Análise comparativa dos serviços públicos de ... - IEE/USP

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21.12.2013 Views

151 expansão dos setores foi construída nesse contexto, em que os paradigmas estrangeiros foram o ponto de partida. Esses planos e sua implicação para a expansão da oferta dos serviços de eletricidade e saneamento básico serão abordados a seguir, a partir da síntese apresentada na tabela 3.35. Tabela 3.35 - Planejamento integrado e planejamento setorial - 1930 a 1984 Governo Plano setorial Diretrizes Metas Recursos Vargas (1930 – 45) Dutra (1945 – 50) Plano Nacional de Eletrificação (1943) SALTE - Saúde, Alimentação, Transporte, Energia • Perspectiva regional, inspirada na experiência britânica de 1930. • Eletrificação ferroviária. • Utilização de fontes nacionais, regionais e locais. • Intervenção do Estado “supletiva” à iniciativa privada • Baseado em estudos do período anterior. • Definição de obras públicas em setores críticos. • Superação das crises de racionamento. • Recursos globais: 57%, transportes; 16%, energia; 14%, alimentação; 13%, saúde. • Regiões nortefluminense; sul do Espírito Santo; localidades de Minas Gerais; Rio Grande do Sul; Nordeste. • Constituição da Chesf. • Diversificação de fontes: eletricidade, carvão, petróleo • Chesf, Orós, Usina de Funil (60% dos recursos destinados à eletricidade). • Empreendimentos pulverizados p/ país. • Eletricidad - 52% • Petróleo - 47% • Carvão - 1% Continua... Governo Plano setorial Diretrizes Metas Recursos Vargas (1950 - 55) Programa de energia elétrica da CMBEU Plano Nacional de Eletrificação (apenas programado) Plano Nacional de Financiamen-to para Abastecimento de água • Expansão da estrutura de oferta elétrica. • Auto-sustentação tarifária. • Criação de um fundo e um banco de eletrificação. • Financiamento em moeda estrangeira fossem feitos mediante investimento direto e empréstimos oficiais. • Recursos globais: US$387,3 milhões (externos) + Cr$14 bilhões (nacionais). • O Estado executaria apenas grandes usinas geradoras, transmissão em alta tensão e implantação da indústria pesada de material elétrico. • Incorporação dos planos de expansão das concessionárias estrangeiras e governos estaduais. • Necessidade de ampliação da oferta extremamente defasada, sobretudo nos centros urbanos. • Alteração do padrão de financiamento baseado em aplicações pulverizadas e poucos recursos retornáveis pelo critério de auto-sustentação. • Substituição do modelo de gestão centralizada e administração direta pelo modelo de autarquias, visando o autofinanciamento tarifário. • Ampliação da capacidade instalada em 1.350 MW em seis anos (1952-57), distribuídos entre empresas estrangeiras, e empresas e entidades públicas. • Acréscimo de potência de 5.000 MW em grandes centrais elétricas em 10 anos (1955-65). • Prioridade aos municípios sem atendimento, incorporando, logo após, as expansões, • Destinado a cidades de até 50.000 hab. • US$102 milhões (externos). • Cr$7, 2 bilhões (nacionais). • Geração - 9,1%. • T & D - 15,6%. • Sist. Isol. - 7.0%. • Un. Freq. - 3.1%. • Ind. Pes. - 4.6%. • Outros – 0,6%. • Financiamentos contraídos de en-tidadades creden ciadas e bancos. • Pagamento em 15 anos a juros de 8% ou 20 anos a juros de 9% ao ano. • Retorno: repasse de 50% das quotas-parte do IR municipal.

