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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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200<br />

“Diálogo Interamericano”, é publicado em 2001, com o irônico apelido <strong>de</strong> “Dissenso <strong>de</strong><br />

Washington” (Rossi, 2001).<br />

Este é o cenário no qual se inserem as reformas propostas e/ou<br />

implementadas nos setores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e saneamento no Brasil no sentido <strong>de</strong><br />

cumprir as metas <strong>dos</strong> ajustes liberais, e seus primeiros resulta<strong>dos</strong>, aborda<strong>dos</strong> a partir<br />

das próximas seções. Optou-se por incluir o governo Sarney neste bloco, por<br />

consi<strong>de</strong>rar que apresentou características <strong>de</strong> transição entre o mo<strong>de</strong>lo intervencionista<br />

e o liberal, inserindo-se num contexto internacional já fortemente <strong>de</strong>terminado por este<br />

último. Além disso, a reforma constitucional e processo sucessório à presidência<br />

acrescentaram elementos fundamentais para que o país adotasse o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ajustes<br />

neoliberal hoje em vigor.<br />

3.4.1.1. GOVERNOS SARNEY, COLLOR, ITAMAR FRANCO E FERNANDO HENRIQUE<br />

CARDOSO - 1985 A 2002 - E RESPECTIVAS POLÍTICAS ECONÔMICAS<br />

De acordo com Cezar (1995), no período militar, o Estado ocupou o espaço<br />

<strong>de</strong>ixado vazio pela iniciativa privada, por incompetência, <strong>de</strong>sinteresse ou<br />

incapacida<strong>de</strong>, criando um sistema produtivo que chegou a operar com eficiência<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma lógica <strong>de</strong> mercado. Como efeito, várias empresas e agências<br />

autonomizaram-se em relação ao Estado, gerando uma onda <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos<br />

órgãos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> centralizar e racionalizar sua ação. O resultado foi oposto<br />

pois a superposição <strong>de</strong> esferas ampliou e consolidou as práticas clientelistas e a<br />

formação <strong>de</strong> foros <strong>de</strong> acesso privilegiado.<br />

(...) A fim <strong>de</strong> compensar o ritmo e crescimento resultante <strong>de</strong>sta política <strong>de</strong><br />

alianças e manter, portanto, a atenção aos mais varia<strong>dos</strong> grupos, o Estado<br />

burocrático-autoritário presidido pelos militares, rompe o clássico padrão <strong>de</strong><br />

investimentos por "blocos funcionais" (exemplos: os "ciclos" elétrico,<br />

si<strong>de</strong>rúrgico e petroquímico) e passa a operar em quase todas as áreas do<br />

mercado. Para que essa indiscriminada atuação tivesse algum resultado efetivo<br />

era necessário que o Estado mobilizasse constantemente suas capacida<strong>de</strong>s<br />

extrativa, alocativa e redistributiva através da ampliação <strong>de</strong> sua base fiscal e<br />

poupança interna. No entanto, isso não foi possível e a solução, facilmente<br />

encontrada, foi o empréstimo externo (Cezar, 1995).

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