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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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energia e o MME 54 . Também o ONS rapidamente apresentou falhas, que resultaram<br />

no famoso episódio do raio <strong>de</strong> Bauru. Um blecaute <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, que<br />

atingiu boa parte do país em 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1999. Os evi<strong>de</strong>ntes problemas <strong>de</strong><br />

operação <strong>de</strong>correntes da <strong>de</strong>sarticulação da capacida<strong>de</strong> técnica estatal, <strong>de</strong>nuncia<strong>dos</strong><br />

por vários técnicos do setor, foram encobertos pela construção <strong>de</strong> uma justificativa<br />

oficial calcada na queda <strong>de</strong> um raio em uma subestação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru, São<br />

Paulo. A atuação da ANEEL, chamada à ação, foi tardia e paliativa (Sato, 2002).<br />

A GCE foi criada por medida provisória, no contexto da escassez <strong>de</strong> energia<br />

que levou ao racionamento. Com po<strong>de</strong>res extraordinários, foi-lhe atribuída<br />

competência para <strong>de</strong>cidir sobre temas que eram <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r<br />

executivo, tais como alterar tributos e tarifas e procedimentos que afetassem a<br />

“celerida<strong>de</strong>” na contratação e implementação <strong>de</strong> empreendimentos “emergenciais”.<br />

Medidas impopulares, que criaram prece<strong>de</strong>ntes contestáveis, como a redução <strong>de</strong><br />

exigências e do prazo <strong>de</strong> tramitação <strong>de</strong> licenciamentos ambientais, foram duramente<br />

criticadas por segmentos <strong>de</strong> técnicos e acadêmicos liga<strong>dos</strong> ao setor, e a<br />

constitucionalida<strong>de</strong> da GCE e <strong>de</strong> suas medidas foi contestada em juízo. A GCE<br />

vigorou <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2001 a 6 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002, quando foi convertida na<br />

Câmara <strong>de</strong> Gestão do Setor Elétrico, pelo Decreto 4.261 (Energiabrasil, 2002a).<br />

O Comitê <strong>de</strong> Revitalização do Mo<strong>de</strong>lo do Setor Elétrico foi criado pela<br />

resolução 18 da Câmara <strong>de</strong> Gestão, e instalado em junho <strong>de</strong> 2001, com a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> corrigir disfuncionalida<strong>de</strong>s e propor aperfeiçoamentos (Energiabrasil, 2002b).<br />

Através da emissão <strong>de</strong> Relatórios <strong>de</strong> Progresso (RP1 – 9 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002; RP2 – 1<br />

<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2002; RP3 – 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002), como o próprio nome enseja, tem<br />

apresentado medidas que aprofundam o mo<strong>de</strong>lo liberalizante que levou o setor à crise<br />

<strong>de</strong> escassez, sem resolver seus problemas. Foi, no entanto, um reconhecimento<br />

público e compulsório <strong>de</strong> que a concepção setorial <strong>de</strong> mercado liberalizado para a<br />

54 Para informações institucionais sobre o NONS, consultar .

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