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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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303<br />

Para o autor:<br />

Na prática, a questão da regulação tarifária continua impregnada <strong>de</strong> um forte<br />

conteúdo político, <strong>de</strong> disputa pela apropriação da renda. A <strong>de</strong>terminação do fator<br />

X, no limite, reproduz os mesmos conflitos <strong>de</strong> sempre, entre empresa e<br />

consumidores, da regulação pelo custo do serviço: quais custos operacionais<br />

são apropriáveis, qual a base <strong>de</strong> capital a<strong>de</strong>quada e qual a sua remuneração. A<br />

situação se agrava pela assimetria <strong>de</strong> informações entre empresa e regulador,<br />

acentuada pela parca participação e controle por parte da socieda<strong>de</strong> e, pelos<br />

riscos <strong>de</strong> captura do regulador pela empresa. (Sauer, 2002).<br />

B) FINANCIAMENTO, INVESTIMENTOS E GASTOS DO SETOR ELÉTRICO<br />

Um <strong>dos</strong> principais argumentos apresenta<strong>dos</strong> à socieda<strong>de</strong> para a promoção <strong>de</strong><br />

reformas no setor produtivo estatal, como um todo, foi o do esgotamento <strong>de</strong> sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento e da ineficácia intrínseca do Estado em gerir empresas,<br />

o que exigiria uma mudança radical <strong>de</strong> paradigma, traduzida pela imediata substituição<br />

da gestão pública pela privada. Como analisado em seções anteriores, este<br />

movimento pouco tinha a ver com a questão do financiamento setorial, em si, e sim<br />

com o movimento global <strong>de</strong> liberalização e abertura <strong>de</strong> economias nacionais<br />

“fechadas” ao capital financeiro internacional.<br />

O mo<strong>de</strong>lo anterior <strong>de</strong> financiamento baseava-se, como mencionado, em<br />

recursos próprios, impostos e fun<strong>dos</strong> setoriais 80 , e recursos externos. No novo mo<strong>de</strong>lo,<br />

os recursos proviriam, principalmente, <strong>de</strong> arranjos como BOT, project finance, e<br />

emissão <strong>de</strong> títulos no mercado <strong>de</strong> capitais. A Eletrobrás reduz substancialmente sua<br />

função <strong>de</strong> banco setorial e os bancos comerciais assumem importância capital no<br />

novo esquema. As novas fontes <strong>de</strong> recursos passariam a ser <strong>de</strong> dois tipos: capital <strong>de</strong><br />

risco e financiamento do capital (Pego Filho et al., 1999, Oli-<br />

veira et al., 1997).<br />

80 IUEE, extinto em 1985; Empréstimo Compulsório, extinto em 1993, RGR, que será extinta a partir ao final <strong>de</strong> 2010 (Lei<br />

10.438/02).

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