Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP
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26 BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - Banco Mundial), o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o GATT (General Agreement on Tariffs and Trade - Acordo Geral de Tarifas e Comércio), transformado em OMC (Organização Mundial do Comércio) em 1986. Sinais de esgotamento surgiram com a primeira crise do petróleo e a III Revolução Industrial. No final da década de 1960, os EUA apresentavam déficit em seu balanço de pagamentos, e inflação alta, o que levou à adoção de medidas contracionistas. O déficit externo americano, a desvalorização do dólar frente ao yen e ao marco alemão e a oferta de petrodólares aqueceram o mercado de crédito internacional, o que permitiu a vários países financiar seu desenvolvimento (Gomes, 1998). Na primeira crise do petróleo, em 1973, as maiores economias capitalistas, inclusive os EUA, já vinham experimentando uma “superexpansão sincronizada” 4 , caracterizada por elevados investimentos. Em função da crise, as taxas de investimento decaíram e as pressões inflacionárias exacerbaram-se, sendo, entretanto, absorvidas pelos países desenvolvidos já em meados da década de 70. Os países subdesenvolvidos, em franco endividamento, foram penalizados pela redução de exportações e aumento dos preços de importações (Gomes, 1998). A segunda crise do petróleo, em 1979, resultou em graves desequilíbrios fiscais, tanto nos países desenvolvidos como nos demais, tais que, mesmo as elevadíssimas cargas tributárias praticadas por aqueles, da ordem de 45% do PNB, não seriam capazes de resolver. A alta dos juros flutuantes, no início dos anos 1980, exacerbou a crise fiscal dos países. As práticas fiscalistas keynesianas perderam força diante dos pensamentos liberais e monetaristas. As políticas de manutenção de pleno emprego cederam lugar ao combate à inflação sob recessão. Criaram-se, assim, as condições para o estabelecimento do “ultraliberalismo” (Gomes, 1998).
27 A terceira Revolução Industrial alicerçou-se sobre a automação flexível e o progresso das comunicações, possibilitado pela informática e pela robótica, e sobre a revolução científico-tecnológica, baseada na biotecnologia e na engenharia genética. São marcos dessa fase o barateamento da energia, com o desenvolvimento de novas tecnologias de geração, inclusive a energia nuclear, e a modernização dos meios de transporte. Tendo-se iniciado ao fim da segunda guerra, somente nas últimas três décadas começou a produzir efeitos sensíveis sobre a sociedade. Tal “fenômeno” propiciou o que alguns cientistas sociais classificaram como os movimentos (distintos entre si) de globalização, planetarização e mundialização (Iamamoto et al., 1999, Mance, 1998). A modernização tecnológica permitiu o acesso instantâneo à informação, via redes de computadores. A “administração enxuta” da Toyota, japonesa, impacta fortemente o antigo conceito de administração científica, americano, e dá um novo significado ao tempo e à informação, nos processos produtivos. Nos mais variados segmentos industriais, isso significou a ruptura das “pirâmides da informação” (propagação horizontal, ao invés de vertical), tornando desnecessária uma série de funções de gerência e operação e introduzindo a possibilidade de desverticalizar e diversificar setores industriais, otimizando as economias de escala e escopo (Iamamoto et al., 1999). A ameaça ao monopólio das telecomunicações da AT&T pela MCI, por inovação tecnológica, nos Estados Unidos na década de 1960, reintroduziu a discussão sobre o papel do Estado na economia. Pode-se dizer que a combinação desses fatos, reforçados pelo experimento do Chile, que liberalizara amplamente sua economia, impulsionou a onda liberal que se seguiu, consolidada internacionalmente, logo em seguida, pela experiência da Inglaterra. Nesse contexto, enquanto a produtividade explodiu, os postos de trabalho decaíram, a fração financeira do capital ampliou suas fronteiras, as desigualdades recrudesceram mundialmente e a liberdade
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Sinais <strong>de</strong> esgotamento surgiram com a primeira crise do petróleo e a III<br />
Revolução Industrial. No final da década <strong>de</strong> 1960, os EUA apresentavam déficit em<br />
seu balanço <strong>de</strong> pagamentos, e inflação alta, o que levou à adoção <strong>de</strong> medidas<br />
contracionistas. O déficit externo americano, a <strong>de</strong>svalorização do dólar frente ao yen e<br />
ao marco alemão e a oferta <strong>de</strong> petrodólares aqueceram o mercado <strong>de</strong> crédito<br />
internacional, o que permitiu a vários países financiar seu <strong>de</strong>senvolvimento (Gomes,<br />
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Na primeira crise do petróleo, em 1973, as maiores economias capitalistas,<br />
inclusive os EUA, já vinham experimentando uma “superexpansão sincronizada” 4 ,<br />
caracterizada por eleva<strong>dos</strong> investimentos. Em função da crise, as taxas <strong>de</strong><br />
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entretanto, absorvidas pelos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> já em mea<strong>dos</strong> da década <strong>de</strong> 70. Os<br />
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<strong>de</strong> exportações e aumento <strong>dos</strong> preços <strong>de</strong> importações (Gomes, 1998).<br />
A segunda crise do petróleo, em 1979, resultou em graves <strong>de</strong>sequilíbrios<br />
fiscais, tanto nos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> como nos <strong>de</strong>mais, tais que, mesmo as<br />
elevadíssimas cargas tributárias praticadas por aqueles, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 45% do PNB,<br />
não seriam capazes <strong>de</strong> resolver. A alta <strong>dos</strong> juros flutuantes, no início <strong>dos</strong> anos 1980,<br />
exacerbou a crise fiscal <strong>dos</strong> países. As práticas fiscalistas keynesianas per<strong>de</strong>ram<br />
força diante <strong>dos</strong> pensamentos liberais e monetaristas. As políticas <strong>de</strong> manutenção<br />
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assim, as condições para o estabelecimento do “ultraliberalismo” (Gomes, 1998).