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Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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redundavam em beneficio a to<strong>dos</strong> os usuários (Rezen<strong>de</strong>, 2000; Aliança Pesquisa e<br />

Desenvolvimento, 1995; Infurb, 1995).<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da qualida<strong>de</strong>, o setor <strong>de</strong> saneamento caracterizou-se por um<br />

índice médio <strong>de</strong> perdas totais (físicas e financeiras) no segmento <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água historicamente em torno <strong>de</strong> 50%. Além da redução do recurso provocada pelas<br />

perdas, as pressões negativas e as subsequentes recargas danificaram as tubulações<br />

e contribuíram para a <strong>de</strong>terioração das suas condições, potencializada pela falta <strong>de</strong><br />

investimentos (Infurb, 1995).<br />

Episódios sérios <strong>de</strong> escassez marcaram o setor elétrico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />

1920, até a década <strong>de</strong> 1960, quando, numa completa inversão, os blocos maciços <strong>de</strong><br />

investimentos levaram o sistema a dispor <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> ociosa (Lima, 1995; Branco,<br />

1975). Quanto ao setor <strong>de</strong> saneamento, a urbanização crescente e a falta <strong>de</strong><br />

investimentos em tratamento <strong>dos</strong> efluentes, proteção <strong>de</strong> mananciais, manutenção das<br />

re<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas captações levaram ao mesmo tipo <strong>de</strong> ocorrência. O<br />

município <strong>de</strong> São Paulo é um triste exemplo <strong>de</strong>ssa conjugação <strong>de</strong> fatores.<br />

3.3.4. GESTÃO E REGULAÇÃO, POLÍTICAS TARIFÁRIA E DE FINANCIAMENTO, E<br />

INVESTIMENTOS<br />

Originalmente, os setores <strong>de</strong> energia elétrica e saneamento básico foram<br />

constituí<strong>dos</strong> como essencialmente priva<strong>dos</strong>, vincula<strong>dos</strong> ao sistema <strong>de</strong> produção e<br />

acumulação <strong>de</strong> capital, explora<strong>dos</strong> por capitais estrangeiros. Este traço comum<br />

resultou, entretanto, em um significativo diferencial na trajetória <strong>dos</strong> setores. No setor<br />

elétrico, rentável e estratégico, a estatização, combatida e adiada, apresentou-se<br />

como forma <strong>de</strong> incorporar e sincronizar o <strong>de</strong>senvolvimento do setor às necessida<strong>de</strong>s<br />

do crescimento da economia nacional, e <strong>de</strong> coibir a exploração predatória pelo capital<br />

privado estrangeiro. Quanto ao saneamento, configurando-se como um setor<br />

problemático, face à essencialida<strong>de</strong> do serviço e urgência das ações, e da pobreza <strong>de</strong><br />

seu mercado, foi no sentido inverso, precocemente estatizado, para, após, buscar um

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