152 JK (1950 - 55) Castelo Branco (1964 - 67) Plano de metas PAEG - Plano de Ação Econômica do Governo Plano Decenal Desenvolvimento Econômico e Social - energia (apenas programado) • Investimentos em energia, transportes, alimentação, indústrias de base e educação, Construção de Brasília. • investimento público + reforma tarifária e atração de capital estrangeiro. • Estimativa de ampliação da capacidade instalada em 10%a.a. entre 1956 e 1965. • Recursos globais: energia/transportes, 73%; indústrias de base, 20,4%; alimentação/educação, 6,6%. • Objetivos macroeconômicos de combate à inflação, às desigualdades sociais e regionais, ao desequilíbrio externo e de criação de empregos, com privilégio da estabilização monetária sobre o desenvolvimento. • 55% dos investimentos destinados às áreas de energia e transportes; energia elétrica detinha participação relativa de 20% dos recursos globais. • Acolheu recomendações dos estudos da CANAMBRA para o setor elétrico. • Reafirmou a necessidade de autofinanciamento do setor elétrico. • Recomendava auto-sustentação tarifária e centralização administrativa do setor elétrico. • Apontava a deterioração tarifária como causa da estagnação do setor elétrico. • Julgava que a política inflacionária e o desaquecimento do setor industrial equilibrariam demanda e oferta. • A distribuição era o segmento crítico dos serviços. • Acolheu recomendações dos estudos da CANAMBRA. • 1956 - 3.491 MW • 1957 - 3.744 MW • 1958 - 3.934 MW • 1959 - 4.417 MW • 1960 - 5.194 MW • 1961 - 5.611 MW • 1962 - 6.295 MW • 1963 - 6.915 MW • 1964 - 7.535 MW • 1965 - 8.255 MW • Projeção de capacidade para 1970: 12.665 MW, mais transmissão e distribuição, embutindo uma taxa setorial de crescimento de 11,4% a.a. • Saneamento em cidades de mais de 20.000 hab e elevação da cobertura urbana para 70% (A) e 30% (E). • Concessionárias privadas - 21,7% • Públicas federais - 30,8%. • Públ. Estaduais - 24.4%. • Empreendiment os não estudados - 23,1% • (Energia elétrica = 20% do global). • Saneamento (milhões) - 1964 - US$ 32,1 1965 - US$ 31,0 1966 – US$ 37,1 Continua... Governo Plano setorial Diretrizes Metas Recursos Castelo Branco (1964 - 67) Costa e Silva (1967 - 69) Médici (1969 - 74) Plano Decenal Desenvolvimento Econômico e Social - saneamento (apenas programado) PED - Programa Estratégico de Desenvolvimento Plano de metas e bases para a Ação de governo - setorial - saneamento • Controle inflacionário associado a crescimento econômico. • Acolheu recomendações dos estudos da CANAMBRA para o setor elétrico. • Lançou as “Diretrizes do Governo” para o setor de saneamento. • Recomendou a criação de um Fundo Nacional de Saneamento e a abordagem empresarial dos serviços, enfatizando cobertura de custos, retor-no de investimentos. • Minimização e racionalização das apli-cações da União a fundo perdido. • Descentralização das ações e da captação de recursos. • Adoção do princípio da execução indi-reta, pelo setor privado. • Promoção da economia de escala atra-vés da criação de conjuntos integrados de sistemas municipais • Metas de atendimen-to urbano: água - 66% (total); esgoto - 61%, até 1976. • Atendimento rural: caso a caso. • Saneamento: ampliação da capaci-dade de suprimento com água em 33% e com esgotamento em 15%, até 1967. • Ampliação da cobertura de água em 77% (de 25 para 45 mi-lhões de pessoas). • Ampliação da cobertura de esgotamento em 54% (de 13 para 20 milhões de pessoas). • Saneamento: US$ 204 milhões para o triênio 64-67, oriundos do FGTS, BID, AID e Orçamento Federal • Aplicações em energia elétrica - 19,4% do global.

152<br />

JK<br />

(1950 -<br />

55)<br />

Castelo<br />

Branco<br />

(1964 -<br />

67)<br />

Plano <strong>de</strong> metas<br />

PAEG - Plano<br />

<strong>de</strong> Ação<br />

Econômica do<br />

Governo<br />

Plano Decenal<br />

Desenvolvimento<br />

Econômico e<br />

Social -<br />

energia<br />

(apenas<br />

programado)<br />

• Investimentos em energia,<br />

transportes, alimentação, indústrias<br />

<strong>de</strong> base e educação, Construção <strong>de</strong><br />

Brasília.<br />

• investimento público + reforma<br />

tarifária e atração <strong>de</strong> capital<br />

estrangeiro.<br />

• Estimativa <strong>de</strong> ampliação da<br />

capacida<strong>de</strong> instalada em 10%a.a.<br />

entre 1956 e 1965.<br />

• Recursos globais:<br />

energia/transportes, 73%; indústrias<br />

<strong>de</strong> base, 20,4%;<br />

alimentação/educação, 6,6%.<br />

• Objetivos macroeconômicos <strong>de</strong><br />

combate à inflação, às <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

sociais e regionais, ao <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

externo e <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> empregos,<br />

com privilégio da estabilização<br />

monetária sobre o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

• 55% <strong>dos</strong> investimentos <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> às<br />

