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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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De imediato, nota-se que o financiamento do setor, <strong>de</strong> uma condição <strong>de</strong> fontes<br />

asseguradas <strong>de</strong> recursos, passa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do capital financeiro, cujo interesse <strong>de</strong><br />

aplicação está diretamente vinculado ao retorno <strong>dos</strong> investimentos. Busca-se, nesse<br />

caso, a combinação i<strong>de</strong>al entre o máximo lucro e o mínimo risco e a reestruturação do<br />

setor elétrico no Brasil, ainda representa para os investidores um risco consi<strong>de</strong>rável,<br />

segundo <strong>de</strong>monstra sua resistência em realizar novos projetos.<br />

Uma série <strong>de</strong> opções malogradas mostra que o interesse da socieda<strong>de</strong> foi<br />

negligenciado quando da concepção <strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> reestruturação. De início,<br />

como salienta Batista (1994), facultou-se ao capital estrangeiro a liberda<strong>de</strong>, ou o<br />

privilégio, <strong>de</strong> investir em empreendimentos volta<strong>dos</strong> para a exploração <strong>de</strong> recursos<br />

naturais e para a produção <strong>de</strong> <strong>serviços</strong>, que não po<strong>de</strong>m ser exporta<strong>dos</strong>, não<br />

redundando em real complementação <strong>de</strong> poupança para o país em longo prazo e<br />

exercendo uma pressão negativa sobre o balanço <strong>de</strong> pagamentos 81 . O programa <strong>de</strong><br />

privatizações, no setor <strong>de</strong> energia elétrica, prestou-se fundamentalmente a gerar<br />

recursos para abatimento da dívida pública (Pinheiro & Giambiagi, 1999), no que não<br />

foi bem sucedido (seção 3.4.1.1). Para tanto, optou-se pela modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong><br />

vitória pela maior oferta, e não pela menor tarifa ou por melhor plano <strong>de</strong> investimentos.<br />

No caso da geração, em lugar <strong>de</strong> buscar a participação privada em novos projetos,<br />

mais caros, mantendo sob gestão estatal as usinas existentes, praticamente<br />

amortizadas, o mo<strong>de</strong>lo procurou estimular a entrada <strong>de</strong> capital privado oferecendo<br />

justamente a geração existente, acenando com uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fantástica<br />

extração <strong>de</strong> renda.<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> tantos incentivos, o capital privado mostrou-se reticente e diante<br />

<strong>de</strong> fatos concretos como a esquali<strong>de</strong>z <strong>de</strong> novos investimentos <strong>de</strong> fonte privada, além<br />

do paulatino abandono, calculado, <strong>de</strong> investimentos por parte do governo, que<br />

redundaram em perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e racionamento <strong>de</strong> energia, elaboram-se

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