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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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316<br />

Vale mencionar que as primeiras propostas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, presentes nos<br />

documentos da Série Mo<strong>de</strong>rnização do Setor <strong>de</strong> Saneamento, não previam concessão<br />

não onerosa <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong> <strong>de</strong> água e esgotos. Somente há pouco tempo, numa reação<br />

da socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> parlamentares liga<strong>dos</strong> ao <strong>de</strong>bate sobre a problemática do setor,<br />

esta forma <strong>de</strong> arrecadação <strong>de</strong> recursos via reforma patrimonial foi legalmente<br />

impedida para <strong>serviços</strong> <strong>de</strong> saneamento (tabela 3.89), como uma forma <strong>de</strong> resguardar<br />

a população da simples exploração financeira <strong>de</strong> <strong>serviços</strong> já existentes, sem que nem<br />

um acréscimo <strong>de</strong> cobertura fosse implementado. Como analisado, a opção pela<br />

licitação pela melhor oferta <strong>de</strong> preço encontra-se entre as condicionantes que levaram<br />

o setor elétrico ao racionamento em 2001. Essa e outras formas <strong>de</strong> transferências <strong>de</strong><br />

recursos, entretanto, são contabilizadas como “investimentos”, ajudando a propaganda<br />

do mo<strong>de</strong>lo liberal, embora não resulte em um único metro <strong>de</strong> tubo acrescentado às<br />

re<strong>de</strong>s ou metros cúbicos adiciona<strong>dos</strong> ao esgoto coletado ou à produção <strong>de</strong> água.<br />

Numa avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho no início do segundo mandato <strong>de</strong> Car<strong>dos</strong>o,<br />

em 1999, estu<strong>dos</strong> oficiais reconheceram as limitações <strong>dos</strong> programas implementa<strong>dos</strong><br />

na gestão anterior, uma vez que, i<strong>de</strong>aliza<strong>dos</strong> para aten<strong>de</strong>r, preferencialmente, à<br />

<strong>de</strong>manda social, concentrada em pequenos municípios, zonas rurais, segmentos <strong>de</strong><br />

baixa renda e, sobretudo, na região Nor<strong>de</strong>ste, empregaram ainda consi<strong>de</strong>rável parcela<br />

<strong>de</strong> recursos em municípios e regiões com perfil distinto daqueles adota<strong>dos</strong> como<br />

critérios preferenciais <strong>de</strong> seleção. Isso equivale a dizer que a região Su<strong>de</strong>ste, o<br />

município <strong>de</strong> São Paulo, em especial, obtiveram montantes significativos <strong>de</strong> recursos<br />

em programas que <strong>de</strong>veriam priorizar, por exemplo, os municípios do âmbito do<br />

Programa Comunida<strong>de</strong> Solidária 85<br />

(Arretche, 1999; Calmon et al., 1999; Pena &<br />

Abicalil, 1999). Tais situações <strong>de</strong>correram, em gran<strong>de</strong> parte, da impossibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />

<strong>serviços</strong> e governos atingirem os critérios necessários para habilitá-los ao<br />

endividamento, bem como <strong>dos</strong> rígi<strong>dos</strong> limites impostos pelo contingenciamento <strong>dos</strong><br />

85 Para <strong>de</strong>talhes, ver Calmon et al., 1999.

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