 1.274 1.832 Eletrosul 3.737 3.367 3.197 1.326 1.389 1.333 Escelsa 2.602 Furnas 7.275 7.094 7.096 5.216 4.513 4.138 Light 12.188 11.039 Lightpar 1 2 12 10 14 Manaus energia 965 918 Total 43.116 36.430 25.238 24.440 22.421 22.103 Fonte: Brasil/MP, 2002. As relações de trabalho nos serviços de limpeza urbana são dotadas de peculiaridades não presentes nos outros serviços, seja pelos preconceitos que cercam
356 a função e o profissional de execução da limpeza urbana, seja pelo elevado grau de terceirização que tolhe as mais rudimentares garantias do exercício de uma função com dignidade, e, sobremaneira, pela presença, maciça, dos catadores de lixo no universo da prestação do serviço. O impacto da catação na economia municipal é significativo, tanto sobre a geração de renda e empregos diretos e indiretos, quanto sobre os custos das atividades de limpeza urbana, que decaem em função da remoção de até 20%, em peso, de material apresentado para coleta nas ruas (IPT, 1995). Embora traga benefício real para a sociedade, e em especial para a estrutura empresarial que vive da exploração desse tipo de trabalho, a catação ocorre clandestinamente, nos aterros a céu aberto, constituindo-se num grave problema social. Entretanto, esta atividade tem representado a única oportunidade de inserção no mercado de trabalho para muitos indivíduos e única alternativa ao desemprego para outros tantos, apesar de toda a insalubridade inerente à mesma (IPT, 1995). Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), em sua última edição (2001), os catadores em lixões são em torno de 24.000. Como alternativa para a inserção dessas pessoas num mercado formal de trabalho, municípios vêm implementando programas de coleta seletiva e reciclagem, para atuação conjunta com os catadores. Porém, também segundo a PNSB, o número de municípios que efetuam estes programas ainda é pequeno, apenas 451. A reciclagem, além da importância social, apresenta, também, um potencial de benefício do ponto de vista ambiental, ao qual podem se agregar práticas de gestão e uso racional de água e energia. Através da inserção de equipamentos eficientes, projetados para redução de demanda energética e de água, e da adoção de métodos de gerenciamento pelo lado da demanda, pode-se obter sensível descompressão 93 Sauer (2002) apresenta estatísticas alarmantes de aumento de número e freqüência de acidentes fatais no setor elétrico, relacionando-os à precarização da situação funcional dos quadros atuais do setor e da perda do poder de fiscalização setorial sobre esses números, em função da privatização das empresas.
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terceirização que tolhe as mais rudimentares garantias do exercício <strong>de</strong> uma função<br />
com dignida<strong>de</strong>, e, sobremaneira, pela presença, maciça, <strong>dos</strong> catadores <strong>de</strong> lixo no<br />
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significativo, tanto sobre a geração <strong>de</strong> renda e empregos diretos e indiretos, quanto<br />
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Embora traga benefício real para a socieda<strong>de</strong>, e em especial para a estrutura<br />
empresarial que vive da exploração <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> trabalho, a catação ocorre<br />
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no mercado <strong>de</strong> trabalho para muitos indivíduos e única alternativa ao <strong>de</strong>semprego<br />
para outros tantos, apesar <strong>de</strong> toda a insalubrida<strong>de</strong> inerente à mesma (IPT, 1995).<br />
Segundo a Pesquisa Nacional <strong>de</strong> Saneamento Básico (PNSB), em sua última edição<br />
(2001), os catadores em lixões são em torno <strong>de</strong> 24.000. Como alternativa para a<br />
inserção <strong>de</strong>ssas pessoas num mercado formal <strong>de</strong> trabalho, municípios vêm<br />
implementando programas <strong>de</strong> coleta seletiva e reciclagem, para atuação conjunta com<br />
os catadores. Porém, também segundo a PNSB, o número <strong>de</strong> municípios que efetuam<br />
estes programas ainda é pequeno, apenas 451.<br />
A reciclagem, além da importância social, apresenta, também, um potencial <strong>de</strong><br />
benefício do ponto <strong>de</strong> vista ambiental, ao qual po<strong>de</strong>m se agregar práticas <strong>de</strong> gestão e<br />
uso racional <strong>de</strong> água e energia. Através da inserção <strong>de</strong> equipamentos eficientes,<br />
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esses números, em função da privatização das empresas.