áreas <strong>de</strong> energia e transportes;<br />

energia elétrica <strong>de</strong>tinha participação<br />

relativa <strong>de</strong> 20% <strong>dos</strong> recursos globais.<br />

• Acolheu recomendações <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />

da CANAMBRA para o setor elétrico.<br />

• Reafirmou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

autofinanciamento do setor elétrico.<br />

• Recomendava auto-sustentação<br />

tarifária e centralização<br />

administrativa do setor elétrico.<br />

• Apontava a <strong>de</strong>terioração tarifária<br />

como causa da estagnação do setor<br />

elétrico.<br />

• Julgava que a política inflacionária e<br />

o <strong>de</strong>saquecimento do setor industrial<br />

equilibrariam <strong>de</strong>manda e oferta.<br />

• A distribuição era o segmento crítico<br />

<strong>dos</strong> <strong>serviços</strong>.<br />

• Acolheu recomendações <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />

da CANAMBRA.<br />

• 1956 - 3.491 MW<br />

• 1957 - 3.744 MW<br />

• 1958 - 3.934 MW<br />

• 1959 - 4.417 MW<br />

• 1960 - 5.194 MW<br />

• 1961 - 5.611 MW<br />

• 1962 - 6.295 MW<br />

• 1963 - 6.915 MW<br />

• 1964 - 7.535 MW<br />

• 1965 - 8.255 MW<br />

• Projeção <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> para<br />

1970: 12.665 MW,<br />

mais transmissão e<br />

distribuição,<br />

embutindo uma taxa<br />

setorial <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> 11,4% a.a.<br />

• Saneamento em<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

20.000 hab e elevação<br />

da cobertura<br />

urbana para 70%<br />

(A) e 30% (E).<br />

• Concessionárias<br />

privadas - 21,7%<br />

• Públicas<br />

fe<strong>de</strong>rais -<br />

30,8%.<br />

• Públ. Estaduais<br />

- 24.4%.<br />

• Empreendiment<br />

os não<br />

estuda<strong>dos</strong> -<br />

23,1%<br />

• (Energia elétrica<br />

= 20% do<br />

global).<br />

• Saneamento<br />

(milhões) -<br />

1964 - US$ 32,1<br />

1965 - US$ 31,0<br />

1966 – US$ 37,1<br />

Continua...<br />

Governo Plano setorial Diretrizes Metas Recursos<br />

Castelo<br />

Branco<br />

(1964 -<br />

67)<br />

Costa e<br />

Silva<br />

(1967 -<br />

69)<br />

Médici<br />

(1969 -<br />

74)<br />

Plano Decenal<br />

Desenvolvimento<br />

Econômico e<br />

Social - saneamento<br />

(apenas<br />

programado)<br />

PED -<br />

Programa<br />

Estratégico <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento<br />

Plano <strong>de</strong> metas<br />

e bases para a<br />

Ação <strong>de</strong> governo<br />

- setorial -<br />

saneamento<br />

• Controle inflacionário associado a<br />

crescimento econômico.<br />

• Acolheu recomendações <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />

da CANAMBRA para o setor elétrico.<br />

• Lançou as “Diretrizes do Governo”<br />

para o setor <strong>de</strong> saneamento.<br />

• Recomendou a criação <strong>de</strong> um Fundo<br />

Nacional <strong>de</strong> Saneamento e a<br />

abordagem empresarial <strong>dos</strong><br />

<strong>serviços</strong>, enfatizando cobertura <strong>de</strong><br />

custos, retor-no <strong>de</strong> investimentos.<br />

• Minimização e racionalização das<br />

apli-cações da União a fundo<br />

perdido.<br />

• Descentralização das ações e da<br />

captação <strong>de</strong> recursos.<br />

• Adoção do princípio da execução<br />

indi-reta, pelo setor privado.<br />

• Promoção da economia <strong>de</strong> escala<br />

atra-vés da criação <strong>de</strong> conjuntos<br />

integra<strong>dos</strong> <strong>de</strong> sistemas municipais<br />

• Metas <strong>de</strong><br />

atendimen-to<br />

urbano: água - 66%<br />

(total); esgoto -<br />

61%, até 1976.<br />

• Atendimento rural:<br />

caso a caso.<br />

• Saneamento:<br />

ampliação da<br />

capaci-da<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

suprimento com<br />

água em 33% e com<br />

esgotamento em<br />

15%, até 1967.<br />

• Ampliação da cobertura<br />

<strong>de</strong> água em<br />

77% (<strong>de</strong> 25 para 45<br />

mi-lhões <strong>de</strong><br />

pessoas).<br />

• Ampliação da cobertura<br />

<strong>de</strong> esgotamento<br />

em 54% (<strong>de</strong> 13 para<br />

20 milhões <strong>de</strong> pessoas).<br />

• Saneamento:<br />

US$ 204<br />

milhões para o<br />

triênio 64-67,<br />

oriun<strong>dos</strong> do<br />

FGTS, BID, AID<br />

e Orçamento Fe<strong>de</strong>ral<br />

• Aplicações em<br />

energia elétrica -<br />

19,4% do global.

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