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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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comunida<strong>de</strong>s acadêmica, técnica e política ligadas aos dois setores alertassem para a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformas, <strong>de</strong> forma a ampliar o atendimento, mo<strong>de</strong>rnizar a gestão e<br />

assegurar o controle social, as propostas oriundas das discussões internas aos<br />

setores foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas em favor <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los essencialmente<br />

liberalizantes (Sauer, 2002; Rezen<strong>de</strong>, 2000). A partir <strong>de</strong>ssa seção, serão discutidas as<br />

trajetórias que culminaram nas reformas implementadas ou aventadas e seus<br />

impactos e consequências sobre oferta <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong>, macroeconomia e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida.<br />

3.4.3.1. MODELOS INSTITUCIONAIS<br />

Ao discutir os mo<strong>de</strong>los e as reformas institucionais <strong>dos</strong> setores <strong>de</strong> energia<br />

elétrica e saneamento básico, no advento <strong>dos</strong> ajustes liberais, reconhece-se, <strong>de</strong> início,<br />

que a tentativa <strong>de</strong> mudança do paradigma <strong>de</strong> gestão, <strong>de</strong> estatal para privada,<br />

representou o evento mais marcante do período em estudo. Decorri<strong>dos</strong> mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

anos do início do processo 46 , e após seu reconhecível insucesso, a questão recorrente<br />

é: por que? To<strong>dos</strong> os argumentos engendra<strong>dos</strong> para justificar as reformas setoriais, no<br />

caso da energia elétrica (e outros setores já privatiza<strong>dos</strong>), revelaram-se<br />

irresponsavelmente ambiciosos e terminaram por expor a socieda<strong>de</strong> a um limite<br />

inaceitável <strong>de</strong> falhas e enganos. Sob as diversas óticas pelas quais foi introduzida a<br />

questão, teórica, <strong>de</strong> politica externa, econômica, a verda<strong>de</strong> é que a privatização não<br />

era a solução única e inexorável para os problemas vivi<strong>dos</strong> pelo país.<br />

Como discutido em seções anteriores, os antece<strong>de</strong>ntes do mo<strong>de</strong>lo remontam à<br />

implementação das condicionantes estabelecidas pelo FMI para renegociação da<br />

dívida brasileira durante o governo Collor. Naquele momento, os países centrais<br />

encontravam-se no apogeu da liberalização <strong>de</strong> suas economias, e a i<strong>de</strong>ologia liberal<br />

46 Pinheiro & Giambiagi, 1999, situam o início da privatização no Brasil bem antes, já na década <strong>de</strong> 1970, sob Geisel e Figueiredo, e<br />

mais tar<strong>de</strong> com José Sarney. Entretanto, como se percebe da própria narrativa <strong>dos</strong> autores, aqueles não foram movimentos maciços

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