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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão cada vez mais próximo do <strong>de</strong> empresas privadas.<br />

O início da intervenção estatal nos setores elétrico e <strong>de</strong> saneamento se <strong>de</strong>u no<br />

período conhecido como Estado Novo, com a promulgação do Código <strong>de</strong> Águas, que<br />

visava, principalmente, a nacionalização da indústria e uma regulação econômica mais<br />

efetiva. Com o advento do Código, o po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte do setor elétrico, <strong>de</strong> municipal<br />

passa a fe<strong>de</strong>ral, embora as holdings estrangeiras já houvessem incorporado a maior<br />

parte das pequenas concessões locais. Nesse período, a estatização não era a<br />

estratégia preferencial do governo para o setor elétrico, e os empreendimentos<br />

<strong>públicos</strong> implementa<strong>dos</strong>, especialmente no âmbito <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> (Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

Minas Gerais, Rio <strong>de</strong> Janeiro), representaram, antes, iniciativas pontuais e<br />

fragmentárias do que um projeto nacional. Mesmo a Chesf, um marco na intervenção<br />

estatal no setor elétrico, em última análise, fora implantada numa região empobrecida,<br />

sem nenhum atrativo comercial tanto para o capital nacional quanto para o capital<br />

estrangeiro. O papel do Estado resume-se a uma função regulatória “supletiva e<br />

complementar”, mesmo porque o Código <strong>de</strong> Águas permanecera não regulamentado<br />

(Lima, 1995).<br />

No setor <strong>de</strong> saneamento básico, ao contrário, a nacionalização e a<br />

estatização ocorreram <strong>de</strong> forma sistemática e os <strong>serviços</strong> foram assumi<strong>dos</strong> pelos<br />

governos municipais, com predomínio absoluto da administração direta, através <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>partamentos ou <strong>serviços</strong> autônomos, recebendo ajuda financeira das esferas<br />

superiores. Os recursos para investimentos provinham, majoritariamente, do<br />

orçamento fiscal. A partir da década <strong>de</strong> 1940, com apoio <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, após a<br />

criação da Fundação SESP (seção 3.3.3.1), disseminou-se o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autarquias<br />

(os SAAEs). Os SAAEs apresentaram a novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar o critério <strong>de</strong><br />

autofinancimento <strong>dos</strong> <strong>serviços</strong>, a partir da cobrança pelo fornecimento. A titularida<strong>de</strong><br />

do saneamento não foi alterada, permanecendo o po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte nos municípios<br />

(CEPIS/OPS, 2000; Aliança Pesquisa e Desenvolvimento, 1995).

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