24.11.2013 Views

Avaliação e reparação do dano patrimonial e não patrimonial (no ...

Avaliação e reparação do dano patrimonial e não patrimonial (no ...

Avaliação e reparação do dano patrimonial e não patrimonial (no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

59<br />

<strong>Avaliação</strong> e <strong>reparação</strong> <strong>do</strong> <strong>da<strong>no</strong></strong> <strong>patrimonial</strong> e <strong>não</strong> <strong>patrimonial</strong><br />

(<strong>no</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> Direito Civil)<br />

capital necessário para, a determina<strong>do</strong> juro, se encontrar aquele rendimento<br />

perdi<strong>do</strong>. Experimentemos com o juro de 1% (juro actual <strong>do</strong> BCE):<br />

100 ---------- 1<br />

x ------------ 18.667 ; 18.667 x 100: 1 = 1.866.700€<br />

Agora, há que descontar 1/3 ou ¼ porque a família recebe, de uma só vez,<br />

o capital e assim se obviará ao enriquecimento injustifica<strong>do</strong> à custa alheia.<br />

Com o desconto de 1/3: 1.866.700:3 = 622.233; 1.866.700 – 622.233 = 1.244.467<br />

Com o desconto de 1/$: 1.866.700:4 = 466.675; 1.866.700 – 466.675 = 1.400.025<br />

Fazen<strong>do</strong> a média: 1.244.467 + 1.400.025 : 2 = 1.322.246.<br />

Atenden<strong>do</strong> à idade arre<strong>do</strong>ndaria para 1.350.000€.<br />

Vamos fazer outra operação, para avaliarmos se este montante a que se<br />

chegou é ou <strong>não</strong> desajusta<strong>do</strong> da realidade.<br />

A vítima teria mais 30 a<strong>no</strong>s de vida activa. Como auferia 28.000€ /a<strong>no</strong>,<br />

pressupon<strong>do</strong> que o seu rendimento se mantinha sem alterações, ao fim de 30<br />

a<strong>no</strong>s auferiria 840 mil euros. A discrepância entre este valor e aquele outro é<br />

e<strong>no</strong>rme, mesmo consideran<strong>do</strong> actualizações salariais. Então, vamos simular<br />

com um juro de 2% (até porque a tendência, segun<strong>do</strong> indicações <strong>do</strong> BCE, é<br />

para a subida para fins <strong>do</strong> corrente a<strong>no</strong> de 2010).<br />

100 -------------- 2<br />

x --------------- 18.667 de onde x = 933.350<br />

O desconto de 1/3 dará 311.116; logo 933.350 – 311.116 = 622.234<br />

O desconto de ¼ dará 233.337; logo 933.350 – 233.337 = 700.013<br />

Média: 622.234 + 700.013: 2 = 661.123.<br />

Vejamos de seguida como se passam as coisas à luz das tabelas (Anexo III).<br />

Como a vítima tinha 40 a<strong>no</strong>s, o prazo até à reforma é 30 a<strong>no</strong>s. Segun<strong>do</strong><br />

a tabela, o factor é 20, 331212. Então, 28.000€ x 20,331212 = 569.273,93€.<br />

Mas agora há que descontar aquilo que a vítima gastaria consigo e que, <strong>no</strong><br />

<strong>no</strong>sso caso, será 20%, de acor<strong>do</strong> com a percentagem de abatimento constante<br />

<strong>do</strong> nº 2 <strong>do</strong> Anexo.<br />

20% de 569.273,93 são 113.854,78. Então, 569.273,93 – 113.854,78 = 455.419,15€<br />

Esta seria a quantia que a família da vítima receberia a título de <strong>da<strong>no</strong></strong>s<br />

patrimoniais futuros, daqui se concluin<strong>do</strong> que a aplicação das tabelas é mais<br />

desfavorável à vítima.<br />

Consideran<strong>do</strong> os montantes a que cheguei, afastaria de to<strong>do</strong>, por desajusta<strong>do</strong>s,<br />

os opera<strong>do</strong>s com o juro a 1% e com as tabelas. Consideraria justa<br />

uma indemnização entre 700 mil e 750 mil euros.<br />

Revista Portuguesa <strong>do</strong> Da<strong>no</strong> Corporal (19), 2009<br />

[p. 51-68]

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!