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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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215<br />

A utilização da capacida<strong>de</strong> instalada industrial não ultrapassou os níveis <strong>de</strong><br />

1988, sendo que o setor <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo vem sofrendo queda contínua <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1995 e o <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capital, após recuperação em 1997, reassume uma tendência <strong>de</strong><br />

queda. Estas tendências corroboram as análises que atribuem o comportamento<br />

recessivo da economia nacional à política <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> monetária promovida à<br />

custa <strong>de</strong> juros altos, bem como o impacto da abertura irrestrita do mercado brasileiro<br />

aos importa<strong>dos</strong> 38 .<br />

É mister mencionar os efeitos da crise <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> energia elétrica sobre a<br />

ativida<strong>de</strong> industrial. Em especial no período entre 1998 e os últimos registros <strong>de</strong> 2002,<br />

percebe-se o impacto da crise pela acentuada queda na utilização da capacida<strong>de</strong><br />

instalada verificada no setor como um todo, e nos três segmentos (consumo, capital e<br />

intermediários) a partir <strong>de</strong> 2001, após um período prévio <strong>de</strong> alguma recuperação.<br />

Como se discutirá posteriormente, tal crise resultou das falhas intrínsecas ao mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> reestruturação aplicado ao setor elétrico, calcado em liberalização econômica.<br />

Voltando a analisar a figura 3.10 à luz <strong>de</strong>sses da<strong>dos</strong>, percebe-se que a<br />

implicação mais profunda da privatização (e <strong>de</strong>snacionalização) <strong>dos</strong> setores <strong>de</strong> infraestrutura<br />

agrupa<strong>dos</strong> no SIUP, que se intensificou a partir <strong>de</strong> 1995, principalmente no<br />

setor elétrico, foi o <strong>de</strong> proporcionar um significativo aumento <strong>de</strong> renda para os capitais<br />

estrangeiros, sem que houvesse reversão <strong>de</strong> benefícios para a socieda<strong>de</strong> como um<br />

todo. A atrativida<strong>de</strong> representada pelos juros altos e pelas condições <strong>de</strong> venda e<br />

concessão <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong>, que será analisada posteriormente, não foram suficientes<br />

para fixar a renda gerada nesses setores no país, cujo incremento da emissão <strong>de</strong><br />

juros e divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong> aos países <strong>de</strong> origem foi notável. Po<strong>de</strong>-se afirmar, diante da<br />

consi<strong>de</strong>ração conjunta <strong>de</strong>sses da<strong>dos</strong>, que a política <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><br />

monetária foi um fator prepon<strong>de</strong>rante na facilitação da apropriação <strong>de</strong> rendas da<br />

38 Furuguem, 2002; Soares, 2001; Fiori, 1999.

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